Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos :
"Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas ?"
"Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.
"Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado ?", questionou
novamente o pensador.
"Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou
outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar :
"Então não é possível falar-lhe em voz baixa ?"
Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.
Então ele esclareceu :
"Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido ?"
O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se
afastam muito.
Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se
mutuamente.
Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir
um ao outro, através da grande distância.
Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas ?
Elas não gritam. Falam suavemente.
E por quê ?
Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena.
Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente
sussurram.
E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se
olham, e basta.
Seus corações se entendem.
É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.
Por fim, o pensador conclui, dizendo :
"Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não
digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a
distância será tanta, que não mais encontrarão o caminho de volta".
Mahatma Gandhi
sexta-feira, março 31, 2006
terça-feira, março 28, 2006
PROFISSÃO DE FÉ ESPÍRITA
CAIRBAR SCHUTEL
Cremos em Deus, único, onipotente, onisciente, espírito em perfeições, causa permanente do Universo.
Cremos na existência e imortalidade da alma e sua perfectibilidade progressiva pelos merecimentos.
Cremos nas recompensas e expiações dos Espíritos em justissima proporção com a bondade ou maldade de seus atos livremente realizados.
Cremos na pluralidade dos mundos habitados, e na pluralidade das existências, como expressão, a primeira, da sabedoria de Deus - e como meios a segunda, de purificação das almas e da reparação das faltas cometidas.
Cremos na salvação final de todo o gênero humano.
Cremos na Divindade da missão de Jesus Cristo e na redenção dos homens pelo cumprimento dos preceitos evangélicos.
Nossa moral é a caridade; nossa religião, o Evangelho; nosso mestre, Jesus Cristo.
Cremos com Jesus que toda a Lei e os Profetas se reduzem ao amor de Deus e ao amor dos nossos semelhantes.
Cremos, finalmente, na comunicação espiritual, necessária ao progresso da humanidade e prova da soberana Providência, que vela incessantemente pela fraqueza dos homens.
Nosso Altar é a Consciência.
Nosso Templo, o Universo.
(Editorial de Cairbar Schutel no exemplar número I, ano I de 15 de agosto de 1905, do Jornal O Clarim.)
Cremos em Deus, único, onipotente, onisciente, espírito em perfeições, causa permanente do Universo.
Cremos na existência e imortalidade da alma e sua perfectibilidade progressiva pelos merecimentos.
Cremos nas recompensas e expiações dos Espíritos em justissima proporção com a bondade ou maldade de seus atos livremente realizados.
Cremos na pluralidade dos mundos habitados, e na pluralidade das existências, como expressão, a primeira, da sabedoria de Deus - e como meios a segunda, de purificação das almas e da reparação das faltas cometidas.
Cremos na salvação final de todo o gênero humano.
Cremos na Divindade da missão de Jesus Cristo e na redenção dos homens pelo cumprimento dos preceitos evangélicos.
Nossa moral é a caridade; nossa religião, o Evangelho; nosso mestre, Jesus Cristo.
Cremos com Jesus que toda a Lei e os Profetas se reduzem ao amor de Deus e ao amor dos nossos semelhantes.
Cremos, finalmente, na comunicação espiritual, necessária ao progresso da humanidade e prova da soberana Providência, que vela incessantemente pela fraqueza dos homens.
Nosso Altar é a Consciência.
Nosso Templo, o Universo.
(Editorial de Cairbar Schutel no exemplar número I, ano I de 15 de agosto de 1905, do Jornal O Clarim.)
domingo, março 26, 2006
NINGUÉM PODE ESTRAGAR O SEU DIA...
Ninguém pode estragar o seu dia,
ao menos que você permita.
O colunista, Sydney Harris,
acompanhava, certo dia, um amigo à uma banca de jornal.
O amigo
cumprimentou o jornaleiro amavelmente,
mas, como retorno,
recebeu um tratamento rude e grosseiro.
Pegando o jornal que foi atirado em sua direção,
o amigo de Sydney sorriu atenciosamente
e desejou ao jornaleiro um bom final de semana.
Quando os dois amigos desciam pela rua,
o colunista perguntou:
- Ele sempre lhe trata com tanta grosseria?
- Sim, infelizmente é sempre assim.
- E você é sempre tão atencioso e amável com ele?
- Sim, sou.
- Por quê você é tão educado,
já que ele é tão rude com você?
- Porque não quero
que ele decida como eu devo agir.
Nós somos nossos "próprios donos".
Não devemos nos curvar
diante de qualquer vento que sopra,
nem estar à mercê do mal-humor,
da mesquinharia,
da impaciência
e da raiva dos outros.
Não são os ambientes que nos transformam
e sim nós que transformamos os ambientes.
"Os tristes
acham que o vento geme.
Os alegres e cheios de espírito
afirmam que ele canta."
O mundo é como um espelho,
devolve a cada pessoa o reflexo
de seus próprios pensamentos.
A maneira como você encara a vida,
faz toda a diferença!
ao menos que você permita.
O colunista, Sydney Harris,
acompanhava, certo dia, um amigo à uma banca de jornal.
O amigo
cumprimentou o jornaleiro amavelmente,
mas, como retorno,
recebeu um tratamento rude e grosseiro.
Pegando o jornal que foi atirado em sua direção,
o amigo de Sydney sorriu atenciosamente
e desejou ao jornaleiro um bom final de semana.
Quando os dois amigos desciam pela rua,
o colunista perguntou:
- Ele sempre lhe trata com tanta grosseria?
- Sim, infelizmente é sempre assim.
- E você é sempre tão atencioso e amável com ele?
- Sim, sou.
- Por quê você é tão educado,
já que ele é tão rude com você?
- Porque não quero
que ele decida como eu devo agir.
Nós somos nossos "próprios donos".
Não devemos nos curvar
diante de qualquer vento que sopra,
nem estar à mercê do mal-humor,
da mesquinharia,
da impaciência
e da raiva dos outros.
Não são os ambientes que nos transformam
e sim nós que transformamos os ambientes.
"Os tristes
acham que o vento geme.
Os alegres e cheios de espírito
afirmam que ele canta."
O mundo é como um espelho,
devolve a cada pessoa o reflexo
de seus próprios pensamentos.
A maneira como você encara a vida,
faz toda a diferença!
segunda-feira, março 20, 2006
RABINO PROPÕE CRIAÇÃO DA "ONU" DAS RELIGIÕES
Danny Wood,
de Sevilha
O rabino Yona Metzger defendeu a idéia em um encontro na Espanha O rabino-chefe de Israel, Yona Metzger, pediu a criação de uma "Organização das Nações Unidas de grupos religiosos".A proposta para a criação de um organismo internacional com representantes das principais religiões do mundo foi feita em discurso no Congresso Internacional de Imãs e Rabinos para a Paz, em Sevilha, na Espanha.
O Imã de Gaza, Imad al-Faluji, afirmou que políticos mentem, mas líderes religiosos têm um objetivo diferente - trabalhar para um bem maior.
