quarta-feira, agosto 31, 2005

DEUS NÃO CASTIGA

De minha amiga Sofia Vecce , recebi este texto muito belo e reflexivo, o que é particularmente bom, pois nos induz a pensar nas nossas ações e nos nossos hábitos, que obviamente levam a consequências...

"-Amor, acorda, o bebê está chorando.
-E daí?
-Ele deve estar com fome, prepara a mamadeira pra ele.
-Querida, estou muito cansado...
-Mas já levantei quatro vezes esta noite, faz esse favor pra mim.
-Deixe ele chorar!
-Não é assim que se deve tratar o seu único filho!
-Tá bom, eu vou, mas se ele voltar a chorar, você quem irá.
O marido levantou meio atordoado pelo sono
- Esse bebê está me dando mais trabalho do que eu esperava! Se soubesse, teria caído fora a tempo - pensava ele enquanto esquentava a mamadeira do bebê. No momento em que ele chegou ao berço o bebê já havia parado de chorar.
- Agora que esquentei a porcaria da mamadeira, o filho da mãe dorme! Não mereço esse castigo. - Acorda pirralhinho! Agora que eu esquentei, você vai ter de tomar até a última gota! - e balançava a criança com a mão, ela não se mexia.
- Acordaaa! Você me acordou, agora eu que estou te acordando! - ele então reparou que a cabeça da criança estava azulada. Seu desespero foi imediato, pegou a criança no colo e correu para o seu quarto.
- Querida! Pelo amor de Deus, acorde! Ele não se mexe! Me ajude! Ela pulou da cama em desespero e em um segundo já estava com a criança em suas mãos, estava morta.
- Ele morreu! Olha o que você fez com meu bebê!
- Não foi culpa minha, eu cheguei no berço e ele estava assim! - as lágrimas jorravam de seu rosto - Pelo amor de Deus, diga que não está acontecendo.
- Deus! Por que você me castiga deste jeito! E então se lembrou de tudo que pensou enquanto preparava a mamadeira. E refletiu sobre todos os quatro meses que passara junto ao bebê, nunca fora um bom Pai, enquanto sua mulher se dedicava com todas as suas forças ele o ignorava, e ignorava também a mulher quando cobrava dele:
"Pegue-o no colo, só um pouquinho",
" -Veja amor, ele está sorrindo",
"-Ele tem cócegas nas bochechas. Amor, você não está olhando.",
"- Não chama ele de pirralho, ele é seu filho.".
Sentia a culpa tomar conta de si, sentia-se desgraçado, ele era o culpado e não tinha dúvidas disso.
- Fui eu.- disse ele, havia amargura em seus olhos.
- Eu nunca mereci esta criança, nunca dei amor suficiente, nem pra você, e nem pra ela. - as lágrimas pareciam não ter fim.
- Foi Deus quem me castigou! Ele era meu filho! Meu filhinho! - e desabou novamente a chor ar. A essa altura ele esperava por qualquer coisa da mulher .
"Ainda que me matasse, estaria certa"- pensava.
E não era de se espantar se ela o fizesse pois estava com o rosto fechado, seus olhos encharcados pareciam ter morrido junto com o bebê. Segurava a criança no colo e não dizia uma palavra. Então ela quebrou o silêncio, sua voz era rouca e melancólica.
-Deus não castiga. Sei que você nunca deu atenção suficiente ao bebê, ele te adorava e você nunca ligou pra isso. Mas não te culpo por isso, e apesar de tudo sei que você o amava. - ela sorrira - Se não o amasse, não estaria em tantas lágrimas agora. Ele não entendia por que ela o consolava.
"Ela devia me matar" - pensou - "Assumi que não presto e mesmo assim ela me consola" E então ele se lembrou de todas as vezes que ela foi amável com ele, e não eram poucas pois em todo o mundo, ele não consegu ia pensar em alguém mais pura e gentil. -"Tinha tudo que poderia desejar e nunca dei valor." - Nessa hora seu choro dobrou de tamanho, não sabia mais se chorava por seu filho ou por sua esposa, mas entendeu que seu choro era de arrependimento. Tentou dizer algo pra esposa mas uma nuvem branca tomou conta de seus olhos e de repente tudo ficou negro.
****
-Amor, acorda, o bebê está chorando...- era voz de sua mulher. Abriu os olhos, estava deitado em seu quarto. -Amor, ele deve estar com fome esquenta a mam.... por que você está chorando? -Nada, já estou indo. - de longe dava pra escutar a voz de seu filho chorando. Ele correu até o berço e lá estava seu filho, chorava muito. Ele o pegou nos braços e beijou a criança. Ela cessou o choro, estava rindo -
"-Ele tem cócegas nas bochechas." - lembrou.
Ele ficou brincando com a criança por um longo tempo até que sua mulher chegou.
-Você não voltou pra cama, fiquei preocupada. Alguma cois a errada com o bebê?
-Veja amor, ele está sorrindo! - ele parecia uma criança com um brinquedo que acabara de ganhar - Meu filho está sorrindo pra mim! A mulher se comoveu, nunca havia visto seu marido daquele jeito. Ele fazia cócegas na bochecha do menino e depois o beijava, parecia outro homem. Ela o abraçou.
-Querido, há muito tempo eu venho pedindo a Deus que você passasse a gostar mais dessa criança. Fico grata por Ele ter me atendido.
-"Deus não castiga". - lembrou ele em voz alta.
-O que você disse?
-Nada querida. Eu te amo!
-Também te amo.

terça-feira, agosto 30, 2005

Comentário de minha Mãe

Transcrevo aqui o ocmentário feito por minha mãe que é uma das acompanhates do meu blog, o que é para mim uma honra!

