sábado, dezembro 30, 2006

Sesqui-centenário de O Livro dos Espíritos



O maior monumento da humanidade em termos de Universalidade do Ensino dos Espíritos foi organizado por um dos baluartes da nova civilização, Allan Kardec. Ainda em fins do século XIX, esta monumental antologia da espiritualidade não passava de um par de décadas de existência e o nosso querido Dr. Bezerra, publicou no Reformador, artigo republicado em janeiro de 1974, onde dizia: "O Livro dos Espíritos, se for estudado carinhosa, detida e sistematicamente, durante cem anos, não será totalmente penetrado".

Equivocou-se Dr. Bezerra? Certo que não! Erramos nós! Temo-lo há 150 anos e ainda não o perpetramos integralmente!

Estudemos carinhosa, detida e sistematicamente pois, o Livro dos Espíritos!

Flávio Mussa Tavares

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Aula de Hilda Mussa Tavares na sala Clovis Tavares, na véspera de Natal

NO PRIMERIO NATAL ESPERAVA-SE AQUELE QUE SEMPRE ESTEVE PRESENTE...

"No principio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por Ele e, nada do que foi feito, sem Ele foi feito. .Nele havia vida e ávida era a luz dos homens”
(Ev. João, 1, 1-4)

“‘Por isto, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma Virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamará de DEUS CONOSCO” (Is. 7,14)“Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros e ele se chama : Conselheiro Admirável, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz” (Is.9,5)

1– Não há Natal para mim se o meu tempo não é o da eternidade.É no momento de minha decisão eterna que alcanço o sentido pleno do Natal.O homem foi feito para a eternidade. Dizia Alceu de Amoroso Lima que “o homem é um composto de tempo e eternidade. Ele encontra sua felicidade no tempo, preparando-se para a eternidade. Isto é construir na esperança, vigiar na fé e viver para a eternidade.”

O Natal tem a ver com a construção do Reino de Deus e foi para isso que Jesus nasceu!A palavra do Anjo anunciador do Natal, Anjo Gabriel, para Maria, para José e para os pastores foi : “Não temais".

Logo, a primeira atitude do cristão ante o Natal é de coragem para viver, embora com os pés no chão, mas, sobretudo, com o coração e alma na eternidade.A vida pode nos trazer montanhas de dificuldades e dores, mas o Natal é boa notícia para todos, motivo de alegria, de esperança porque para nós "nasceu um Salvador que é o Cristo Jesus”

É preciso coragem para ser cristão. É preciso coragem para aceitar Jesus como Salvador.

2 - Não há Natal sem conversão.
A conversão verdadeira admite que os nossos atos e critérios de ação se assemelhem aos atos e critérios de ação de Jesus Cristo.
E a conversão não é um momento , não é factual, é um processo, é um estado. Nós estamos nos convertendo. Paulo converteu-se ao longo de sua existência inteira.
A própria vida terrena é essencialmente tempo de conversão, de um voltar-se para Deus, de um encontrar-se sucessivamente com a pessoa de Cristo e seus ensinamentos.
Qual a influência do Natal sobre as nossas vidas? Ou o natal de Jesus me muda e me faz assumir compromissos de bondade, justiça, verdade, perdão e paz ou o natal será como ás águas de um rio que passam longínquas do terreno da minha história.

3 – Converter-se significa estar contribuindo para a construção do Reino de Deus.
A construção do Reino de Deus na Terra foi a razão do nascimento de Jesus, diz Emmanuel.Foi nas Mãos Sacrossantas de nosso Amado Mestre que Deus entregou a nebulosa que se desprendeu da nebulosa solar e deu origem à Terra.

Ao invés de olharmos pasivamente para o Jesus Menino, devemos buscar para as razões de seu nascimento. Não é nas nuvens do céu e nem no horizonte longínquo que acontece o Reino. É no homem! E foi para o homem que Ele nasceu!
Para sabermos como anda a construção do Reino dos Céus é só perguntar-nos: como está esta construção dentro de nós?
Como está esta construção em torno de nós?
Quantos milhares ainda morrem de fome ao nosso redor?
Quantos são traídos ou traem e precisam antes de mais nada perdoar e serem perdoados?
Quantos ainda cometem a ingratidão e quantos ainda usam de violência para alcançar os seus interesses, violência nos gestos e nas palavras? Quantos ainda sofrem perseguição por causa do Nome de Jesus?
E quantos ainda cometem crimes em Seu Nome?

