terça-feira, dezembro 30, 2008

ORAÇÃO DE PERDÃO

PERDÃO AO PADRE JONAS ABIB QUE INCITA O ÓDIO AOS ESPÍRITAS...

Senhor Jesus, rogo ao Teu coração sempre magnânimo, uma luz espiritual para o Padre Jonas Abib que fez uma oração de ataque ao Espiritismo usando os termos a seguir: "O espiritismo é como uma epidemia e como tal deve ser combatido: é um foco de morte. Por isso, precisa ser desterrado de nossa vida. Não é possível ser cristão e ser espírita. Não é possível ser católico e guardar resquícios de mentalidade e culturas espíritas." Pe. Jonas Abib (Canção Nova)

Este mesmo padre, agora Monsenhor, escreveu um livro: “Sim, Sim, Não, Não” em que condena drasticamente os espíritas. Como o ódio religioso nunca deve ser a tônica de nossas palestras e muito menos de nossas orações, eu rogo a Ti Senhor, que perdoe este coração de religioso que está inflamado de intolerância e está disseminando essa inflamação psíquica entre muitas mentes despreparadas que ainda pensam que odiar os espíritas ou os que professam outra fé que não seja a sua, é um caminho que Te agrada.

Não bastou Senhor, que tiveste ensinado aos Judeus a amar aos samaritanos e aos gentios, como a cananéia e o protagonista da parábola do Bom Samaritano. Não bastou que perdoasse até mesmo os que te prenderam ao madeiro infame, os religiosos de hoje ainda se utilizam de estratégias de ódio em suas convivências e mesmo em suas petições supostamente espirituais, fazendo de sua religiosidade uma trincheira de guerra.

Por isso Mestre Amado, na minha indigência espiritual peço por todos os religiosos da Terra e por todos os que não seguem os caminhos da religiosidade. Peço pelos que Te seguem e pelos que não Te seguem.

Que Possamos todos receber a Tua Bênção!

Assim Seja!

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Se Natal traz esperança, então...


Se o Natal é uma suave convite à Esperança, que dizer do Ano Novo?
Perdoem-me se me deter nos que estão desesperançados por um acúmulo de sofrimentos gerados pelos mais diversos tipos de perdas.
O Natal, como clímax de um ano inteiro, pode significar para quem está sofrendo a perda, um grande sentimento de fracasso.


Mas o Ano Novo renova as expectativas, reconstrói o imaginário em nossos pensamentos, restaura o ânimo e redescobre forças escondidas.


Nossa mensagem de Ano Bom é de coragem!


É preciso pensar sempre no sofrimento da perda e estamos falando da perda que testemunhamos esse ano em Campos com as enchentes. A perda da casa, do abrigo, do lar, da individualidade, da privacidade, deixando cerca de dez mil pessoas em abrigos no natal e no ano novo.


Se o natal foi melancólico, o ano novo será de esperança. E de onde vem esse movimento mágico da alma? De onde buscar o entusiasmo diante de expectativas ainda tão sombrias?


Da ajuda do alto! De mais além vêm um alento aos que sofre. Bem aventurados os que choram, pois serão consolados! Deus prodigaliza as suas bênçãos para todos os que perdem, para todos os que sofrem a humilhação e o sofrimento da perda do abrigo, da perda da privacidade de um lar, de uma família.


Essa esperança não é racionalmente explicada, mas é consequência de uma providência das potências espirituais diante de um homem aárentemente fracassado diante da vida. Que estas potências fortaleçam o nosso povo sofrido de Campos, de Ururaí, da Ilha do Cunha, de Guarus, das comunidades carentes, das comunidades ribeirinhas, da Lagoa Feia, gerando em seus corações ânimo, coragem , vontade, força, entusiasmo e sobretudo esperança, que é virtude divina.



domingo, dezembro 21, 2008

Natal de Esperança



NATAL é nascimento!
Culturalmente Natal significa o nascimento de Jesus Cristo, fato que é divisor da história mundial, até mesmo para os não cristãos.
Esse divisor histórico é inexplicável pois a existência de um carpinteiro que tornou-se pregador itinerante na Palestina há vinte séculos, não daria motivos de per si para ser um marco para o mundo.
A força da ética cristã burilou o Judaísmo e legou ao mundo a Plataforma do Reino de Deus. O Natal, por causa de sua anunciação e por causa de todos os movimentos espirituais que suscitou, converte-se num momento mágico para a humanidade. E sua magia é exatamente aquela que faz os corações se sentirem mais fraternos e condescendentes.
O Natal é época muito mais de doar e doar-se a quem necessita que de obter favores.
A Humanidade passa por momentos de dor e de frieza espiritual simultaneamente. Vemos a desgraça material para muitos e a opulenta indiferença de outros tantos. E a iniquidade se espalha por força de hábitos infelizes. E a impiedade faz contagiar e a muitos tem infectado com a sua virulência.
Como trazer Esperança aos corações desalenta
dos sem o amor transformado em obras?Disse o apóstolo Tiago em sua epístola:
"Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras."[Tg 2:18]

Em outras palavras poderíamos dizer: Apresenta-me a tua certeza no Amor de Deus sem convertê-la em ações beneméritas e eu apresentarei a ti a minha certeza no Amor de Deus representada pela caridade.

Quando o Apóstolo Paulo proclamou a Excelência da Caridade em sua primeira epístola aos Coríntios, capítulo 13, versos 1 a 13, dizia ele indiscutivelmente:
"Sem Caridade, não há Esperança! "

Fé, Esperança e Caridade são virtudes epifenomênicas, isto é, estão no topo de uma evolução a ser alcançada ainda por nossa humanidade.

É por isso que os espíritos amigos insitem em que pratiquemos atos de benvolência, que fraternizemos as nossas relações, que semeemos em corações ainda endurecidos a prática do amor, que cultivemos nas crianças, a simplicidade e a filantropia.

A Esperança para o nosso mundo é que propaguemos cada vez mais as virtudes que fazem nascer em nós outras tantas virtudes. Dar esperança ao próximo é alcançar também esperança. Motivar , entusiasmar, ser complacente, confiar, promover, são métodos reais de multiplicar os dons da Esperança que Jesus plantou na Terra.

É com essa esperança que rogo ao nosso Pai, as bênçãos para todos nós. Os que nos amamos e os que ainda não sabemos amar; os que estão junto de nós e os que estão longe; os que já norteiam suas vidas pela reta justiça e os que ainda se comprazem nos vícios.

Para todos estes Jesus nasceu!
E temos Esperança de renovação para todos!

Que Deus nos proteja!

segunda-feira, dezembro 15, 2008

SOBRE NOTAS A RESPEITO DA ESCOLA JESUS CRISTO

A foto acima é do almoço oferecido aos nossos assitidos que ocorreu no último dia 14 de dezembro.

Enviei esse e-mail ao jornalista Saulo Pessanha, que em sua coluna da Folha da Manhã de 08/12/2008 supôs que a Escola Jesus Cristo tenha se desviado de sua ação social em função de gastos com segurança.


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Caro jornalista Saulo Pessanha,

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Antes de qualquer ressalva às suas inserções do último dia 08 de dezembro em sua coluna da Folha da Manhã, quero reafirmar a dívida de gratidão que tenho com a sua pessoa, bem como as dos jornalista Sileno Martinho, Michele Mayrink e mais alguns que a memória de meu computador não registra mais, que no ano de 2005, ajudaram-me na divulgação das obras inéditas de Nina Arueira e Clóvis Tavares, meu Pai, então lançadas como celebração dos 70 anos da morte de Nina e dos 70 anos de fundação da Escola Jesus Cristo.

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Caro Jornalista Saulo Pessanha, neste ano de 2008, publicamos mais dois livros de meu Pai. Tratam-se de "João Batista" e "Rocha dos Séculos" que são estudos sobre os mais diversos assuntos sob a ótica espírita-cristã. A edição dos livros sempre é realizada com a ajuda financeira de amigos e revertida em favor de nossas obras.
Com respeito às notas copiadas abaixo:


"Pedido
A Escola Jesus Cristo, por conta da violência na cidade, está pedindo, veja só, um SOS financeiro à população. O presidente Flávio Mussa Tavares revela que a entidade tem sofrido pequenos assaltos quase que diariamente. Por conta disso, o que fez a escola? Colocou seguranças no período noturno. Mas acha pouco.
E mais...
Daí que providenciou um sistema de alarmes, ora em concorrência. Para bancá-lo, a Escola Jesus Cristo abriu uma conta no Banco do Brasil. Coisa inédita. O dinheiro doado, pelo menos na circular de Flávio Mussa, não é para o Natal dos assistidos ali. Mas para bancar o custeio da segurança. " ;

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é necessário fazer algumas correções às quais, presumo, após a leitura deste e-mail, o qual peço antecipadamente perdão por ser extenso, o senhor retificará no mesmo espaço dedicado às afirmativas.
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No último dia 27 de outubro a Escola Jesus Cristo completou 73 anos de fundação. Ela é mantida por seu quadro de associados que livremente estipulam a contribuição à instituição.
Durante cerca de 48 anos a Escola Jesus Cristo manteve, sem nenhum convênio público um orfanato para meninas que em determinadas épocas abrigava cerca de quarenta delas. Já existiu também um orfanato masculino no qual meu Pai, em sua solteirice cuidou de meninos, mas que durou menor período de tempo, cerca de 10 anos.