" Oi, Flavinho, que linda a sua interpretação. Pensei muito no que você comentou e acho mesmo que incorporar verdadeiramente o alimento básico, o pão que nos é ofertado por Cristo, significa também alterar definitivamente toda o potencial de nossos órgãos, tecidos, células, transformando-os em sustentação para os nossos sentimentos e pensamentos. É o aproveitamento total pelo nosso organismo bio-psíquico do pão- carne- ofertado por Jesus Cristo. Grande mistério que temos que descobrir vivendo-o, experimentando-o. Obrigada, Mamãe." ( Hilda Mussa Tavares)

Um abraço a todos,

segunda-feira, agosto 29, 2005

Comentários ao texto anterior

Comentários ao texto anterior
Após alguns questionamentos sobre o texto anterior, provavelmente feito por pessoas que ainda acreditam que seguem idéias e não pessoas, resolvi escrever este comentário.
Acontece este diálogo de Jesus após a multiplicação dos pães. Jesus alimentaram uma multidão de cinco mil pessoas com cinco pães. A multidão quis então proclamá-lo Rei. Jesus pede que seus discípulos atravessem o mar, de volta a Cafarnaum antes dele e sobe o monte para orar. Durante a noite, ele vai Ter com os discípulos no mio do mar, anda sobre as águas revoltas e os assusta. Pedro tenta andar sobre as águas mas o pânico toma conta dele por causa do vento. Jesus acusa sua pouca fé.
Em Cafarnaum, 70 homens que estavam entre os cinco mil pedem a Jesus mais maravilhas, recordando que Moisés ofereceu ao povo maná do Céu.
Jesus então, oferece-se a si mesmo como o Pão da Vida e diz que quem comer de sua carne e beber de seu sangue terá vida eterna. Isso escandalizou, isto é, incomodou profundamente os 70.
Comer a carne é assimilar em sua própria biologia toda e vida do seu mestre. É tornar físico o que estava apenas na esfera espiritual.
Se cremos no que Jesus falou, se concordamos com sua propostas psicológicas e suas estratégias de salvação, estamos ainda no plano mental de nossa doutrinação cristã.
Para uma conversão verdadeira é necessário que o Cristo pulse em cada célula de nosso corpo, isto é que comamos a sua carne, e sintamos em nós a sua vida.
São Paulo nos diz que há uma lei para a carne e uma lei para o espírito e que essas leis entram em conflito dentro de nós. Queremos andar segundo a lei do espírito e somos induzidos compulsivamente a atuar de acordo com a lei da carne.
Apenas convertendo-nos no corpo e no espírito, isto é, comendo a carne e bebendo o sangue de Jesus, é que faremos a nossa verdadeira conversão.
Até então, estaremos racionalmente evangelizados, mas não teremos ainda assimilado o Evangelho na nossa estrutura biológica. Falaremos de Jesus, pregaremos o bem, o desprendimento, a caridade, a humildade, mas não seremos na carne, portadores destas virtudes. O corpo ainda vibrará na freqüência do egoísmo, do orgulho, da intolerância...Estaremos em luta cruenta entre a nossa moralidade e a nossa instintividade...
Comer a carne de Jesus é assimilar sua vida, sua humildade, identificar-se com a sua emotividade e com os seus propósitos de vida. È vencer o grande conflito!
Mas o ato de comer é progressivo. Mastigação, salivação, deglutição e todas as fases e assimilação física e química do bolo alimentar. Comer a carne de Jesus é também um processo lento de assimilação, que culminará com a identificação do padrão crístico em nossas próprias estruturas biológicas.
Entendo que isso é a vida eterna.

Comentários ao texto anterior

domingo, agosto 28, 2005

A Quem seguimos?

A quem seguimos?
Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós?
Tu tens as palavras da vida eterna.
Jo 6:68
Certa vez, disse ao meu Pai, Clóvis Tavares, com toda a empáfia da juventude: _Sigo idéias e não pessoas!
Ele apenas sorriu e me contou que Jesus sofreu a deserção de setenta discípulos e que permitiu que os doze o deixassem também. Todavia, Pedro num insight formidável reconheceu que na nossa vida seguimos pessoas e não idéias. Para quem iremos? Tua palavra é dura? Então é dela mesma de que necessitamos para renovarmos as nossas estruturas viciadas com os nossos antigos heróis. Eles morreram de overdose nas narcotizantes compulsões da vida. Eles se asfixiaram no loucura estupefaciente que se retroalimentava positivamente e nos envolveram com as mentiras.
Libertar-se do ciclo vicioso implica em iniciar um novo ciclo virtuoso.
O primeiro passo é reconhecer-se seguidor de alguém. Quem é seu modelo? A quem você segue? Quem são seus ídolos? Reconhecer que temos adorado bezerros de ouro é altamente produtivo para nossa alma!
Eu reconheci que não era auto-suficiente e que estava loucamente seguindo outros loucos. Ajustei-me então para seguir um modelo novo.
Meus heróis hoje estão vivos! São imortais! Suas idéias estão cada vez mais a ocupar todos os cantos do meu cérebro e todas as cavidades de meu coração.
E hoje eu posso dizer com muita alegria: Eu sei a Quem eu tenho seguido!

sexta-feira, agosto 26, 2005

Saulo Pessanha no Painel Político da Folha da Manhã de 02/08/2005

Livro

Flávio Mussa Tavares está publicando, com recursos próprios, dois livros históricos para Campos. Dizem respeito aos 70 anos da morte de Nina Arueira, completados no dia 18 de março último e aos 70 anos da Escola Jesus Cristo, fundada pelo seu pai, Clovis Tavares, após a morte de sua então noiva, e a pedido dela.

Antologia

Os livros são antologia organizadas por Flávio Tavares, dos escritos de Nina Arueira e Clóvis Tavares, algumas fotos, fac-similes de seus escritos, cartas e documentos. Há também uma pequena biografia dos dois.

Saulo Pessanha

Carta ao Jornalista Sileno Martinho, da Folha da Manhã

DIA DOS PAIS
Sileno Martinho. Folha da Manhã, 20/08/2005

Por e-mail Registro através da coluna o e-mail carinhoso do Dr. Flávio Mussa Tavares, com comentários a respeito do artigo “Alma Gêmea” publicado dia 30.07.05, e do resgate histórico destas eminentes figuras campistas, o seu pai Clóvis Tavares e Nina Arureira.
“Prezado Dr. Sileno Martinho. É uma honra parabenizá-lo por uma matéria tão bem escrita na forma e no conteúdo. O seu artigo faz jus a um jornalista especializado no assunto e que não mede esforços para informar bem o leitor a respeito do tema, o qual discorre desapaixonadamente e de modo absolutamente imparcial. Como espírita, presidente da Escola Jesus Cristo, fundada pelo meu Pai, Clóvis Tavares há 70 anos, venho parabenizá-lo e solicitar a sua permissão para ler parte de seu texto primoroso em minha palestra pública amanhã às 10 horas. Aproveito também o ensejo para informá-lo de que na homenagem aos 70 anos da Escola Jesus Cristo, nós estamos em processo de publicação por recursos próprios, de dois livros: Um, que é uma antologia da obra de Clovis Tavares, que chamei: SAL DA TERRA, contendo algumas de suas palestras, artigos em jornais campistas, trechos de sua correspondência com Chico Xavier, fotos e facsímiles de documentos. Outro, uma reedição dos escritos de Nina Arueira, que foi sua noiva na década de 30, contendo seus escritos, artigos publicados na imprensa na época, facsímiles de suas cartas, fotos e uma pequena biografia feita por mim. Este ano são também lembrados os 70 anos de sua partida para a pátria espiritual. O nome será NOVO CÉU E NOVA TERRA. Diante de seu artigo com um elevado aprofundamento, tomei a liberdade de cansá-lo com as minhas delongas, e quem sabe, contar com o seu apoio inestimável para a divulgação das obras que devem sair em outubro próximo. Mais uma vez escuso-me por importuná-lo e despeço-me como mais um de seus admiradores,” Flávio Mussa Tavares. Boa semana e até o próximo Sábado.

