sábado, outubro 08, 2005

Nina Arueira e Clóvis Tavares em livros




MEMÓRIA -Nina Arueira e Clóvis Tavares em livros

Alexandre Bastos
exandrebastos@fmanha.com.br
Em homenagem aos 70 anos da Escola Jesus Cristo e aos 70 anos da morte de Nina Arueira, serão lançados amanhã, às 10h, na sede da escola, dois livros que resgatam a história de duas figuras importantes de Campos: Nina Arueira e Clóvis Tavares. Os livros foram organizados pelo médico homeopata Flávio Mussa Tavares. Filho de Clóvis Tavares, Flávio é espírita de berço e professor da Escola Jesus Cristo, instituição fundada por seu pai. Segundo Flávio, “o livro ‘Sal da Terra’ é uma antologia da obra de Clóvis Tavares, enquanto ‘Novo Céu e Nova Terra’ homenageia a grande figura de Nina Arueira, um ícone espiritual que ultrapassou as fronteiras de sua cidade natal”. No livro em homenagem a Nina Arueira, foram abordadas tanto a parte política como a espiritual. “Na verdade, os dois livros se completam”, explicou Flávio, lembrando que a escola atua sem interrupções há 70 anos e foi fundada sob a inspiração de Nina Arueira, noiva de Clóvis que morreu aos 19 anos, em 1935, ano da fundação. Maria da Conceição nasceu em Campos no dia 7 de janeiro de 1916. Chamada pelos pais de “Pequenina”, não demorou muito para que ficasse conhecida como Nina. Segundo Flávio, sua rápida passagem por este mundo foi marcante. Nina era uma criança prodígio, que aos 5 anos leu Victor Hugo e já fazia pequenas poesias. Aos 8 anos, foi escolhida, entre todas as crianças da cidade, para recepcionar o primeiro Bispo de Campos, Dom Henrique César Fernandes de Mourão. O pai de Nina tinha um pequeno comércio, com o qual sustentava sua família, morrendo quando ela tinha 12 anos. Nina, então, precisou trabalhar no comércio, ao lado de sua mãe, para ajudar nas despesas da família. Segundo conta Flávio, foi durante esta época que desenvolveu seu espírito guerreiro e passou a escrever ácidas criticas contra a mentalidade tacanha que imperava na sociedade. Em seus estudos sempre obteve êxito, tanto que passou para a Escola Normal, que funcionava no Liceu de Humanidades de Campos. “Aos 15 anos, Nina já carregava a fama de polemista que impressionava e causava medo em muitas pessoas. É incrível, uma menina tão jovem escrevendo textos tão profundos. Num deles, ela diz: ‘Livres ou arrastando grilhões estão todos os seres impelidos pelo tempo, na estrada da evolução, e muito, mais fácil sereia nos libertarmos dos grilhões e irmos libertos’. Também abordamos no livro a profundidade espiritual dela, que nunca foi agnóstica”, disse Flávio.

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