sábado, fevereiro 11, 2006

O Fariseu e o Publicano

Subiram dois homens ao templo para orar. Um era fariseu; o outro, publicano.
O fariseu, em pé, orava no seu interior desta forma:
Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali.
Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros.
O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo:
Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!
Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro.
Pois todo o que se exaltar será humilhado,
e quem se humilhar será exaltado.
Lucas 18: 10-14

Jesus nos propõe esta história num momento em que alguns fariseus, gabavam-se de ser superiores aos demais homens.
Ao subirem para orar, foram os dois, dois tipos psicológicos diferentes palestrar com Deus.
O primeiro fez um relatório de suas vantagens. Comparou-se, considerou-se mais piedoso e fervoroso. Acusou a todos, inclusive o que estava ao seu lado de ser ladrão e desonesto.
Jactanciou-se aos olhos de Deus. Justificou-se a si mesmo! O que Deus poderia fazer por ele? Ele já estava tão bem! Tão rico, tão farto...

O segundo, desceu os olhos de vergonha de si mesmo diante de Deus.
Estava arrependido de ser um fiscal corrupto. Queria mudar de vida, mas não ousava olhar para o céu. Abaixou-se, fechou os olhos e corado de vergonha, realizou um ato de contrição.
Após este primeiro momento, entrou no segundo ato da oração de um "pobre de Deus": Confessou!

Freud dizia que era através da verbalização da angústia que nos libertávamos de suas garras neurotizantes e paralizantes. Jesus disse isto também:
"É por tuas palavras que serás justificado ou condenado." Mt 12:37.

Assim, o publicano confessou para o seu Deus que era um corrupto , que invadia as casas dos pobres e das viúvas para lhes tirar o sustento, a título de pagar o imposto a Roma. Mas sabia que a maior parte do que cobrava era para si mesmo. Resolveu ali mesmo, diante do Deus em Quem cria, mudar o padrão de sua vida.

Não se justificou! Fez a auto-crítica! Fez o mea culpa! E iniciou a processo de reparação!
Contrição! Confissão! Reparação! Esta a nossa parte!
Justificação! A parte que cabe ao Deus!

Pois todo que se exaltar diante de Deus, será humilhado pela própria vida, pois tudo o que considera em sua altíssima auto-estima são palhas ao vento, se dispersaão facilmente!

E todo que se humilhar , no projeto de reestruturação psíquica e na oração diária de compromentimento diante de Deus, de reformar o seu caráter: será Justificado!

Um comentário:

Anônimo disse...

O evangelho não fala que o publicano mudou de vida. O evangelista tinha motivos pessoais para colocar o fariseu naquela posição; era romano. A personalidade soberba e presunçosa ficava bem no cobrador de impostos, pois era ele quem espoliava sua gente. Sobre os fariseus era colocada a carga maior dos dominadores, e era eles quem faziam as tentativas de libertação. O evangelista tenta desqualifica-los.