Delegados na conferência, aberta no domingo, dizem que o mundo está em crise e é hora de agir para restaurar a justiça, o respeito e a paz.
Segundo eles, agora é a hora para iniciativas concretas.
A proposta conta com apoio amplo de participantes influentes como Frederico Major, co-presidente da Aliança para Civilizações, o grupo que faz lobby para a resolução internacional de conflitos e é apoiado pelas Nações Unidas.
A aliança foi iniciada pelo premiê espanhol, Jose Luis Rodriguez Zapatero.
Por vezes, a linguagem diplomática tem sido deixada de lado nesta conferência e os discursos são extremamente diretos. Quando Metzger criticou os muçulmanos moderados por não enfrentarem Osama Bin Laden, líderes islâmicos acenavam com a cabeça manifestando acordo.
Tanto líderes muçulmanos como judeus demonstraram disposição para receberem críticas.
Também houve manifestações categóricas de oposição a mortes em nome de religião.
Ao final da solenidade, a delegação muçulmana realizou uma prece para o profeta Maomé antes de retomar as discussões sobre idéias que pretendem apresentar aos delegados judeus.
Os líderes religiosos têm três dias para formular um manifesto.
de Sevilha
O rabino Yona Metzger defendeu a idéia em um encontro na Espanha O rabino-chefe de Israel, Yona Metzger, pediu a criação de uma "Organização das Nações Unidas de grupos religiosos".A proposta para a criação de um organismo internacional com representantes das principais religiões do mundo foi feita em discurso no Congresso Internacional de Imãs e Rabinos para a Paz, em Sevilha, na Espanha.
O Imã de Gaza, Imad al-Faluji, afirmou que políticos mentem, mas líderes religiosos têm um objetivo diferente - trabalhar para um bem maior.
Delegados na conferência, aberta no domingo, dizem que o mundo está em crise e é hora de agir para restaurar a justiça, o respeito e a paz.
Segundo eles, agora é a hora para iniciativas concretas.
A proposta conta com apoio amplo de participantes influentes como Frederico Major, co-presidente da Aliança para Civilizações, o grupo que faz lobby para a resolução internacional de conflitos e é apoiado pelas Nações Unidas.
A aliança foi iniciada pelo premiê espanhol, Jose Luis Rodriguez Zapatero.
Por vezes, a linguagem diplomática tem sido deixada de lado nesta conferência e os discursos são extremamente diretos. Quando Metzger criticou os muçulmanos moderados por não enfrentarem Osama Bin Laden, líderes islâmicos acenavam com a cabeça manifestando acordo.
Tanto líderes muçulmanos como judeus demonstraram disposição para receberem críticas.
Também houve manifestações categóricas de oposição a mortes em nome de religião.
Ao final da solenidade, a delegação muçulmana realizou uma prece para o profeta Maomé antes de retomar as discussões sobre idéias que pretendem apresentar aos delegados judeus.
Os líderes religiosos têm três dias para formular um manifesto.
sábado, março 18, 2006
Neurobiologia da Fé. FOLHA ESPÍRITA
Médico neurocirurgião, Ricardo Leme, 37 anos, é também doutor em Ciências, na área de Anatomia Funcional, pela USP.
No V Congresso Nacional da Associação Médico-Espírita do Brasil (Mednesp), que aconteceu de 26 a 28 de maio, em São Paulo (SP), ele tratou do tema Neurobiologia da Fé, destacando que a fé pode assumir diferentes nuances, na dependência da formação e da visão existencial de cada pessoa. Abaixo, os principais pontos abordados:Folha Espírita – O que é a neurobiologia da fé?Ricardo Leme – Uma primeira observação a ser feita, que é de primordial importância, é notarmos que os fenômenos neurobiológicos (relacionados ao sistema nervoso e à vida) e os pertinentes à fé pertencem a diferentes realidades. Enquanto os primeiros estão situados em uma realidade física (fenomênica), os segundos pertencem a uma realidade que podemos chamar de psíquica (numinosa). Devemos, portanto, ser cuidadosos em qualquer tentativa de conciliação e de interpretação, quando fenômenos que ocorrem em diferentes realidades se tornam objeto de estudo da ciência. Os métodos científicos tradicionais ou da ciência acadêmica, buscam, no momento atual, fenômenos reprodutíveis e quantificáveis, numa tentativa, muitas vezes reducionista, de traduzir diferentes realidades a uma linguagem comum. Estudos neurobiológicos, que envolvem o desvendar do funcionamento do sistema nervoso, representam parte considerável da literatura científica nos dias atuais. O desenvolvimento tecnológico permite cada vez mais que se decomponham, se quantifiquem e até mesmo se identifiquem substâncias novas, o que é muito desejável. No entanto, alguns seres humanos estão apenas começando a desconfiar que talvez o desenvolvimento tecnológico esteja carecendo de algo, que pode ser o pequeno detalhe que esteja faltando para um funcionamento mais harmonioso da humanidade como um todo. O estudo da neurobiologia da fé talvez possa ser uma ferramenta a mais na busca desse algo.
FE – Os estudos que vêm sendo feitos estão no caminho certo?
Leme – Para muitos, estudar a neurobiologia da fé consiste em mapear o encéfalo quanto a áreas que estão ou não ativas durante uma experiência religiosa, a fim de localizar a fé no corpo humano e, assim, explicá-la. Não podemos negar a importância desses estudos. No entanto, propostas de novas formas de pensar são altamente desejáveis, principalmente quando o objeto de estudo envolve a fé, algo ainda tão pouco compreendido. Essa pouca compreensão envolve não apenas as diferentes formas como as pessoas expressam a fé, mas também e, principalmente, seus efeitos, que muitos presenciam e que às vezes preferem calar a arriscar conhecer sua fonte geradora. Assumir a condição de não saber e se permitir estar aberto para todas as possibilidades são as primeiras condições necessárias para o interessado em aprender sobre qualquer assunto e, de maneira especial, esse, que envolve estes dois grandes campos, que são a Neurobiologia e a fé. Ainda hoje, se observarmos a literatura científica, é notável a distância que separa pesquisas na área da Medicina daquelas realizadas nas disciplinas conhecidas como básicas, como a Matemática, a Física e a Química, para exemplificar algumas. Essa distância faz com que muitos dos modelos desenvolvidos em pesquisas médicas, por exemplo, não levem em conta as descobertas mais recentes no campo da Física. Em um primeiro momento isso pode parecer irrelevante, no entanto, estudar nosso universo a partir de um modelo baseado na Física Clássica ou de um baseado na Física Relativística Quântica pode nos levar a conclusões antagônicas.
FE – Por que é importante pesquisar a fé?
