Eis o texto:
“Vencer o espaço com a velocidade de uma bala de artilharia, em um motor que sirva para conduzir o homem, eis o grande problema que será resolvido dentro de pouco tempo. Essa máquina poderosa de condução não há de ser uma utopia, não! O Missionário, que traz esse aperfeiçoamento à Terra, já se acha entre vós. O progresso da viação aérea, que tantos prosélitos tem achado e tantas vítimas há feito, não está, portanto, longe de realizar-se. O aperfeiçoamento de qualquer ciência depende do tempo e do estado da Humanidade para recebê-lo. A locomotiva, esse gigante que avassala os desertos e vence as distâncias, será como um insignificante invento ante o pássaro colossal, que, qual condor dos Andes, percorrerá o espaço, conduzindo em suas soberbas asas os homens de vários continentes. Os balões, meros exploradores e precursores da admirável invenção, nada, pois, serão perante o belo e portentoso pássaro mecânico. Esse Deus de bondade e de misericórdia, que nada concede antes da hora marcada, deixa primeiramente que seus filhos trabalhem em procura da sabedoria, e depois que eles se têm esforçado em descobrir a verdade, aí então Ele lhes envia um raio de Sua divina luz. Já vêem, ó mortais, que a navegação aérea não será um sonho, não; mas, sim, uma brilhante realidade. O tempo, que vem próximo, vos dará o conhecimento desse estupendo motor. Brasil, tu que foste o berço dessa descoberta, serás em breve o país escolhido para demonstrar a força dessa grandiosa máquina aérea. Eis o prognóstico que vos dou, ó brasileiros.Estevão Montgolfier”Estêvão Montgolfier(1745-1799) e seu irmão mais velho José (1740-1810), conhecidos como os irmãos Montgolfier, ambos nascidos em Vidalonles-Annonay, França, inventaram em 1783 os primeiros aeróstatos - balões de gás mais leve que o ar e que podem elevar-se na atmosfera - denominados montgolfieres. Os dois irmãos, na verdade, desenvolveram as idéias do clérigo e professor de matemática Bartolomeu Lourenço de Gusmão (1685-1724), nascido em Santos - SP e inventor da máquina aerostática "Passarola", movida a ar quente, com a qual teria voado diante do rei e da rainha de Portugal, na Casa da Índia, e descido no Terreiro do Paço, em 8 de agosto de 1709.(Fonte: Reformador, Número 2098, Jan/2004)
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