4 - O Reino de Deus necessita de gestos concretos.
A nossa maior felicidade consiste em compreender que foi na noite
de Natal que “nos tornamos participantes da natureza divina”, como diz S. Pedro. “ A todos que O reconhecerem deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus". Jo.1,12

No Natal, não podemos permanecer somente na alegria do receber, mas devemos uma resposta àquele que se doou a si mesmo. Que não fechemos as portas do coração, da consciência e da inteligência; que não tenhamos vergonha da nossa pequenez ante a grandeza do amor de Deus.
Ele não veio para permanecer na manjedoura, caso não ache ainda lugar entre nós. Ele precisa encontrar abrigo em nossas vidas.
Ele é a esperança salvadora da humanidade.Mas é também no Natal de Jesus que se manifestam sanguinários como Herodes, o Grande, que manda matar os inocentes de Belém e dos seus arredores, com até dois anos de idade, por causa de seu espírito ambicioso, cruel e injusto.
Na terra, ainda, há Herodes habitando nos corações dos homens.
Natal juntamente com a noticia de alegria é também apelo à vigilância para que não deixemos que o espírito destruidor e injusto de Herodes comande nossas vidas, nossos atos, nossos sentimentos e julgamentos.
Natal é José e é Maria.

A humildade e renúncia de José, o compromisso levado a sério, o cuidado e a proteção. Maria, a fé, a confiança, o sacrifício, o silêncio. A prudência do Plano Espiritual mandou que a Sagrada Família fugisse para o Egito.

A doutrina que estava nascendo naquele natal não poderia ser sufocada. Em troca de sua vida, as das crianças, embora a responsabilidade do ato criminoso ficasse toda nos ombros de Herodes e na sua história espiritual que deveria ser resgatada, como foi.

O Natal, enfim, deve refletir uma humanidade aos pés de Jesus, ofertando dádivas que falem de sua conversão, de sua gratidão e de sua adoração. Sair do pecado de si mesmo e ir ao encontro de Jesus, isso é verdadeiramente NATAL!.

POR QUE DEUS AMOU O MUNDO

Porque Deus amou o mundo...

Luís Alberto Mussa Tavares

Porque Deus amou o mundo,
Mas amou,
Não apenas simpatizou
Ou gostou muito,
Ou demonstrou alguma outra forma qualquer
De afinidade,
Mas amou o mundo,

Não este pedaço
Ou aquele,
Ou esta parte
Ou a outra,
Mas o mundo
Inteiro,
Sem paredes,
Sem muralhas,
Sem fronteiras,
Amou o mundo

Não de um amor passageiro,
Egoístico
Ou fugaz,
Mas amou de modo absoluto,
Completo
E único,

De tal maneira
Que deu a ele,
Mas deu,
Não apenas prometeu
Ou mostrou que tinha,
Ou emprestou,
Ou tão somente contou,

Mas deu a ele O seu filho,
Não o amigo do seu filho,
O primo próximo,
O filho do seu filho,
Mas seu filho,
Não o mais novo,
Não o mais forte,
Não o mais bonito, mas
Deu a ele o seu filho unigênito

Para que todo aquele,
Não um ou outro,
Ou este ou aquele,
Ou uns mais, uns menos,
Ou uns nem,
Mas, indistintamente
E sem reservas,

Todo aquele que nele crê,
Não que fala em nome dele,
Não que prega o nome dele,
Não que escreve o nome dele,
Não que arrebata multidões em nome dele,
Não que grita: Senhor, Senhor,

Mas todo aquele que nele crê
Não pereça,
Ainda que enfraqueça, não pereça,
Ainda que caia,
Ainda que padeça, não pereça,
Ainda que sofra,
Ainda que esmoreça, não pereça,
Ainda que amargue,
Não pereça
Mas tenha vida,
Não glória,
Metal,
Poder,
Ou Honrarias de Estado,
Não fama,
Nome,
Prestígio,
Ou bem estar social,
Mas vida,
Não pequenina,
Passageira,
De efemeridade
Cercada pelas paredes do tempo
Imperdoável,
Mas tenha Vida Eterna...


