O mês de dezembro é lembrado pela cristandade como o mês do Natal de Jesus.
É uma época de magia para toda a sociedade, quando um hálito de piedade e benevolência para estar sendo aspergida por alguns anjos em todo o planeta.
Quantos não se perdiam mutuamente nesta época?
Quantos não abrem os seus corações e dedicam parte do seu tempo a um pouco de caridade. Será uma falsa caridade? Terá função de apenas reduzir tensões psíquicas de nossa culpa burguesa? Terá apenas objetivo de auto-promoção? Se a nossa vida é regina pelo aspecto da finalidade das coisas, o motivo importará menos. A resultante é boa. Muitos vão se beneficiar dos que buscam fazer o bem por motivos escusos ou simplesmente para acalmar seu super-ego.
Entretanto, há um aspecto interessante nesse processo que é o de esvaziamento. O Natal é próximo do fim do ano. Um ano que termina. Renovação. Restauração. Regeneração. Renascimento.
Natal : nascer. Ano Novo: re-nascer.
Feliz Natal e Feliz Ano Novo: Um bom tempo de nascer e de re-nascer!
Todavia é necessário esvaziar um depósito. Em nossa casa há vários vasilhames que necessitam ser esvaziados. Há várias gavetas, armários, estantes, quarto de guardados, porões, sótãos, todos entulhados de coisas velhas, papéis, roupas, coisas, coisas, coisas. Objetos de estimação? Recordações de parentes que já partiram para a outra vida? Relíquias? Mas continuam sendo coisas.
E em nosso psiquismo, existem elementos arquivados? Quantos gigabites de nossos cérebros estão armazenando arquivos que poderiam ser descartados sem a menor possibilidade de fazer falta? Quantos arquivos estão arquivados na área da mágoa? Do ressentimento? Das recordações amargas? Do ódio? Da sede de vingança? Da desesperança? Da negatividade mental? No desespero, da angústia, do desânimo, dos hábitos e vícos, da impiedade?
Como encontrar espaços vazios em nossa emotividade para aplicarmos o que vimos aprendendo , se nem ao menos nos lembramos de apagar os arquivos velhos?
Como apagá-los? Não alimentando-os! Eles são ávidos, necessitam de sobreviver com muito custo de nossas emoções. Neguemos à eles a vitalidade que só deve ser oferecida ao perdão, à humildade, ao entendimento, à concórdia, ao desapego, à coragem, à vontade...
Armemo-nos de coragem para enfrentar os gigantes de nossa alma.
E ainda existe uma técnica para aprender o esvaziamento emocional. É o esvaziamento de nossas gavetas, dos armários, das casas, das coisas...
Esvaziemos os nossos espaços físicos e treinemos o espírito para esvaziar os espaços metafísicos do coração.
Enriqueçamos o nosso manancial de bênçãos criativas, renovando a nossa capacidade de sentir o amor ao próximo, a nossa capacidade de nos sentirmos irmãos, de nos tornamo-nos gente. Gente como a gente.
Só assim, os nosso espíritos estarão se libertando de antigos pesos e tomando para os seus ombros os novos fardos, leves, suaves, encantadores, como o fardo do Senhor.
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