Leme – Nos tempos atuais, apesar da enorme quantidade de informações que nos chegam diariamente, é muito comum que as pessoas vivam com uma leve sensação de que algo está faltando ou de incerteza. De maneira geral, as religiões se propõem a preencher essas lacunas de forma a dar algum sentido ou significação para essas vidas que buscam um sentido. Apesar das inúmeras propostas que tentam explicar o processo da gênese do ser humano e da veemência com que algumas pessoas afirmam ser portadoras da verdade, até o presente momento a resposta para o significado existencial permanece velada. As pesquisas sobre a fé podem contribuir muito para que as pessoas possam encontrar por si mesmas, e não por terceiros, possíveis significados para suas existências. Estudos no campo da Física Quântica sugerem que nossas escolhas, como produtos da consciência, interferem de forma decisiva na maneira como a realidade física se manifesta. Um místico chegando a essas conclusões não surpreenderia muitos de nós, mas um físico, a partir de demonstrações baseadas em ferramentas da nossa própria dimensão material, é algo maravilhoso.
FE – É como se a pessoa fosse uma peça de um grande quebra-cabeça?
Leme – Exatamente. E como tal, tivesse a oportunidade única de se posicionar dentro do quebra-cabeça montado. No entanto, enquanto essa pessoa executa o que esperam que ela faça, ela pode estar negligenciando o que ela realmente está aqui para fazer. Algo que só ela pode saber, pois é a portadora dessa semente e tem a responsabilidade de fazê-la germinar. Simplificando, em outras palavras: a prática espiritual pode assumir um caráter exotérico (do grego tà exô – as coisas exteriores) ou esotérico (tà esô – as coisas interiores). No primeiro caso, a característica é a existência de alguma pessoa, objeto, ídolo, enfim, algum símbolo fora do praticante para o qual se dirige a prática. No caso do esoterismo, a prática é de dentro para fora, o templo é interno e o caminho é solitário e, em alguns casos, pode até mesmo ser árduo. Tanto as práticas exotéricas, que atingem grandes massas de pessoas, quanto as esotéricas, são importantes e devemos evitar de ver uma como sendo superior ou melhor que a outra. Muitas vezes, para a pessoa chegar à prática da espiritualidade em essência (esoterismo), é necessário um primeiro contato com algum grupo religioso (exoterismo), seja ele qual for. A importância de se pesquisar a fé é máxima, uma vez que pode permitir que as pessoas entrem em contato com realidades que ninguém mais além delas mesmas poderia fazê-lo.
FE – O conceito da fé pode ser visto de diferentes formas? Por quê?
Leme – Eu acredito que sim, pois cada pessoa é diferente da outra e, portanto, existirão tantas formas diferentes de ver quanto o número de pessoas. A linguagem verbal que dispomos para comunicação, sem que possamos perceber, impõe-nos sérias limitações. Apesar de muitas vezes acreditarmos que estamos falando e passando claramente uma idéia, o papel do receptor é fundamental, uma vez que ele pode interpretar nossas palavras de acordo com os conceitos que tem já estabelecidos. Existe um pensador russo chamado Ouspenski, que propõe uma classificação do homem (ser humano) em sete tipos diferentes. Claro que toda classificação pode ser limitante, mas elas ainda são necessárias até que cada um de nós aprenda a pensar por si próprio. Para Ouspenski, a palavra homem não admite variação ou gradação alguma entre aquele que não está consciente e nem suspeita, entre o que luta para se tornar consciente e o que se tornou plenamente consciente. A mesma palavra é usada para designar todos os tipos de homens. Parece muito óbvio, portanto, que dependendo do nível consciencial de cada pessoa, a fé vai ser vista, compreendida, trabalhada e exercitada de formas diferentes.
FE – Que exames vêm sendo usados para o estudo desses fenômenos?
Leme – Vários estudos estão em desenvolvimento na tentativa de associar as experiências religiosas a regiões específicas do encéfalo. Os exames mais utilizados nessa metodologia são o eletroencefalograma (EEG), a tomografia por emissão de fóton simples (SPECT), a tomografia por emissão de pósitrons (PET), a ressonância magnética (RM) associada ou não ao PET e a RM funcional. Outra importante área de estudo utiliza a dosagem de determinadas substâncias no sangue de pessoas que passaram por experiências espirituais. Muitas dessas substâncias são anticorpos, como, por exemplo, imunoglobulinas presentes na saliva e interleucinas no sangue. Uma vez que está cada vez mais bem caracterizado o funcionamento conjunto dos sistemas nervoso, endócrino e imunológico, tem sido possível se observar o efeito da prática espiritual sobre esses sistemas, a partir de vários modelos experimentais relacionados não apenas a doenças, mas também ao processo de envelhecimento.
FE – Alguma metodologia específica? Por quê?
Leme – Cada estudo propõe metodologias específicas e essa é uma questão crucial que muitas vezes nos passa despercebida quando tentamos interpretar esses estudos. As metodologias são tão específicas, as condições de laboratório são tão controladas, algumas variáveis são padronizadas a tal ponto, que esse mesmo rigor acaba se voltando contra a própria proposta da ciência ou da pesquisa. Isso ocorre, pois, a partir dos resultados obtidos em laboratório, sobre modelos controlados, o próximo passo do cientista é, por meio de processos de indução e de generalização, aplicar aqueles achados ao comportamento de sistemas abertos, na população de seres humanos que vivem fora dos laboratórios. Muitas vezes, os estudos científicos trazem resultados que oferecem dificuldade para serem conciliados. Por exemplo, enquanto alguns pesquisadores propõem a associação da experiência religiosa e da espiritualidade à ativação de circuitos neurais específicos dos lobos temporais do cérebro, outros demonstram que a ativação encefálica observada em determinadas experiências espirituais ocorre em todo o cérebro indistintamente. Devemos ser muito cuidadosos ao interpretar descobertas novas, pois muitas não resistem à prova do tempo.
No V Congresso Nacional da Associação Médico-Espírita do Brasil (Mednesp), que aconteceu de 26 a 28 de maio, em São Paulo (SP), ele tratou do tema Neurobiologia da Fé, destacando que a fé pode assumir diferentes nuances, na dependência da formação e da visão existencial de cada pessoa. Abaixo, os principais pontos abordados:Folha Espírita – O que é a neurobiologia da fé?Ricardo Leme – Uma primeira observação a ser feita, que é de primordial importância, é notarmos que os fenômenos neurobiológicos (relacionados ao sistema nervoso e à vida) e os pertinentes à fé pertencem a diferentes realidades. Enquanto os primeiros estão situados em uma realidade física (fenomênica), os segundos pertencem a uma realidade que podemos chamar de psíquica (numinosa). Devemos, portanto, ser cuidadosos em qualquer tentativa de conciliação e de interpretação, quando fenômenos que ocorrem em diferentes realidades se tornam objeto de estudo da ciência. Os métodos científicos tradicionais ou da ciência acadêmica, buscam, no momento atual, fenômenos reprodutíveis e quantificáveis, numa tentativa, muitas vezes reducionista, de traduzir diferentes realidades a uma linguagem comum. Estudos neurobiológicos, que envolvem o desvendar do funcionamento do sistema nervoso, representam parte considerável da literatura científica nos dias atuais. O desenvolvimento tecnológico permite cada vez mais que se decomponham, se quantifiquem e até mesmo se identifiquem substâncias novas, o que é muito desejável. No entanto, alguns seres humanos estão apenas começando a desconfiar que talvez o desenvolvimento tecnológico esteja carecendo de algo, que pode ser o pequeno detalhe que esteja faltando para um funcionamento mais harmonioso da humanidade como um todo. O estudo da neurobiologia da fé talvez possa ser uma ferramenta a mais na busca desse algo.
