Nomes de Santos Católicos nos Centros Espíritas
Abaixo, trecho do livro "Por que Sou Espírita", de Américo Domingos, em que o autor responde as acusações feitas ao Espiritismo pelo D. Estevão Bittencourt no livro "Porque não sou Espírita":
" Quanto ao Espiritismo , ' às vezes, se revestir de capa católica, adotando nomes de santos para seus centros e louvando Jesus Cristo', devo informar ao prezado irmão sacerdote que um santo, embora tenha tido atuação no Romanismo, não é privilégio apenas dos católicos, representa uma fonte de luz para toda a Humanidade. Para um espírita, o santo é um missionário de luz, tendo tido ou não uma crença católica. O que faz alguém ser 'santo' é ter alcançado um elevado grau de espiritualidade. Conforme o Mestre ensinou a respeito dos eleitos, o santo exatamente se caracteriza pela prática desinteressada do amor para com todas as criaturas. Será que o prelado considera o 'santo' propriedade da Igreja Católica? Será que o santo, como criatura espiritual de grande expressão, só exerce a fraternidade para os católicos? A resposta é negativa, já que o próprio Jesus não faz diferença entre as pessoas e, conforme foi comentado, anteriormente, o Mestre não se refere a nenhuma crença religiosa, por ocasião do sermão profético, quando fala a respeito dos 'eleitos'. É muito boa a abordagem a respeito desses benfeitores espirituais, pois sabe-se que o fenômeno mediúnico foi marcante na vida dos iluminados irmãos, canonizados pela Igreja. Cito a seguir alguns exemplos a respeito do assunto, compulsados do excelente livro 'Mediunidade dos Santos', de autoria de Clovis Tavares, publicado pelo Instituto de Difusão Espírita, de Araras-São Paulo:
1 - Santa Teresa Galani possuía a mediunidade da vidência; 2 - Santa Margarida Alacoque era dotada da mediunidade da vidência e da audiência. 3 - São Pedro de Alcântara era portador da faculdade mediúnica da cura, premonição e levitação. 4 - Santa Margarida de Cortona exercia a mediunidade da vidência. 5 - São João Crisostomos tinha o dom da psicografia. 6 - São Pedro de Alcântara dominava a premonição,a levitação e a cura mediúnica; 7 - Santa Gemma Galgani apresentava a vidência; 8 - Santa Catarina Laboure tinha a posse da audiência; 9 - Santa Tereza D'Avila desempenhava a vidência; 10 - Santa Brigida era uma médium que levava a efeito a vidência, a audiência, a psicografia, a levitação, a premonição e a cura; 11 - Santa Clara de Montefalco punha em ação a vidência, o desdobramento ou a projeção da consciência, xenoglossia (falar línguas estrangeiras desconhecidas ao médium), premonição e curas; 12 - Dom Bosco foi um médium, principalmente, de efeitos físicos. Praticava também a vidência, a premonição e a cura; 13 - São João Batista Maria Vianney (Cura D'Ars) se distinguiu pela mediunidade da cura e da vidência; 14 - São Eucarpio, São Trofimo, Santa Joana D'Arc, São Francisco de Assis professavam a audiência; 15 - Santo Afonso de Ligorio era versado de audiência e na bilocação; 16 - Santo Antonio de Pádua, além da bilocação, exercitava-se na premonição e na cura; 17 - Santa Catarina de Genova possuía a vidência; 18 - Santa Catarina de Siena exercia a audiência e a cura; 19 - São Bento foi um 'expert' na levitação.
