domingo, janeiro 07, 2007

Aula da Sala Clóvis Tavares, do dia 07 de janeiro de 2007

A plataforma do Reino de Deus
(Leitura de palestra de Clóvis Tavares)

A plataforma do Reino de Deus , como alguém chamou ao Sermão da Montanha, termina com uma pequenina parábola, mas por mais estranho que seja para quem medita no sermão da montanha, para quem ama esse discurso do Monte, cheio de belezas, cheio de apelos sublimes, cheios de advertências celestiais, esta pequenina parábola dos dois fundamentos pode ser também como o prólogo de João no seu Evangelho, um prólogo para as meditações no Natal. Um prólogo que nos ensine finalmente, depois de dois mil anos de delongas nossas e de caridade permanente do Cristo, de perplexidades nossas e de sacrifícios imensos de Cristo e seus anjos e seus servos e dos espíritos sábios e benevolentes que estão sob a sua guia e as suas ordens. Esta pequenina parábola, pode ser um prólogo para estes dois mil anos de espera do coração de Cristo. Parábola para nós, para nós que precisamos pensar finalmente em construir o nosso destino como nos diz o professor Pietro Ubaldi no livro A Lei de Deus.

“Todo aquele pois, que ouve estas minhas palavras e as observa será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha e desceu a chuva e vieram as torrentes e sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa e ela não caiu, pois estava edificada sobre a rocha, mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as cumpre será comparado a um homem tolo que edificou a sua casa sobre a areia e desceu a chuva e vieram as inundações e sopraram os ventos e bateram com ímpeto contra aquela casa e ela caiu e foi grande a sua ruína.”

Aqui meus amigos e irmãos está a pequenina parábola, mas por ser pequenina não menos bela, não menos importante de um alcance imenso, a recordar-nos num símbolo muito antigo, como aliás muitos símbolos. O homem Rei, o homem soldado, o homem guerreiro, aqui um símbolo mais belo, o homem construtor e que somos nós, lembrando ainda mais uma vez Pietro Ubaldi: o que somos nós senão todos construtores de destinos ?

Este arquétipo do homem construtor é muito belo. Ainda mais, se nós nos recordarmos, se imaginarmos que Cristo que foi carpinteiro junto com José de Nazaré carpinteiro também naquela época eram os próprios homens, inclusive os mais pobres. Em regime de mutirão, construíam suas próprias casas. Jesus foi carpinteiro. Antes, foi o verbo encarnado, aquele que sendo rico se fez pobre para que pela sua pobreza nós nos enriquecêssemos. Imagem visível de Deus invisível, o verbo encarnado, foi também construtor como todo homem do oriente. Ele sabia que teria que construir a casa sobre a rocha. Em todas as estradas da Palestina, ainda hoje as fotografias, os álbuns, os Evangelhos ilustrados com lindas fotos, nos mostram as casas construídas sobre a rocha, casas fortes, mosteiros antigos da Idade Média, construções dos romanos, edificadas sobre a rocha. Como muitas, que existem por exemplo, nas estradas duras e rochosas, especialmente na estrada que desce de Jerusalém para Jericó. Lá, no alto, nos penhascos, as casas edificadas sobre a rocha. E os séculos passaram e as construções permanecem. Eis porque no oriente, no deserto, nas regiões de areias, nos infinitos areias do deserto os nômades não constróem casas, vivem em tendas. Tendas que eles armam e desarmam, tendas que também são um arquétipo da Bíblia. Uma palavra que aparece muito para mostrar a transitoriedade das nossas construções humanas. Na Bíblia, tenda é chamado nosso próprio corpo. Armou sua tenda entre os homens, que diríamos nós na nossa linguagem de hoje: o homem reencarnou-se na terra. Uma vida transitória. O que nós temos que construir, realmente, não é uma tenda, sempre transitória que o homem do deserto o beduíno arma e desarma nos areias sem fim. Mas construir algo na rocha.