MENSAGEM DE NATAL

É que Vos nasceu hoje, na cidade de Davi,
O Salvador, que é Cristo, o Senhor..
Lc.2:11


Prezados ouvintes:
Uma vez mais convosco, e agora, às vésperas do Natal, das doces comemorações da Vinda ao nosso mundo Daquele que é Vida de nossas almas e a bendita luz de nossos destinos: o nosso amado Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Sim, caros irmãos, caros amigos, sejam ternas, sejam tocadas de Celestial doçura nossas lembranças do Divino Amigo, neste natal que se aproxima, natal que recorda sua Divina visita ao nosso mundo angustiado e ingrato...
Relata o Evangelho de Lucas, no seu segundo capítulo, que nas visinhanças de Belém de Judá, numa humilde gruta, nasceu o Salvador do Mundo. José e Maria, em vão buscaram na cidadezinha de Davi um pequeno cômodo em modesta Hospedaria. Vinham de longe, de Nazaré da Galiléia, até a Judéia, para cumprirem seu dever, chamados pelo recenceamento de Augusto. Não encontraram, entretanto, lugar para eles nas hospedarias de Belém, afastaram-se das ultimas casinhas em direção ao campo vizinho e numa gruta, vazia aberta num penhasco, finalmente repousaram... Foi ali, na lapa humilde, que Jesus nasceu... Tudo tão simples, tão pobre; Como é melancólico lembrar que “nem havia lugar para eles na estalagem”... Foi naquele recanto de absoluto desconforto humano, mas, de inefável beleza divina, que o Senhor da compaixão, despontou entre os homens... E foi deitado em uma manjedoura... Pastores que moravam naquelas Campinas estavam velando pelos seus rebanhos durante as vigílias da noite, conta o Evangelho. Eis senão quando, um anjo de Deus lhes apareceu. E no seio do esplendos espiritual que de si irradiava, o Mensageiro do céu disse aos humildes pastores:
“Não temais, pois eu vos trago uma boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo: hoje, vos nasceu na cidade de Davi, um Salvador, que é Cristo Senhor” (Lc,2:10-11)
Eis, caros ouvinte, a beleza oculta da mensagem do natal trazida pelo anjo do céu: “Hoje vos nasceu um Salvador...”
Meditemos um pouco na grandeza e no conforto dessas abençoadas palavras, que são eternas e universais, e ultrapassam os limites da capina de Belém e permanecem tão vivas como no século de Augusto.
“Hoje vos nasceu um Salvador”. Sim, disse o Anjo, “nasceu para nós”, para nós filhos da terra, para nós, filhos do erro, para nos todos, que trabalhamos e sofremos, que caímos e choramos, que lutamos e temos sede de paz e amor, embora nossos múltiplos pecados e nossas ânsias de sabedoria, no seio das falsas grandezas de nossa civilização ou na solidão glacial de nossos egoísmos... Sim, ele veio para nós! Para todos nós, Deus Louvado!
Veio para a alma simples e humilde, que faz o bem às ocultas, que ama a Deus no santuário silencioso de seu coração e é muitas vezes incompreendida pela sua singeleza dalma ou pela sua intima espiritualidade, que naturalmente a distancia do bulício da vida, das competições da ambição, dos fastígios da glória social. Cristo nasceu para essa alma simples, que ama e sofre, que ajuda e sonha, e que recebe dele, o Bem-Amado de seus sonhos espirituais, a carícia das bênçãos espirituais, a água viva que reconforta e sustenta, o amparo em sua caminhada para Deus...
Cristo veio também para a alma paganizada e inquieta, possuidora de títulos do mundo e vazia da graça celeste, amiga do luxo, escrava da vaidade, angustiada no vórtice de seus prazeres, muitas vezes tristes entre as alegrias estonteantes das festas, dos banquetes, das musicas ruidosas, dos palacetes encantados, dos transatlânticos maravilhosos, dos salões elegantes... Para essa pobre alma, mergulhada nas trevas do materialismo e no sono dos egoísmos cruéis, para essa alma pobre também Cristo veio... Veio para liberta-la das ilusões da efêmera grandeza humana e apontar-lhe o caminho estreito que conduz á vida verdadeira, veio para ensinar-lhe que há uma riqueza que a traça não roi e o ladrão não rouba, eterna nos céus; veio para dizer-lhe mansamente e ternamente que ao lado dos desperdícios e das loucas abundancias dos banquetes e das festas sociais, existe a multidão dos esquecidos, dos esfomeados, dos tristes, a escória dos desgraçados que mendigam uma côdea de pão e um gesto de carinho; veio para trazer-lhes ao coração engolfado nos prazeres do pecado e na loucura das ambições sem limite a doçura de sua palavra de verdade e vida a ternura de um amor sem fingimentos, o jubilo das promessas de seu Reino, uma advertência reveladora de uma vida maior...
“Hoje vos nasceu um Salvador”... Veio para nós, para nos salvar. Veio para todos, por amor a todos, buscar as almas transviadas do reto caminho e conduzi-las ao Regaço de Deus, onde existe paz e sabedoria, onde a alma encontra a felicidade que não se desgasta e a luz que não se apaga.