FE – Os estudos que vêm sendo feitos estão no caminho certo?
Leme – Para muitos, estudar a neurobiologia da fé consiste em mapear o encéfalo quanto a áreas que estão ou não ativas durante uma experiência religiosa, a fim de localizar a fé no corpo humano e, assim, explicá-la. Não podemos negar a importância desses estudos. No entanto, propostas de novas formas de pensar são altamente desejáveis, principalmente quando o objeto de estudo envolve a fé, algo ainda tão pouco compreendido. Essa pouca compreensão envolve não apenas as diferentes formas como as pessoas expressam a fé, mas também e, principalmente, seus efeitos, que muitos presenciam e que às vezes preferem calar a arriscar conhecer sua fonte geradora. Assumir a condição de não saber e se permitir estar aberto para todas as possibilidades são as primeiras condições necessárias para o interessado em aprender sobre qualquer assunto e, de maneira especial, esse, que envolve estes dois grandes campos, que são a Neurobiologia e a fé. Ainda hoje, se observarmos a literatura científica, é notável a distância que separa pesquisas na área da Medicina daquelas realizadas nas disciplinas conhecidas como básicas, como a Matemática, a Física e a Química, para exemplificar algumas. Essa distância faz com que muitos dos modelos desenvolvidos em pesquisas médicas, por exemplo, não levem em conta as descobertas mais recentes no campo da Física. Em um primeiro momento isso pode parecer irrelevante, no entanto, estudar nosso universo a partir de um modelo baseado na Física Clássica ou de um baseado na Física Relativística Quântica pode nos levar a conclusões antagônicas.
FE – Por que é importante pesquisar a fé?
Leme – Nos tempos atuais, apesar da enorme quantidade de informações que nos chegam diariamente, é muito comum que as pessoas vivam com uma leve sensação de que algo está faltando ou de incerteza. De maneira geral, as religiões se propõem a preencher essas lacunas de forma a dar algum sentido ou significação para essas vidas que buscam um sentido. Apesar das inúmeras propostas que tentam explicar o processo da gênese do ser humano e da veemência com que algumas pessoas afirmam ser portadoras da verdade, até o presente momento a resposta para o significado existencial permanece velada. As pesquisas sobre a fé podem contribuir muito para que as pessoas possam encontrar por si mesmas, e não por terceiros, possíveis significados para suas existências. Estudos no campo da Física Quântica sugerem que nossas escolhas, como produtos da consciência, interferem de forma decisiva na maneira como a realidade física se manifesta. Um místico chegando a essas conclusões não surpreenderia muitos de nós, mas um físico, a partir de demonstrações baseadas em ferramentas da nossa própria dimensão material, é algo maravilhoso.
FE – É como se a pessoa fosse uma peça de um grande quebra-cabeça?
Leme – Exatamente. E como tal, tivesse a oportunidade única de se posicionar dentro do quebra-cabeça montado. No entanto, enquanto essa pessoa executa o que esperam que ela faça, ela pode estar negligenciando o que ela realmente está aqui para fazer. Algo que só ela pode saber, pois é a portadora dessa semente e tem a responsabilidade de fazê-la germinar. Simplificando, em outras palavras: a prática espiritual pode assumir um caráter exotérico (do grego tà exô – as coisas exteriores) ou esotérico (tà esô – as coisas interiores). No primeiro caso, a característica é a existência de alguma pessoa, objeto, ídolo, enfim, algum símbolo fora do praticante para o qual se dirige a prática. No caso do esoterismo, a prática é de dentro para fora, o templo é interno e o caminho é solitário e, em alguns casos, pode até mesmo ser árduo. Tanto as práticas exotéricas, que atingem grandes massas de pessoas, quanto as esotéricas, são importantes e devemos evitar de ver uma como sendo superior ou melhor que a outra. Muitas vezes, para a pessoa chegar à prática da espiritualidade em essência (esoterismo), é necessário um primeiro contato com algum grupo religioso (exoterismo), seja ele qual for. A importância de se pesquisar a fé é máxima, uma vez que pode permitir que as pessoas entrem em contato com realidades que ninguém mais além delas mesmas poderia fazê-lo.
FE – O conceito da fé pode ser visto de diferentes formas? Por quê?
Leme – Eu acredito que sim, pois cada pessoa é diferente da outra e, portanto, existirão tantas formas diferentes de ver quanto o número de pessoas. A linguagem verbal que dispomos para comunicação, sem que possamos perceber, impõe-nos sérias limitações. Apesar de muitas vezes acreditarmos que estamos falando e passando claramente uma idéia, o papel do receptor é fundamental, uma vez que ele pode interpretar nossas palavras de acordo com os conceitos que tem já estabelecidos. Existe um pensador russo chamado Ouspenski, que propõe uma classificação do homem (ser humano) em sete tipos diferentes. Claro que toda classificação pode ser limitante, mas elas ainda são necessárias até que cada um de nós aprenda a pensar por si próprio. Para Ouspenski, a palavra homem não admite variação ou gradação alguma entre aquele que não está consciente e nem suspeita, entre o que luta para se tornar consciente e o que se tornou plenamente consciente. A mesma palavra é usada para designar todos os tipos de homens. Parece muito óbvio, portanto, que dependendo do nível consciencial de cada pessoa, a fé vai ser vista, compreendida, trabalhada e exercitada de formas diferentes.
FE – Que exames vêm sendo usados para o estudo desses fenômenos?
Leme – Vários estudos estão em desenvolvimento na tentativa de associar as experiências religiosas a regiões específicas do encéfalo. Os exames mais utilizados nessa metodologia são o eletroencefalograma (EEG), a tomografia por emissão de fóton simples (SPECT), a tomografia por emissão de pósitrons (PET), a ressonância magnética (RM) associada ou não ao PET e a RM funcional. Outra importante área de estudo utiliza a dosagem de determinadas substâncias no sangue de pessoas que passaram por experiências espirituais. Muitas dessas substâncias são anticorpos, como, por exemplo, imunoglobulinas presentes na saliva e interleucinas no sangue. Uma vez que está cada vez mais bem caracterizado o funcionamento conjunto dos sistemas nervoso, endócrino e imunológico, tem sido possível se observar o efeito da prática espiritual sobre esses sistemas, a partir de vários modelos experimentais relacionados não apenas a doenças, mas também ao processo de envelhecimento.
FE – Alguma metodologia específica? Por quê?
