sábado, janeiro 31, 2009

Nélson Xavier viverá Chico Xavier no cinema


Para Nelson Xavier, viver Chico Xavier no cinema não é só um próximo trabalho, é uma sina. Desde que começou a carreira de ator, ele vem sendo confundido com o famoso médium por conta do mesmo sobrenome. Nelson já se irritou com a confusão, mas hoje a vê com outros olhos: — Ficava indignado de ser chamado de Chico e respondia grosseiramente. Hoje, aceito com satisfação, mesmo antes de saber que faria o filme. O convite para dar vida ao médium na telona veio há cinco anos, o tempo que Daniel Filho batalha para levar a biografia escrita por Marcel Souto Maior para os cinemas. As filmagens devem começar em março, mas a data de estreia já está escolhida: 2 de abril de 2010. — Parece que meu destino está envolvido com essa história. Cansei de escutar das pessoas que, um dia, eu interpretaria Chico Xavier. Mas a vida dele é mesmo extraordinária e merece ser contada — diz Nelson. Contato com entidades O ator tem se preparado para o papel visitando o Lar Frei Luís, conhecido centro espírita localizado em Jacarepaguá. Nelson Xavier tem se impressionado com o que tem visto por lá, apesar de nunca ter sido religioso. — Nunca me voltei para esse lado da religião. Minha formação é de comunista e acredito que só o amor e a solidariedade podem salvar o homem. Não se trata de uma conversão, mas não posso negar que fui tocado. Tenho presenciado muitas coisas e tive contato com entidades. Isso me emociona muito.

terça-feira, janeiro 27, 2009

FILHO DO HOMEM E FILHO DE DEUS

"Assim, o Filho do Homem até do sábado é senhor".1

"E o centurião que estava defronte dele, vendo que assim clamando expirara, disse: Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus."2