domingo, agosto 21, 2005

A Resposta de uma Freira Católica de Roma!

Estimado Dr Flavio!
Obrigada pelas notícias! é sempre tão bom manter a sintonia e a comunhão com a família, os amigos, com a terra.
Como vai a sua luta e os ânimos em meio da confusão reinante? Dizia-me uma amiga: Pelas notícias nos jornais, o povo já conhece a política e sabe que sempre houve corrupção, nós só não sabíamos o montante envolvido. A direita não quer a reeleição do Lula por isso armou tudo isso.

Que o Espírito nos dê muita luz e discernimento.Confiamos numa nova etapa mais fraterna e justa para nosso querido Brasil .
Eu estou bem, graças a Deus o calor está aliviado e se trabalha melhor. Peço a graça de um amor grande e uma fe forte para ir dando sentido a tudo que vivo. E a vida é bela!

Li seu artigo: Deus é fiel! Interessante, bem fundamentado e desde a visão das suas convicções de fé. Quando leio, rezo, aprofundo a Palavra, eu gosto de contextualizar, de ver o texto no seu contexto, de ler o capítulo ou os versos anteriores e posteriores, pois amplia a visão da mensagem. Paulo seguirá falando da idolatria e da eucaristia.

O tema da fidelidade de Deus é muito belo e dá sentido e forças no lento caminho do Bem. Desfruto de pensar na fidelidade amorosa de Deus Pai-Mãe, na sua incansável amorosa paciencia que me anima a um abandono confiado Nele, no seu amor fiel e sustenta nossa frágil humanidade feita de fidelidade e de infidelidades, quando vacilamos nas provações e nos deixamos vencer pela tentação. Creio que Jesus é sempre o caminho e rezar o Pai nosso nos ajuda a tomar consciencia de que a tentação e as provações existem, mas são caminho de crescimento e libertação, e podem ser superadas com a ajuda dos irmãos de caminho e na certeza confiada da fidelidade amorosa de Deus Pai-Mãe.
Reze para que me deixe ir convertendo por aí.

Mando-lhe estes artigos de Leonardo que podem nos ajudar a ler a situação e a deixar-nos purificar também... E este outro para rir ou chorar...
Muita paz, luz e esperança pra você!
Um grande abraço,
Irmã Eliane


Veja você que no Brasil, o melhor mesmo é rir um pouco, já que na política tudo acaba em piada. Afinal, somos ???

sábado, agosto 20, 2005

Palestra de Clóvis Tavares sobre Célia Lúcius

Com fundamento nas palestras de meu Pai, Clóvis Tavares, editaremos em breve pequeno e despretensioso livro analisando historica e geograficamente a vida de Santa Marina da Bitínia, que é Célia Lúcius, comprovadamente.
Eis trechos da palestra de Clóvis , que também se converterá breve em novo livro chamado , e vou dizer isso em primeiríssima mão: ROCHA DOS SÉCULOS!

" Numa ocasião, eu tive a felicidade de descobrir, numa livraria pobre do Rio - o chamado "sebo" - uma pequena biografia de Santa Marinha. Dei a Chico Xavier a pequena biografia e aos familiares de Célia Lucius reencarnados na época neste mundo. Nesta pequena biografia se dizia o dia consagrado a Célia pela população católica italiana, especialmente de Veneza, onde estão seus restos mortais trazidos pelo mesmo Helvidio Lúcius, numa reencarnação posterior, na Idade Média, em que ele, como cruzado, foi à Alexandria e encontrando a veneração a Santa Marinha, resolveu trazer para sua terra os ossos que, em séculos anteriores, foram de sua própria filha. A descoberta no sebo do Rio foi interessante e agradou a todos, inclusive a mim, que fui instrumento desta benção. Lembro-me de uma passagem de uma mensagem última, e por isso não publicada, do nosso querido Néio Lúcio, avô de Célia. Nessa mensagem ele diz que a data está certa, e era justo que nós comemorássemos o dia 18 de junho - nós espíritas, que recebemos a benção do livro "Cinqüenta anos depois" - porque no plano espiritual eles também comemoravam o dia de Célia - e não só o dia de Célia - mas comemoravam também com festas mais intimas, familiares. "
(...)
"Então, o dedicar-se dias especiais a determinados eventos falam ao coração, e em nada é estranho e nem significa ritual algum. É apenas uma festa do coração e mais ainda, para espanto nosso, estas festas e esses dias consagrados - para usar a expressão de Néio Lucio - dias consagrados à memória dos nossos queridos que estão no mais além, se ligam muitas vezes a fatos que nós nem imaginamos possam estar intimamente ligados. Por exemplo, diz ele na mensagem que de tanto ler e tanto espanto me trouxe que eu gravei: "O dia 18 de junho, em que todos vós, na Terra, e todos nós aqui, do além, lembramos a neta querida, a minha neta querida, a nossa querida Célia, está ligado à derrota de Napoleão Bonaparte na planície de Waterloo, em 1815". A queda de Napoleão Bonaparte, a queda do império napoleônico, o fim daquelas guerras terríveis, da expansão napoleônica, está ligada à história de Célia. São louváveis esses costumes que nós recebemos dos nossos antepassados. "
Clóvis Tavares