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Desde a década de 60 até meados da década de 90, o orfanato para meninas era da responsabilidade de uma senhora abnegada chamada Valdéia Ribeiro Bueno, que faleceu em 2003. O orfanato nos anos 80 começou a ficar desatualizado em função das novas exigências do Estatuto da Criança e do Adolescente, que a rigor é de 1990, mas é a culminância de muitas reestruturações do Serviço Social que sistematizou e profissionalizou o que antes era realizado apenas com a boa vontade.

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Na segunda metade da década de 90, a Sra. Valdéia, mesmo sem a companhia das crianças continuou, a despeito de sua idade, a residir na instituição. E lá vivia como uma zeladora carinhosa e bondosa com todos que lá buscavam acolhimento amigo durante a semana, em horários não convencionais, de reuniões da instituição. Essas visitas eram em quase a sua totalidade de moradores das comunidades do Tira-Gosto e Matadouro, que ali eram acolhidos com palavras de amor e alguns gêneros de primeira necessidade, muitas vezes de seu próprio consumo pessoal.

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Após seu desenlace em 2003, tivemos algumas pessoas que ali foram residir, mas que infelizmente nunca ficaram à altura da competência humana e espiritual de Valdéia.
Neste ano de 2008, ficamos, de imprevisto, sem zelador. Diga-se de passagem que nossos zeladores tem o perfil de um homem ou um casal que não tem residência própria e que ali passam a morar com conforto, além de direitos trabalhistas.

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Com a ausência do morador do local, tivemos a sequência de invasões com pequenos furtos e certos atos de vandalismo como sujar as dependências com fezes e algumas depredações.
Numa noite em que fomos chamados para ver os estragos causados por nossos visitantes indesejados, fomos constrangidos a tomar uma atitude de contratar uma vigilância noturna e apreçar a cerca elétrica.

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A segurança noturna já foi dispensada e a proteção elétrica ainda está acima de nossas possibilidades. Razão que me fez tomar a atitude de encaminhar uma solicitação dirigida especificamente a alguns amigos. Enviei o e-mail, assim, para algumas pessoas conhecidas, muitas delas que já frequentaram nossa instituição , solicitando uma contribuição para estas providências. Foi uma idéia muito infeliz, pois poucas foram as pessoas que dispuseram-se a fazer o depósito. E foi infeliz, ademais, pois resultou numa informação truncada e numa notificação na imprensa que feriu a história de nossa casa, jamais maculada na imprensa nestes 73 anos de trabalho espiritual, cultural e assistencial.

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Outro detalhe é que não foi aberta nenhuma conta corrente para essa finalidade. Esta é a única conta corrente da Escola Jesus Cristo, a qual achei mais razoável indicar os dados para eventuais amigos que se sensibilizassem com o meu comunicado limitado e reservado ou como dizem os franceses, "en petit comite".

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Alguns desses amigos tomaram a decisão por auto recreação, de repassar o mesmo, o que pode ter tido , como teve, um efeito de progressão geométrica. Nesse espraiamento da mensagem, é que, provavelmente, chegou ao seu computador, uma mensagem minha nos repasses feitos simplesmente com um teclar "enter".

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A título de maiores informações, quero ainda esclarecer ao nosso caro repórter, que nossas atividades em relação aos nossos assistidos sempre são realizadas sem nenhuma divulgação na mídia e muito menos com solicitação pública de recursos financeiros.

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Na atualidade, não temos mais orfanatos, que devem adequar-se à nova legislação, e ainda não temos estrutura para tal. Entretanto, temos cadastradas mais de cem famílias que são atendidas aos sábados, onde lhes é oferecido, além da cesta básica, estudos facilitados de Evangelho, aulas de artesanato e um coral de senhoras. Para o ano de 2009, já está programado um curso de Alfabetização de adultos. Continuamos sem nenhum convênio público e preferimos atuar com nossos próprios recursos.

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Encaminho ao senhor, Jornalista Saulo Pessanha, algumas fotos do almoço que fizemos com os assistidos na manhã do dia 14 de dezembro, na mesma semana em que foram publicadas as inverdades em sua coluna.

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Portanto, sem buscar nenhuma reparação para o meu nome, o qual reconheço indigno e imerecedor de qualquer evidência, solicito do senhor a reparação das notas desonrosas à Escola Jesus Cristo, que tem sido ao longo destes 73 anos um referencial de respeito, cultura, humanidade e constância. Ela se mantém funcionando ininterruptamente, inclusive em épocas como natal, ano novo, carnaval e outras, quando percebemos inclusive que há necessidade de existir um posto aberto para auxílio espiritual, quando se multiplicam os sofrimentos e as necessidades dos desesperançados.

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Ratifico minhas escusas pela longa missiva, todavia, não poderia furtar-me à necessária correção da informação, da qual a veracidade constitui a sua face bela.
Lembro também que o fato de uma instituição derivar suas preocupações com a segurança não significa de modo algum que esteja abandonando sua vocação primeira, assim como o fato de um chefe de família, preocupada com a segurança de sua casa, não o desobriga de preocupar-se com seus outros misteres.

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Conto assim, com a sua compreensão, no sentido de transmitir aos leitores desde matutino as informações coerentes com os fatos, desfazendo assim mal entendidos e evitando que necessitemos de interlocutores que são sempre mais indesejáveis que o estabelecimento de um diálogo franco e direto.

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Despedindo-me coloco-me à sua inteira disposição para maiores informações, inclusive para quando chegarem aos seus ouvidos, ou ao seu computador, informações que não sejam necessariamente verdadeiras.

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Informo também que este e-mail tem cópias para outros jornalistas da Folha da Manhã.
Preferindo fazer-nos uma visita, estarei também ao seu inteiro dispor nas sextas feiras às 20 horas ou nos domingos às 11 horas.

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Aproveitando a oportunidade da época, rogo a Jesus um Natal de Paz para o senhor, Jornalista Saulo Pessanha e para toda a sua família, bem como para os funcionários e diretores do Jornal Folha da Manhã.

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Flávio Mussa Tavares
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domingo, dezembro 14, 2008

MONITOR CAMPISTA fala da Escola Jesus Cristo



Oceano Vieira, diretor da DVD Versátil, vem desenterrando tesouros com suas pesquisas sobre o Espiritismo


Patrícia Bueno

O ano é 1968. Na sala lotada, porém silenciosa, os olhares estão voltados para uma mesa. Nela está o famoso médium mineiro Chico Xavier (1910-2002). Com os olhos fechados e uma das mãos sobre os olhos, ele pressiona vigorosamente a caneta sobre o papel, de onde surgem palavras que seriam uma espécie de conexão entre os mundos físico e espiritual. A imagem, em preto e branco, uma verdadeira raridade, faz parte do DVD ‘Saulo Gomes entrevista Chico Xavier em 1968’, lançado pela DVD Versátil, através de seu selo Vídeo Spirite. O trabalho foi apresentado em Campos há uma semana na Escola Jesus Cristo - no bairro da Lapa – e traz a primeira entrevista do médium espírita na televisão brasileira, gravada três anos antes de sua participação no Pinga Fogo (programa jornalístico exibido em 1971, pela TV Tupi Canal 4 de São Paulo). Além da entrevista histórica, o DVD traz mais de uma hora de extras, incluindo raros vídeos. Na tarde do lançamento, o responsável pela DVD Versátil, Oceano Vieira de Melo, contou ao Monitor Campista como foi produzir o trabalho. No meio da conversa, ele antecipou uma novidade: a produtora prepara um documentário sobre o campista Clóvis Tavares, sua vida, obra, a amizade com personalidades como italiano Pietro Ubaldi e o próprio Chico, a criação da Escola Jesus Cristo, hoje presidida por seu filho, o médico Flávio Mussa Tavares. “O Clóvis foi um mestre em Humanismo e no Evangelho de Jesus Cristo. Foi uma das grandes figuras do Século XX”, elogia o diretor da Versátil. Professor Clóvis Tavares nasceu no dia 20 de janeiro de 1915. Pai de quatro filhos e possuidor de vasta cultura, foi poliglota, falando fluentemente Italiano, Inglês, Francês e Espanhol. Tavares foi professor de História e de Direito Internacional, jornalista e escritor espírita. Autor de diversas obras para crianças e adultos.
Também não faltará no novo documentário a bela história de amor entre Clóvis e a revolucionária Nina Arueira. Para quem não sabe, Maria da Conceição Arueira era filha de uma família de classe média de Campos. Apesar de ter falecido com apenas 19 anos de idade, ao contrair tifo, doença que dizimou muita gente naquela época, teve como bandeira a conscientização do povo sobre a luta contra uma burguesia dominante e exploradora. Nina foi escritora, jornalista e líder sindical revolucionária na década de 30.


GARIMPEIRO


Na Escola Jesus Cristo, encontramos Oceano em uma espécie de “habitat natural”: em meio a livros raros, fotografias e muito material de pesquisa. Como bom garimpeiro de raridades espíritas, tratou de nos mostrar as preciosidades do Museu de Ciro, local escolhido para a fotografia. Lá, destacou as primeiras edições de obras importantes como as de Kardec. Acompanhado da mulher, Sônia, falou sobre sua relação com o cinema e o jornalismo:


“Sou um jornalista autodidata. Editei durante 18 anos uma revista para o mercado de cinema: de 1985 a 2002. Sou autodidata em tudo. Quem me ajudou muito foram as obras do Chico”, disse. Foi a TV que apresentou Oceano ao médium mineiro.


“Através da TV Tupi, no programa Pinga Fogo, eu ficava observando aquele homem falando aquelas coisas tão bonitas. Na época não me engajei no Espiritismo, só com o tempo que você vai se aprofundando mais”, conta, ressaltando que hoje tem se dedicado às pesquisas. “O Espiritismo nos dá total liberdade de pensamento, de criação”, diz.


