sábado, março 27, 2010

CHICO XAVIER, um filme para todas as religiões


Foi uma grande coletiva a que elenco e equipe do filme “Chico Xavier” fizeram no Theatro de Paulínia, no dia seguinte à pré-estreia do filme na cidade. Pelo menos em número de pessoas. Eram 13 à mesa, incluindo o diretor Daniel Filho, produtores, distribuidores e cinco atores – a grande ausência foi Ângelo Antônio, que vive Chico na juventude. O filme estreia no dia 2 de abril em todo o país.


Confira os principais momentos:


LANÇAMENTO – Rodrigo Saturnino, diretor da Columbia, uma das distribuidoras do filme, estimou que o filme terá entre 300 e 400 cópias espalhadas pelo país, mas preferiu não falar em expectativa de público. A estratégia dos distribuidores e de Daniel Filho é despir o filme de seu caráter espírita para atingir o público de todas as religiões.“Não é um filme feito sobre essa bandeira (espírita). Fala sobre valores como amor, paz, doação ao próximo. Quem pode ser contra isso?”, disse Bruno Wainer, da distribuidora Downtown. “Tenho amigos católicos curiosos para ver o filme. É o primeiro longa que tem três Pai Nossos e um Creio em Deus Pai, mais até do que em ‘Maria, a Mãe do Filho de Deus’”, brincou Saturnino.“A mensagem de Chico não é de Espiritismo, mas de pensamento. Não são ensinamentos religiosos, são lições de vida”, disse Daniel Filho. Segundo uma decisão do diretor, 10% da renda será revertida para a Casa da Prece, uma instituição de caridade de Uberaba.


RELIGIÃO – Daniel Filho também foi flexível quando lhe pediram para definir sua posição religiosa. “Sou ateu, mas sou um homem de fé. Só não tenho religião. Já rezei em igreja, fui umbandista uma época. Claro, como todo mundo, se acontecer alguma coisa horrível na minha vida, sou capaz de jogar sete flores no mar, vou na floresta amazônica tomar chá. Aí é o desespero”, brincou. Mais tarde, durante a entrevista, disse que recebeu mensagens do além de Chico Xavier e Bezerra de Menezes durante a preparação do filme.


MITOLOGIA – Se desde os anos 30 Hollywood usa informações romanceadas para criar apelo em torno de um filme, com o cinema brasileiro não poderia ser diferente. Segundo a equipe, coincidências místicas marcaram as filmagens. Marcel Souto Maior, autor do livro As Vidas de Chico Xavier, sobre o qual se baseia o filme, contou que, ao visitar o médium pela primeira vez há 15 anos, “lágrimas inexplicáveis” correram de seu rosto sem que percebesse, num choro “sem emoção ou consciência”. Daniel Filho o seguiu, confirmando que chorou sem perceber ao contar à mulher que decidira dirigir o filme.O cão que interpretou o cachorro de Chico no filme se chamava, por coincidência, Chico. Por fim, a data de estreia do filme, 2 de abril, que marca o centenário de nascimento de Chico Xavier, cairá justamente em uma Sexta-Feira Santa – além de ser o aniversário de Souto Maior.


FILMAR O INVISÍVEL – Daniel Filho admitiu a dificuldade de colocar na tela o espírito-guia Emmanuel, vivido pelo ator André Dias. As cenas com o espírito foram muito criticadas pelos jornalistas. “Existem várias imagens do Emmanuel, mas é difícil tornar imagem algo que não se veja, mas em que se acredite. Que roupa ele usava? Que voz tinha? É muito complicado tornar visível o que eu não conheço.”


AMIGO – O diretor afirmou que a grande motivação para dirigir “Chico Xavier” foi a lembrança de seu amigo, o diretor de TV Augusto César Vanucci, responsável por programas da Globo como “Chico City” e “Domingão do Faustão”, morto em 1992. Mineiro, ele era espírita kardecista, amigo pessoal de Chico Xavier e chegou a dirigir um programa religioso na Bandeirantes, apresentado por Luis Antonio Gasparetto.


NELSON XAVIER - O ator, que sempre foi agnóstico (descrente), falou sobre as mudanças que o papel de Chico provocaram em seu pensamento. “Algumas pessoas confundiam meu nome com o dele e eu até me irritava com isso. Mas quando li o livro, fiquei deslumbrado e com vontade de fazer o personagem. O contato com as pessoas que conviveram com ele foi uma cachoeira de emoção. Foi uma revolução na minha vida, a descoberta de que precisamos acreditar no amor”.


BARRADOS NA IGREJA – Durante a pré-produção, um produtor de locação teve negado o pedido para filmar em uma igreja católica de Uberaba. Segundo Daniel, o produtor foi conduzido pelo braço até a porta e convidado a se retirar.SE EU FOSSE VOCÊ - A comédia com Tony Ramos e Glória Pires dirigida por Daniel Filho lhe rendeu um método de preparação de elenco. Para dar continuidade aos trabalhos de Ângelo Antônio e Nelson Xavier na pele do protagonista, ele fez com que um ensaiasse as cenas do outro. Os ensaios tomaram um mês e meio antes da filmagem.


PRÓXIMOS PROJETOS – Ainda este ano, Daniel deve dirigir a adaptação da novela “Roque Santeiro” para o cinema. Lázaro Ramos está cotado para viver Roque, e Fernanda Torres deverá ser a nova Viúva Porcina.

Um comentário:

Pedro Tavares disse...

Além do filme sobre fatos da vida de Chico Xavier, também teremos o filme contando a história de NOSSO LAR, e mais um sobre "As mães de Chico Xavier", sobre mães que perderam seus filhos...
É realmente um ano de muita alegria o do Centenário de Chico Xavier!