Desde os profetas até os apóstolos, desde os apóstolos até os dias de hoje, aqueles que amam o Salvador, sabem e repetem uma expressão tão bela: Ele é a Rocha dos Séculos. Os séculos passam e Cristo permanece. Passam os grandes conquistadores, Gengis Khan , Alexandre Magno e Felipe II. Ninguém se lembra mais deles. Carlos Magno, Napoleão, até Hittler já está esquecido, já é um mito, já é figura histórica para os jovens de hoje. Todos passam. Napoleão soube sentir isso na prisão de Santa Helena:

“Todos os grandes guerreiros e conquistadores da história passaram. Só Cristo permanece para sempre. Cheguei a essa conclusão aqui no meio dessa ilha batida pelo mar, pela vastidão imensa dos oceanos. Agora compreendo que só o Cristo de Deus é eterno.“

Quando um homem orgulhoso como Napoleão Bonaparte, chega a escrever isso no seu memorial, é porque a experiência foi dura demais para ele como será dura demais para todos nós se não construirmos nossos destinos sobre a rocha dos séculos.
Todo homem é construtor! Nascemos construtores. Vide aqui como Cristo nos diz. Isso e nos dá essa certeza de uma verdade nesse arquétipo solene porque diz respeito a nossa própria felicidade e à nossa salvação. Na parábola, há um homem que constrói na rocha, outro constrói sobre a areia. Ao invés de construir uma tenda construiu uma casa com alicerce talvez de tijolos, de barro...

Todo homem é construtor e todo homem que edifica, que constrói, tem que fazer uma escolha do terreno. Todas as fundações, todas as construções que o homem fizer sofrerão os mesmos impactos da água, do vento, do clima. Terão que opor a mesma resistência. Mas Cristo nos diz que só uma permanecerá firme, esta é uma verdade fundamental! Antes, são três ou quatro verdades fundamentais desta parábola. Todos nós estamos construindo alguma coisa na nossa vida. Construindo com as nossas palavras. Falando, construímos. Silenciosamente, com os nossos pensamentos invisíveis, bons ou maus.

Construindo muito mais perigosamente, construindo muito mais seriamente, construindo muito mais a longo alcance e a longo prazo do que se fizéssemos realmente uma casa de tijolos ou de pedra, com fundações, porque estamos construindo na mente eterna. Estamos construindo no pensamento que sobreviverá a nossas construções transitórias. E as nossas ações geram carmas de ações transitórias e rápidas na face da terra. Os efeitos dos pensamentos, os efeitos das intenções permanecem vida após vida, até serem eliminados com a aceitação do carma. Ao passo que, as construções puramente humanas, podem ser muitas vezes apenas efeitos da leviandade ou da grosseria ou da ignorância do pobre homem terreno. Mas, aquele que pensa, está construindo a longo alcance, a longo prazo.