Em Campos, o espírito investigativo de bom jornalista e amante dos documentários levou Oceano até a praia de Atafona, litoral de São João da Barra. No famoso balneário que, aos poucos, vem sendo engolido pelas ondas, ele visitou a casa onde Chico Xavier esteve, no ano de 1967.


Oceano e a esposa trabalham agora na produção de um próximo documentário sobre o médium e vêm filmando alguns lugares importantes para o mestre espírita (Xavier passou 10 dias na praia sanjoanense). A Versátil Home Vídeo, que vai completar 10 anos em fevereiro, distribui inúmeros filmes europeus no Brasil, e também produz alguns dos melhores documentários espíritas da atualidade: ‘Chico Xavier Inédito’, quatro títulos sobre Allan Kardec, Eurípedes Barsanulfo e outros.


“Trabalho com Fellini, Visconti... São mais de 500 filmes do cinema europeu. Obras que contêm humanismo, são realmente carregadas de humanismo. Você assiste a um filme do nível de ‘Berlim Alexander Platz’ (obra-prima de Fassbinder) e você se melhora”, ressalta o documentarista, que diz dispensar aos filmes espíritas o mesmo tratamento dado aos europeus. No catálogo da produtora está um especial com 2 DVDs que resgata os históricos programas Pinga Fogo com Chico Xavier, considerado um verdadeiro marco do jornalistmo no Brasil, e traz mais de duas horas de extras, entre depoimentos, documentários e especiais.


Outra aclamada produção da Versátil é ‘Chico Xavier - De Pedro Leopoldo a Uberaba’, com 2 DVDs que reúnem quatro filmes inéditos sobre o médium, realizados em 1951, 1955, 1983 e 2007. ‘O médium de Emmanuel‘ 1951), realizado por César Burnier, mostra Chico aos 41 anos. Ele recebe a visita do espiritualista italiano Pietro Ubaldi. Traz ainda imagens internas do Centro Espírita Luiz Gonzaga, inaugurado em 1928.


“O Burnier comprou uma filmadora e registrou várias cenas. Depois chegamos a outro tesouro, imagens impressionantes de Chico, aos 45 anos, psicografando em velocidade inacreditável”, comenta Oceano, referindo-se à ‘Brilha uma luz no horizonte’ (1955), onde se registra pela primeira vez, imagens de seus familiares e de seus educadores na mediunidade Espírita. Realizado e produzido por Lauro Michelin, o filme traz depoimentos de pessoas que conviveram com Chico em Pedro Leopoldo e Uberaba. Em uma outra produção, ‘O grande médium espírita’ (2007), estão depoimentos de médiuns que trabalharam com Chico ou foram seus amigos: Carlos Baccelli, Elias Barbosa, Hilda Mussa Tavares (esposa de Clóvis Tavares), Arnaldo Rocha, entre outros. “Os filmes são historicamente excepcionais e visualmente muito bons”, comenta Oceano, ressaltando que as obras são vendidas em lojas comuns e não somente em casas especializadas em trabalhos espíritas. São cerca de mil postos de vendas, fora as vendas online.


A essa altura, é redundante dizer que, para Oceano, Chico é bem mais do que um simples “objeto de pesquisa”: “Às vezes fica até difícil para as pessoas acreditarem em certas coisas que aconteceram. Coisas que parecem fantásticas e até mentirosas mas que, quando nos aprofundamos, descobrimos que aconteceram de verdade. Por isso, se a gente não fizer esse trabalho agora, as futuras gerações não vão nem acreditar que este homem existiu”, diz.


Chico Xavier psicografou mais de quatrocentos livros. Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Dizia reproduzir apenas o que os espíritos lhe ditavam. Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros, mais de 20 milhões de exemplares. O último, ‘Degraus da Vida’ (Cornélio Pires, Editora CEU), foi publicado em 1996. Muitos deles foram traduzidos para outras línguas, entre as quais o Inglês, o Espanhol e o Esperanto.


Vale ressaltar que a renda da venda dos livros, uma tentadora fortuna, foi, desde o início, totalmente doada em favor de hospitais, asilos, orfanatos e outras instituições. Quanto mais se debruça em pesquisas sobre o médium, maior sua admiração pelos exemplo de caridade e humildade do mestre da psicografia:


“Você vai à casa dele, em Pedro Leopoldo e percebe a simplicidade. A casa é igual à de muitos brasileiros. Chico foi o ser humano mais biografado da História. Um homem que vendeu milhões de livros e nunca se entregou à fama”, ressalta.


É por essas e outras que, como seu próprio nome sugere, Oceano vem promovendo mergulhos profundos na vida e obra de quem fez história. Sobre o famoso missionário das Gerais, ele finaliza, sem medo do exagero: “Chico foi o maior médium da história da humanidade”.
Monitor Campista, Caderno Mais Cultura, 14/12/2008

sábado, dezembro 06, 2008

Com o Oceano em Atafona


O Título desta postagem seria abslutamente despropositado se
"Oceano" não fosse um nome próprio. Sim, o Oceano Vieira de Melo, diretor da Versátil Home Vídeo, que distribui inúmeros filmes europeus no Brasil e produz alguns dos melhores documentários espíritas da atualidade: Chico Xavier Inédito, quatro títulos sobre Allan Kardec, Eurípedes Barsanulfo e outros.
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Oceano e sua esposa Sônia, na produção de um próximo Documentário sobre Chico Xavier, foram comigo à Atafona filmar alguns lugares importantes na vida do medium, que passou 10 dias nesta praia sanjoanense.
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Chegamos a Atafona e fomos à casa de meu primo Cláudio Tavares para que ele nos levasse à casa onde Chico ficou em Atafona em 1967.
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Ao chegar à casa, entrei detendo-me demoradamente em cada detalhe. Fiquei envolvido em uma recordação muito serena e doce.
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Percorri a casa, fui à varanda onde, em 1967, Mamãe com Carlinhos ao colo, Maregarida, eu, Luisinho e Celsinho, esperávamos ansiosamente a chegada de Chico Xavier à nossa casa. Quando a Simca Jangada de Rubinho parou em frente ao portão, eu invadi o carro para abraçar o querido Chico. Em seguida nós, então crianças, cantamos em coro a canção Companheiro, composta por Quinto Celso no livro Ave Cristo. Este fato é narrado no Trinta Anos com Chico Xavier:
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"Companheiro, companheiro
Na senda que te conduz,
O céu te conceda à vida
Às bênçãos da eterna luz.
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Companheiro, Companheiro
Recebe por saudação
Nossas flores de alegria
No vaso do coração!"
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Logo em seguida adentrei a sala de estar e quantas recordações maravilhosas vieram à minha mente. Eu vi nitidamente o Chico sentado à mesa com o Papai em conversas longuíssimas sobre as viagens aos Estados Unidos e à Europa. Eu escutei Chico falar sobre Carcassone e nunca mais me esqueci. Vi o querido Chico almoçando conosco e brincando com Celsinho sobre "as casas de ouro do céu", que ele prometeu dar ao Chico, sobre a bandeira do Corínthians que Chico prometeu pedir ao Galves. Enfim, sobre as receitas que uma determinada freira lhe ditava e que ele carinhosamente ajudava a minha Mãe na cozinha a fazer. E nós saboreamos estes manjares, literalmente do céu.
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Olhei o quartinho em que Chico dormiu, o lugar onde ficava a escrivaninha onde psicografou No Portal da Luz no decorrer destes 10 dias.
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Fui ao quintal, grande quintal, no mesmo lugar onde Luisinho, Celsinho e eu brincávamos às 6 da manhã sob a janela do quarto em que Chico dormia. Ele dormia muito tarde por causa da psicografia. Fazíamos muito barulho e Papai vinha rápido, sussurrando uma briga, e nós corríamos, mas no outro dia o fato se repetia.
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Vi a laranjeira, a mesma laranjeira, a mesma pitangueira e o mesmo cajueiro. Até algumas pedras, blocos de pedra grandes estão nos mesmos lugares. Tudo voltou à minha memória 41 anos depois.
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Ali sob o cajueiro, orei a Deus e agradeci a oportunidade de estar reconstruindo todas estas coisas, gravando as imagens e os depoimentos pelo trabalho oportuno e missionário de Sônia e Oceano Vieira de Melo.
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Deus abençoe sempre este casal que registra para o futuro imagens e sons, recupera documentos perdidos e gravações que jamais ousaríamos escutar.
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Todas estas coisas estão hoje sendo levantadas pela tecnologia que nos veio por brinde divino através das mãos abençoadasa do amigo Oceano.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Foi uma bela noite






Da esq.p dir. Oceano e Sônia Melo, José e Leinha Amaral, Alcione Peixoto, Rubens e Nely Fernandes . No outro plano: Robinson Rezende, Flávio e Luís Alberto Tavares. (Foto Raphael Rezende)


A presença de Sônia e Oceano Vieira de Melo na noite de hoje na Escola Jesus Cristo foi memorável.

Ele apresentou um vídeo de entrevista de Chico Xavier pelo Saulo Gomes em 1968, portanto há exatos 40 anos.

E a surpresa da noite foram as orações inicial e a final de Clóvis Tavares com belo fundo musical de Enio Morriconi. Outra surpresa foi a notícia de que está preparando um DVD duplo sobre Clóvis Tavares, com história, filmes, entrevistas e algumas orações e leituras de mensagens de Emmanuel feitas por Clóvis Tavares na década de 50, musicadas originalmente pelo Oceano.


