HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI
"Não se turbe o vosso coração. - Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. - Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais.." ( Jo14: 1-a 3)
Com este versículo Jesus nos dá um de seus mais consoladores ensinos, pois ali mesmo pede para que não nos angustiemos na vida, não perturbemos o nosso coração, sede de nossos sentimentos e que tenhamos fé. E adiciona um ponto fundamental a esse pedido: uma promessa! Iria preparar-nos um lugar!
Vejamos assim, por itens:
1- Não se deixar perturbar, não permitir que os ruídos da vida terrena obscureçam o nosso sentimento. Vivemos num ambiente que nos influencia todo o tempo e cada dia mais com as suas formas complexas de adentrar a nossa mente via mídias eletrônicas. Turbar o órgão do sentimento é de certa forma deixar que este se contamine de modo perverso pelos vírus nocivos do materialismo e da impiedade. O materialismo apaga a esperança e a impiedade apaga o amor. São os mecanismo mais devastadores de nosso sentimento nos dias atuais. Disso quer Jesus nos prevenir.
2- Crer em Deus e em seu filho Jesus. Este é o domínio da Fé. A fé é uma dádiva que é suscetível de ser fortalecida pela oração. Quanto mais se orar, mais fortalecida fica a nossa fé. Em duas passagens do Evangelho, pessoas diferentes pedem que Jesus lhes acrescente Fé. Uma é a do pai desesperado e quase desesperançado diante do seu filho que sofria um processo de subjugação espiritual. Em Mc 9:24 diz o pai: "Eu creio, Senhor, mas vem em socorro à minha falta de fé!", isto é aumenta essa força dentro de meu coração. Em outro momento, em Lc 17:5: "Os apóstolos disseram ao Senhor: Aumenta-nos a fé!", ou seja essa força é um canal divino que pode ser potencializado se nós orarmos a Jesus com humildade: "Jesus, nós queremos crer, entretanto nossas vidas efêmeras neste mundo são de tal forma ilusórias, que tem nos afastado da fé e da caridade. Por isso, Jesus, pedimos humildemente como o pai aflito do evangelho e como os seus discípulos assustados: Aumenta-nos a Fé !"
3- Há muitos orbes no universo como pode constatar a Astronomia moderna. Há orbes puramente espirituais, moradas de espíritos desencarnados, como vemos nas mensagens de "O Céu e o Inferno" e na vastíssima literatura mediúnica brasileira, mormente a de nosso querido Francisco Cândido Xavier. E há moradas físicas como podemos ver na codificação neste terceiro capítulo de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e na questão 55 de "O Livro dos Espíritos".A ciência astronômica pode ofertar-nos hoje inúmeras evidências de que é possível cientificamente admitir a vida em outros planetas. O célebre físico britânico Stephen W. Hawking, 63 anos, reafirmou em Berlim que há vida inteligente extraterrestre. Hawking, que se comunica somente através de um computador devido a uma enfermidade degenerativa chamada Esclerose Lateral Amiotrófica, falou sobre "o universo" no salão nobre da Universidade Livre de Berlim, abarrotado de público, em sua maioria estudantes. Em uma entrevista para a rede pública de televisão ARD, o cientista reafirmou sua crença de que existe vida inteligente fora da Terra:. "Acredito que a vida surgiu por casualidade sobre a Terra. Não estamos sozinhos no universo." Em 1961, Frank Drake, astrônomo norte-americano, atual diretor do Instituto SETI, publicou uma equação que pretende fornecer o número de civilizações inteligentes e que desenvolveram tecnologia em nossa galáxia. Essa equação ficou conhecida como equação de Frank Drake. N = E x P x S x V x I x T x C; onde 'N' é o número de civilizações comunicantes em nossa galáxia; 'E' é o número de estrelas que se formam por ano na nossa galáxia; 'P' é a fração, dentre as estrelas formadas, que possui sistema planetário; 'S' é o número de planetas com condições de