CLÁUDIO FAJARDO

Temos divulgado a importância de se estudar o Evangelho do Cristo, e mais, de assim o fazer à luz da Doutrina Espírita.
Muitos podem pensar que a partir desta idéia nos achamos superiores aos irmãos vinculados a outras escolas religiosas, porém esta não é a verdade. Conforme nos ensina Emmanuel todos que se aproximarem do Evangelho com a disposição de aprender e o coração aberto para compreendê-lo com a alma, muito poderão realizar em matéria de iluminação espiritual pertençam a que crença for.
Todavia não podemos deixar de reconhecer que a doutrina codificada por Kardec nos instrumentaliza com recursos valiosíssimos para a compreensão da Boa Nova, sem os quais o entendimento amplo de algumas passagens se torna muito mais difícil.
Russell Champlin, religioso e escritor estado-unidense, Bacharel em literatura bíblica no Immanuel College, pós-graduado em Novo Testamento na Universidade de Chicago, e Ph. D. em línguas clássicas na Universidade de Utah3, afirma na Introdução ao Evangelho de Marcos que:
O termo Filho de Deus, de conformidade com o evangelho de Marcos é uma expressão muito importante para Marcos, e não pode ser derivada de qualquer compreensão judaica acerca do "Messias"…
Mais á frente, no mesmo artigo, continua:
O Filho de Deus, de conformidade com o evangelho de Marcos, é participante da divina essência… (…) [Ele] triunfou sobre a morte, e promete o mesmo tipo de vida a todos quantos querem segui-lo em sinceridade e verdade. Ele é aquele que tem as propriedades de "asseidade" (do latim a-se-esse, aquele que tem vida em si mesmo, que é auto-existente, independente, participante da vida divina essencial). E é justamente esse tipo de vida que ele promete a outros. Haveremos de transformar-nos em seres que participam da vida divina, por intermédio de Cristo; e então possuiremos vida em nós mesmos, passando a ser verdadeiramente imortais, como Deus é imortal.
Dizendo ainda em outro ponto do mesmo texto:
Contudo, Jesus também aparece no evangelho de Marcos como Filho do homem, estando perfeitamente identificado com o homem, sendo homem verdadeiro, cujos sofrimentos foram reais… (…)Jesus, na qualidade de homem, andou em comunhão com o Pai.
Estaria Champlin enganado em sua interpretação, pensamos que não; todavia diante de suas colocações, ou adotamos a tese simplista e de pouca lógica que Jesus era Deus e homem ao mesmo tempo, ou teremos que buscar nas orientações da filosofia espírita subsídios para interpretarmos a questão dentro de um prisma com melhor fundamentação.
Dentro do nosso entendimento do que ensina a doutrina espírita, muito pelo contrário, Jesus não é nem Deus e nem homem conforme a compreensão usual deste termo. Porém, antes que os leitores deste texto possam se chocar com estas afirmativas, nos apressaremos em explicá-las.
Um dos princípios básicos do espiritismo é a evolução. Evolução que é, segundo Emmanuel, Lei para tudo neste nosso Universo dual.
Assim, explica o espiritismo, que o Espírito inicia sua fase evolutiva na matéria, e segue, passando pelos reinos inferiores da criação, até atingir na faixa hominal a condição de operar sobre o seu próprio destino. Porém este não é o fim, e apesar de não termos informações completas de como a evolução se processa a partir do homem é certo que ele chegará à condição de Espírito Puro, que segundo os Espíritos disseram a Kardec, nesta fase eles não sofrem mais qualquer influência da matéria.
Está é a condição, segundo o próprio Codificador, de Jesus, que por suas virtudes, estava muitíssimo acima da humanidade terrestre.4
Ainda segundo as anotações de Emmanuel, Jesus recebeu do Criador a missão de formar, orientar e governar o planeta Terra, e isso se deu desde o início quando este se desprendia da nebulosa solar.
Quando se deu este evento? Há aproximadamente cinco bilhões de anos. Depreendemos deste fato que Jesus já era Cristo há cinco bilhões de anos, quando nós muito provavelmente ainda estávamos na condição de "simples e ignorantes" formando-nos nos reinos inferiores da criação.
Portanto, nada mais lógico do que afirmar que se a condição humana em que nos situamos não é a última na escalada evolutiva, Jesus não pertence à raça humana; como disse Kardec, Ele está muitíssimo acima da humanidade terrestre.
Com isso não queremos dizer que Ele não tenha tomado quando de sua encarnação um corpo semelhante ao nosso tendo neste, sofrimentos reais. Pela lógica que temos aprendido o superior pode vir ao inferior, o contrário é que nem sempre é possível.
Quanto a Jesus não ser Deus, não vamos nos ocupar deste assunto, já que escrevemos para espíritas e estes têm perfeita consciência disto. Seria repetir um tema que outros muito mais competentes do que este que lhes escreve já explicaram melhor.
Mas para aqueles que ainda não se certificaram do assunto e desejam melhor se informar sobre ele, indicamos excelente estudo feito por Kardec no livro "Obras Póstumas", sob o título: "Estudo Sobre a Natureza do Cristo".
Dito isto, podemos agora nos ocupar melhor com os comentários citados de Russell Champlin.
Conforme nos ensina o professor Pastorino, a expressão filho de é uma expressão idiomática do hebraico e exprime o ser que possui a qualidade do substantivo que lhe segue. Assim, filho da luz quer dizer iluminado; filho da paz significa pacífico. Portanto, filho de Deus é o ser que se divinizou. Divinizar não é tornar-se Deus, pois isso é impossível, é tornar-se participante da Divindade no sentido de se integrar Nela. O apóstolo Paulo, em Espírito, na questão 1009 de O Livro dos Espíritos nos diz que: gravitar para a unidade divina, eis o fim da Humanidade. Mostrando-nos que isso não só é possível, como é o fim de todos nós.
Dentro desta exposição do professor Pastorino filho do homem é o humano, o que contraria o que dissemos anteriormente sobre Jesus. Porém, explica o mestre que este conceito evoluiu de tal modo que ao tempo de Jesus filho do homem significava aquele que já teria se libertado do ciclo reencarnatório. Enquanto que filho de mulher expressava o homem ainda sujeito às reencarnações, filho do homem era o Espírito que, terminada sua evolução nos mundos materiais não precisava mais encarnar; eram assim, "produto do homem", "fruto da humanidade".5
A partir destas explicações que só a exegese espírita do Novo Testamento pode realizar, podemos compreender com clareza as colocações do renomado escritor norte americano quando afirma que o Jesus de Marcos – Filho de Deus – era participante da essência divina. Tinha-se feito "Um com Deus", gravitado para a Unidade Divina.
Ele triunfou da morte, afirma Champlin.
É preciso dissociar na literatura bíblica morte de desencarnação. Já nos primeiros capítulos do livro Gênesis o redator da obra nos diz que Adão e Eva morreriam se se alimentassem do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. Como todos sabem eles assim fizeram e não morreram, pois narra-nos o simbólico texto da Bíblia hebraica que foram todos os dias que Adão viveu novecentos e trinta anos6
Assim, a morte a que se refere o autor de Gênesis é a morte da transgressão à Lei de Deus, tese esta confirmada pelo apóstolo Paulo ao informar-nos:
Porque o salário do pecado é a morte…7
Ele triunfou da morte, ou seja, Ele tornou-se puro, sem pecado; venceu o mundo.8
Poderíamos até supor que Champlin conhecesse a Doutrina dos Espíritos, pelo que sabemos ele é protestante, pois afirma com naturalidade que Jesus promete o mesmo tipo de vida a todos quantos querem segui-lo em sinceridade e verdade…haveremos de transformar-nos em seres que participam da vida divina…
Não é isso que sem nenhum dogmatismo, fundamentado na lógica e no bom senso ensina o espiritismo?
Porém, não esqueçamos da continuidade do excelente artigo do também professor norte americano:
Para que tudo assim se dê e possamos realmente ser auto-existentes, independentes, participantes da vida divina essencial é preciso ser como Jesus:
…homem, [que] andou em comunhão com o Pai.
1 Marcos, 2: 28
2 Marcos, 15: 39
3 Dados obtidos em http//pt.wikipedia.org/wiki/Russell_Norman_Champlin
4 Cf. A Gênese, cap. XV
5 Cf. Sabedoria do Evangelho, vol. 1
6 Gênesis, 5: 5
7 Romanos, 6: 23
8 Cf. João, 16: 33