Confesso que eu não consegui, ainda, estabelecer a relação entre o dia de Célia/Santa Marina com a derrota de Napoleão em Waterloo.
Estas palestras também se converterão em um livro em breve
Abraço forte

sexta-feira, agosto 19, 2005

Celia Lucius

CELIA LUCIUS

Há aqui um objetivo fundamental.
Que seja claro para todos os espíritas que foi Clóvis Tavares quem identificou os arquivos da Igreja sobre Célia a que se refere Emmanuel no Prefácio de "50 Anos Depois".
Um dia, na década de 40, estava meu Pai, solteiro ainda, no Rio de Janeiro, em um sebo da Rua São José, procurando vidas de santos , dos quais pesquisava indícios de mediunidade, o que veio a originar seu livro " Mediunidade dos Santos", quando lhe cai as mãos uma brochura pequena de uma santa, em espanhol: Santa Mariña!
Folheou, percebeu que não fazia menção a enhum fato mediúnico digno de nota em sua hagiografia e já preparava-se para colocá-lo novamente na prateleira quando lê um pedacinho da história dela e percebe que estava com a vida de Célia Lúcius nas mãos, escrita pela Igreja Católica. E o dia dela era 18 de junho!
Ali ele descobriu que os seus despojos foram trazidos para a Itália pelo seu próprio pai , Helvídio Lúcius, como cruzado...
Ele a expulsou de casa e a trouxe de volta. Séculos depois.
Esta história vai ser contada num livro sobre Célia, de se Deus quiser!
Aguardem!

terça-feira, agosto 16, 2005

Eles voltaram da Morte

Pessoal!
A Superinteressante deste mês está abordando a sobreviência da alma, pela ótica daqueles que tiveram morte clínica e que relataram ao voltar, sua experiência fora do corpo.
entre eles estão Lars Grael, desportista e Cida Cavalcanti, radialista.
O temaq é bem envolvente!
O interessante é que o maior pesquisador da sobrevivência nos nossos dias, que é Ian Stefenson, não é espiritualista. Mas não vê outra opção a não ser a sobrevivência da alma e a reencarnação.

domingo, agosto 14, 2005

A Origem do Dia dos Pais

Ao que tudo indica, o Dia dos Pais tem uma origem bem semelhante ao Dia das Mães. Pelo menos é o que mostra a tradição norte-americana. Em ambas as datas, a idéia inicial foi praticamente a mesma: criar datas para fortalecer os laços familiares e o respeito por aqueles que nos deram a vida.
Estados UnidosEm 1909 Sonora Louise Dodd, filha do veterano da Guerra Civil, John Bruce Dodd, ao ouvir um sermão de sua mãe, teve a idéia de celebrar o Dia dos Pais. Sonora, de Washington, queria um dia especial em homenagem ao pai, que viu sua mulher dando a luz ao sexto filho, tendo que criar o recém-nascido e seus outros cinco filhos sozinho. Já adulta, Sonora sentia-se orgulhosa de seu pai ao vê-lo superar todas as dificuldades sem a ajuda de ninguém; foi destemido e amável. Então, já que John Bruce Dodd, pai de sonora, nascera no mês de Junho, ela escolheu celebrar o primeiro Dia dos Pais em Spokane, Washington, no dia 19 de junho de 1910.
Por fim, em 1924 o presidente Calvin Coolidge, apoiou a idéia de um Dia dos Pais nacional e, finalmente, em 1966, o presidente Lyndon Johnson assinou uma proclamação presidencial declarando o terceiro Domingo de Junho como o Dia dos Pais.
BrasilJá no Brasil, quem importou a data foi o publicitário Sylvio Bhering. Instituido no dia 14 de Agosto de 1953, período que coincidiu com o dia de São Joaquim, patriarca da família, atualmente é comemorado no 2º domingo do mês de agosto, sendo a data brasileira diferente da americana e européia.
PELO MUNDOPelo menos onze países também comemoram o Dia dos Pais à sua maneira e tradição. Na Itália e Portugal, por exemplo, a festividade acontece no mesmo dia de São José, 19 de março. Mesmo com a ligação católica, essa data ganhou destaque por ser comercialmente interessante. Saiba mais:
Reino Unido - No Reino Unido, o Dia dos Pais é comemorado no terceiro domingo de junho, sem muita festividade. Os ingleses não costumam se reunir em família, como no Brasil. É comum os filhos agradarem os pais com cartões, e não com presentes.
Argentina - A data na Argentina é festejada no terceiro domingo de junho com reuniões em família e presentes.
Grécia - Na Grécia, essa comemoração é recente e surgiu do embalo do Dia das Mães. Lá se comemora o Dia dos Pais em 21 de junho.
Portugal - A data é comemorada no dia 19 de março, mesmo dia que São José. Surgiu porque é comercialmente interessante. Os portugueses não dão muita importância para essa comemoração.
Canadá - O Dia dos Pais canadente é comemorado no dia 17 de junho. Não há muitas reuniões familiares, costuma ser uma data mais comercial.
Alemanha - Na Alemanha não existe um dia oficial dos Pais. Os papais alemães comemoram seu dia na mesma data que Jesus Cristo ressuscitou. Eles costumam sair às ruas para andar de bicicleta e fazer piquenique.
Paraguai - A data é comemorada no segundo domingo de junho. Lá as festas são como no Brasil, reuniões em família e presentes.
Peru - O Dia dos Pais é comemorado no terceiro domingo de junho. Não é uma data muito especial para eles.
Austrália- A data é comemorada no segundo domingo de setembro. E a comemoração é igual ao do Brasil, com direito a muita publicidade.
África do Sul - A comemoração acontece no mesmo dia do Brasil, mas não é nada tradicional.
Rússia - Na Rússia não existe propriamente o Dia dos Pais. Lá os homens comemoram seu dia em 23 de fevereiro, a chamada data "o dia do defensor da pátria" (Den Zaschitnika Otetchestva).
Ser pai não é para qualquer um... não mesmo! Fortes, protetores, ou mesmo atrapalhados, eles inspiraram inúmeros criadores a explorar suas histórias. Aventuras, comédias ou dramas.
A verdade é que todo dia é dia dos Pais! E o maior presente que você pode dar a ele, todos os dias, é dizer sempre o quanto você o ama. Afinal de contas, se: "mãe é mãe", "pai é pai", não é?
Obrigado e até o próximo número!

sábado, agosto 13, 2005

Deus é Fiel...


DEUS É FIEL

Como podemos entender o versículo da Bíblia que afirma o título acima?