Cristo nos quer dizer, nesta parábola, que todos nós somos construtores, construímos pelo pensamento coisas que vão durar muito tempo. Estabelecemos pelo pensamento, pelo sentimento, pelas ações. Nestes três mundos em que vivemos aqui na terra: no mundo mental, no mundo dos pensamentos ou dos desejos. No mundo material, no mundo carnal e no mundo social. Dentro deste três mundo construímos permanentemente. O homem não é realmente o Homo sapiens, é o Homo constructor. Está sempre fazendo alguma coisa, sabendo ou não sabendo. Na sua sabedoria ou na sua ignorância, sendo inteligente ou néscio, prudente ou tolo, ele escolhe o terreno sobre o qual constrói a sua casa. O que quer dizer: escolhe o nível, o plano, o desígnio, a planta da vida sobre a qual edifica a sua construção espiritual e eterna, que é a sua própria existência.
“Todo aquele que ouve as minhas palavras e as cumpre e as observa será comparado a um homem prudente.”
Prudente quer dizer inteligente, sábio, ajuizado. que edificou sua casa sobre a rocha. Sobre fundamento firme, sobre fundação estável sobre alicerce garantidos, esta é a sabedoria da vida. Será que estamos fazendo isto? Se sabemos que Cristo é a Rocha dos Séculos, estamos construindo a sua vida sobre o alicerce que ele nos mostrou no Sermão da Montanha ou mais extensamente no seu Evangelho? A nossa casa está sendo construída de acordo com a planta do Evangelho, de acordo com o desenho do evangelho? Mas essa casa tanto quanto a outra sofre a mesma prova de resistência, então é o terceiro ponto de uma verdade soleníssima: todo homem é construtor, todo homem é obrigado a escolher o terreno para edificar a sua vida, o seu destino, uns são sábios, outros néscios. A inteligência escolhe a Rocha, o terreno firme. Não constrói tendas, constrói moradas. Não constrói acampamentos para diversão transitórias, para recreio de alguns dias, constrói uma morada eterna, como diz São Paulo. A construção que o néscio fez, construção sobre a areia, é construir a vida na terra de ilusão das criaturas. O néscio constrói sobre a areia, o sábio constrói sobre a rocha. O primeiro homem da parábola, o prudente, constrói sobre a rocha dos séculos. Constrói pelo desenho da planta arquitetônica dos Evangelhos. O outro, o beduíno, o viajante, o andarilho aloucado, constrói uma tenda que pode ser destruída pelos vendavais do deserto. A própria casa construída sobre a areia desavisadamente será destruída e será grande a sua ruína. Que construção afinal será esta ? Cada homem é um construtor, nós estamos construindo sempre, eu estou falando aqui e vós estais em silencio. Todos nós estamos construindo, construindo alguma coisa, isto que eu estou dizendo aqui, lembrando a parábola final do Sermão da Montanha, eu estou convicto de que isto é verdade!
Desejaria que estivesses convictos também que é preciso construir, mas construir firmemente e que construir firmemente só se consegue construindo-se sobre a rocha, mas a rocha aqui não é a terra dura, não é o penhasco da base das montanhas, não é a terra sólida, firme, da qual se fazem bons fundamentos e se lançam alicerces seguros. Nesta maravilhosa alegoria, nós podemos sentir com o coração. Ele é a Rocha dos Séculos. Construir de acordo com o Cristo. Ouvistes estas palavras, disse um dia o Senhor Jesus. Ouviste esta palavras, bem aventurados sereis se as cumprirdes! Nós estamos ouvindo aqui esta Parábola chave do Sermão da Montanha, esta Parábola que encerra o discurso do Monte. Ela nos convida a construir nossa vida, nosso destino, sob a filosofia de Cristo, de acordo com a realidade divina que Ele nos trouxe de Deus. E o verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória. A lei foi trazida por Moisés, mas a verdade e a graça vieram por Jesus Cristo. Construímos a nossa vida como o néscio que construiu na areia. Construímos na areia, na areia movediça da vida terrena, da instável vida terrena. Não é o que a maioria da humanidade faz ? Toda construção, construção de vida construção de destino é mais ou menos baseada em sonhos humanos, em ideais humanos. Nossos projetos, quero dizer, da quase totalidade da raça humana, nossos projetos são projetos para a Terra. Nossas construções são construções aqui na terra lodosa e triste. Nessa terra de que fala Auta de Souza;

Degredados na terra tenebrosa
Terra de sombra estranha e dolorosa
Recamada de prantos e de espinhos...

