sábado, outubro 10, 2009

Clóvis Tavares fala sobre o respeito à celebração do Dia de Finados



“Lembro-me de uma passagem de uma mensagem íntima- e por isso não foi publicada- do nosso querido Néio Lúcius. Numa ocasião em que eu tive a felicidade de descobrir uma livraria pobre do Rio, o chamado sebo, uma pequena biografia de Santa Mariña. Dei a Chico Xavier a pequena biografia e aos familiares de Célia Lucius reencarnados na época neste mundo.




Nesta pequena biografia se dizia o dia consagrado a Célia pela população católica Italiana, especialmente de Veneza, onde estão seus restos mortais. Suas relíquias foram trazidas pelo mesmo Helvídio Lúcius, numa reencarnação posterior, na idade média, em que ele, como cruzado foi a Alexandria. Lá encontrou grande veneração à uma certa Santa Mariña. Encantou-se ele também com as tradições sobre ela e resolveu trazer para sua terra os ossos que em séculos anteriores, foram de sua própria filha.




A descoberta no sebo do Rio foi interessante e agradou a todos, inclusive a mim, que fui instrumento desta benção. Entretanto, Néio Lucius, avô de Célia, disse que a data era bem certa. E era justo que nós comemorássemos o dia 18 de junho, Dia de Célia. Nós espíritas, que recebemos a benção do livro 50 Anos Depois, por que no plano espiritual, nas esferas de luz, eles também comemoram o dia de Célia.




E não apenas o Dia de Célia, mas celebram também com festividades mais intimas mais familiares, até mesmo cada nova edição na terra, do livro 50 Anos Depois.




Desse modo, o dedicar-se dias especiais a determinados eventos que falam ao coração em nada é estranho e nem significa ritual algum. É só e somente só, uma festa do coração. E mais ainda para surpresa nossa estas festividades, esses dias consagrados, para usar a expressão de Néio Lucius, dias consagrados à memória dos nossos queridos que estão no mais além, se ligam, muitas vezes, a fatos históricos.




Fatos que nós jamais imaginaríamos que possam estar intimamente conectados. Por exemplo, Néio Lúcio diz na mensagem, que de tanto ler e tamanha a curiosidade que me causou, eu gravei as palavras. Diz ele que o dia 18 de junho, em que todos nós na terra e todos do além, lembramos a neta querida, a sua neta querida, a nossa querida Célia, este dia está de alguma forma relacionado à derrota de Napoleão Bonaparte na planície de Waterloo, em 1805.
Há um elemento de ligação entre a história de Célia e este fato histórico. Ele não quis contar qual era a conexão e nós, naturalmente, não perguntamos. Entretanto, a queda de Napoleão Bonaparte, a queda do império Napoleônico, o fim daquelas guerras terríveis da expansão napoleônica, estão ligadas a história de Célia Lúcius.




Estes fatos que nós aceitamos e recebemos dos nossos antepassados, são louváveis.




No Além, há não só o exemplo de Jesus, respeitando as datas sagradas das festas judaicas o Rosh Hashaná, o Yom Kipur, a dos pães ásimos, a dos Tabernáculos, as festas das luzes. E, sobretudo a Páscoa.




Essa Páscoa, tão respeitada, que São Paulo diz que Jesus se tornou a nossa Páscoa.




Páscoa quer dizer passagem, que era a festa que recordava para os judeus a passagem pelo Mar Vermelho no tempo de Moisés.




Jesus respeitou estas datas.




Eu particularmente, não sei se todos concordam com isso, sei que algumas pessoas não concordam, mas eu respeito porque não faz mal nenhum fazer uma festa de amor, de bondade, de carinho e de saudade, dentro do coração, para aqueles que já partiram.




Hoje, portanto, para nós, como Kardec fazia segundo o costume francês, no dia de todos os Santos.”




Clóvis Tavares, 01-11-1981

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