desenvolver vida por sistema planetário; 'V' é a fração desses planetas que de fato desenvolve vida; 'I' é a fração, dentre os planetas que desenvolvem vida, que chega a vida inteligente; 'T' é a fração, dentre os planetas que chegam a vida inteligente, que desenvolve tecnologia e 'C' é a duração média, em anos, de uma civilização inteligente. A atribuição dos valores para as parcelas acima foi feita norteada pela ciência atual, porém, com visões bastante otimistas acerca da vulgaridade da vida no universo, de tal forma que podemos falar que estamos obtendo o número máximo possível de civilizações comunicantes em nossa galáxia. Após multiplicarmos as parcelas acima, chegamos a 1 milhão. Isso quer dizer que é possível que tenhamos 1 milhão de civilizações, só em nossa galáxia, que mais do que inteligentes, desenvolveram tecnologia e são capazes de se comunicar conosco. (Prof. Renato L. Casas e D. Mourão, do Observ. Astr. da UFMG (http://www.observatorio.ufmg.br/pas05.htm.). A Agência Espacial Européia está desenvolvendo o Projeto Darwin e também, em torno de 2015, colocará no espaço um experimento com a finalidade de constatar a vida extraterrestre.(José Renan de Medeiros (Ph.D.) do Departamento de Física da UFRN)
4- Se não fosse verdade, Jesus não iria dar esse testemunho e nós não podemos ser cristãos e ignorarmos que Jesus é o Senhor de nosso Universo conhecido, preparando as novas moradas de nossos espíritos na erraticidade e nas futuras humanidade que porventura venhamos um dia a fazer parte na infinita viagem na sucessão das reencarnações.
5- O momento dessa busca de Jesus de suas ovelhas perdidas é o momento de seu retorno à nossa Terra. Isso nós não sabemos quando será. Será dentro de cinqüenta anos, um século, três séculos ou dentro de um ou dois milênios? "Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe, nem mesmo os anjos do céu, mas somente o Pai." (Mt 24:36) O que significa isso? Nem mesmo espíritos puros sabem precisar a hora do retorno de Jesus. Só Deus o sabe, pois é onisciente e está além do tempo e do espaço.
Allan Kardec, em seu inigualável livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, no seu capítulo terceiro, que tem o título do presente estudo, analisa o texto consolador de João nos seguintes itens: 1-Diferentes estados da alma na erraticidade; 2-Diferentes categorias de mundos habitados: a) Mundos superiores e mundos inferiores; b) Mundos de expiações e de provas; c) Mundos regeneradores; d) Progressão dos mundos; 3- Destinação da Terra.
No item 1, Diferentes estados da alma na Erraticidade, Kardec nos ensina que o espírito desencarnado, na Erraticidade, pois, vive em tipos de moradas quem tem uma plasticidade diferente da nossa, de natureza fluídica, que provém de seus próprios pensamentos. Estas moradas podem ser regiões de ventura ou de sofrimento, de expiação pós-mortem, prévias às dolorosas reencarnações de resgate ou de estudo e preparação para novas experiências de provações na Terra. Em O Céu e o Inferno, há inúmeras comunicações que nos dão notícias dos momentos de dores após a desencarnação que podem se somar à literatura mediúnica brasileira, como a famosa série Nosso Lar, de André Luiz, psicografada pelo nosso querido Chico Xavier e o não menos notável Memórias de um Suicida, psicografado pela saudosa Yvone Pereira.
Nas regiões de sofrimento, denominadas pelo nosso amigo espiritual André Luiz, de "Umbral", que significa pórtico ou passagem, há uma demora do espírito sofredor, na purgação de seus estados emocionais negativos até que possa receber a ajuda que lhe espera na erraticidade através de seus parentes, amigos e protetores espirituais. A famosa série Nosso Lar retrata a peregrinação espiritual de um médico e cientista que viveu no Rio de Janeiro no século XIX e que permaneceu ali por oito anos em perturbação psíquica.