Leme – Cada estudo propõe metodologias específicas e essa é uma questão crucial que muitas vezes nos passa despercebida quando tentamos interpretar esses estudos. As metodologias são tão específicas, as condições de laboratório são tão controladas, algumas variáveis são padronizadas a tal ponto, que esse mesmo rigor acaba se voltando contra a própria proposta da ciência ou da pesquisa. Isso ocorre, pois, a partir dos resultados obtidos em laboratório, sobre modelos controlados, o próximo passo do cientista é, por meio de processos de indução e de generalização, aplicar aqueles achados ao comportamento de sistemas abertos, na população de seres humanos que vivem fora dos laboratórios. Muitas vezes, os estudos científicos trazem resultados que oferecem dificuldade para serem conciliados. Por exemplo, enquanto alguns pesquisadores propõem a associação da experiência religiosa e da espiritualidade à ativação de circuitos neurais específicos dos lobos temporais do cérebro, outros demonstram que a ativação encefálica observada em determinadas experiências espirituais ocorre em todo o cérebro indistintamente. Devemos ser muito cuidadosos ao interpretar descobertas novas, pois muitas não resistem à prova do tempo.
segunda-feira, março 13, 2006
DESESPERANÇA: ENTRAVE DA FÉ
Depois disso, houve uma festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Há em Jerusalém, junto à porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, que tem cinco pórticos. Nestes pórticos jazia um grande número de enfermos, de cegos, de coxos e de paralíticos, que esperavam o movimento da água.[Pois de tempos em tempos um anjo do Senhor descia ao tanque e a águase punha em movimento.E o primeiro que entrasse no tanque,depois da agitação da água, ficavacurado de qualquer doença que tivesse.] Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. Vendo-o deitadoe sabendo que já havia muito tempo que estava enfermo, perguntou-lhe Jesus: Queres ficar curado? O enfermo respondeu-lhe: "Senhor, não tenho ninguém que meponha no tanque, quando a água é agitada; enquanto vou, já outro desceu antes de mim." Ordenou-lhe Jesus: "Levanta-te, toma o teu leito e anda." No mesmo instante, aquele homem ficou curado, tomou o seu leito e foi andando. Ora, aquele dia era sábado. E os judeus diziam ao homem curado: "E sábado, não te é permitido carregar o teu leito." Respondeu-lhes ele: "Aquele que me curou disse: Toma o teu leito e anda." Perguntaram-lhe eles: "Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito e anda?" O que havia sido curado, porém, não sabia quem era, porque Jesus se havia retirado da multidão que estava naquele lugar.. Mais tarde, Jesus o achou no templo e lhe disse: "Eis que ficaste são; já não peques, para não te suceda coisa pior." Aquele homem foi então contar aos judeus que fora Jesus quem o havia curado. Jo 5:1-15
Já falei sobre este tema no tópico "Queres ficar curado?", pretendo todavia, enfocar um outro aspecto: o da Desesperança, como agente bloqueador do fluxo da fé!
A paisagem constante do texto é a de uma fonte de águas intermitentes que desembocam numa piscina pública em Jerusalém. Diz o texto que a piscina era cercada por doentes entre os quais cegos, surdos e paralíticos.
O paralítico em questão encontrava-se lá, esmolando havia 38 anos. Muito tempo. Parece que acomodara-se à sua posição de pedinte e já não era interessante para ele àquela altura de sua vida, perder o seu meio de sustento que era a esmola para ter que trabalhar. Habituara-se à humilhação, à indignidade, à indigência e já não se importava com sua reputação. Os que queriam curar-se aproveitavam-se de sua desesperança e pensavam que era menos um na concorrência.
Ele não buscava ajuda nas portas das casas de câmbio, nas portas das bolsas de valores, nos grandes balcões de negócios, nas avenidas movimentadas do comércio. Por que? Por que sabia de antemão que o homem que sai de casa para comerciar e buscar fazer crescer o seu patrimônio está hipnotizado pelo egoísmo. Quando vamos ao comércio, aos bancos, aos investimentos, à busca de negócios, não temos olhos e nem ouvidos, sensibilidade enfim, para a dor humana. Ao contrário, tememos encontrar algum entrave ao nosso projeto econômico no caminho, pois o negócio, o investimento, a poupança, o dólar, a cotação... não podem esperar. Dia D, hora H. Caso contrário, perde-se rios de dinheiro.
Esta a razão do paralítico de Betesda nunca ir aos centros comerciais e financeiros de Jerusalém para pedir dinheiro. O tanque era um logradouro religioso. Ali estavam os aflitos e sobrecarregados do mundo. E o paraplégico morava junto à piscina. Dormia à sua margem, tinha uma cama onde vivia deitado. Ali todos eram irmãos na dor. Os que possuíam bens, estavam alquebrados pelo sofrimento. E faziam donativos aos pobres, visando uma graça espiritual da cura. Procurou ficar junto dos que estavam oprimidos e humilhados pela doença física e mental. Também podemos hoje testemunhar como as pessoas que possuem bens, se tornam mais compassivas coma dor alheia quando sofrem.
Assim, o paraplégico de Jerusalém acomodou-se a sua vida de mendicante e estava assim por quase quarenta anos. Teria Jesus cerca de 32 anos quando esta narrativa se deu. Logo, 20 anos antes, quando de seu "Bar Mitzvá", (cerimônia de iniciação religiosa dos meninos judeus), em Jerusalém, um jovem chamado Jesus poderia ter avistado um homem paralítico à borda do tanque de Betesda, onde já estaria há 18 anos. Transcorridos 20 anos, Jesus teria se impressionado ao reencontrar-se com a mesma impressionante personagem de sua adolescência. Quantos de nós vivemos uma vida inteira paralisados e encantados com as nossas limitações? O poder limitante de uma lesão orgânica exerce uma ação estupefaciente sobre o nosso cérebro. Identificamo-nos com a nossa doença e passamos a dizer: sou asmático, sou cardíaco, sou hemiplégico, sou depressivo. E habitualmente nos identificamos com as nossas doenças com uma finalidade específica. Não há perda sem ganho. Ninguém fica enfermo e perde apenas. O estado de auto-piedade paralisante nos promove a uma condição diversas vezes favorável ao nosso ego. Estamos dispensados de diversas necessidades do gênero humano: trabalhar, lutar, progredir, ler, orar, crer, ter fé, ter esperança, alegria, compreensão, empatia, simpatia, amabilidade... tudo por que não temos este ou aquele órgão, por que estamos sem esta ou aquela função orgânica. E existem exemplos dos que superam suas limitações. Stepehn Hawking, um doms maiores físicos de todos os tempos, só pode mexer um dedo, por causa de uma Esclerose Lateral Amiotrófica. Os atletas hemiplégicos disputam as para-olimpíadas, jogam basquete, vôlei, nadam, correm. Não têm auto-piedade.
Jesus questiona ao hemiplégico: "Queres ficar curado?"
Não há registro nos quatro evangelhos de Jesus Ter perguntado se o doente gostaria de se curar. Apenas este! Queria?
