domingo, julho 06, 2008

UMA CARTA DE PEDRO LEOPOLDO


Pedro Leopoldo, Domingo, 6 de julho de 2008


Meus amigos,

Estou em Pedro Leopoldo , mas o meu coração está na Escola Jesus Cristo, onde está a minha família, onde o meu irmão Celso hoje falará aos corações de todos os que amam o Evangelho de Jesus.

Todavia, estou longe de minha Campos e sei, no íntimo de meu ser que não penso nunca em sair de minha cidade natal.

Ninguém é reconhecido em sua terra natal, disse Jesus, que foi ameaçado de morte ao pregar em Nazaré. Sei que meu Pai não foi reconhecido também entre os seus. Muitos campistas, mesmo espíritas, nunca o escutaram como pregador do Evangelho que foi.

Quem sou eu para perder tempo e pensar se sou ou não reconhecido por alguma coisa? Afinal, de que preciso ser reconhecido? Não sou nada e não represento nada.

Penso que sou um florista. Não sou floricultor, que é aquele que cultiva as flores. Esse é o Paulo Costa Pinto, o floricultor da Escola Jesus Cristo. Eu sou apenas um florista. Recolho as rosas, os lírios, os trevos... reúno-os e ato-lhes, enfeixo-os produzindo os livros que tenho trazido a público.

O livro de Nina Arueira é apenas de Nina Arueira. Poucos entendem isso. Aquele é o mesmo “Terceiro Milênio” o qual adaptei o nome pois o antigo caiu em excessivo domínio, banalizou-se. Qualquer cois hoje é do terceiro milênio. Mas as páginas de Nina Arueira, a socialista cristã que converteu-se ao Espiritismo sem que seu noivo materialista o soubesse, mas que no leito derradeiro, solicitou que abandonasse o ideal de construir na Terra para o ideal de construir na Espiritualidade.

Assim, “Novo Céu e Nova Terra”, que são palavras de Isaías e de João Evangelista, são próprias, perfeitamente próprias ao livro de memórias de Nina Arueira.

O que é de minha autoria nessa antologia da fundadora de nossa Escola Jesus Cristo? A biografia de Nina. “Pequena História da Pequenina” foi o título que dei a esta minibiografia de Nina Arueira. Uma biografia espíria. Nina foi radiografada literariamente por lentes materialistas que não puderam divisar a sua vida sob a ótica reencarnacionista. Ela trouxe Clovis outrora ao Cristianismo. Ela foi a responsável, através de suas penitências, pela conversão de todo um exército ao Evangelho de Jesus e por isso canonizada. O autor do requerimento de sua canonização não foi senão o nosso querido Emmanuel, que também batizou Clovis, com uma emblemática ordem que para sempre ficou impressa na acústica espiritual de Papai.

“Sal da Terra”é um livro de Clóvis Tavares. Neste livro eu apenas redigi as notas de rodapé e fiz alguns poucos e inexpressivos comentários. Os textos são todos de Clovis Tavares, retirados de suas pastas, de seus arquivos, organizados em pastas no seu escritório. Tudo foi perfeitamente guardado por minha Mãe. Hilda Mussa Tavares é uma mulher de fibra, corajosa, fiel e portadora de um patrimônio inigualável.

Mas o livro “Sal da Terra” parece esquecido na Escola Jesus Cristo. O livro, repito, não é meu. É de Clovis Tavares, contém textos que ele memso publicava no jornal Ä Cidade” na sua coluna: “De Jesus Para os que Sofrem”. Esta é a origem do título de seu mais conhecido e divulgado livro.

