HISTÓRIA DE NOSSA MÃE MARICOTA
Maria da Conceição Amorim ou como era mais conhecida, Maricota era uma pessoa adorável. Apesar de haver recebido pouca instrução formal, tinha grande sabedoria. Ler e escrever apenas para o trivial da vida. Nasceu no século XIX, mais exatamente no seu último ano, 1900 e nessa época, meninas não iam a escola. Dedicavam-se às prendas domésticas, à costura e à música.
Com um irmão de criação, ela aprendeu a ler e gostava de ler nas suas horas livres, em uma loja onde trabalhou na cidade de Campos. Leu muitos livros espíritas nesta época e encantou-se com a bondade de Deus aplicada pela Lei de Causa e Efeito. Estava sempre atualizada com as notícias da época.
Falava pouco e pronunciava corretamente as palavras. Era observadora, pacífica, personalidade firme e espírito protetor. Clóvis Tavares, morou em sua casa na infância, quando veio de São Sebastião, para estudar na cidade e à noite, quando ouvia os ruidos das manobras dos bondes, assustava-se e ia para o quarto de Maricota dizendo: "Maricota, posso ficar aqui? Do seu lado eu não tenho medo." E Maricota tinha a honra de dizer que era a única pessoa da Escola Jesus Cristo que havia segurado Clóvis Tavares ao colo.
Quando ela completou 100 anos, em 2000, uma repórter local perguntou a ela o segredo da longevidade e ela respondeu: " Nunca usei álcool e nem fumei e sempre vivi com amor e dedicando carinho a todos."
Nós, seus parentes sentíamos nela, a educadora, a economista, a médica, a enfermeira e até mesmo a filósofa, em sua experiência e sua sabedoria. Cuidadosa e conselheira, simples e honesta, fiel e dedicada nunca estava parada, sempre dedicando-se à costura e a estar útil a alguém. Sempre sua marca foi a tolerância e a paciência, conquistando o carinho e a estima de todos.
Nunca manifestou desagrado ou irritação, impaciência ou intolerância, mesmo em momentos de divficuldade moral ou financeira.
Tinha classe, embora se vestisse modestamente. Sua postura tinha elegância, que transparecia da nobreza de seu espírito. Não se enfeitava, usava no máximo um broche na lapela ou um cordão nos casamentos dos netos.
Gostava da máquina de costura, onde trabalhava cantando hinos da Escola Jesus Cristo.
Lia poesias e admitrava Casimiro de Abreu com os "Meus Oito Anos", recebia amigos, e era terna e bondosa para com todos.
Agradecemos à Deus os seus 106 anos de existência.
Desencarnou em 05 de abril às 19:30, era uma quinta feira santa. Viajou para a outra dimensão, numa tarde tranquila e em paz, como foi a sua longa vida.
Rubens Fernandes Carneiro e Neli Amorim Fernandes
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