Parece que não tinha tão intensa vontade, pois não respondeu prontamente que sim, senão que acusou os demais de não ajudá-lo a pular na piscina no momento aleatório do fluxo da fonte. Jesus então, mesmo diante de tal desolação, ordena-lhe: "Levanta, toma a tua cama e anda!" Não está escrito que Jesus falou brandamente, mas com autoridade. Ordenar que se levante é ao mesmo tempo curar o corpo e o espírito estagnado na paralisia psíquica.
Este é o tema da Campanha da Fraternidade da CNBB de 2006: "Levanta e vêm para o meio!" Acorda! Desperta do teu hipnotismo e vem juntar-se aos que tem vontade. Junta-te àqueles que gostam de viver e de trabalhar pela vida. Sai do marasmo, da inoperância, da acomodação, do conformismo. Jesus não quer que nos conformemos com o mundo. Quer que, através de nossa vontade, o transformemos!
O ex-paralítico então, aturdido, levantou-se e começou a carregar o seu leito no dia do Shabat. Como os sacerdotes o reconheceram pois estava há décadas no mesmo lugar, abordaram-no levando em consideração não o fato estupendo de sua cura, mas o fato de estar fazendo um trabalho no Sábado. Neste momento o homem comete a sua Segunda tentativa de desviar-se do foco das questões a ele levantadas. Na primeira vez foi quando tentou escamotear a pergunta de Jesus sobre se ele realmente queria se curar: jogou a culpa nos outros. Agora, curado, carregando uma cama, questionado por exercer esforço físico no dia do descanso, ele transfere a responsabilidade da falta para Jesus.
Na primeira vez, ele quase que demonstrava que apesar de não querer ficar bom, não podia admiti-lo. Necessitava de uma desculpa. Ninguém o colocava nas águas a tempo. Mas a piscina era cercada de paralíticos. Nenhum havia logrado tal graça? Em 38 anos, nunca se deu a possibilidade, nem ao menos durante ás noites frias, de ele se jogar primeiro, usando os braços como apoio? Em 38 anos? Dias e noites?
Depois de curado, fato absolutamente insólito, não enfrenta a ira dos sacerdotes invejosos. Descarta a culpa e diz que aquele que o curou é que tem a responsabilidade de ele estar desrespeitando o Sábado. Parece-me uma atitude bem covarde!
Jesus encontra novamente e só lhe diz uma coisa: "Cuidado, não volte a cometer os erros que tem cometido, pois as conseqüências podem ser mais graves que a sua paralisia." Ou talvez: " Você era um acomodado! Quando libertei-o de sua psico-letargia, você tornou-se um venal delator. E então? Você considera uma atitude digna de um homem, após ser curado de uma enfermidade incurável, ainda acusar o seu médico por uma coisa torpe como a da qual te acusaram meus inimigos?"
Ou mesmo assim: "Você não se envergonha de tamanha covardia e ingratidão? Acusar-me de uma coisa tão tola diante da grandeza de sua cura? Você não percebe que foi uma atitude maliciosa dos sacerdotes para me incriminar e justamente você me entrega?"
"Cuidado ! Não voltes a cometer estes absurdos que você cometeu! Não seja um mendigo acomodado! Não seja um ingrato! Não seja um delator! Não seja um homem venal! Por que se você continuar com essa atitude de total falta de caráter, não será vítima de paralisia, mas de uma doença pior ! Deus não se deixa enganar: o que o homem plantar, certamente colherá"
Então arrepende-se o paraplégico curado e apresenta-se aos mesmos sacerdotes declarando que havia sido curado por Jesus Cristo!
A desesperança nos bloqueia a fé! Por isso Paulo falou na Epístola aos Coríntios: "Restam a Esperança, a Fé e a Caridade!" Sem Esperança, a Fé se desvanece, fica impedida de se manifestar em todo o seu esplendor!
Este paralítico permitiu que a desesperança convertesse sua vida numa desolação! Estagnou o seu espírito junto com o seu corpo, culpou os demais, aproveitou-se de sua auto-piedade para justificar a indolência da alma. Curado, preferiu esquivar-se da responsabilidade do não cumprimento de leis menores e caindo na ingratidão e no malcaratismo. Foi advertido e arrependeu-se!
Que seja este nosso caminho! Mesmo quando a desesperança bloquear a nossa Fé, lembremo-nos das palavras de Jesus: "Não retornes aos erros que te produziram este estado do qual está curado! Pois da próxima vez será pior."
sábado, março 04, 2006
NUNCA VI TAL FÉ - I V ( A Fé Operante)
A FÉ OPERANTE
O próximo teste para a Fé neste estágio é o teste da Humildade que a converte na Quarta categoria de Fé: A Fé Operante!
"E eis que uma cananéia, originária daquela terra, gritava: Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim! Minha filha está cruelmente atormentada por um demônio. Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Seus discípulos vieram a ele e lhe disseram com insistência: Despede-a, ela nos persegue com seus gritos. Jesus respondeu-lhes: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Mas aquela mulher veio prostrar-se diante dele, dizendo: Senhor, ajuda-me! Jesus respondeu-lhe: Não convém jogar aos cachorrinhos o pão dos filhos. Certamente, Senhor, replicou-lhe ela; mas os cachorrinhos ao menos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos... Disse-lhe, então, Jesus: Ó mulher, grande é tua fé! Seja-te feito como desejas. E na mesma hora sua filha ficou curada." (Mt 15:22-29)
A terceira mensagem de meu irmão Carlos Vítor inserida no livro: "A Morte é Simples Mudança", nos diz de sua conquista da Humildade nos seguintes termos:
Papai querido sigamos...
Ontem púrpuras faustosas,
Espadas, festas e rosas
Que o tempo exibe em museus...
Hoje, é a trilha diferente
De culto ao Bem e à Verdade
Na conquista da Humildade,
A prenda maior com Deus.
Nos comentários desta e de outras poesias suas, fazemos uma avaliação do Curso de Humildade de que meu irmão nos fala e que é realizado por ele em três etapas. Na Erraticidade, na preparação pra a reencarnação. Durante a reencarnação e numa terceira etapa que continua mesmo após a desencarnação. Pelo menos foi a forma que Carlinhos escolheu para o seu Curso de Humildade.
A Humildade é uma senha espiritual que faz desenvolver a nossa Fé! Se já temos a felicidade de vivenciarmos uma Fé Racional, a Humildade facilmente abrirá os caminhos para a Fé Operante. Esta é natural, pode utilizar as elaborações da mente, mas as ultrapassa, pois os testes às quais é submetida não podem ser superados pelo simples uso da razão, mas sim pelo exercício da humildade.
A representante evangélica é a mulher siro-fenícia. Esta mulher é portadora de uma fé vigorosa. Não vacila, não está submetida a elementos materiais. Ela racionaliza, pois faz considerações a respeito do que Jesus lhe responde, mas a sua palavra é toda humildade. Não é uma argumentação lógica como a do Centurião, mas uma demonstração de humildade.