Conclui-se que os denominados Santos eram pessoas dotadas de função mediúnica. Seus dons paranormais são perfeitamente observados e estudados pela Doutrina Espírita, constatando-se nenhum fato miraculoso ou inexplicável. É perfeitamente plausível afirmar, então, que os homens canonizados pelo Catolicismo estão muito mais ligados ao Espiritismo do que a qualquer religião, inclusive a católica. Como espíritos evoluídos, fazem parte da grande falange crística dirigida pelo próprio Jesus. Assim como a Doutrina codificada por Allan Kardec representa 'O Consolador prometido pelo Cristo': 'Vos ensinará todas as coisas e vos lembrará tudo o que vos tenho dito' (João 14:26), e certo que os queridos irmãos, santificados pela Igreja continuam trabalhando espiritualmente para o bem da Humanidade. O Mestre disse que 'O Consolador não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido' (João 16:13). Representa, então, uma falange de mensageiros espirituais, que, sob a ordem de Jesus, ('O Pai enviará em meu nome' - João 14:26), virão ensinar o que o Cristo disse que a Humanidade de sua época não podia suportar (João 16:12). Em 'O Livro dos Espíritos' (questão 625), Allan Kardec perguntou a Espiritualidade: 'Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e de modelo?' A resposta foi incisiva: 'Jesus'. Na resposta da pergunta 627, ressalto a seguinte afirmação dos Arautos do Consolador: 'Estamos incumbidos de preparar o reino do bem que Jesus anunciou'. É lógico, portanto, assegurar que as Entidades santificadas pela Igreja, fazem parte das falanges espirituais, cuja presença entre nós reafirmam as palavras do Mestre: 'Não vos deixarei órfãos...' (João 4:18) O Codificador do Espiritismo, na elaboração da Doutrina Espírita, recebeu ajuda considerável de vários espíritos, laureados pelo Vaticano, como São Luis, Santo Agostinho, São João Evangelista, São Vicente de Paulo, São Paulo, São Francisco Xavier, Cura de Ars e outros. Portanto, não há, para o seguidor de Kardec, constrangimento em homenagear os locais onde pratica o amor ensinado e exemplificado pelo Cristo, com os nomes daqueles que são verdadeiros seareiros do bem, chefiando as falanges responsáveis pela implantação do Evangelho na Terra. Quanto a louvar o Cristo, o Mestre é realmente o exemplo a ser seguido pelos homens. Allan Kardec disse que 'Jesus constituiu o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos tem aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.' ('O Livro dos Espíritos, comentário da resposta da questão 625). Também deve se ressaltar que o Espiritismo é religião da fé raciocinada e ensina que 'Fora da Caridade Não Há Salvação'. A obra básica da Doutrina, 'O Livro dos Espíritos', começa pela definição de Deus e termina com o estudo das leis morais. Num apanhado de todos os livros básicos do Espiritismo, pode-se dizer: 'O Espiritismo vem confirmar as verdades fundamentais da Religião. Respeita todas as crenças: um de seus efeitos é incutir sentimentos religiosos nos que não possuem, fortalecê-los nos que os tenham vacilantes. Vem opor um dique a difusão da incredulidade. Longe de negar ou destruir o Evangelho, vem, ao contrário, confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da natureza, que revela, tudo o quanto Cristo disse e fez. O Espiritismo não vem destruir os fatos religiosos, porem sancioná-los, dando-lhes uma explicação racional. Por tudo isso, posso dizer que um católico pode vir a ser espírita. Afinal, eu mesmo fui católico e deixei de sê-lo. Hoje sou espírita e me ufano disso. Minha religião não é calcada no medo. Responde a todos os meus anseios e perquirições. Não impõe uma fé dogmática, contraditória, punitiva, ameaçando as pessoas com penas e sofrimentos irremissíveis. Estuda o Evangelho em espírito e em verdade, sem se prender a 'letra que mata'. Na minha crença, não há hierarquia religiosa, existe liberdade de pensamento. Não se embala alguém com promessas e mentiras. Não possui sacerdócio, nem liturgia, nem símbolos. O espírita não adora imagens, não usa vestes especiais, não utiliza rituais. Segue o ensinamento de Jesus: 'dá de graça o que de graça recebeste', sem auferir, portanto, rendimentos monetários. A Doutrina Espírita redivive o Cristianismo primitivo em toda a pureza dos tempos apostólicos. Tem como princípios básicos: 1 - A crença em Deus, definido como 'inteligência suprema, causa primária de todas as coisas'; 2 - A evolução ou progresso dos seres e dos mundos; 3 - A Reencarnação, permitindo a evolução, através de varias oportunidades de renascimento na carne e decifrando todos os enigmas, refletindo a justiça de um Pai que é AMOR. 4 - A sobrevivência do espírito, imortal, preexistindo ao corpo somático e sobrevivendo ao mesmo. 5 - A comunicação entre o Mundo Espiritual e o Físico, estudando as leis que regem esse intercâmbio e proporcionando o recebimento de ensinos por parte dos Espíritos Superiores, como também o consolo para os que ficaram na Terra, chorando a perda de seus entes queridos.
2 comentários:
Achei muito interessante esse texto que vc colocou...
Beijos!
só achei generalização dizer que todo santo é um missionário da luz. Santos são propriedades do catolicismo pois é o catolicismo que classifica quem é santo ou não, de acordo com o que eles dizem ser provas de milagres, portanto o que vale não é a evolução moral do "santo", embora muitos deles tiveram demonstram em sua biografia uma "evolução" acima da média. Já outras biografias são de pessoas que hoje em dia teriam um tratamento psiquiátrico adequado.
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