sexta-feira, fevereiro 17, 2006

TORMENTOSA AFLIÇÃO


TORMENTOSA AFLIÇÃO

Uma classe de indivíduos existe com sua tormentosa aflição à qual não se dirige a palavra de Jesus nas bem-aventuranças celestiais.
São aqueles que padecem do tormento mental de dedicarem suas preocupações com a vida alheia.
Gastam inadvertidamente grande parte de sua energia mental ocupando-se com os males dos semelhantes.
Malbaratam o manancial das energias vitais que os envolve a existência desperdiçando-as no julgamento apressado e inconsequente das atitudes de quem quer que se lhes aproxima da experiência.
Sua vida mental mais se assemelha a um braseiro vivo de idéias desencontradas alimentadas pelo fogo da discórdia e da condenação.
Nada constroem com este procedimento infeliz senão um monte de cinzas em torno dos próprios passos.
Quem abriga no íntimo semelhante braseiro mental não alcança a necessária paz de espírito que todos nós precisamos para avançar com segurança.
São esses os que carregam no espírito uma tormentosa aflição criada por sua própria incúria.
Homens e mulheres infelizes não encontram repouso apropriado para as exigências descabidas de suas mentes enfermiças.
Fácil identificar-lhes a presença junto de nós.
São pais que desejam impor aos filhos determinado roteiro profissional que os mesmos deveriam escolher por si.
São mães que não se conformam com as escolhas amorosas que livremente os seus rebentos fizeram.
São casais que se devotam a ciúmes injustificados com que atormentam os companheiros em seu sentimento de posse.
São famílias inteiras que baseiam a própria felicidade nas conquistas materiais dos vizinhos, invejando-lhes os passos.
São irmãos e irmãs que se ocupam em perquirir e conhecer a vida sexual e sentimental dos semelhantes.
São companheiros que se dedicam ao anedotário infeliz com que pretendem desconsiderar as minorias.
São confrades que maliciam os menores gestos de nobreza dos que se lhes avizinham da senda.
São aqueles que estão sempre prontos a enxergar o desequilíbrio e o crime no círculo da vida alheia, ou mesmo nos ambientes da vida social a que se vinculam.
Para esta classe de indivíduos infelizes, realmente, as bem-aventuranças celestes a que o Mestre fez referência para nada servirá.
Com muita propriedade o apóstolo João, o Evangelista, lembrou-se deles em trecho que está inserido no versículo 18 do capítulo 4 de sua 1ª epístola.
João Evangelista afirmou com segurança:
"O medo produz o tormento, e aquele que teme não é aperfeiçoado no amor".
De fato, pedindo licença para interpretar o pensamento joanino à luz dos nossos conhecimentos atuais, todo aquele que tem medo de encarar a si mesmo, frente a frente com suas próprias necessidades, preferindo devotar-se à crítica ou ao domínio da vida alheia, de ordinário, ainda não sabe o que é amar.
Irmão Victor
Estudo da noite: E.S.E. cap. V - ítem 23.
MENSAGEM PSICOGRAFADA EM REUNIÃO PÚBLICA NO CENTRO ESPÍRITA LUZ, AMOR E CARIDADE NA NOITE DE 06 DE FEVEREIRO DE 2006, POR GERALDO LEMOS NETO.

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