Está na Epístola aos Coríntios :

"Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela". (1Cor 10,13)

Destaco dois conceitos fundamentais para compreendermos em que termos se faz presente a fidelidade divina para com o homem: tentação e provação.
Tentação é um estado em que o ser humano é assediado por espíritos perversos para induzi-lo a ceder em um aspecto de sua personalidade em que ainda não está totalmente seguro.
Existe uma advertência de Jesus sobre para este estado :

" Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo;
mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça." Lc 22:31-32

Os espíritos empedernidos no mal não aceitam o fato de estarmos nos dedicando a uma boa causa e querem nos impelir às tendências que são nossas, mas das quais já estamos nos esforçando para libertar-nos.
Outra coisa é a provação. Somos colocados à prova em aspectos de nossa personalidade para sedimentarmos e assimilarmos novas caracteres à nossa personalidade espiritual. Quando não somos testados, nós podemos aprender teoricamente, mas não temos experiência. É a vivência do aprendizado que o fixa em nossos arquivos indeléveis do espírito.
Existe também uma referência numa advertência de Jesus:

" No mundo haveis de ter aflições. Mas tende bom ânimo ! Eu venci o mundo." Jo:16:33

Desse modo, é com Jesus que nos fortaleceremos na hora de tomar decisões.
Se desistiremos ou continuaremos, se avançaremos ou recuaremos, se termos coragem ou medo, se exemplificaremos ou nos acovardaremos, se seremos dominados pela indolência ou aspiraremos por forças aparentemente inatingíveis, se sucumbiremos às paixões ou reagiremos, aniquilando as pulsões instintivas que moram dentro de nós!
Essa parece-me uma versão razoável para a fidelidade de Deus para com os homens.

Todavia este verso bíblico tem sido usado como senha para rede comercial.

Como pode alguém pensar que Deus é fiel para nos fazer ganhar dinheiro?
Onde se criou a estultícia do pensamento que considera Deus escravo de nossas paixões?
Deus é fiel, sim, para sustentar-nos nas provações e nas tentações, sempre momentos críticos de nossa existência.
Deus não nos quer ver homens de sucesso, mas homens de caráter!

sexta-feira, agosto 12, 2005

QUADRO DE JINARAJADASA

Este quadro foi proposto pelo teósofo hindu Jinarajadasa. Meu Pai, Clovis Tavares, usou muitas vezes este quadro em aulas para estudo da Lei do Carma e Reencarnação.

QUADRO DE JINARAJADASA

ATOS DA VIDA PASSADA Produzem NA VIDA PRESENTE

Atos prestativos Bom ambiente

Atos prejudiciais Mau ambiente

Aspirações Capacidade

Pensamentos elevados Caráter

Êxitos Entusiasmo

Experiência Sabedoria
Sofrimento Consciência

Espírito de serviço Espiritualidade

"Deus não se deixa enganar. O que o homem semear, isso mesmo colherá"

OS MANDAMENTOS DE DEUS



OS MANDAMENTOS DE DEUS

Há cerca de 40 anos, meu pai, Clóvis Tavares , publicou uma obra versando sobre os Dez Mandamentos, destinada ao público infantil, que até hoje , já esgotada, é ainda única no gênero na literatura espírita. OS DEZ MANDAMENTOS--A Lei de Deus explicada às crianças, foi durante muitos anos utilizado por professores de evangelho nas classes infantis das instituições espíritas e tal a grandeza do método empregado muitos adultos recorriam à obra , editada pela LAKE., então dirigida por seu amigo Batista Lino.
Recentemente, foi-nos solicitado que atualizássemos a linguagem de Os Dez Mandamentos a fim de que pudessem ser feitas novas edições do mesmo. Consideramos o assunto em família e deliberamos por um remake, uma versão em tudo fundamentada na- quela, a qual permaneceria intocável. Aliás, como devem permanecer intocáveis todas as preciosidades literárias. Justifica-se assim, um novo ensaio sobre os Dez Mandamentos dirigido à criança e ao adolescente, considerando que estes espíritos, herdeiros do terceiro milênio, reintegrados ao planeta com o fito de construir uma nova civilização, não podem prescindir deste primeiro brado do espírito divino a exortar as almas cauterizadas e crionizadas a reassumirem a sua condição de Filhos de Deus.
Junte-se isso ao fato de que esta mesma clientela é vítima de um bombardeio da chamada mídia, sugerindo toda espécie de loucura de forma sutil e subliminar, tomando de assalto as suas consciências qual se fossem máquinas programáveis.
Aprendi com meu pai, e comigo todo o povo da Escola Jesus Cristo, instituição por ele fundada e mantida até seus últimos dias entre nós, que Moisés foi o médium excelente a harmonizar-se com as altíssimas freqüências do pensamento de Deus, preparando o espírito humano para receber a Jesus.
Ali está o código mínimo que, a fim de alcançar o primeiro passo da dignidade espiritual , todo ser humano deve seguir. Senão, vejamos qual a primeira questão levantada por Jesus ao moço rico: "Tens observado os Mandamentos?"
Convido a todos que desejarem conhecer a verdadeira obra sobre os Dez Mandamentos, que venham à nossa Escola Jesus Cristo, em Campos e terão a oportunidade de visitar a nossa BIBLIOTECA EMMANUEL, com acervo considerável de obras esgotadas, a LIVRARIA CÍCERO PEREIRA, além de conhecer algo mais da História do Espiritismo, do seu crescimento no Brasil com documentos, fotos, fitas de áudio e vídeo no MUSEU DE CIRO.
A gratidão ao meu pai por ter nos legado este patrimônio espiritual de valor inestimável, à minha mãe querida , fiel representante de seu pensamento em nossa casa e a todos enfim, que de alguma forma concorreram para esta conclusão.
Flávio Mussa Tavares
( Apresentação do Livro Os Mandamentos de Deus)

Clovis Tavares


CLÓVIS TAVARES
Flávio Mussa Tavares

"Nessas terras, para além dos grandes oceanos,
poderíeis instalar o pensamento cristão,
dentro das doutrinas do amor e da liberdade."
Humberto de Campos-
Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho

Nasceu em Campos dos Goytacazes, em 20 de janeiro de 1915, dia de São Sebastião, no distrito de São Sebastião. Como não poderia deixar de ser, seu nome que já estava escolhido ser "Clóvis" foi precedido de "Sebastião". Sebastião Clóvis Tavares, seu nome de batismo, embora sempre tenha sido tratado em casa e em todos os ambientes, por simplesmente "Clóvis".
Desde a mais remota infância, demonstrou pendores religiosos e era comum ver nas plagas de São Sebastião, seus irmãos jogando bola ou brincando de cabra cega e Clóvis lendo ou rezando em seu oratório particular.
Afeiçoou-se ao padre da Igreja de São Sebastião, chamado Émille Dés Touches, francês de nascimento, de família nobre e abastada. Ele teria abandonado a sua herança para dedicar-se a vida religiosa, tendo decidido vir para o Brasil seguindo uma inspiração ou determinação do alto. Foi o seu professor de Francês e seu primeiro orientador espiritual. Do Padre Émille Dés Touches, o público espírita conhece Petição de Servo, eivada de beleza e sabedoria espiritual.
Na adolescência, estudando no célebre Liceu de Humanidades de Campos, integrou um grupo de jovens idealistas que decidiram mudar o mundo. Inscreveram-se no Partido Comunista do Brasil e viveram um sonho de liberdade. Dois desses jovens eram Nina Arueira e Clóvis Tavares, que enamoraram-se e tornaram-se noivos. Os dois viviam intensamente a vida partidária, sendo líderes de greves operárias e movimentos estudantis. Inesperadamente, Nina é acometida de uma febre tifóide e Clóvis passa a fazer plantão ao seu lado, passando noites acordado, em vigilância, mas sem oração.
Por um destes mistérios da vida, ela conheceu, já doente, um homem chamado Virgílio de Paula, que recebeu-a em sua casa para prestar-lhe tratamento. Era um profundo conhecedor de Teosofia e Espiritismo. Ela interessa-se inicialmente pela Teosofia. Lê "Do Recinto Interno", de Annie Bésant e decide, já no leito a renunciar à política partidária. Conta a Clóvis a sua decisão. Este, que também estava a discordar da direção partidária quanto a rumos decididos que feriam a sua ética, passou a escutar de Nina, as lições que ela ouvia do Vovô Virgílio.
Virgílio de Paula, por sua vez, aos poucos introduziu um pouco de Evangelho em suas conversações com Nina. Ela maravilhou-se com a visão de um Jesus Cristo amigo dos pobres e dos sofredores. Um Jesus Cristo amigo da Justiça e da Caridade e entregou-se, alma inteira ao Evangelho, explicado pela racionalidade Espírita. Foram apenas alguns meses, mas ela desencarnou considerando-se espírita.
Após o seu desenlace é que Clóvis começou a ler os livros que ela lera no seu estágio derradeiro, e como ocorreu com Nina, ele também apaixonou-se pela cosmovisão espiritista. Quando leu pela primeira vez os versos de Olavo Bilac, Cruz e Souza, Fagundes Varella, Augusto dos Anjos, Castro Alves, João de Deus, Auta de Souza...então declarou-se espírita. E com o mesmo afinco que dedicara-se há apenas alguns meses à política partidária, passa a militar ativamente no meio espírita.
Começa a freqüentar o Grupo Espírita João Batista, onde eram dirigentes, o Sr. Virgílio de Paula e outros companheiros da primeira hora do Espiritismo em Campos. Em pouco tempo, Clóvis passa a realizar palestras doutrinárias que a muitos atraíram por sua fluência evangélica e pelo ardor de seu verbo.
Paralelamente a essas atividades, fundou uma escola de doutrina espírita para crianças, na casa da mãe de sua antiga noiva, a D. Didi Arueira. Passaram a chamar essa casa de "Escola Infantil Jesus Cristo".
Mais uma vez, o inesperado ocorre. Os freqüentadores do Grupo João Batista, somados aos pais das crianças da Escola Infantil, afluíram em número crescente para escutar suas palestras na casa de D. Didi. Decide então, a diretoria do Grupo Espírita João Batista, auto-dissolver-se e passar a integrar os quadros da nascente Escola Jesus Cristo, já sem o qualificativo de "Infantil". Repetiu-se em escala institucional o mesmo que acontecera entre João Batista e Jesus Cristo. È necessário que eu diminua para que ele cresça. E o Grupo precursor João Batista, dissolveu-se e seus seguidores, assim como os seguidores de João, passaram a seguir a Escola Jesus Cristo.
Iniciou-se uma Era nova para o Espiritismo local, até então conhecido pelas sessões mediúnicas. Com Clóvis, alvorece em 1935, o Espiritismo da Cultura e da prática da caridade. Clóvis sempre priorizou na Escola Jesus Cristo o serviço de amor ao próximo e o estudo doutrinário. A mediunidade ocupava, como o é até hoje, papel auxiliar. Sempre ensinou ele, aos que buscavam ajuda, que, em primeiro lugar, deviam se espiritualizar pelo estudo e pelo trabalho, para depois libertar-se das possíveis influenciações. E por quantas vezes a determinação do estudo e de um serviço altruísta dissiparam as atribulações psíquicas de seus tutelados espirituais. Dizia Papai que devemos respeitar sobremaneira o intercâmbio espiritual e jamais abusar desse meio tão dispendioso de energias psíquicas, se podemos por nossa própria motivação, mudar nosso padrão mental.
Fundou Clóvis na Escola Jesus Cristo, dois orfanatos: um de meninas, dirigido inicialmente pela filha do Virgílio Paula, a D. Inaiá de Paula e outro para meninos, dirigido por ele mesmo e por seu companheiro de ideais, Medeiros Correia Júnior, que mais tarde se tornaria Juiz de Direito em Cachoeiro do Itapemerim-ES. Fundou ainda um Culto de Assistência, onde um grupo de irmãos visitava duas favelas de Campos, para distribuição de gêneros e para a realização de um culto de Evangelho no lar dos assistidos.
Fundou ainda a Sopa dos Domingos com a ajuda dos irmãos portugueses Inocêncio Noronha, Bonifácio de Carvalho, D. Candinha e D. Mariquinhas. Portugueses que sempre estiveram presentes na história de nossa Escola Jesus Cristo.