É um arquivo histórico e cultural que se desvela através da argúcia histórica e o gênio investigativo de nosso amigo Oceano.

Foi realmente uma noite para não se esquecer.


Saulo Gomes no jornal A CIDADE de Ribeirão Preto


“Chico Xavier foi a maior figura humana que já conheci”, revela o jornalista.

Há 40 anos, Chico Xavier (1910-2002), o médium mais famoso do Brasil, resolveu falar. Até então, o mineiro nascido em Pedro Leopoldo havia desenvolvido uma fobia contra a imprensa por motivos mais que razoáveis. Em 1950, o lendário David Nasser de ‘O Cruzeiro’ aprontou uma das suas numa reportagem que ridicularizava o trabalho do espírita em Uberaba.
Por 18 anos, Chico se negou a falar com jornalistas de todo o Brasil até que um repórter da TV Tupi de São Paulo conseguiu o que parecia impossível: fazer uma longa entrevista com o médium e ainda mostrar pela primeira vez Chico Xavier psicografando uma mensagem.
A reportagem tornou-se um marco jornalístico e agora, quatro décadas depois, é lançada em DVD.
“Saulo Gomes Entrevista Chico Xavier”, distribuído pela empresa Versátil, pelo selo Vídeo Spirite, mostra o médium num momento único. “Falei de tudo com ele. De transplantes de órgãos, bebês de proveta e a conquista do espaço”, recorda o jornalista Saulo Gomes, 80 anos. O carioca Saulo, vivendo em Ribeirão Preto há seis anos, conta que não foi nada fácil convencer o médium a falar, ainda mais para uma emissora de TV. O jornalista lembra que contou com a ajuda dos diretores do sanatório espírita Américo Bairral, de Itapira, São Paulo, para entrar em contato com Chico.
“Fiz uma matéria sobre o sanatório que teve muita repercussão e então pedi a eles uma entrevista com Chico Xavier. Seis meses depois estava indo com uma equipe para Uberaba”, ressalta.
Saulo e mais nove técnicos foram até a cidade num caminhão cheio de equipamentos sem a certeza de que a entrevista seria realizada. Deixou toda a equipe num hotel e foi até a casa do espírita para tentar convencê-lo. “Fiquei das 22h30 até às 4h da madrugada conversando com Chico até que ele resolveu dar a entrevista”, conta.
Cidade contra Cidade
No DVD, produzido pelo documentarista Oceano Vieira de Melo, o repórter também mostra pela primeira vez Chico Xavier psicografando uma mensagem no centro Comunhão Espírita Cristã de Uberaba. Nos extras, com duração de 100 minutos, aparece uma pequena entrevista do médium em que ele confessa ter ficado feliz e surpreso ao se ver pela primeira vez psicografando.
O vídeo também mostra Saulo Gomes reencontrando, 40 anos depois, o historiador, poeta e biógrafo de Chico Xavier, Elias Barbosa ao lado de Dalva Borges, então presidente da Comunhão Espírita Cristã em 1968.
Outra curiosidade nos extras é a participação de Chico no programa “Cidade contra Cidade” apresentado por Sílvio Santos na TV Tupi. O mineiro foi convidado para representar Uberaba no programa e graças a sua presença, a cidade ganharia uma ambulância equipada para a comunidade carente. “Depois do sucesso da entrevista de 1968, ele foi convidado para vários programas de TV e sempre me pedia para acompanhá-lo”, afirma Saulo.
Em 1971, Chico Xavier ainda participaria do célebre programa de entrevistas “Pinga Fogo”, uma espécie de “Roda Viva” da época, em que o médium respondeu várias perguntas por duas horas. O programa também foi lançado em DVD e é um campeão de vendas. “Este programa é considerado um marco para o espiritismo no Brasil”, diz o jornalista que manteve uma amizade com o espírita por mais de três décadas.
“Fui entrevistá-lo como um repórter e não como um espírita. Mas não há dúvida de que minha convivência com Chico mudou a minha vida”, garante Saulo.
Esta amizade deve render um livro para 2009 pela editora Candeia. Com o título “Nosso Chico”, a obra vai mostrar parte do vasto acervo do jornalista que inclui mais de 200 fotos do médium.

SERVIÇO
“Saulo Gomes entrevista Chico Xavier”

LANÇAMENTO DO DVD CHICO XAVIER NO MONITOR CAMPISTA


Mensagens que ficam


Documentário com entrevista inédita do médium Chico Xavier será apresentado
hoje em Campos

DA REDAÇÃO

O médium psicográfico brasileiro mais importante da história em uma entrevista nunca antes apresentada. É o que verão os que comparecerem à Escola Jesus Cristo hoje à noite. A Escola recebe a visita de Oceano Vieira de Melo, diretor da DVD Versátil e da sua parte espírita, a Video Spirite.


Oceano recuperou uma entrevista feita com Chico Xavier (1910 -2002) em 1968, pelo jornalista Saulo Gomes em um material inédito. Saulo é referência no mundo do jornalismo, principalmente para jornalistas que apreciam a arte da investigação, graças principalmente a sua vasta xperiência em crimes que chocaram o país, ajudando a justiça a solucionar estes
casos.


O DVD sobre Chico Xavier será lançado em Campos com uma apresentação audiovisual às 20 horas. Trata-se da primeira entrevista do médium na televisão brasileira, gravada três anos antes de sua participação no programa Pinga-Fogo.


Além dessa entrevista histórica, o DVD traz mais de uma hora de extras, incluindo raros vídeos da época com Chico Xavier.


A Versátil tem produzido também vários DVD´s de Allan Kardec, Chico Xavier e outros.


Tradicional em Campos, a Escola Jesus Cristo é uma Instituição Espírita de Cultura e Caridade, fundada em 27 de outubro de 1935 por Clóvis Tavares sob inspiração espiritual de Nina Arueira.


LANÇAMENTO DE DVD SAULO GOMES ENTREVISTA CHICO XAVIER EM 1968


Hoje 05/12/2008
A partir das 20h
Na Escola Jesus Cristo - Rua dos Goytacazes, 177 - Lapa
Entrada Franca

quinta-feira, dezembro 04, 2008

QUEM É O JORNALISTA SAULO GOMES?


Saulo Gomes (esquerda) e Renato Galvão

04 Abril 2008

Entrevista com Saulo Gomes
Saulo Gomes é referência no mundo do jornalismo, principalmente para jornalistas que apreciam a arte da investigação, devido sua vasta experiência em crimes que chocaram o país, ajudando a justiça para solucionar estes casos.


Renato Galvão – Quando, onde o senhor nasceu e como foi sua infância e adolescência?


Saulo Gomes – Nasci em 02 de maio de 1.928, no Rio de Janeiro. Fui criado pela minha avó, tive uma infância e adolescência pobre e sofrida.Renato Galvão – O que era o seu trabalho com a pirafogia?Saulo Gomes – Quando jovem, trabalhei em circo e parque de diversões onde a atração mais aguardada, e que causava muita sensação, era a que eu "engolia fogo".


Renato Galvão – Tudo começou na Rádio Continental, como chegou até ela e como foi a passagem para a TV Tupi?


Saulo Gomes – Em dezembro de 1.955 disputei, com quase duzentos jovens, uma vaga para repórter na mais famosa equipe de rádio jornalismo do Brasil: "Comandos Continental". Em 1.966 vim para São Paulo trabalhar na TV Tupi onde obtive muito sucesso desempenhando meu trabalho de jornalista investigativo.Renato Galvão – O senhor foi uma espécie de repórter político, credenciado pela Câmara Federal?Saulo Gomes – Sim. Fui repórter político de 1956 a 1960 (até a mudança da capital para Brasília) e sempre cumpri minha missão com responsabilidade e imparcialidade.


Renato Galvão – Chegou a ser exilado, quando e para onde?

Saulo Gomes – Fui exilado, em 1964, para o Uruguai.


Renato Galvão – Sempre gostou do jornalismo investigativo?


Saulo Gomes – Sim, o jornalismo investigativo sempre me atraiu.


Renato Galvão – Como foi desvendar todo o enredo do crime da Fera da Penha? Este caso fez com que o seu reconhecimento para todo o Brasil chegasse?


Saulo Gomes – Essa reportagem foi, sem dúvida, uma das mais importantes de minha vida profissional. O reconhecimento do meu trabalho não foi exclusivamente por esse caso, foi conquistado ao longo de toda minha carreira de 52 anos, do meu trabalho feito com responsabilidade.


Renato Galvão – Quais crimes ajudou a justiça a desvendar no país?


Saulo Gomes – Alguns na década de 50, como o caso Aída Curi; na década de 60, o caso Fera da Penha; em 1.967, o Bandido da Luz Vermelha; em 1.999, o Maníaco do Parque; e muitos outros.


Renato Galvão – Algum criminoso lhe chamou a atenção pela frieza ou até pelo fingimento?


Saulo Gomes – Sim. Os principais: o Bandido da Luz Vermelha e o Maníaco do Parque.


Renato Galvão – Qual tua ligação com a história de Chico Xavier, e porque o filho dele move dois processos contra o senhor?


Saulo Gomes – Tive o privilégio de trazer o médium Chico Xavier para a TV Tupi, em maio de 1968. A partir daí acompanhei suas atividades, sempre muito de perto. Esse processo surgiu das denúncias que fiz, em vários programas de rádio e TV, dos maus tratos que Chico sofria nas mãos dele.


Renato Galvão – Fora esses dois processos, foi absolvido de 104. Qual a razão deste sucesso?