Cláudio Fajardo


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Visite: http://espiritismoeevangelho.blogspot.com/
"Na sua condição de Cristianismo Redivivo, a divulgação do Espiritismo Evangélico, quanto mais ampla, mais benefícios trará para a coletividade." Chico Xavier

terça-feira, janeiro 13, 2009

MONITOR CAMPISTA

No ano de 2008 nem tudo foram desventura pasa a Escola Jesus Cristo na imprensa local. Excluindo-se alguns fatos extremamente desagradáveis, tivemos a alegria de contar com o jornal MONITOR CAMPISTA que nos cedeu espaço diversas vezes para divulgação de eventos.

E o ano de 2009 inicia-se com uma auspiciosa notícia, pelo menos para mim.

Recebi o convite de participar como colaborador de uma coluna no caderno CULTURA aos sábados.

As matérias serão sobre assuntos diversos como filosofia, religiosidade, cultura e medicina individual e coletiva.

Agradeço a jornalista Patrícia Bueno a oportunidade.

domingo, janeiro 11, 2009

UM poema para a Escola Jesus Cristo


Tivemos a alegria de receber a visita do confrade Elias de Souza Neto, filho do saudoso Sr. Alcebíades. Ele é engenheiro, reside em São Paulo, com a sua esposa Mara, que é filha de Rubens Fernandes e com quem tem três filhos. É frequentador do Grupo Espírita Batuíra, na capital paulista e este em nossa casa na manhã de 11 de janeiro de 2009.

Sua palestra, muito esclarecedora, versou sobre as estratégias do espírita ante a Depressão, doença emocional que cresce avassaladoramente como uma epidemia, inclusive no meio espírita. Abordou diversas nuances do tema, recordou a história do mendigo SZYMEL SLIZGOL, contada no capítulo 8 da segunda parte de O Céu e o Inferno, de Allan Kardec.

Ao final, emocionou a todos, interpretando um poema que ele mesmo escreveu para a Escola Jesus Cristo, em tom emocionado e sincero, agradando a todos os presentes, entre encarnados e desencarnados. Foi uma bela manhã!


ESCOLA JESUS CRISTO



Escola Jesus Cristo!

Escola de amor e fé,

És o soerguimento bendito

D´aqueles que não estão de pé!

.


Aos caídos da estrada,

Estendes Tuas mãos caridosas.

Em troca, não pedes nada,

Pois sois um jardim feito em rosas!

.


O Teu perfume é o amor.

Em qualquer canto do Templo.

