Flávio Mussa Tavares
Por que sofro? diz a jovem
Mãe de um menino enfermo.
Que mal fez esta criança
Para receber do destino
Esta dolorosa sentença
Cumprida neste mundo ermo?
Muitos anos ela buscou
Uma resposta plausível
Que lhe trouxesse um descanso
Ao coração de mãe.
Que era meiga e sensível
Mas que por vezes perdia,
Seu temperamento manso.
Ninguém, ao ver-lhe a angústia
Dos seus dias de impaciência,
Soube mitigar-lhe a prova
Com alguma explicação,
Que lhe abrisse a consciência
E lhe desse uma fé nova.
Mas um dia cai-lhe às mãos
Uma brochura antiga:
É "O Livro dos Espíritos"
emprestado por mão amiga.
Lendo as sábias respostas
Dos espíritos sensatos,
Percebe ali exposta
Uma nova revelação.
Uma nova humanidade
Reacenderia sua fé,
Aclarada pela razão
Deste formoso tripé.
As respostas vem da experiência,
Explicando a nossa ciência.
A Filosofia não é mais hermética,
São respostas sintéticas.
E a Religião é o corolário
Empregando a moral de Jesus
No sustento doutrinário.
Nunca mais a Mãe do menino
Chorou por sentir-se afastada
Da divina compaixão.
Compreendeu que em nosso mundo,
Há a conversão do infortúnio
Na verdadeira redenção.
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