Nós construímos nessa terra dolorosa, nessa terra de sombra estranha... Aqui estão os nossos ideais, que vivem, sobrenadam e se estendem, ano após ano, como se tivéssemos que viver aqui eternamente. Nossos sonhos são plantados na terra. Nossos ideais são para um amanhã ou depois de amanhã, aqui mesmo na Terra. Quando nós falamos em futuro, falamos em futuro na Terra. Quando os pais olham para os filhos e pensam no futuro dos filhos, eles pensam em construir o futuro dos filhos aqui na Terra.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Pregação de Flávio em 31 de dezembro de 2006




Ó Deus, nosso Pai Celestial, renova-nos o sentido de tua gloriosa presença, e que ela seja, dentro de nós, um constante impulso para dar-nos paz, fidelidade e valor em nossa peregrinação. Deixa que nos apeguemos a Ti, com um coração amante e cheio de adoração; deixa que todos os nossos afetos se fixem em Ti, de tal modo que uma inquebrantável comunhão de nossos corações Contigo nos acompanhe em tudo o que façamos, através da vida e da morte.
Ensina-nos a orar de todo o coração; a ouvir tua voz dentro de nós e a nunca desatender a teus conselhos.
Eis que trazemos nossos corações, como um sacrifício, a Ti; vem e enche teu santuário e não conquistas que coisa alguma impura penetre neles.
(Tersteengem, Sal da Terra, Clóvis Tavares)


Algo muda após o Natal de Jesus.
A renovação íntima induzida pelo ano Novo e refletida na mudança dos hábitos escolares, do crescimento das crianças, dos hábitos de vida, da renovação visual de cada um, de seu vestuário, da necessidade de se desfazer de coisas velhas, da necessidade de doar algo de si mesmo e da esperança que permeia todos os corações ávidos de uma nova vida.
Por isso a poesia de Luís Alberto que reproduzo abaixo é um estímulo otimista, pois algo mudou, alguém mudou, alguém melhorou, alguém se recuperou, se renovou, se restruturou e na visão poética , podem ser "muitos".

Daquela hora em diante...
Desde ali nunca mais muitos homens choraram,
Desde ali nunca mais muitos homens sofreram,
Desde ali nunca mais muitos homens mataram,
Desde ali nunca mais muitos homens morreram,

Desde ali nunca mais muitos homens se odiaram,
Desde ali nunca mais muitos homens temeram,
Desde ali nunca mais muitos homens tramaram,
Desde ali nunca mais muitos homens cederam,

Desde ali nunca mais muitos homens blasfemaram,
Desde ali nunca mais muitos homens pecaram,
Desde ali nunca mais muitos homens se venderam,

Desde ali nunca mais muitos homens falaram,
Desde ali nunca mais muitos homens brigaram,
Porque desde ali muitos homens compreenderam... (Luís Alberto Mussa Tavares- O Nascimento de Jesus. Edição Própria. Campos-RJ, 2006)


A Esperança é ainda transmitida a todos com quem convivemos através de um simples “Feliz Ano Novo”!

De “Sal da Terra” retiro ainda além da oração inicial do sábio protestante Tersteengem, um texto do Sadu Sundar Singh, também um valoroso cristão indiano:

“Certo dia, um lixeiro passou por mim com uma vasilha de lixo tão malcheirosa que quase me fez vomitar. Ele, entretanto, estava de tal modo afeito aquilo que, com a outra mão, levava o alimento a boca. E o apostolo dos pés sangrentos assinala que nos habituamos de tal maneira ao pecado e ao mal, que vivemos no mundo quase sem os notarmos: mas, Cristo deveria sentir-se aqui como eu me senti naquele dia. É engano pensar que os sofrimentos de Cristo se limitaram à cruz. Ele esteve trinta e três anos na cruz”.

Isso nos faz recordar que nós também, assim como o lixeiro, estamos habituados ao odor fétido de nosso mundo. Que exala pecado em todas as suas formas e expressões.

As nossas células olfativas habituam-se sempre a um odor característico e já não o sentimos mais. Se em nosso ambiente de trabalho há um odor característico como hospital, usina de açúcar, com o seu vinhoto, laboratório químico, etc. passamos a não sentir nada quando ali estamos. Se , entretanto, recebemos uma visita no seu interior, ela logo comentará a sua sensação de cheiro desagradável.