Tendo Jesus, nosso senhor,

Como Mestre e Divino exemplo.

.


Mas, quando chega a fadiga

Das lutas do dia-a-dia,

Não escutes a quem diga

Onde está tua alegria?

.


Pois, das tempestades da vida, é bem certo,

Com os corações renovados,

Trazendo Jesus prá mais perto,

Haveremos de ser resgatados.

.


Elias de Souza Neto

WARNING: FOREIGN VISITORS

I am glad to see visitors from several countries in my blog.

In order to make easier to all the people, read it, I put a translate tool to English and French.

It isn´t a literary translation, of course.

In fact, it is a very bad translation.
Nevertheless, I beg your pardon because I didn´t find another way to let people around the world to know what I have been known along all my life.


So, enjoy it!

If you have any doubt or some comments, do not hesitate to write me back. In English. Ok?

Sincerely yours,

Flávio

Aula de domingo na Escola Jesus Cristo, questão 919 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Questão 919 de O Livro dos Espíritos:

919 )Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir aos arrastamentos do mal?
– Um sábio da Antiguidade vos disse: “Conhece-te a ti mesmo”.
919- a) Concebemos toda sabedoria desse ensinamento, mas a dificuldade está precisamente em conhecer-se a si mesmo; qual é o meio de conseguir isso?
– Fazei o que eu fazia quando estava na Terra: no fim do dia, interrogava minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava se não havia faltado com o dever, se ninguém tinha do que se queixar de mim. Foi assim que consegui me conhecer e ver o que havia reformado em mim. Aquele que, a cada noite, se lembrasse de todas as suas ações do dia e se perguntasse o que fez de bom ou de mau, orando a Deus e ao seu anjo de guarda para esclarecê-lo, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar porque, acreditai em mim, Deus o assistiria. Interrogai-vos sobre essas questões e perguntai o que fizestes e com que objetivo agistes em determinada circunstância, se fizestes qualquer coisa que censuraríeis em outras pessoas, se fizestes uma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai-vos ainda isso: se agradasse a Deus me chamar nesse momento, teria eu, ao entrar no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, o que temer diante de alguém? Examinai o que podeis ter feito contra Deus, depois contra vosso próximo e, por fim, contra vós mesmos. As respostas serão um repouso para vossa consciência ou a indicação de um mal que é preciso curar. O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual. Mas, direis, como proceder a esse julgamento? Não se tem a ilusão do amor-próprio que ameniza as faltas e as desculpa? O avaro acredita ser simplesmente econômico e previdente; o orgulhoso acredita somente ter dignidade. Isso não deixa de ser verdade, mas tendes um meio de controle que não pode vos enganar. Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, perguntai-vos como a qualificaríeis se fosse feita por outra pessoa; se a censurais nos outros, não poderá ser mais legítima em vós, porque Deus não tem duas medidas para a justiça. Procurai, assim, saber o que os outros pensam, e não negligencieis a opinião dos opositores, porque estes não têm nenhum interesse em dissimular a verdade e, muitas vezes, Deus os coloca ao vosso lado como um espelho, para vos advertir com mais franqueza do que faria um amigo. Que aquele que tem a vontade séria de se melhorar sonde sua consciência, a fim de arrancar de si as más tendências, como arranca as más ervas de seu jardim. Que faça o balanço de sua jornada moral, como o mercador faz a de suas perdas e lucros, e eu vos asseguro que isso resultará em seu benefício. Se puder dizer a si mesmo que seu dia foi bom, pode dormir em paz e esperar sem temor o despertar na outra vida. Submetei à análise questões claras e precisas e não temeis multiplicá-las: pode-se muito bem dedicar alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias visando a juntar o que vos dê repouso na velhice? Esse repouso não é objeto de todos os vossos desejos, o objetivo que vos faz suportar fadigas e privações momentâneas? Pois bem! O que é esse repouso de alguns dias, perturbado pelas enfermidades do corpo, ao lado daquele que espera o homem de bem? Não vale a pena fazer algum esforço? Sei que muitos dizem que o presente é positivo e o futuro incerto; portanto, eis aí, precisamente, o pensamento de que estamos encarregados de destruir em vós, porque desejamos que compreendais esse futuro de maneira que não possa deixar nenhuma dúvida na vossa alma. Eis por que chamamos inicialmente vossa atenção para os fenômenos que impressionavam os vossos sentidos e depois vos demos as instruções que cada um está encarregado de divulgar. Foi com esse objetivo que ditamos O Livro dos Espíritos. Santo Agostinho