Saulo Gomes – Nunca distorci um fato e sempre apresentei provas de tudo o que falei.


Renato Galvão – Como foi a passagem pela TV Record no fim dos anos 90, liderando audiência no Ratinho e Leão Livre?


Saulo Gomes – Foi muito gratificante para minha carreira. Aprendi muito com Ratinho, com Gilberto Barros e com outros profissionais com que trabalhei.


Renato Galvão – Quantos livros lançou, quais são eles, e atualmente participa de alguma academia de letras?


Saulo Gomes – Em 1.996 lancei "O último vôo", onde denuncio os elementos técnicos e humanos que contribuíram para o acidente dos Mamonas Assassinas. Está esgotado, brevemente estarei lançando uma edição atualizada. Em 2.002 lancei "Quem matou Che Guevara" no Brasil, em 2.004 na Itália. Atualmente foi lançada a 9ª edição em formato "poket". Atualmente ocupo a cadeira 28 da Academia Ribeirãopretana de Letras.


Renato Galvão – Como está a vida do senhor hoje?


Saulo Gomes – Hoje eu me dedico a recuperar meu arquivo de 52 anos de profissão e estou passando minhas reportagens mais marcantes para livros e DVDs. Já lancei o DVD duplo, "Pinga-Fogo", com Chico Xavier.


Renato Galvão – Queria lhe agradecer e que deixasse uma mensagem para os jornalistas que pretendem seguir na área investigativa, alguma dica e os riscos que há na profissão.


Saulo Gomes - Não há uma dica. O importante é gostar do que faz. Imparcialidade, honestidade, independência, responsabilidade e, muitas vezes, coragem, são fatores primordiais para que um jornalista investigativo chegue a bom êxito. O jornalista que não souber trabalhar em cima desta cartilha, pior que o risco de vida, poderá ter seu nome comprometido para sempre.

LANÇAMENTO: Saulo Gomes entrevista Chico Xavier



LANÇAMENTO EM CAMPOS: ESCOLA JESUS CRISTO, DIA 05/12/2008 ÀS 20 horas, com a prsença do produtor Oceano Vieira de Melo que responderá a perguntas e trará uma surpresa aos presentes.

A DVD Versátil, através de seu selo Vídeo Spirite, apresenta:


Saulo Gomes Entrevista Chico Xavier em 1968 ,



que traz a primeira entrevista do médium Espírita Chico Xavier (1910 -2002) na televisão brasileira gravada três anos antes de sua participação no programa Pinga-Fogo.



Além dessa entrevista histórica realizada pelo jornalista Saulo Gomes, este DVD traz mais de uma hora de extras, incluindo raros vídeos da época com Chico Xavier.


Dados Técnicos Produção

Categoria: Documentário
Ano: 1968
País: Brasil
Região: 4
Cor: Preto e Branco
Duração: 90 minutos
Idiomas: Português
Audio: Dolby Digital 2.0
Recomendação: Livre
Formato da Tela: Fullscreen 1.33:1
Extras: Uberaba, 40 anos depois; O filho de Humberto de Campos encontra Chico Xavier;
Chico Xavier cumprimenta o povo de São Paulo (1968),
Chico se vê pela primeira vez na TV (1968),
Chico Xavier no programa "Cidade contra Cidade" de Sílvio Santos (somente áudio).


Título: Saulo Gomes entrevista Chico Xavier
Título Original: Saulo Gomes entrevista Chico Xavier em 1968
Produtora: Versatil
Elenco: Chico Xavier, Saulo Gomes
Diretor: Oceano Vieira de Melo

quarta-feira, dezembro 03, 2008

OCEANO VIERA DE MELO EM CAMPOS no lançamento de novo DVD Chico Xavier

Sônia e Oceano Vieira de Melo


Nesta Sexta Feira, 05 de dezembro, receberemos a visita ilustre do Sr.OCEANO VIEIRA DE MELO, diretor da DVD Versátil e da sua parteespírita, a Video Spirite.

A Versátil tem produzido vários DVD´s de Kardec, Eurípedes, ChicoXavier e outros.Dessa vez, Oceano recuperou uma entrevista feita com Chico em 1968 ,pelo Saulo Gomes e jamais apresentada.

O DVD novo sobre Chico Xavier será lançado em Campos na Escola JesusCristo, com uma bela apresentação audio-visual às 20 horas.

Contamos com a presença preciosa de todos a quem prometemos uma gratificante surpresa. Quem comparecer, e apenas quem comparecer verá.


Até 05/12!Flávio Mussa Tavares

quinta-feira, novembro 27, 2008

Um programa para o futuro próximo




Com o lançamento dos livros "João Batista" e "Rocha dos Séculos", penso que é possível buscar o delineamento de um futuro próximo.

João Batista nos propõe uma revisão de nossos padrões de comportamento. Ele foi um grande psicólogo e adotou um métido cognitivo comprtamental. Ele procurava não entrar em profundas especulações sobre o nosso passado e nem mesmo buscar as causas de nossas dores em nossas privações ou carências. Seu método consistia num inventário moral e num renascimento em nova perspectiva.

Sabia ele, intuitivamente, que o nosso cérebro constrói padrões comprtamentais que são nada mais que estratégias que funcionam na prática. Por exemplo, a rebeldia funciona, o egoismo funciona, a ambição, a ira, a violência, a inveja, a gula. Todas estas técnicas são empregadas automaticamente por nós na infância e muitas delas permanecem após a idade madura. Isso prova que não amadurecemos espiritualmente.

João Batista reprogramava o nosso cérebro para agir de modo diferente. No altruísmo, na cordialidade, no esquecimento das mágoas, na brandura, na ausência de vaidade e de ambição, na simplicidade, na negação dos desejos inferiores.

os discípulos de João Batista estão maduros para receber a mensagem do Sermão da Montanha, um programa de ação para gigantes espirituais.

Com a compreensão da mensagem da Rocha dos Séculos, podemos saber que somos todos cosntrutores. Construimos o nosso presente a partir de nosso passado e o nosso futuro por nosso presente.

Portanto é possível programar nossa vida atual e até mesmo a nossa vida próxima.

Com base na sequência apresentada a nós por Çaquia Muni, Sidharta Gautama, o Buda, conhecida como cadeia búdica, pode-se conhecer um pouco de nossas estratégias de vida e da possibilidade de revertermos algumas tendências atuais e além disso programarmos a futura.


Diz o texto:




VIGIE SEUS PENSAMENTOS, ELES SE TORNARÃO SEUS DESEJOS.

VIGIE SEUS DESEJOS, ELES SE TORNARÃO SUAS PALAVRAS.

VIGIE SUAS PALAVRAS, ELAS SE TORNARÃO SUAS AÇÕES.

VIGIE SUAS AÇÕES, POIS SE TORNARÃO UM HÁBITO.

VIGIE SEUS HÁBITOS, POIS SE TORNARÃO SEU CARÁTER.

VIGIE SEU CARÁTER, POIS CONSTRUIRÁ SEU DESTINO.




Percebe-se que em cada elemento da cadeia a atuação é diferente. Para vigiar os nossos pensamentos e os nossos desejos, pode-se buscar ajuda psicológica e a Religião. Esta última tem sido ao longo dos séculos a nossa grande ferramenta de equilíbrio. Não fossem as restrições aos pensamentos e aos desejos impostos por uma religiosidade ainda autoritária, muitas palavras e muitas ações más teriam sido efetivadas. Mais do que as que aconteceram em nosso passado.




Foi a repressão de maus pensamentos, de desejos inferiores e de palavras vãs, impostos pelo medo que permitiru que uma parcela da humanidade renascesse na atualidade livre de muitas pulsões autoritárias do corpo sobre o espírito.




Para vigiar as ações é possível a ajuda repressora da Religião, pois muitos deixam de cometer atos oriundos da ira, por causa de uma proibição moral. É tão útil dizer a uma criança: "não bata na mamãe, faça carinho", quanto a um adulto: " se der vontade de revidar, não o faça, esqueça." A repressão da violência que mora dentro de nós impedirá que ela se converta em um hábito, isto é violência por impulso, involuntária, quase que indomável.




Quanto aos hábitos, que surgem hoje considerados como comprtamentos compulsivos, obsessivo-compulsivos, os chamados TOC, a religião sozinha é insuficiente. É necessária a atuação de um psicólogo cognitivo-comportamental que ajude o paciente a libertar-se das "ordens" inatas para a ação inconveniente ou anti-social.




Se o caráter está envolvido e o indivíduo é incapaz mesmo de sentir o desconforto do mau hábito, só mesmo através da psicofarmacologia é que poderá ser domesticada a sua personalidade doentia.




Portanto, reveste-se da maior importância a leitura do "João Batista" e do "Rocha dos Séculos" abrindo um canal para a nossa programação do futuro próximo.









sábado, novembro 22, 2008

LE PETIT LIVRE DES SPRITS


A Escritora espírita Laura Bergallo, ganhadora do Prêmio Jabuti de literatura infanto-juvenil em 2007, acaba de ter seu sucesso editorial "O Livrinho dos Espíritos" traduzido e lançado em francês, como "Le Petit Livre des Esprits".


O lançamento foi feito pelo CESAK e a tradução é da laboriosa e competente Claudia Bonmartin. Os direitos autorais da obra em francês foram doados para obras sociais na França, da mesma forma que os da obra em protuguês o foram para o Centro Espírita Leon Denis, no Rio de Janeiro.