O que torna este caso particular é que esta é a única pessoa testada por Jesus. Ela procura Jesus na terra de Tiro, que estava em refúgio, desejou permanecer ali incógnito, mas ela O descobriu. Ansiava pela cura de sua filha obsidiada. Pede insistentemente a ponto de os discípulos, não entendendo a aparente indiferença de Jesus, pedirem por ela. O primeiro teste é que Jesus responde, dirigindo-se a seus discípulos e não à ela: Eu vim para os judeus e não para os cananeus. Ela, dirige-se então novamente a ele e suplica ajuda para sua filha. Desta vez Jesus dirige-se a ela, mas parece manter a sua postura aparentemente incompreensível: Não convém tirar o pão da boca dos filhos e jogá-los aos cachorrinhos. O teste foi duro. Mas a siro-fenícia venceu. Ela reconheceu que seu povo sendo idólatra não poderia receber as mesmas bênçãos destinadas a um povo que havia sido preparado para aquela visitação, mas rogou que pudesse, assim como os cães, aproveita-se dos restos, das sobras, das migalhas imprestáveis que caem ao chão. Pediu para aproveitar o que seria varrido para o lixo, demonstrando que as bênçãos divinas são tão pródigas que podem ser aproveitadas até mesmo nos farelos.
Recordo-me com muita tristeza de uma cena cotidiana de minha infância: crianças que quase diariamente batiam à nossa porta e pediam "uma sobra de comida ou um pão dormido". Eram pessoas massacradas pelo capitalismo impiedoso. Pedir sobras da mesa de alguém, rejeitos de comida do prato de uma pessoa, pães dormidos, duros, é pedir praticamente o lixo. E não é uma cena incomum ver pessoas revirando o lixo das mansões para ver se os abastados jogaram fora o que para eles é um banquete. É a humilhação vivida pelo filho pródigo. Comer do lixo.
Humilhação que nos ensina a Humildade. Poucos aprendem a verdadeira Humildade sem necessitar ser humilhados. As vidas sucessivas nos testarão com sucessivas decepções, abandonos, insucessos, desilusões e calibrarão a nossa taxa de humildade.
Dotados da racionalidade com fé, calibrados na humildade, nossa Fé será verdadeiramente operante, daquela que remove montes e mais montes.
Este teste não é um capricho divino, mas uma necessidade da alma.
Na questão 268 de "O Livro dos Espíritos" pergunta Kardec:
Até que chegue ao estado de pureza perfeita, tem o Espírito que passar constantemente por provas?
"Sim, mas que não são como o entendeis, pois que só considerais provas as tribulações materiais. Ora, havendo-se elevado a um certo grau, o Espírito, embora não seja ainda perfeito, já não tem que sofrer provas. Continua, porém, sujeito a deveres nada penosos, cuja satisfação lhe auxilia o aperfeiçoamento, mesmo que consistam apenas em auxiliar os outros a se aperfeiçoarem."
Isto significa que as provas tornam-se mais complexas de modo a buscar novos padrões emocionais para o espírito em constante evolução.
Dotados de racionalidade e temperando a Fé com a humildade, os testes nos parecerão mais fáceis de ser superados do que os que exigiam de nós o constante uso da inteligência. Um espírito de grande nobreza espiritual, mesmo nascendo sem cultura acadêmica, demonstrará sabedoria espiritual, por causa da maturidade que as vidas sucessivas lhe concederam. Um exemplo já conhecidíssimo é o de Chico Xavier, que, desprovido da cultura universitária, era dotado de uma sabedoria incomum. Seus conselhos eram seguidos por muita gente que em cinco minutos de uma breve consulta numa fila quilométrica resolviam questões profundíssimas, que anos de terapias poderiam não resolver.
Se a Razão é o tempero da Fé, a Humildade é o da Razão e a Fé nesta sua Quarta categoria traz na humildade testada pelos nossos amigos espirituais, aparentes adversidades no caminho.
É nesse ponto que a Fé opera, produz, transforma. Não somente a nós mesmos, mas também aos que nos cercam, pois os exemplos de Fé sustentam muitas vidas.
É dessa Fé que nos fala o apóstolo Thiago (Tg 2:18):
"Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras. Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras."
O que é absolutamente concordante com o que nos fala Paulo em I Cor 13:2
"Mesmo que eu tenha Fé a ponto de mover montanhas e não tiver Caridade, nada disso me valerá"
E também em Gal 5: 6 :
" Estar circuncidado ou incircunciso de nada vale em Cristo Jesus, mas sim a fé que opera pela caridade."
Eis o escopo de nossa Fé: a Fé Operante que promove a Caridade, condição sine qua non de nossa Salvação.
O próximo teste para a Fé neste estágio é o teste da Humildade que a converte na Quarta categoria de Fé: A Fé Operante!
"E eis que uma cananéia, originária daquela terra, gritava: Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim! Minha filha está cruelmente atormentada por um demônio. Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Seus discípulos vieram a ele e lhe disseram com insistência: Despede-a, ela nos persegue com seus gritos. Jesus respondeu-lhes: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Mas aquela mulher veio prostrar-se diante dele, dizendo: Senhor, ajuda-me! Jesus respondeu-lhe: Não convém jogar aos cachorrinhos o pão dos filhos. Certamente, Senhor, replicou-lhe ela; mas os cachorrinhos ao menos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos... Disse-lhe, então, Jesus: Ó mulher, grande é tua fé! Seja-te feito como desejas. E na mesma hora sua filha ficou curada." (Mt 15:22-29)
A terceira mensagem de meu irmão Carlos Vítor inserida no livro: "A Morte é Simples Mudança", nos diz de sua conquista da Humildade nos seguintes termos:
Papai querido sigamos...
Ontem púrpuras faustosas,
Espadas, festas e rosas
Que o tempo exibe em museus...
Hoje, é a trilha diferente
De culto ao Bem e à Verdade
Na conquista da Humildade,
A prenda maior com Deus.
Nos comentários desta e de outras poesias suas, fazemos uma avaliação do Curso de Humildade de que meu irmão nos fala e que é realizado por ele em três etapas. Na Erraticidade, na preparação pra a reencarnação. Durante a reencarnação e numa terceira etapa que continua mesmo após a desencarnação. Pelo menos foi a forma que Carlinhos escolheu para o seu Curso de Humildade.
A Humildade é uma senha espiritual que faz desenvolver a nossa Fé! Se já temos a felicidade de vivenciarmos uma Fé Racional, a Humildade facilmente abrirá os caminhos para a Fé Operante. Esta é natural, pode utilizar as elaborações da mente, mas as ultrapassa, pois os testes às quais é submetida não podem ser superados pelo simples uso da razão, mas sim pelo exercício da humildade.
A representante evangélica é a mulher siro-fenícia. Esta mulher é portadora de uma fé vigorosa. Não vacila, não está submetida a elementos materiais. Ela racionaliza, pois faz considerações a respeito do que Jesus lhe responde, mas a sua palavra é toda humildade. Não é uma argumentação lógica como a do Centurião, mas uma demonstração de humildade.