Cristo veio para o pobre que sofre em silencio os problemas de sua provação e do seu salário minguado. E o Salvador derrama sobre seu coração padecente e seu lar desconfortável os eflúvios da resignação e esperança...
Cristo veio para os órfãos e para os tristes, que nele encontram o amparo e a consolação de seus lábios divinos ouvem, como outrora os apóstolos da ultima ceia: “ Meus filhinhos...”
Cristo veio para os jovens, hoje tão esquecidos das exelencias da espiritualidade porque infelizmente, em sua quase totalidade, tem sido os esquecidos em seus próprios lares, pelos seus próprios pais, sempre ocupados na multiplicação dos cifrões ou nos compromissos da futilidade social, entre o whisky e a passarela. Para os jovens felizes e para os “órfãos de pais vivos”, para a mocidade de consciência retilínea e para a juventude desorientada, Cristo é a esperança e o roteiro, no burilamento de suas almas e na conquista de seus objetivos.
Cristo veio para os ricos, para os poderosos, para os que governam, para os que administram, para os que conservam em suas mãos a liderança do mundo. Veio para comunicar-lhe as noções superiores do exercício dignificante do poder econômico ou político, pois também Ele é chefe, também Ele é Senhor, é Rei, e Rei de um mundo muito maior e mais complexo do que o nosso, de um universo espiritual que transcende nossa compreensão. Cristo veio também para os poderosos da terra, para ensinar-lhes que toda vida e de modo especial a existência é responsabilidade: missão do bem, de justiça, de fraternidade humana, de compaixão pelos mais fracos e mais pobres, entrosando-se com a inerência da responsabilidade, diante de Deus e da própria consciência, no desempenho de suas tarefas sociais ou do usufruto da riqueza terrena, pois Deus é o suplemo Senhor do universo e o legítimo e único proprietário de todas as coisas: “Senhor do céu, da terra e de tudo o que há neles há”, como diz a escritura sagrada.
Cristo veio para as crianças, Ele foi e continua sendo o Maior Amigo de todas as crianças, Ele que abençoou uma criancinha e a ofereceu ao mundo como modelo a ser imitado, dizendo: “Aquele que não se converter e não se tornar humilde como uma criança, de modo algum entrará no Reino dos Céus”. E parece que todas as crianças sentem, no seu intimo, na sua consciencie profunda, que é o seu Grande Amigo do Céu e o amam com extremos de ternura e piedade.
Caros ouvintes, alegremo-nos em Deus, que enviou seu bendito Filho para nós, para todos nós, para nossa ventua, fortaleza e salvação.
Que os justos se regozijem, pois Cristo é seu apoio e sua consolação, no mundo que não os entende e muitas vezes não os suporta.
Que os pecadores se alegrem, pois Cristo veio buscar o que se acha perdido e a oportunidade da salvação é oferecida a todas as almas que andam pelos vales sombrios do pecado e do erro. Jesus estende os braços aos repudiados da vida, aos marginais da sociedade humana e oferece-lhes uma vida nova, longe da corrupção e das ilusões douradas, no amplo risonho abrigo de seu coração compreensivo e magnânimo.
Que os tristes e humilhados da vida se rejubilem também, pois o Senhor da Compaixão os chama para consola-los: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei... Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas...”
Caros amigos ouvintes: esta é a mensagem do Natal, do Natal vivo e permanente, do Natal que não passará Jamais, pois registra a maior dádiva que o mundo já recebeu, a dádiva do Filho de Deus, do Salvador Jesus, que veio para nós, sintamos bem a grandeza dessas palavras: veio para nós, Hoje vos nasceu o Cristo Senhor!
Saibamos fazer doce silencio no mais intimo de nossa alma e meditando na excelsitude do Divino Presente, agradeçamos ao Deus infinitamente Bom, Pai de nossas almas, o seu dom supremo, Jesus, nosso doce e bendito Jesus, nosso amigo que não falha, Médico de nossas almas, advogado de nossos espíritos, construtor de nossa felicidade eterna, Mestre da sabedoria imortal, companheiro da grande virgem, nosso Senhor e nosso rei!
Agradeçamos, no jubilo espiritual desta data magna que se aproxima, agradeçamos ao pai do céu, esse dom supremo de seu Bendito Filho, a que o sábio Emmanuel denominou o “Amigo de todos” e a doce Santa Catarina de Siena só sabia chamar: “Jesus doce, Jesus amor”...
Que do seu reina de luzes inacessíveis e de Beleza inefável Ele nos abençoe a todos, aproximando mais e mais nossos pobres corações impenitentes e rebeldes, nossos corações cansados de sofrer, nossos corações necessitados de paz, do seu Bendito Coração, cheio de Divina Luz e de Inesgotável Amor.