Le petit livre des Esprits Avec ce petit grand livre, le CESAK de Paris plonge dans une nouvelle aventure. Cette fois-ci, elle touche notre "espoir d'avenir" qui sont les enfants et les jeunes de notre France et de la francophonie.Le but de cette collection est d'apporter, à ce public très spécial, les premières notions de la morale de Jésus à la lumière de l'enseignement des Esprits, codifié par Allan Kardec.


Ainsi, tous les livres qui y trouveront leur place prendront la précaution d'adapter leur langage et leur contenu aux tout petits et aux jeunes.En ce qui concerne le présent ouvrage, il est plus particulièrement destiné aux préadolescents voire mêmes aux adolescents. Il les aidera à acquérir une approche progressive du magistral "Le Livre des Esprits", car seulement 114 questions sur les 1019 y sont traitées.


Il servira aussi à l'occasion des études familiales, où parents et enfants se réunissent pour prier et pour réfléchir avec l'oeuvre de base du Spiritisme.Dès a publication en 2007, par les Editions du CELD (Centre Spirite Léon Denis, fondé par notre regretté et très cher ami Altivo Pamphiro) de Rio de Janeiro/Brésil, en hommage aux 150 ans du "Le Livre des Esprits", il est resté, pendant des mois, au premier rang des ventes de livres pour la jeunesse.


Jusqu'à présent, il se maintient entre les 5 et 10 écrits les plus vendus pour cette tranche d'âge.Il est intéressant de noter l'observation de certains libraires concernant les adultes qui achètent ce livre car, disent-ils, ils veulent aussi venir en douceur à la connaissance spirite.


Nous, les membres du CESAK de Paris, remercions l'auteur Laura Bergallo, et son mari Gilberto Cardoso qui a contribué à la réalisation de cet ouvrage, pour nous avoir cédé gracieusement ses droits en langue française.Nous remerçions spécialement Ghislaine Massin, pour son infatigable travail de révision et de mise en page, ainsi que les membres de notre Centre qui ont participé à cette réalisation.


Nous adressons aussi un grand merci à tous ceux et celles qui en lisant ce livre soutiennent notre initiative et participent à notre aventure.


Fraternellement Claudia BONMARTIN Au nom des membres du CESAK de Paris Le 15 septembre 2008.

Claudia BONMARTIN Fondatrice du CESAK de Paris Ce livre n'est pas disponible actuellement en librairie mais vous pouvez me contacter pour toute commande, il est vendu au prix de 9 euros, port en sus.

sexta-feira, novembro 21, 2008

Uma pálida homenagem ao poeta Antônio Roberto Fernandes


Antônio Roberto abrilhantou uma vez um jantar beneficente da Escola Jesus Cristo interpretando uma linda poesia sobre o sol e a lua, que ainda não encontrei.


Disse também o poema "Mas..." o qual reproduzo abaixo, rogando a Deus pela alma bela do poeta simples e despretensioso, modesto e carinhoso, amigo e sincero que despediu-se desse mundo após um mês de angustiosa internação em UTI.


Que Deus receba e abençoe Antônio Roberto Fernandes:


Mas...


E eu que achei que a lua não brilhasse

sobre os mortos no campo da guerrilha,

sobre a relva que encobre a armadilha

ou sobre o esconderijo da quadrilha,

mas brilha.

.

E achei que nenhum pássaro cantassese

um lavrador não mais colhe o que planta,

se uma família vai dormir sem janta

om um soluço preso na garganta,

mas canta.

.

Também pensei que a chuva não regasse

a folha cujo leite queima e cega,

a carnívora flor que o cego inseto pega

ou o espinho oculto na macega,

mas rega.

.

Pensei também que o orvalho não beijasse

a venenosa cobra que rasteja

no silêncio da noite sertaneja

sobre a ruína de esquecida igreja,

mas beija.

.

Imaginei que a água não lavasse

o chicote que em sangue se deprava

quando, de forma monstruosa e brava,

abre trilhas de dor na pele escrava,

mas lava.

.

Apostei que nenhuma borboleta

-por ser um vivo exemplo de esperança-

dançaria contente, leve e mansa

sobre o túmulo em flor de uma criança,

mas dança.

.

Por isso achei que eu não mais fizesse

poema algum após tanto embaraço,

tanta decepção, tanto cansaço

e tanta espera, em vão, por teu abraço,

mas faço.

.

.

.

A Paz, Antônio Roberto...


quinta-feira, novembro 20, 2008

UMEC- União das Mocidades Espíritas de Campos



Já existe de fato a União das Mocidades Espíritas de Campos- UMEC.

Não se constituíram como sociedade civil organizada, mas existem de fato e de fato representam os interesses da maioria esmagadora dos jovens espíritas de Campos.

Em geral, as mocidades dos centros espíritas não são entidades jurídicas em si, mas apenas departamentos juvenis dos mesmos.

Legalmente falando não existem mocidades espíritas na nossa cidade.

Legalmente falando não existe a UMEC.

Mas saindo do "mundo do direito" e entrando no "mundo de fato", existe uma coordenadoria formada por jovens integrantes dos diversos departamentos juvenis de quase todos os centros espíritas de Campos.

Essa coordenadoria de fato, formada por jovens idealistas, coordena um ou dois eventos anuais: um junino e outro esportivo, antecedido de oração e uma breve discussão de temática jovem no espírito doutrinário.

Estes valentes garotos não se importam de perder tardes de domingo do ano inteiro, cuidando antecipadamente de todos os mínimos detalhes, a fim de que nada ocorra no campo do imprevisível que não haja sido antecipada em soluções.

Este grupo coerentemente com suas convicções filosóficas e religiosas, abraçou uma causa e a tem vivido intensamente por cerca de três anos.

Não são espíritos puros.

Não estão na maturidade da vida.

Não tem ainda deveres da paternidade e da maternidade, embora alguns já estejam inseridos no mercado de trabalho.

Encaram o Espiritismo como um firme propósito em suas vidas.

Eles têm metas a curto e longo prazo e nelas o Espiritismo está incluído.

Em suas reuniões e deliberações, muitas vezes exaustivas, há pequenos abalos emocionais. Nestes momentos , nossos condôminos desencarnados ainda desorientados na fé, buscam semear cizânia. Todavia, mesmo nos momentos em que as opiniões são dissonantes, a vigilância e as orações têm sido o principal elemento de coesão do grupo.

A UMEC existe de fato. Ela não necessita de formalização legal, uma vez que ela reúne entidades que também não existem juridicamente.

O Grupo autodenomina-se "Cemec" inapropriadamente, pois a sigla Cemec designa uma "confraternização esportiva das mocidades espíritas de Campos". Obviamente, o grupo não pode ser o grupo da Confraternização Esportiva o ano inteiro. O grupo organiza uma festa junina , que é chamada "Arraiá do Cemec". Então, é o arraial da "confratenização espotiva"...?

Já é hora de o grupo autodenominar-se UMEC.

Não precisa fazer um estatuto e registrar em cartório. Não precisa ser pessoa jurídica. Não precisa da autorização dos demais órgãos federativos e nem mesmo dos centros espíritas. Por que?

Por que é uma organização informal !

Mas como entidade informal ela pode ter uma sede rotativa, nas casas dos integrantes. Pode marcar eleições bianuais em um de seus eventos. Pode organizar um evento no estilo de um conclave, encontro ou congresso de dois dias por exemplo. Pode manter a festa junina da UMEC, o CEMEC (Confratenização Esportiva da Umec). Pode fazer campanhas diversas.

Pode fazer muitas coisas que a imaginação criativa e conectada em banda larga com os mensageiros do bem tiver vontade. E a vontade é uma mola mestra da caridade.

Portanto, sem que eu queira interferir na liberdade de autoorganização destas criaturinhas maravilhosas e nem imiscuir-me em assuntos que não são meus, assumo que a UMEC existe. É hoje uma realidade, é atuante, é autêntca, é democrática, é espírita, é cristã, enfim, é legítima enfim aos olhos de Deus.

E que Ele, nosso Pai e Pai da humanidade e da vida, ilumine a juventude em todos os seus ideais, proteja em todos os seus caminhos e a inspire em todas as suas deliberações.

Um beijo carinhoso do "pai da Juju", Flávio.

sábado, novembro 15, 2008

EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA



Antes de entrar no tema específico que é a afirmativa antológica do Mestre, lembro que esta afirmativa é um diálogo que Jesus teve com Marta, irmã de Lázaro, quando esta lamentou a morte do irmão diante do Rabi.


Antes de receber a notícia da doença grave de Lázaro, Jesus estava em Jerusalém, próximo de Betânia. Ali Jesus falou no Templo e afirmou para os Fariseus que era o Messias. Eles revoltaram-se e tentaram apedrejar a Jesus. Mas o texto de João capítulo 10, diz que Jesus ausentou-se do meio deles.


Foi para a região para além do Rio Jordão, provavelmente na Peréia. Jesus recebeu a notícia da enfermidade grave de seu amigo Lázaro, de Betânia, mas demorou-se dois dias para retornar à Judéia (Jo 11:6-7). Resolveu então retornar à Judéia por causa de Lázaro, retornando na direção de Betânia. Os discípulos se admiraram de Ele querer voltar à Judéia, pois dois dias antes os fariseus tentaram matá-lo. E afirmou então para os discípulos que Lázaro estava morto, mas que ele preferiu permanecer ainda dois dias além do Jordão, para que os judeus acreditassem Nele. (Jo 11:14-15)


Neste momento, Tomé toma uma atitude corajosa, concita os irmãos a irem com Jesus para a Judéia para morrerem juntos com o Mestre (Jo 11:16). Isso é muito importante, por que a personalidade de Tomé é sempre lembrada como aquele que não acreditou na Ressurreição de Jesus. Ele é mais lembrado por esse mau momento em que, frustrado por ter sido o único que não presenciou a entrada de Jesus no Cenáculo após a Ressurreição, deixou escapar,

inadvertidamente algo que o marcou. A afirmativa de que só creria se colocasse a mão nas feridas de Jesus. Foi um momento de invigilância, que não deve ser tomado como uma marca registrada de Tomé: a falta de fé. Dizem os céticos: “sou como Tomé, só acredito vendo”. Isso é uma injustiça com um discípulo que se dispôs a morrer junto com Jesus. Esta demonstração de coragem o reabilita inteiramente: “Vamos para morrer com ele!”