No item 2, sobre as diversas categorias de mundos, ensina-nos Kardec que Há orbes planetários próprios para espíritos superiores e para espíritos inferiores. Nos mundos primitivos, as almas vivenciam as suas primeiras experiências na humanidade. Ali são seres que desejam apenas comida e sexo, obedecendo aos instintos básicos de auto-conservação e de preservação da espécie. Para atingir esses fins, eles lutam entre si e vale apenas a lei do mais forte. Nos mundos de Expiação e Provas, o segundo na escala evolutiva dos planetas, entre os quais está a nossa Terra, as almas já desenvolveram estratégias mentais mais complexas e buscam não apenas os instintos básicos, mas a dominação econômi8ca e política baseada no interesse egoístico. Ali predominam as paixões descritas pelos diversos filósofos como paixões carnais ou pecados mortais. O terceiro degrau na escala dos mundos são os Mundos Regeneradores, onde os seres que já dominaram as paixões vivem uma vida de descanso e preparo para novas lutas. Estes espíritos não são puros e experimentam ainda várias fraquezas da alma, mas não estão submetidos ao governo incontrolável dos instintos e a ira já não é o traço marcante do seu caráter. A seguir, Kardec fala sobre os Mundo Felizes e Celestes, sobre os quais nada podemos falar, pois faltam-nos elementos, restando apenas dizer que ali vivem espíritos sublimados em harmonia e paz verdadeira.
Os mundo evoluem como nós espíritos evoluímos individualmente. Assim como as nações de nosso planeta crescem economicamente, temos nações ricas e nações pobres. Nos países desenvolvidos há entretanto pessoas ricas e pobres. Assim também há pessoas mais abastadas e populações paupérrimas nos paises subdesenvolvidos. Mutatis mutandis, temos mundos de expiações e provas como o nosso em que a maioria ainda ignorante das Leis do Espírito, se arrastam nas vibrações mais baixas da criação, necessitando ainda sofrimento através da reparação psíquica das reencarnações. Mas existem também espíritos de altíssima nobreza espiritual que aqui permanecem por amor e dedicação de renúncia aos seus amigos e parentes e como exemplo não podemos deixar de falar do belo espírito Célia Lúcius/Alcione dos romances Cinqüenta Anos Depois e Renúncia, de Emmanuel psicografados por Chico Xavier. No intervalo de 15 séculos o mesmo espírito vêm buscar almas caídas em dolorosas reincidências dos mesmos erros em posições semelhantes na Terra. Evoluímos individualmente e coletivamente. Como seres autônomos da criação temos responsabilidade sobre os nossos atos, o que não nos desvincula da necessidade de caminharmos em parceria com os nossos irmãos de caminho, muitas vezes considerados adversários, mas sempre companheiros de evolução. Somos colocados lado a lado, para praticarmos a caridade, a tolerância, o perdão e a sublimação de nossas inferioridades. A evolução como sociedade, como nação, como planeta cristão é meta de Jesus para a nossa humanidade. Sabe-se que somos cerca de 20 bilhões de almas gravitando nos períodos encarnados e desencarnados. Sabe-se também que é provável que dois terços não alcancem a possibilidade de acompanhar a evolução da Terra enquanto planeta em evolução. Isso é triste, mas assistindo os espetáculos de sofrimento e impiedade de nossos meios de comunicação, acredita-se que a estatística seja verdadeira. Jesus entretanto, ensinou-nos a senha, no capítulo cinco do Evangelho de Mateus: "Felizes os Mansos, pois permanecerão na Terra." Ser manso é vencer os impulsos da Ira. É dominar suas pulsões, é controlar sua raiva, é dominar seu medo e controlar suas reações. Como? Orando, freqüentando uma escola espírita cristã, para domesticar a fúria que ainda vive dentro de nós. Ali devemos assistir classes de estudo de nossa doutrina esclarecedora, escutar as palestras doutrinárias e evangélicas, tomar o passe, estudarmos, praticarmos a caridade, atendermos os sofredores, escutarmos os angustiados, praticarmos a benevolência, o perdão, a tolerância, a humildade e a compreensão mútua. Deve ser o local para onde nos encaminhamos felizes como feliz ficou Davi ao saber que era o dia de ir ao Templo: "Alegrei-me quando disseram-me: Vamos a casa do Senhor" (Sl 122:1)
Essa é a terapia de que necessitamos para almejarmos permanecer na Terra regeneradora que Jesus está preparando para os nossos espíritos.
Foto do Telescópio Hubble, um dos mais potentes do mundo.
Imagem da Nebulosa Planetária do Olho de Gato (NGC 6543), uma das nebulosas planetárias melhor conhecidas do céu. A imagem revela a bela simetria desta nebulosa, especialmente na região central. Também se pode observar o halo ténue de material gasoso que a envolve, extendendo-se até uma distância de 3 anos luz
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