domingo, junho 17, 2007

A Mãe e o Livro dos Espíritos


Flávio Mussa Tavares

Por que sofro? diz a jovem

Mãe de um menino enfermo.

Que mal fez esta criança

Para receber do destino

Esta dolorosa sentença

Cumprida neste mundo ermo?




Muitos anos ela buscou

Uma resposta plausível

Que lhe trouxesse um descanso

Ao coração de mãe.

Que era meiga e sensível

Mas que por vezes perdia,

Seu temperamento manso.




Ninguém, ao ver-lhe a angústia

Dos seus dias de impaciência,

Soube mitigar-lhe a prova

Com alguma explicação,

Que lhe abrisse a consciência

E lhe desse uma fé nova.




Mas um dia cai-lhe às mãos

Uma brochura antiga:

É "O Livro dos Espíritos"

emprestado por mão amiga.




Lendo as sábias respostas

Dos espíritos sensatos,

Percebe ali exposta

Uma nova revelação.

Uma nova humanidade

Reacenderia sua fé,

Aclarada pela razão

Deste formoso tripé.




As respostas vem da experiência,

Explicando a nossa ciência.

A Filosofia não é mais hermética,

São respostas sintéticas.

E a Religião é o corolário

Empregando a moral de Jesus

No sustento doutrinário.





Nunca mais a Mãe do menino

Chorou por sentir-se afastada

Da divina compaixão.

Compreendeu que em nosso mundo,

Há a conversão do infortúnio

Na verdadeira redenção.

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