E retornaram à Judéia Jesus e os discípulos à Judéia, para a cidade de Betânia. Ainda nos arredores da cidade, Marta, quando avisada que o Mestre vinha, foi ao seu encontro. Maria também soube, mas permaneceu em casa (Jo 11:20). Este momento também é muito importante por causa da determinação de Marta. Ela que é vítima de ter sido marcada por um momento imprudente, quando pede a Jesus que mande Maria vir trabalhar com ela e é admoestada pelo Mestre (Lc 10:41). Marta, assim como Tomé, é também injustiçada, e que neste belo episódio narrado por João, é também reabilitada maravilhosamente. Aqui Marta é corajosa, decidida e verdadeiramente movida pela fé. Ela diz a Jesus que acreditava que seu irmão ressuscitaria no dia do Juízo e Jesus lhe responde, para a eternidade:


“Eu sou a Ressurreição e a Vida. Aquele que crê em mim, ainda que venha a morrer no corpo, viverá; e todo aquele que vivendo crer em mim, jamais conhecerá a morte.” (Jo 11:25) E depois perguntou a Marta: “Crês tu nisto?”(idem)


Essa é a questão que nos fica, das chamadas eternas perguntas de Jesus: Cremos nós nisto? Vivemos como quem crê nisto, ou seja que Jesus dá vida a quem já terminou a vida corporal e torna imortal a todo que ainda não conheceu a morte física?


Esta afirmativa do Mestre é uma reafirmação de outra sentença proferida anteriormente: “Quem ouve a minha palavra e crê Naquele que me enviou, não entra em juízo; já passou da morte para a vida.” (Jo 5:24)


Como pode-se ainda que morto, viver? Vive, por que alcança um estado glorioso da existência, com um corpo iluminado, livre das transitórias reações biológicas dos corpos físicos. Vive em plenitude, muito mais que muitos vivos, que vivem como mortos.


Há indivíduos que passam a vida com medo da morte. Um medo exagerado, estado de pânico, com sensação de morte iminente, acompanhada de desconforto físico na região do coração. Vai ao pronto-socorro, faz o eletrocardiograma e não acha nada. A pressão está normal ou levemente aumentada, acompanhada de uma taquicardia benigna, que não vai prejudicá-lo. Mas a pessoa acha que está morrendo. Geralmente melhora com tranqüilizantes e com o sono induzido. Essas pessoas que vivem com medo da morte, são mortas na vida. Vivenciam de tal maneira a sua morte que sabem qual é a sensação da morte, sem nunca haverem morrido antes. Pelo menos nesta vida. Mas as memórias de suas desencarnações e dos lamentáveis estados pós-morte em que entraram, estão pressentes.


Crer em Jesus e em Quem enviou Jesus é passar do estado da pânico da morte para a alegria da Vida na Ressurreição!


Todavia o corpo morre! Jesus mesmo disse isso de seu amigo: “Lázaro está morto.” (Jo 11:14) Mas a vontade de crer, a persistência em estudar as leis de Deus, de entender que morte é parte da vida, desfaz a aparente vitória desta, como nos disse Paulo: “Onde está ó morte a tua vitória? Onde está ó morte o teu aguilhão?” (I Cor 15:55)


E que é então a Ressurreição?

Pois que Lázaro voltou a morrer.

Lázaro alguns anos mais tarde desencarnou realmente. Ressurreição é um estado de recuperação da vitalidade do espírito. Um a vez Jesus foi interrogado pelos saduceus, que eram como os agnósticos de hoje, isto é, não cogitavam da vida após a morte. Ignoravam as coisas espirituais, viviam para o momento, como os romanos: “Comamos e bebamos que amanhã morreremos.”


“No mesmo dia chegaram junto dele os saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram, dizendo: Mestre, Moisés disse: Se morrer alguém, não tendo filhos, casará o seu irmão com a mulher dele, e suscitará descendência a seu irmão. Ora, houve entre nós sete irmãos; e o primeiro, tendo casado, morreu e, não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão. Da mesma sorte o segundo, e o terceiro, até ao sétimo; Por fim, depois de todos, morreu também a mulher. Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será a mulher, visto que todos a possuíram?” (Mt 22:23-28)
Propuseram a Jesus uma situação absolutamente inverossímel, mas cometeram um erro que Jesus imediatamente apontou: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus. Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu. E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.” (Mt 22: 29-32)


Na Ressurreição os seres em seus novos corpos, que não são os corpos físicos, não têm mais diferenciação sexual e não farão a reprodução sexuada da forma como é feita na terra. Neste novo estado de alma que um dia alcançaremos, seremos apenas espírito (“como anjos no céu”)> Não seremos anjos, mas como anjos, da mesma natureza, isto é, espiritual, como os espíritos puros, chamados anjos.


Assim, ressurreição não é na carne, mas no espírito.


O último capítulo de O Livro dos Espíritos, a questão 1010 é: “O dogma da ressurreição da carne será a consagração da reencarnação ensinada pelos Espíritos? Como quereríeis que fosse de outro modo? Conforme sucede com tantas outras, estas palavras só parecem despropositadas, no entender de algumas pessoas, porque as tomam ao pé da letra.[...]”


Criou-se um dogma da ressurreição na carne, por não se entender o que é a reencarnação, pois a única forma de se alcançar a purificação de nossa vontade, de nosso pensamento, nosso sentimento, nossas emoções, nossas predisposições, nossos hábitos é a reencarnação. A reencarnação, é a Ressurreição na Carne ensinada pela Igreja.


Mas a Ressurreição ensinada por Jesus é um estado de alma ainda muito distante de nossa realidade quando habitaremos corpos gloriosos como revelou Paulo na sua primeira epístola aos Coríntios: “E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres.”(I Co 15:40).


O nosso corpo físico alcança o seu bom momento quando se depura das doenças, quando se limpa das pressões instintivas que os levam aos vícios. E nosso corpo celeste, espiritual encontra seu momento ótimo quando alcança o estado tal que não necessitará mais da reencarnação como processo depurativo. É por isso que Jesus disse que crer nele, em última análise liberta o ser humano do ciclo das reencarnações.

terça-feira, novembro 11, 2008

Wallace Leal Rodrigues entrevista Clóvis Tavares na RIE






Entrevistando CLÓVIS TAVARES.
Autor de magníficas obras espíritas fala à
Revista Internaciona de Espiritismo. RIE-1968

1- Clóvis, você assistiu a passagens importantes do Espiritismo em nosso país, além do depoimento que prestou sobre o médium mineiro, Chico Xavier...Entretanto a nossa primeira pergunta é a seguinte: Onde, quando e como se tornou espírita?

- Já que você se refere ao meu singelo depoimento sobre o nosso querido Chico, permita-me lembrar-lhe, caro Wallace, que acredito haver no “Trinta anos com chico Xavier” revelado, de escantilhão, o onde o quando e o como de minha adesão à nossa Doutrina Libertadora. Foi aqui em Campos, em 1935 e assim: Meu coração estava esmagado pelo mistério da morte – consinta-me usar as expressões tomadas ao meu livro sobre o venerável Xavier... Acabara de perder, assim o julgava na cegueira do meu materialismo, aquela que me fora noiva carinhosa e continua sendo o anjo tutelar de minha vida, Nina Arueira. Como uma folha na tempestade, deixara de lado livros e apostilas e voltava aflito, às inquirições de minha fé perdida, que ficara longe, esquecida entre as lembrqanças mais amadas de minha aldeia natal....Cria e não cria, mas queira crer...(...). Foi esntão que a mão de Deus, desceu cheia de piedade sobre minha dor. Companheiro amigo, talves do Crupo João Batista, me colocou na mão modesto folheto de difusão do Espiritismo. Quem fora ele? Virgílio Paula? Amaro Lessa? Bonifácio de Carvalho?Serafim de Almeida?Domingos Guimarães? Inicêncio Noronha?: ...Minha maméira, também mortificada, não mais o identifica hoje. Mas que Deus o abençôe, perdoando-me a retentiva ingrata.
Não me esqueço, porém, do folheto abençoado, que numa página transcrevia uns poucos verso do Parnaso de Além Túmulo....
Aqui encerro a transcrição, Wallace, para dizer-lhe que a esclarecedora publicação transcrevia algumas quadras de Guerra Junqueiro, duas estrofes de Augusto dos Anjos e algumas outras de Castro Alves...Senti-os redivivos, vencedores do túmulo e da morte...AS fortalezas do meu ceticismo ruiam no mais íntimo de minha consciência.
Mais tarde, inúmeras mensagens de amigos e benfeitores espirituais, por intermédio de Francisco Cândido Xavier, me trouxeram novos elementos à convicção, hoje inabalável, da imortalidade da alma.