Surge ainda, por seu ideário, o Curso Elzinha França, para orientação espiritual às crianças. A escolha do nome Elzinha França deveu-se ao fato de que a Mocidade Espírita de Campos, da qual fazia parte a minha mãe e sua amiga Zenith Pessanha, visitavam as famílias pobres da Escola Jesus Cristo, em busca do sofrimento e de um modo de mitigá-lo. Numa dessas peregrinações, na favela, encontram desvalida menina recém nascida, abandonada. Como não havia, na época, nenhum órgão oficial de amparo à criança e nem de longe pensava-se no Estatuto da Criança e do Adolescente, decidiram trazer a menina para a Casa da Criança. Apesar de meu Pai ter providenciado todos os cuidados médicos, a menor desencarnou em pouco tempo. Todavia, em uma de suas habituais viagens a Pedro Leopoldo, para encontrar-se com Chico Xavier, obteve a informação do médium que o visitava o espírito de uma professora de muita luz, chamada Elzinha França. Meu Pai, a princípio pasmo, contou ao médium quem era a menina, que identificou Chico com um espírito de uma professora que estava integrando a equipe espiritual de serviço na Escola Jesus Cristo e que trabalharia na educação dos menores.
Fundou o Clube da Fraternidade, espaço artístico e lúdico, para a realização de jogos infantis, teatros e coros musicais nos domingos à tarde, numa época em que não havia televisão.
Passou a visitar semanalmente os presos, recordando o ensino de Paulo aos hebreus: "Lembrai-vos dos encarcerados, como se vós mesmos estivésseis presos com eles. E dos maltratados, como se habitásseis no mesmo corpo com eles". (Hb.13,3).
Uma vez por ano, pregava o Evangelho Consolador no cemitério, no dia 2 de novembro, iniciando uma prática consoladora e esclarecedora na nossa terra.
Uma outra particularidade da Escola Jesus Cristo, foi abrigar em suas dependências na década de 60, uma escola de educação formal, na qual eu mesmo fiz a minha formação primária: o Instituto Allan Kardec.
Paralelamente a essa atividade espírita, meu Pai lecionava História em duas escolas e Direito Internacional Público, na Faculdade de Direito de Campos. Foi autor de livros espíritas, renunciando todavia aos Direitos Autorias, pois aprendeu com Chico Xavier a doá-los às Editoras as quais dedicavam-se à difusão doutrinária. Escreveu: Sementeira Cristã , Vida de Allan Kardec para a Infância, Meu Livrinho de Orações, Os Dez Mandamentos e Histórias que Jesus Contou, para o público infantil e Vida de Pietro Ubaldi, Trinta Anos com Chico Xavier, Amor e Sabedoria de Emmanuel, Tempo e Amor, De Jesus para os que Sofrem, Mediunidade dos Santos, para o público em geral.
Tornou-se amigo íntimo de Chico Xavier, com quem conviveu por 50 anos, o que é relatado nos referidos livros do parágrafo anterior.
Na década de 50, passou a se corresponder com o sábio italiano Pietro Ubaldi, a quem promoveu duas vindas ao Brasil, a última das quais, definitiva. Traduziu do italiano os seguintes livros do referido autor: As Noúres, Ascese Mística, Grandes Mensagens e Fragmentos de Pensamento e Paixão.
Meu Pai, só veio a casar-se após 20 anos do ocorrido com Nina, e minha Mãe, Hilda, que o ajudava na pesquisa sobre a vida dos santos católicos, passou a ser também a sua fiel colaboradora nos trabalhos da Escola Jesus Cristo. Ela fundou um coro infantil, uma livraria, escreveu e dirigiu dezenas de peças teatrais adaptadas de contos clássicos da literatura universal, como: O Pequeno Príncipe, de Exupéry; O Menino do Dedo Verde, de Maurice Druon; O Pássaro Azul, de Mäeterlink; Fernão Capelo Gaivota., de Richard Bach e O Meu Cristo Partido, de Ramón Cué.
De seu casamento com Hilda, nascemos cinco filhos: Carlos Vítor, que desencarnou aos 17 anos, após uma vida de sofrimentos para ele e para os meus Pais, o que está relatado no livro: A Morte é Simples Mudança; Margarida, eu (Flávio), Luís Alberto e Celso Vicente.
Desencarnou Papai em 1984, no dia 13 de abril. Exatamente uma semana antes, nascia o meu primeiro filho e seu primeiro neto, o Pedro. Foi a semana de maior conteúdo emocional de minha vida. No dia 06 de abril, às 18 horas , eu me tornava pai. Pedro nasceu na Santa Casa de Campos, em parto realizado por minha prima Neusa, obstetra, que o entregou nas minhas mãos tão logo seccionou o cordão umbilical, para que eu providenciasse os primeiros cuidados. Sete dias após, no mesmo hospital e na mesma hora, meu Pai é internado, e na cama onde fez a radiografia abdominal, segurando as minhas mãos, ele desencarnou. Em uma semana nasceu meu filho e desencarnou meu Pai, no mesmo lugar, na mesma hora, ambos nas minhas mãos... Em apenas sete dias vivenciei intensamente a experiência de ser um ajudador de dois espíritos que atravessavam o Portal da Vida no sentido inverso: um se recorporificando na Terra...outro se despedindo deste mundo e reentrando na dimensão do Espírito.
A Saudade é o Metro do Amor é uma apresentação das seis comunicações mediúnicas do meu Pai, obtidas através do seu querido amigo Chico Xavier, com quem ele mantinha uma relação de amizade que não pode ser medida pelos padrões humanos. Ele nos dera, antes de desencarnar, uma senha. Somente se comunicaria, mediunicamente, através de Chico . Outras cartas, seriam apócrifas. Nós mantivemos nossa fidelidade à sua senha e ao nosso querido Chico e reconhecemos nestas cartas ora apresentadas e comentadas, a integridade de sua personalidade, pois têm as marcas indeléveis de sua racionalidade e de sua emotividade.
Estas cartas nos fazem reconstruir psiquicamente seu retrato!
E o leitor poderá comprovar o que afirmo aqui, ao conhecer o conteúdo das mesmas. Em breve, pretendemos publicar dois novos trabalhos: um com os escritos e palestras de meu Pai e outro com os escritos de Nina Arueira em vida e alguns psicografados pelo nosso Chico, quando o leitor poderá comparar os estilos literários de Clóvis e Nina, antes e depois da desencarnação. A título de comparar melhor seu estilo com as mensagens, o companheiro Eduardo Carvalho Monteiro, que tornou-se um sábio conselheiro, autorizou-me incluir no livro um texto de Clóvis Tavares em vida, que estará no capítulo final.
Os capítulos em itálico constituem as suas cartas espirituais e os outros são os comentários nossos, nos quais rogamos a Deus, nos permita traduzir ao público o alcance doutrinário de seus escritos. Clóvis foi um pioneiro em vida e mesmo após transpor este portal dimensional, continua surpreendendo a todos com a clareza espiritual com que nos apresenta a sua própria experiência da Grande Viagem.