Em “A Morte é Simples Mudança” tentei comentar as mensagens de meu irmão Carlinhos, com os conceitos que ele mesmo gostaria de ter emitido. Ele dizia em família que queria escrever “A Morte é Simples Mudança” com exemplos de crianças no além-túmulo, seu crescimento, desenvolvimento, futura reencarnação... E o caso de Carlinhos era especial. Ele havia se comunicado mediunicamente antes e depois de uma passagem por esse mundo. Comunicou-se como Lill em 1944, dizendo-se uma criança de Jesus; como Santos Dumont em 1948, pedindo forças a Deus para uma renovação de caminhos. Reencarna em 1956, vive 17 anos incompletos e em 1973, ano mesmo de sua última desencarnação, inicia uma série de poemas íntimos dedicados ao meu Pai ou à minha Mãe, pois eles em ocasiões diferentes visitaram o médium na cidade de Uberaba ou em Peirópolis, Mina Gerais. Foi publicado alhures um livro que desqualifica Santos Dumont, com caluniosas e trevosas insinuações, amalgamando em péssimas construções, malícia, intriga e desrespeito a essa alma querida de nosso coração, a quem estamos ligados por laços indeléveis e que muito me fez sofrer. O livro esgotou a sua edição da Madras e seu editor e prefaciador, o nosso amigo Eduardo Carvalho Monteiro também desencarnou. Solicitei então à direção da Editora que me devolva os direitos de publicação, para que eu remodele o livro, esclarecendo a verdade sobre Santos Dumont, cuja memória foi malbaratada por uma produção mediúnica apócrifa, maldosa e infamente. O nosso amigo Geraldo Lemos Neto promete para breve uma nova edição do mesmo com o sub-título: “Olhai os Pássaros no Céu”.

“Célia Lucius, Santa Marina” é uma homenagem a Clóvis Tavares e a Chico Xavier.
Eu não tenho mérito algum, pois tudo se iniciou com a descoberta de Clovis Tavares, que de modo casual (ou nada casual) percebeu a identidade de Santa Marina , venerada em Veneza, com a protagonista mor do segundo romance de Emmanuel.
O posfácio foi uma surpresa para mim. Geraldo Lemos o incluiu a pedido de nossa querida Wanda Joviano, que encontrou a mensagem de 1941, piscografada em sua casa. É possível que seja de um espírito que viveu em Veneza e foi não apenas devota da Santa Marina, mas a ela devia graças espirituais não reveladas.

Ainda encontram-se no prelo “Ö Retrato Espiritual de Kardec”, cujos capítulos e indicações bibliográficas foram todas de meu Pai, e a mim apenas coube segui-las fielmente e “A Saudade é o Metro do Amor”, onde fiz comentários às seis mensagens de meu Pai, nem todas publicadas e às quais necessitam de um esclarecimento pois são notadamente doutrinárias.

Algumas pessoas me perguntaram sobre o “Rocha dos Séculos” que consta de algumas notas no livro de memórias de Célia Lucius. Trata-se de uma transcrição para linguagem escrita das palestras de Clóvis Tavares, quase todas da década de 80, gravadas pelo nosso caro Rubens Fernandes, que entregou-as a minha Mãe, esperando certamente que a família tomasse a decisão correta de divulgá-las em áudio e na linguagem escrita para proveito geral, fato esse que breve chegará a um termo.

Outros trabalhos estão em processo de gestação mental, alguns deles iniciados, outros alterados, outros tantos idealizados e todos mantidos por uma forte esperança que é a memória do futuro.

2 comentários:

Irmão Sol, Irmã Lua disse...

Flávio,
Admiro seu entusiasmo e sua luta em divulgar e preservar todas as coisas espirituais que recebeu como presente de Deus por intermédio dos pais queridos e amorosos, que são exemplos para tantos. Com certeza, não buscamos reconhecimento aqui na terra dos homens, mas desejamos cumprir a nossa parte (mesmo que palidamente) e podermos receber, não reconhecimento, mas os sorrisos e carinhos de quantos velam por nós, por termos algo de bom e produtivo deixado em nossas vidas. Os livros, mesmo que não sendo de sua autoria, já são bons frutos que ficarão para serem saboreados por muitos graças ao seu grande empenho esforço pessoais. Você tem conquistado com perseverança o respeito de muitos irmãos e tem feito com que também se entusiasmem no trabalho em nossa Escola. Deus o abençoe e o ampare sempre!
Com gratidão e carinho,
Benjamin.

Juliana Tavares disse...

Pai, parabéns por todo o seu trabalho incessante para divulgar as palavras de vovô Clóvis, de Nina, a belíssima história de tio Carlinhos, bem como continuar os trabalhos de vovô em relação à Celia, Kardec e diversos outros livros que você tem escrito para nos enriquecer de bênçãos espirituais. Deus há de te recompensar pelo santo trabalho!