2. Quantos livros tem publicados? Com qual estreou? Qual lhe deu maior prazer?

- Bem pequena e muito pobre é a minha bagagem, caro Wallace. Apenas dez volumes, quase todos de literatura infantil. O primeiro foi Sementeira Cristã, com carinhoso prefácio de Leopoldo Machado, iniciando a coleção de três, com o mesmo título, destinados à infância e a juventude espírita.
Não é nova, você sabe, a imagem que compara o livro a um filho...Quem escreve, naturalmente ama seus livros, qual pai o u mãe, ama os rebentos de sua carne. São eles também filhos do coração, do espírito. Para ser sincero, amo-os a todos, embora lembre como se fosse hoje, o nascimento do primeiro filhinho, o Sementeira Cristã. Recordo-me das palavras de carinho com que o saudoso amido, Dr. Gillon Ribeiro, o inolvidável presidente da Casa de Ismael, o apresentou nas páginas do Reformador. Comovem-me ainda hoje as expressões de bondade e estímulo com que o mesmo generoso benfeitor apresentou o terceiro volume da série Sementeira Cristã num extrato de catálogo da FEB na edição princéps de Nossa Lar, o magnífico livro-revelação de André Luiz...
Não posso fugir a uma referência especial à publicação de outro livrinho que me encheu o coração de contentamento, tais as doces recordações de Jesus de que ele está repleto. Trata-se de Histórias que Jesus contou, edição da LAKE. Às recordações das parábolas de Cristo juntam-se dois motivos fortíssimos de júbilo espiritual: o prefácio é de Emmanuel, recebido por Chico Xavier e as ilustrações do querdo Jô, nosso admirável Joaquim alves, a quem todos amamos...
Mas não posso esquecer a indefinível alegria que se misturou às silenciosas e humildes orações de um dia inesquecível, 29 de setembro. Foi nessa data, que recorda a desencarnação da generosa mãezinha de nosso chico, alma querida, que aprendemos a amar desde a leitura do Cartas de uma Morta, foi nessa data, no ano próximo passado 1967, que me chegou às mãos, lindamente vestido pelos cuidados artísticos de Joaqum Alves e dos irmãos Saraiva, em caprichosa Edição Calvário, o meu caçula ( e que não ama com ternura especial um caçulê?)- o Trinta Anos com Chico Xavier...

2. Como e porquê se decidiu a escrever Trinta Anos com Chico Xavier?

-Sobretudo, pensando no futuro, meu caro Wallace. No mundo de contradiçõesm em que vivemos, creio que é simples dever, testemunhar a verdade que vemos, que sentimos e que nos felicita. A vida de Chico Xavier, a do homem e a do médium, sem dicotomia, é uma saga maravilhosa. Quem o conhece há trinta e dois anos, qual acontece comigo, sente irrefreável necessidade de dar aos seus contemnporâneos, e, por que não dizer?, também aos pósteros, um testemunho de consciência e de coração. Recordo-me de uma expressão de Fócion Serpa, autor de A Vida Gloriosa de Oswaldo Cruz, que Gastão Pereira da Silva recolheu em seu romance do grande sábio brasileiro: “Cada um de nós deve um livro a Oswaldo Cruz”...Penso em você, Wallace, penso em Jô, em Peralva, no Arnaldo Rocha...penso que cada um de nós deve um livroa Chico Xavier. Foi por assim pensar e por bem sentir que escrevi, com alma e coração, meu singelo documento de provas vivas da imortalidade, o Trinta Anos com Chico Xavier.

3. Armazenando tantas lembranças formosas, qual acha Você que foi o maior momento de sua vida como espírita?

- Difícil resposta, caro Wallace ... Realmente, como diz Você, minha lma tem armazenado formosas lembranças, além de dádivas preciosíssimas, na pauta da divina misericórdia. Cada uma dessas recordações inesquecíveis, cada gesto de compaixão do Alto tem profundo significado par aminha alma sem méritos...Foram assim, muitos momentos de ventura espiritual que tenho experimentado. O reencontro com antigas e abençoadas amizades do passado sempre constitui para mim um ponto alto de indefiníveis emoções...A paisagem de Pedro Leopoldo, com todo o conteúdo espiritual da missão de nosso Chico, traduz para o meu coração um momento de Vida Eterna...
- Leonardo da Vinci nos fala da alegria de compreender. Junto de tantas almas bondoas que tem felicitado minha vida, com a exemplaridade de sua existência, venho conhecendo, mais e mais, e a alegria de sentir a beleza inefável da Doutrina Espírita qual força transformadora de nossos espíritos, impulsinonado-nos para o conhecimento elevado e, acimda de tudo, para o Amor de Deus com o serviço ao próximo.
Sempre que consigo experimentar essa alegria do sentir maior que a de Da Vinci, considero-me nos melhores momentos de minha vida.

4. O que acha de mais significativo no Espiritismo no Brasil?

Aquela admirável mensagem do Espírito de Verdade, que Allan Kardec incluiu em O Evangelho Segundo o Espiritismo, recomenda-nos: “ Espíritas, amai-vos, este o primeiro mandamento, instruí-vos, este o segundo.”
O que mais me encanta, o que mais significativo me parecebrilhar no trabalho missionário da Terceira Revelação na Pátria do Evangelho é justamente esta ânsia, este desejo de cumprir os dois ensinamentos do Espírito de Verdade. Desde os centros mais cultos, das maiores e mais veneráveis instituições espíritas até os mais modestos templos e cenáculos do interior do Brasil, já se nota, Deus louvado, o santo desejo de fazer da Doutrina Espírita um movimento de educação espirtual que não dispensa oexercício do amor cristão e da caridade legítima. Essa aliança do livro espírita e da fratenidade evangélica em nossas instituições doutrinárias me parece o que há de mais belo e de mais significativo no Espiritismo em nossa pátria.

5. Excluindo Chico Xavier, qual o vulto espírita que mais o impressionou? Por que?


Caro Wallace, permita-me que pluralize a resposta. Além do nosso grande Chico Xavier, honro-me e alegro-me por Ter conhecido pessoalmente grandes ebelas almas que dignificaram com o seu apostolado de amor a seara do Espiritismo no Brasil. Reporto-me àquelas que já se promoveram ao Mundo Maior e às quais sou agradecido pelas lições espirtuais que me comuincam: Dr. Guillon Ribeiro, Manuel Quintão, Prof. Cícero Pereira, Leopoldo Machado, Inácio Bittencourt, Virgílio Paula, Bonifácio de Carvalho, Dr. Camilo Chaves, Dr. Carlos Lomba, Dr. Lins de Vasconcelos, Antônio Sampaio Júnior, D. Marília Barbosa, José Cândido Xavier, Vinícius, Francisco Spinelli, a poetisa Maria Dolores e muitos outros...Teria qe apresentar outra grande lista de companheiros e amigos encarnados, se quisesse ou pudesse expressar-lhes, desse modo, meu profundo reconhecimento e a mais viva admiração.

6. O que Você acha que está errado no Espiritismo no Brasil?


Evidentemente há falhas, maiores ou menores, no esforço de nossos seareiros de nossa dourina no Brasil. Sou entretanto, dos que admitem que, de modo geral, todos se empenham, dentro de suas possibilidades, em oferecer o melhor em termos de nossa realizações doutrinárias.

7. Como intelectual, quais são as obras espíritas que levaria com Você, se fosse para uma ilha deserta?

Além das coleções de Kardec e Francisco Cândido Xavier, se possível completas, não esqueceria Ensinos Espiritualistas, de Stainton Moses; O Problema do Ser, do Destino e da Dor, de Léon Denis; O Espírito Consolador, de P. Marchal e Elucidações Evangélicas, de Saião.

8. Quando foi que ouviu falar de Cairbar Schutel? Tem dele alguma lembrança mais especial?

Quem me deu as primeiras notícias sobre Cairbar Schutel, e com os louvores ao apóstolo de Matão, também informes de Batuíra e Eurípedes Barsanulfo, foi meu amigo e saudoso benfeitor Virgílio Paula, um cristão de corpo inteiro que viveu e exemplificou o Evangelho em Campos. Fiquei, assim, conhecendo, desde a minha iniciação nbo Espiritismo, algo sobre esses valorosos missionários da Terceira Revelação.
Ao iluminado coração de Cairbar Schutel, devo o ntendimento d emuitas lições evangélicas, carinhosamente estudadas nos seus primorosos livros Parábolas e Ensinos de Jesus, Vida e Atos dos Apóstolos e O Espírito do Cristianismo, além da querida Revista Internacional de Espiritismo.

9. Está elaborando alguma obra nova? Que planos faz para o futuro?

Sim, caro Wallace. Estou em vias de conclusão de um novo trabalho, talvez quase um documentário, a respeito do vasto e inegável acervo de fenômenos espíritas no seio da Igreja Católica e por esta, certamente testemunhados. Intitula-se Mediunidade dos Santos, onde ofereço aos nossos irmãos espiritistas e católicos, os fatos mediúnicos, irrefutáveis e autênticos, que se desenrolaram na existência dos grandes heróis da fé cristã, em todos os tempos e latitudes. Acredito que os grandes e verdadeiros santos, não foram senão médiuns fiéis e veneráveis, instrumentos do alto, engajados no grande esforço de extensão do Reino de Deus em nosso mundo rebelde e angustiado...
Quanto a planejamentos para o futuro, querido Wallace, digo-lhe que entrego a Deus, meus sonhos silenciosos. Se ele me conceder, vida e saúde, espero poder continuar cooperando, embora muito pobremente, no serviço do livro, para usar a feliz expressão de Emmanuel...