( Na Rádio Continental, em 12 de dezembro de 1959)

domingo, dezembro 10, 2006

O MÊS DE DEZEMBRO

O mês de dezembro é lembrado pela cristandade como o mês do Natal de Jesus.
É uma época de magia para toda a sociedade, quando um hálito de piedade e benevolência para estar sendo aspergida por alguns anjos em todo o planeta.
Quantos não se perdiam mutuamente nesta época?
Quantos não abrem os seus corações e dedicam parte do seu tempo a um pouco de caridade. Será uma falsa caridade? Terá função de apenas reduzir tensões psíquicas de nossa culpa burguesa? Terá apenas objetivo de auto-promoção? Se a nossa vida é regina pelo aspecto da finalidade das coisas, o motivo importará menos. A resultante é boa. Muitos vão se beneficiar dos que buscam fazer o bem por motivos escusos ou simplesmente para acalmar seu super-ego.
Entretanto, há um aspecto interessante nesse processo que é o de esvaziamento. O Natal é próximo do fim do ano. Um ano que termina. Renovação. Restauração. Regeneração. Renascimento.
Natal : nascer. Ano Novo: re-nascer.
Feliz Natal e Feliz Ano Novo: Um bom tempo de nascer e de re-nascer!
Todavia é necessário esvaziar um depósito. Em nossa casa há vários vasilhames que necessitam ser esvaziados. Há várias gavetas, armários, estantes, quarto de guardados, porões, sótãos, todos entulhados de coisas velhas, papéis, roupas, coisas, coisas, coisas. Objetos de estimação? Recordações de parentes que já partiram para a outra vida? Relíquias? Mas continuam sendo coisas.
E em nosso psiquismo, existem elementos arquivados? Quantos gigabites de nossos cérebros estão armazenando arquivos que poderiam ser descartados sem a menor possibilidade de fazer falta? Quantos arquivos estão arquivados na área da mágoa? Do ressentimento? Das recordações amargas? Do ódio? Da sede de vingança? Da desesperança? Da negatividade mental? No desespero, da angústia, do desânimo, dos hábitos e vícos, da impiedade?
Como encontrar espaços vazios em nossa emotividade para aplicarmos o que vimos aprendendo , se nem ao menos nos lembramos de apagar os arquivos velhos?
Como apagá-los? Não alimentando-os! Eles são ávidos, necessitam de sobreviver com muito custo de nossas emoções. Neguemos à eles a vitalidade que só deve ser oferecida ao perdão, à humildade, ao entendimento, à concórdia, ao desapego, à coragem, à vontade...
Armemo-nos de coragem para enfrentar os gigantes de nossa alma.
E ainda existe uma técnica para aprender o esvaziamento emocional. É o esvaziamento de nossas gavetas, dos armários, das casas, das coisas...
Esvaziemos os nossos espaços físicos e treinemos o espírito para esvaziar os espaços metafísicos do coração.
Enriqueçamos o nosso manancial de bênçãos criativas, renovando a nossa capacidade de sentir o amor ao próximo, a nossa capacidade de nos sentirmos irmãos, de nos tornamo-nos gente. Gente como a gente.
Só assim, os nosso espíritos estarão se libertando de antigos pesos e tomando para os seus ombros os novos fardos, leves, suaves, encantadores, como o fardo do Senhor.

sábado, dezembro 09, 2006

O mês do Natal

Faço aqui um início de nossa publicação do mês de dezembro, voltada para o Natal, publicando um pequeno trecho de "Sua Voz" , que nos demonstra que a Lei é a mesma e que o nosso Mestre tem sempre a paciência de nos esperar e nos convencer empregando até mesmo os argumentos nossos.