Flávio Mussa Tavares
Campos, 27 de outubro de 2005
70 anos de fundação da Escola Jesus Cristo
70 anos da desencarnação de Nina Arueira
90 anos de nascimento e 21 da desencarnação de Clóvis Tavares
95 anos de nascimento de Francisco Cândido Xavier

A MEDIDA SEM MEDIDA

A medida sem medida

"Haverá Céu sem a presença daqueles que amamos?
Teremos Paz, sem alegria para os que moram em nosso coração?"
André Luiz- Entre a Terra e o Céu

Quis a Providência de Deus que a alma brasileira fosse uma conjugação de três fatores genéticos distintos, de modo a inaugurar na nossa Terra uma nova experiência genética, até então, inaudita. A miscigenação na terra da Santa Cruz apenas tornou-se um fato porque a alma portuguesa trouxe para estas plagas o seu romantismo regado a nostalgia. Há também um quê de melancolia na expressão anímica que nosso caldo genético recebeu da genes lusa.
Senão, vejamos algo desse sentir tão misterioso, a ponto de ser inexprimível, na totalidade de seu conteúdo semiológico, em qualquer outro idioma: a Saudade!
Pode-se emprestar à Saudade, a acepção inglesa do missing, que é sentir falta!
Todavia, todos que temos o sentir intraduzível da saudade em nosso íntimo, sabemos que sentir falta de alguém é uma pálida idéia do que o romântico sente em seu mais íntimo do ser.
Outros já tentaram associar a idéia de Saudade ao regret francês, o que redunda mais uma vez num reducionismo semântico, pois aqui repousa a idéia melancólica do pesar e do lastimar.
Se Saudade não é tão somente a lástima ou sentir a ausência de um amado, se não se resume no simplório sentir falta, a que podemos compará-la? Como descrevê-la a um não-luso-afro-índio-descendente?
Acreditamos que na formação desse caldo, protótipo do homem do terceiro milênio, o elemento português, o ameríndio e o africano contribuíram de modo paritário. Seguindo a informação de Humberto de Campos em Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, sabemos que o negro nos trouxe a contribuição da humildade e do espírito de servir, o nosso elemento ameríndio legou-nos a simplicidade e a bondade ingênua e o português, a bravura, o espírito de aventura, associado ao seu romantismo eivado de uma tristeza nostálgica.
Essa foi a fórmula encontrada pelo Cristo para plasmar na imensidão dos séculos, que são para ele somente alguns instantes na grande noite dos tempos, a alma brasileira.
É desta alma de Vera Cruz que nos fala Clóvis Tavares, cunhando para nós a frase lapidar: A Saudade é o Metro do Amor!
E aqui, Saudade não refere-se apenas ao nosso pesar pela falta de um ser ausente.
Mais que isso, Saudade é uma nostalgia da inocência original. De nossa infância espiritual nas imemoriais épocas inacessíveis aos nossos arquivos disponíveis. Em algum tempo, houve uma pureza, um sentimento de doce dependência do Ser que ama todas as criaturas. Esse sentimento nos envolve em uma egrégora inefável, onde se abandona num oceano infinito de Amor.
Só quem ama pode dimensionar essa saudade imensa. Só quem tem essa saudade imensa pode verdadeiramente amar. Ter saudade é como um rasgo de lucidez na escuridão da inconsciência. É como um lampejo de alegria em meio à amargura. É uma aspiração de alcançar uma nova dimensão. É um Portal de um outro Espaço-Tempo.
Clóvis Tavares, em sua palestra dominical do dia 18 de maio de 1952, comentando o Evangelho de Mateus, capítulo 7, versos 24 a 27, quando se compara a construção de uma casa sobre a rocha e outra sobre a areia, contou a seguinte estória:
"Uma pequenina descendente de condes e barões foi raptada do castelo onde morava, quando colhia flores no jardim, por ciganos malfeitores. Cresceu e foi educada entre os ciganos, habituando-se à vida errante e cheia de atropelos. Um dia, a sua alma despertou, ela sonhou que uma bela fada chegou junto a ela e disse: "Aqui está um castelo que é seu". Ela não pôde resistir aos sonhos sucessivos."Seu pai está no castelo esperando por você, até hoje, sem saber onde você está, "dizia a voz.
Então , ela fugiu, em busca do castelo, esperando encontrá-lo.
Encontrará? Perguntais.
Cristo também tem um castelo e está a nossa espera. Nossas almas foram raptadas pelos ciganos de nossas paixões, mas a voz de um espírito de luz, que é a voz da Fé, está sempre a nos dizer de nosso castelo no Céu. Por isso, a alma humana tem momentos de lucidez e se abate quando se recorda do castelo celeste.
Queremos nós sair de nosso estado de seqüestro espiritual?"
É preciso depurar a nossa Saudade, para que busquemos as aspirações mais sublimes da alma, fazendo com que esta Saudade seja realmente a medida de nosso Amor.
***
Recebe, pois, Papai, dos páramos celestiais, nossa gratidão, nossa Saudade e nosso mais sincero amplexo espiritual, sentindo-o sempre presente, na nossa memória, nos nossos pensamentos, nos nossos sonhos, nas nossas palavras e em nossas mais singelas ações.
Seu filho,
Flávio

Espiritismo pode não ser Cristão?

Sim e Não!
Quando Allan Kardec vinculou o Espiritismo à promessa do Consolador feita por Jesus no Evangelho de João, fez também uma linha de encadeamento que se iniciava com a promulgação de decálogo mosaico, passava pelas beatitudes cristãs e concluia com as Leis Morais em O Livro dos Espíritos.
Nessa visão inicial o Espiritismo é necessariamente Cristão!
Todavia é preciso reconhecer que existe no movimento espírita, alguns companheiros que consideram que sendo uma Revelação subsequente a Cristo, está obviamente desonerado quanto às prescrições cristãs , assim como o cristão estava desonerado das prescrições mosaicas.
Apesar de não querer nenhuma polêmica e entender que estas opiniões passam pela personalidade de cada um e que seria estéril qualquer tentativa racional de convencimento, este blog destina-se unicamente ao comentário do Espiritismo Cristão!