Comentando esta questão singular do livro básico de nossa codificação, fizemos um estudo dirigido tendo por base a cadeia de eventos proposta por Çaqia Muni, Sidhartha Gautama, o Buda, na Índia, que é a seguinte:

Vigie seus pensamentos, eles serão os seus desejos.
Vigie seus desejos, eles serão as suas palavras.
Vigie suas palavras, elas serão as suas ações,
Vigie as suas ações, elas serão os seus hábitos,
Vigie o seu hábitos, eles serão o seu caráter,
Vigie seu caráter, ele será o seu Destino.

E, assim, fizemos a rede e os meios de autoconhecimento, sugerido por Santo Agostinho na resposta citada, com os métodos de deter as consequências danosas em nossas vidas espirituais:

ORIGEM DO ERRO ....................SOLUÇÃO PARA CORREÇÃO
________________________________________

PENSAMENTO ......................... cultivar bons pensamentos, orar, ler,
.....................................................cantar músicas espirituais, escutar um CD
...................................................... com pensamentos bonitos,
...........................................................mensagens lidas na voz de Chico Xavier,
...........................................................CD´s de músicas elevadas.
.
.
PALAVRAS ..................................... reprimir o uso de palavras chulas, fazer todo o
.................................. ..... ....... ....... ... possível para não dizer palavrões, não dar
...........................................................opiniões negativas, sempre abrir a boca para
...........................................................dizer coisas boas
.

DESEJOS ....................................substituir os desejos institivos
...................................................... por aspirações elevadas.


AÇÕES ........................................ habituar-se a praticar ações de
......................................................fraternidade e solidariedade.


HÁBITOS ....................................reprimir maus hábitos e cultivas as boas
..................................................... ações no sentido de que elas se
......................................................tornarão, um dia, bons hábitos.


CARÁTER ..................................... dominar seu mau caráter, reprimindo-o,
.................................................. ..... domesticando-o, mesmo com a ajuda de
........................................................profissinais e até mesmo medicamentos.

DESTINO................................Não há como mudar os efeitos dos efeitos
...................................................produzidos por nossas próprias ações.
............................................... É possível reconhecer seus motivos e aceitar com
..................................................resignação as consequências,
...................................................além de iniciar um programa de
..................................................recuperação de seu próprio caminho evolutivo,
...................................................envolvendo a mudança de comportamento,
......................................................a ajuda espiritual e médica, se for preciso.

sábado, janeiro 03, 2009

RAZÃO E RELIGIÃO


Miguel Reale Júnior (1)