"Chegarei ao Evangelho de Cristo pelos caminhos da ciência, ou seja, chegarei ao Evangelho pelos caminhos do materialismo, a fim de fundir os dois pretensos inimigos:
a
ciência
e a
.
Isto para mostrar-vos que não existe caminho que não leve ao Evangelho, para impô-lo a todos os seres racionais, tornando-o obrigatório, como o é qualquer processo lógico. Ele é a nova lei super-humana, a superação biológica imposta pela
evolução da humanidade neste momento histórico, quando está para surgir a nova civilização do terceiro milênio. Chegou a hora em que estes conceitos, esquecidos e não compreendidos, pregados mas não vividos, tenham que explodir por potência própria, no momento decisivo da vida do mundo, fora do âmbito fechado das religiões, na vida em que:
o
interesse luta,
a
dor sangra,
a
paixão transtorna. "
(A GRANDE SÍNTESE - Nossa meta - A nova lei - Pietro Ubaldi - Itália - 1937)

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Nova tradução de O Livro dos Espíritos

Uma edição especial de O Livro dos Espíritos, com nova tradução e notas de rodapé inéditas, é uma das principais ações que a Federação Espírita Brasileira (FEB) programou para 2007, quando se comemora os 150 anos da Doutrina Espírita. O Livro dos Espíritos – marco inicial do Espiritismo – foi lançado por Allan Kardec no dia 18 de abril de 1857, em Paris, França. O lançamento da nova tradução de O Livro dos Espíritos vai acontecer nos dias 9 e 10 de dezembro de 2006 e assinala a abertura das comemorações dos 150 anos do Espiritismo na Federação Espírita Brasileira. No dia 9, o lançamento ocorre na sede histórica da FEB, no Rio de Janeiro. A solenidade inicia às 10h e contará com palestras de Juvanir Borges de Souza (ex-presidente da FEB), Evandro Noleto Bezerra (tradutor da obra) e Arthur Nascimento (diretor da FEB). É necessário retirar os convites na própria sede histórica. O endereço é Av. passos, 30, Centro. No dia 10 de dezembro, na sede da FEB em Brasília, o lançamento da edição especial de O Livro dos Espíritos está programada para as 16 horas. As palestras previstas são de Evandro Noleto, Altivo Ferreira (vice-presidente da FEB) Antonio Cesar Perri de Carvalho (diretor da FEB). Não é necessário retirar convites. A sede da FEB fica na avenida L-2 Norte, Quadra 603. Asa Norte.
A tradução de Guillon Ribeiro - A FEB publicava, até então, apenas a tradução do seu ex-presidente, Luiz Olímpio Guillon Ribeiro. Uma obra clássica, que tem como marca registrada a linguagem refinada. Engenheiro civil, poliglota, jornalista e vernaculista, aos 28 anos de idade Guillon teve sua competência como escritor reconhecida publicamente por Ruy Barbosa, em discurso pronunciado na sessão de 14 de outubro de 1903. A razão do elogio: o impecável trabalho de Guillon na revisão do Projeto do Código Civil brasileiro. Ele traduziu, ainda, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, A Gênese e Obras Póstumas, todos de Allan Kardec.
A nova tradução de O Livro dos Espíritos – que foi apresentada na reunião do Conselho Federativo Nacional da FEB, de 10 a 12 de novembro passado – é assinada por Evandro Noleto Bezerra. Secretário-Geral da FEB, Noleto já traduziu os doze volumes da Revista Espírita editados por Allan Kardec e, no ano passado, lançou Viagem Espírita em 1862, O Espiritismo na sua Expressão Mais Simples, Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas (todos de Kardec) e organizou Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita. A tradução de Noleto é fruto de um dedicado trabalho de pesquisa nos originais franceses existentes na Biblioteca de Obras Raras da FEB. Ele tomou como texto básico a segunda impressão da 2ª edição francesa, de 1860 com alguns acréscimos, supressões e modificações feitos pelo próprio Allan Kardec: na 4a edição, de 1860; na 5a edição, de 1861; na 6a edição, de 1862; na 10a edição, de 1863; e na 12a edição, de 1864. Essas alterações acham-se claramente definidas e explicadas pelo tradutor ao longo das páginas correspondentes do livro, sob a forma de notas de rodapé. “Na seqüência da 12ª edição do original francês, incluindo a 13ª, de 1865 e durante todo o restante período em que Allan Kardec esteve encarnado, não consta ter havido qualquer outra modificação, o que torna definitiva essa 12ª edição”, explica o tradutor. Noleto optou por um texto direto, sem inversões, e buscou atualizar algumas expressões usadas por Guillon Ribeiro e que atualmente estão em desuso na língua portuguesa, mas preservando a exatidão do texto original francês.