Biologicamente a adaptação é uma parada na evolução. A desadaptação, ao meio , ao contrário, conduz o ser vivo a novas formas de adaptação, a mudanças em sua natureza, configurando uma evolução. Assim, o meio desfavorável, é paradoxalmente responsável pela evolução biológica. O ambiente hostil suscita “riquezas escondidas” nas espécies que a farão alcanças mecanismos biológicos mais sofisticados e evoluir. É isso que tem ocorrido ao seguir dos milênios de evolução planetária.

E é justamente diante das provas da vida que logramos evoluir, que logramos empregar os mecanismos mais sofisticados com que Deus nos tem prodigalizado a alma para alcanças maiores degraus em nossa escalada evolutiva através de nossa cadeia de vidas sucessivas e soldarias pelo planeta Terra.

E diz novamente Clovis Tavares em “Sal da Terra”:

“Os homens, ainda hoje, são aqueles mesmos seres de quem Jesus teve grande compaixão porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não tem pastor. (Mat.9:36).
Hoje, graças a Deus, as trevas fogem e o esplendor das luminosidades eternas deslumbra e edifica as almas.
O dogma perde o seu fulcro e cai, para que a lâmpada seja colocada sobre o velador.
E a abençoada promessa do Cristo de Deus já é vista fulgurante e consoladora, pelos que tem olhos de ver, já é ouvida entre angélicas sinfonias, pelos que tem ouvidos de ouvir.
O Paráclito, o Espírito da verdade, já veio ensinar todas as coisas, guiar os homens em toda a verdade, repetir tudo o que o Mestre lecionara. (Jo. 14:26 e Jo.16:13).
E os seus ensinamentos, complementares da revelação messiânica, nos descem das sagradas regiões da luz, como a terceira explicação do Amor de Deus aos homens.
Allan Kardec, o Paulo de Tarso da história moderna, grande apóstolo cristão da geração de hoje, recebe de Deus a missão de clamar, como ordenava o profeta Isaias, anunciando á raça humana que são chegados os tempos em que são chegados os tempos em que o reinado da matéria terá que ser substituído pelo império do espírito.
A Nova Revelação, o Espiritismo, codificado pelo missionário lionêns, aparece aos que querem fazer do Evangélio o poder de Deus para salvar as criaturas como a legítima dispensação do Espírito da Verdade.
E não é a afirmativa gratuita: as novas luzes que ele traz, a palavra balsâmica de esperança, a prova da imortalidade do espírito, a revelação esplendorosa do Grande Alem, as grandes conversões de ateus à Verdade Divina, mostram a ascendência celestial do Espititismo, que anuncia hoje “os tempos do refrigério pela presença do Senhor”. (At.3.19).
Como consolador, ele fala as almas ctivas do desespero e das lagrimas, revelando-lhes a vida imortal, as muitas moradas da casa de nosso Pai.E aponta-lhes a pureza a virtude, o amor a divina ciência, entre as visões maravilhosas do infinito.
Como Espírito de verdade, vem dizer aos homens sem fé que uma vida se estende além da morte, dando aos descrentes e epicuristas as provas vivas e rigorosamente inabaláveis da sobrevivência do ser , da vida espiritual e, conseguidamente, da existência e do poder de Deus.
E as conversões se multipliquem, relembrando o dia glorioso de Pentecostes.
E o Consolador continua a sua obra divina, dando a palavra meiga de esperança aos que sofrem e fazendo brotar no coração dos ateus a fonte de água viva que mana para a Vida Eterna.”