No ano que se inicia, comemora-se o centenário da morte do cientista e médico Cesare Lombroso, fundador da Antropologia Criminal. Lombroso foi, ao lado de Garófalo e Ferri, um dos epígonos da Escola Penal Positiva italiana, cujas ideias foram fruto do desenvolvimento das ciências naturais e da confiança nos métodos empírico-explicativos.A explicação causal do crime nasce com Lombroso a partir de estudos da morfologia de diversos condenados e internados, observando dados físicos dos quais retira consequências acerca do desenvolvimento mental. Sinais exteriores como queixo prognata, testa curta, orelhas de abano são características correspondentes a tendências delituosas. Dessa maneira, há um criminoso nato cuja origem está no atavismo, na herança da idade selvagem. O delito é fruto inexorável desse homem incorrigível, em razão da não-evolução de aspectos físicos e psíquicos. Assim, Lombroso negava o livre-arbítrio por acreditar na determinação absoluta da prática delituosa por fatores antropológicos. Além de O Homem Delinquente, escreveu Lombroso A Mulher Delinquente, estudo no qual afirmava, após exame das características da mulher como as físicas, a capacidade craniana, o esqueleto, o peso e estatura, a inteligência e a moralidade, que esta possui fundamentalmente caracteres que a aproximam do selvagem e da criança. Lombroso, contudo, mais tarde, sob influência de Ferri deu relevo aos aspectos ambientais na produção do fato delituoso, além de concluir, no final da vida, em consequência de sua adesão ao Espiritismo, que dentre os criminosos poucos poderiam ser considerados como natos. Curiosa é a caminhada do cientista, aferrado à análise dos fatos e à comprovação de suas causas, em direção ao Espiritismo. Lombroso não foi fulminado pelo milagre da graça ou conduzido por uma revelação entusiasmante de Deus e das verdades escatológicas, mas chegou à religião, como se verá, por força dos fatos dos quais se declara escravo.Na Itália do último quartel do século 19, deu-se forte influência do espiritismo, mormente no meio científico. Lombroso negou-se diversas vezes a participar de experiências espíritas, que chegou a ridicularizar. Coincidiu sua estada em Nápoles, em março de 1891, com a do professor Chiaia e da médium Eusápia Paladino, de extraordinários poderes. Lombroso concordou em presenciar uma sessão, desde que no seu hotel, à luz do dia, com cuidados contra qualquer fraude. Na primeira de uma centena de sessões com a médium, impressionou-o o fato de, estando Eusápia presa a uma cadeira, a cortina do quarto se ter desprendido para envolvê-lo. Poucos meses após a primeira experiência espírita, em julho, Lombroso já manifestava se envergonhar de haver combatido com violência a possibilidade de fenômenos espíritas, pois, apesar de contrário à teoria, atestava que fatos existiam e se orgulhava de deles ser escravo. Em 1890, afirmara, diante da verificação de levitações, de transporte de objetos e de materializações, que com relação à teoria espírita era um pequeno seixo na praia, a água não o cobria, mas a cada maré sentia estar sendo arrastado um pouco mais para o mar. Experiência impressionante foi a aparição, em 1902, de sua mãe em diversas sessões, uma figura com a mesma estatura e a mesma voz, na maioria das vezes chamando-o de "fiol mio", como era próprio de sua origem veneziana.Indagado por um jornalista em 1906 sobre os fenômenos espíritas, Lombroso disse que por educação científica fora sempre contrário ao espiritismo, mas ao lado de eminentes observadores, médicos, físicos, químicos, biólogos constatou fatos. Assim, acreditava na evidência, nada mais, sem medo do ridículo ao afirmar fatos dos quais experimentalmente adquirira profunda convicção.Escreveu, então, em 1909, perto de morrer, o livro Hipnotismo e Mediunidade, em cujo prefácio declara que se situou distante de toda a teoria para que a convicção surgisse espontânea dos fatos solidificados pela consciência emanada do consenso geral dos povos. Fez, então, uma consistente síntese das experiências mediúnicas ao longo do tempo, mostrando a analogia entre o que sucedeu com os povos antigos, com os povos indígenas, com os fenômenos ocorridos na Idade Média ou no Renascimento e com o que sucedeu naqueles dias na presença de ilustres cientistas.Disse, então, possuir um mosaico de provas resistente às mais severas dúvidas. Dentre tantos fenômenos e experiências que relata, muitos dos quais testemunhou, curiosos são os casos judiciários, como o da revelação por espírito de jovem falecido em navio de ter sido envenenado com ingestão de amêndoas com rícino, fato este depois constatado por perícia.Escravo dos fatos, Lombroso descobre pela experiência o espiritismo, o que não contraria sua formação científica, causal-explicativa. Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, reconhece o livre-arbítrio, mas admite que não são os caracteres físicos que determinam o comportamento, e sim a natureza do espírito encarnado, que pode ter inclinação para o mal, mas possui o poder de enfrentar com o seu querer a tendência manifestada. Lombroso reconhece, ao fim, a pouca incidência de hipóteses do criminoso nato.
Este escorço histórico, quando dos cem anos da desencarnação de Lombroso, recoloca a angustiosa questão do livre-arbítrio ou do determinismo. A meu sentir, a liberdade não pode ser indiferente. Cabe situar o homem em suas circunstâncias biológicas e sociais, pois age no mundo que o circunda. O homem possui uma liberdade, mais que situada, sitiada, sem deixar de ter, contudo, uma esfera de decisão última pela qual define a realização da vontade e a do seu próprio modo de ser. Sem liberdade perdem sentido a dignidade do homem e a imortalidade do espírito.


(1) Miguel Reale Júnior, advogado, professor-titular da Faculdadede Direito da USP, membro da Academia Paulista de Letras, foi ministro da Justiça

O ESTADO DE SÃO PAULO, Sábado 03/01/2009