E na qualidade de presidente da Escola Jesus Cristo, agradeço sinceramente a todos aqui presentes, a todos que freqüentaram todos as nossas reuniões públicas, de oração, de trabalho, de evangelização, nossos assistidos, nossas crianças , nossos jovens, nossos amigos, nossos visitantes do Rio, o já querido de todos, André Marinho, de Belo Horizonte, como o nosso querido Geraldo Lemos e Walter Barcelos e do Recife, o nosso estimado Humberto Vasconcelos.
Envolvemos todos em nossas vibrações melhores de Paz e reconhecimento, esperando que no próximo ano estejamos juntos lutando para sermos sempre melhores na ação, na palavra e na interação.

Assim seja.

Pregação de Flávio Mussa Tavares na sexta feira, 20 de dezembro de 2006


"Terminados os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém, para apresentá-lo ao Senhor
(conforme está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito será consagrado ao Senhor),
e para oferecerem um sacrifício segundo o disposto na lei do Senhor: um par de rolas, ou dois pombinhos.
Ora, havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem, justo e temente a Deus, esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
E lhe fora revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor.
Assim pelo Espírito foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus, para fazerem por ele segundo o costume da lei,
Simeão o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse:
Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra;
pois os meus olhos já viram a tua salvação,
a qual tu preparaste ante a face de todos os povos;
luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo Israel.
Enquanto isso, seu pai e sua mãe se admiravam das coisas que deles se diziam.
E Simeão os abençoou, e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este é posto para queda e para levantamento de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição,
sim, e uma espada traspassará a tua própria alma, para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.
Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era já avançada em idade, tendo vivido com o marido sete anos desde a sua virgindade;
e era viúva, de quase oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações.
Chegando ela na mesma hora, deu graças a Deus, e falou a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. (Lc 2:22-38)


É interessante anotar a virtude da Esperança que predomina no rabino Simeão. Ele apenas “esperava”, mas com uma certeza tal que não cogitava de sua própria morte antes que tivesse certeza de que olhara nos olhos Aquele a Quem percebesse que era a Salvação do mundo.

No dia em que Jesus foi levado ao Templo, ele, já idoso, provavelmente não comparecia mais diariamente à Casa de Deus, mas neste dia foi “movido pelo Espírito”, isto é com uma forte intuição, predisposto por sua mediunidade apurada, por sua percepção, por sua pré-cognição, por sua premonição.

E lá chegando e vendo Jesus, seus sentidos espirituais se aguçaram ainda mais e através da “segunda vista” reconheceu Jesus pelo olhar.
É lindo saber que alguém pode reconhecer o outro pelo olhar.
“Meus olhos já puderam contemplar a salvação!”
“Vi através do brilho deste olhar de bebê, a Salvação, a Redenção, não somente para Israel, mas para tôo o mundo!”

Na narrativa do primeiro livro de Samuel, capítulo 9 , verso 17, há o relato de como Samuel reconheceu o Rei nos olhos de Saul:
“E quando Samuel viu a Saul, o Senhor e disse: Eis aqui o homem de quem eu te falei. Este dominará sobre o meu povo.”
Após a desobediência de Saul, Samuel foi buscar na pequena aldeia de Belém, entre os filhos de Jessé, os olhos de David: E Deus disse a Samuel: “Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura.. porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (I Sm 16:7)
E avistando David, fitando os seus olhos, reconheceu que era ele a quem o Senhor escolhera para ser o novo Rei do povo Judeu e de cuja descendência nasceria Jesus.

Assim, ainda no espírito do Natal, preparando os nossos corações para o Ano Novo, revisitemos Samuel e Simeão!

Escutemos as palavras de Deus, revelando-lhes através da pureza de seus sentimentos o que o olho humano não pode vislumbrar.

Purifiquemos nossos sentimentos, purifiquemos o nosso olhar sobre as coisas, aperfeiçoemos a nossa vivência e aproveitemos a graça doada por nosso Senhor de uma super-visão do espírito, que pode ver além dos olhos da carne e revelar-nos verdades que não são nem a carne e nem o sangue que nos revelam, mas o Pai que está no Céu.