O que torna este caso particular é que esta é a única pessoa testada por Jesus. Ela procura Jesus na terra de Tiro, que estava em refúgio, desejou permanecer ali incógnito, mas ela O descobriu. Ansiava pela cura de sua filha obsidiada. Pede insistentemente a ponto de os discípulos, não entendendo a aparente indiferença de Jesus, pedirem por ela. O primeiro teste é que Jesus responde, dirigindo-se a seus discípulos e não à ela: Eu vim para os judeus e não para os cananeus. Ela, dirige-se então novamente a ele e suplica ajuda para sua filha. Desta vez Jesus dirige-se a ela, mas parece manter a sua postura aparentemente incompreensível: Não convém tirar o pão da boca dos filhos e jogá-los aos cachorrinhos. O teste foi duro. Mas a siro-fenícia venceu. Ela reconheceu que seu povo sendo idólatra não poderia receber as mesmas bênçãos destinadas a um povo que havia sido preparado para aquela visitação, mas rogou que pudesse, assim como os cães, aproveita-se dos restos, das sobras, das migalhas imprestáveis que caem ao chão. Pediu para aproveitar o que seria varrido para o lixo, demonstrando que as bênçãos divinas são tão pródigas que podem ser aproveitadas até mesmo nos farelos.
Recordo-me com muita tristeza de uma cena cotidiana de minha infância: crianças que quase diariamente batiam à nossa porta e pediam "uma sobra de comida ou um pão dormido". Eram pessoas massacradas pelo capitalismo impiedoso. Pedir sobras da mesa de alguém, rejeitos de comida do prato de uma pessoa, pães dormidos, duros, é pedir praticamente o lixo. E não é uma cena incomum ver pessoas revirando o lixo das mansões para ver se os abastados jogaram fora o que para eles é um banquete. É a humilhação vivida pelo filho pródigo. Comer do lixo.
Humilhação que nos ensina a Humildade. Poucos aprendem a verdadeira Humildade sem necessitar ser humilhados. As vidas sucessivas nos testarão com sucessivas decepções, abandonos, insucessos, desilusões e calibrarão a nossa taxa de humildade.
Dotados da racionalidade com fé, calibrados na humildade, nossa Fé será verdadeiramente operante, daquela que remove montes e mais montes.
Este teste não é um capricho divino, mas uma necessidade da alma.
Na questão 268 de "O Livro dos Espíritos" pergunta Kardec:
Até que chegue ao estado de pureza perfeita, tem o Espírito que passar constantemente por provas?
"Sim, mas que não são como o entendeis, pois que só considerais provas as tribulações materiais. Ora, havendo-se elevado a um certo grau, o Espírito, embora não seja ainda perfeito, já não tem que sofrer provas. Continua, porém, sujeito a deveres nada penosos, cuja satisfação lhe auxilia o aperfeiçoamento, mesmo que consistam apenas em auxiliar os outros a se aperfeiçoarem."
Isto significa que as provas tornam-se mais complexas de modo a buscar novos padrões emocionais para o espírito em constante evolução.
Dotados de racionalidade e temperando a Fé com a humildade, os testes nos parecerão mais fáceis de ser superados do que os que exigiam de nós o constante uso da inteligência. Um espírito de grande nobreza espiritual, mesmo nascendo sem cultura acadêmica, demonstrará sabedoria espiritual, por causa da maturidade que as vidas sucessivas lhe concederam. Um exemplo já conhecidíssimo é o de Chico Xavier, que, desprovido da cultura universitária, era dotado de uma sabedoria incomum. Seus conselhos eram seguidos por muita gente que em cinco minutos de uma breve consulta numa fila quilométrica resolviam questões profundíssimas, que anos de terapias poderiam não resolver.
Se a Razão é o tempero da Fé, a Humildade é o da Razão e a Fé nesta sua Quarta categoria traz na humildade testada pelos nossos amigos espirituais, aparentes adversidades no caminho.
É nesse ponto que a Fé opera, produz, transforma. Não somente a nós mesmos, mas também aos que nos cercam, pois os exemplos de Fé sustentam muitas vidas.
É dessa Fé que nos fala o apóstolo Thiago (Tg 2:18):
"Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras. Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras."
O que é absolutamente concordante com o que nos fala Paulo em I Cor 13:2
"Mesmo que eu tenha Fé a ponto de mover montanhas e não tiver Caridade, nada disso me valerá"
E também em Gal 5: 6 :
" Estar circuncidado ou incircunciso de nada vale em Cristo Jesus, mas sim a fé que opera pela caridade."
Eis o escopo de nossa Fé: a Fé Operante que promove a Caridade, condição sine qua non de nossa Salvação.
NUNCA VI TAL FÉ - III ( A Fé Racional)
A FÉ RACIONAL
"Entrou Jesus em Cafarnaum. Um centurião veio a ele e lhe fez esta súplica: Senhor, meu servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre muito. Disse-lhe Jesus: Eu irei e o curarei. Respondeu o centurião: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado. Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: Vai, e ele vai; a outro: Vem, e ele vem; e a meu servo: Faze isto, e ele o faz... Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: Em verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel. (Mt 8:5-10)
Este é o terceiro grau da Fé!
É importante ressaltar que aquele que não possui fé alguma pode dispensar as fases da fé vacilante e da fé física e partir de uma vez para a racionalização desta grandeza espiritual quase desconhecida que é a Fé. É desse modo que o Espiritismo, doutrina racional codificada na França por Allan Kardec, tem alcançado milhares de corações sedentos do verdadeiro sentido da fé, abraçando a sua modalidade racional e razoável, que salta das páginas dos livros da Codificação e dos livros acessórios, entre os quais destacamos os psicografados pelo nosso querido Chico Xavier.
Quem também está no grua de Fé vacilante é muito facilmente ajudado pelo exercício da Fé Racionalizada.
Lamentavelmente a Fé Física é um pouco mais endurecida em sua evolução pois é muito funcional e tem elementos materiais que nos aprisionam. Quem se aferra aos seus efeitos parcialmente benéficos acomoda-se. Libertar-se dos elementos físicos da fé é como voltar a caminhar sobre as águas. Os ventos podem converter uma Fé Física vigorosa e intensa numa Fé Vacilante. Por este motivo, nem todas as pessoas estão amadurecidas para abraçar a racionalidade da Fé Espírita. A Fé Física é um estágio mais seguro que o da Fé Vacilante, embora seja mais acomodada. E é necessário Ter muito cuidado ao recomendar que pessoas abandonem os elementos materiais de sua Fé. Alguns podem perder a própria Fé.
Como Espíritas, podem também ter o passado religioso presente e se já professaram alguma denominação que se baseia na Fé Física das imagens e de outros elementos materiais, passam a apegar-se a água, ao passe ( magnético) à relíquias e continuam paralisados emocionalmente no nível da fé física em pleno aprendizado da fé racional.
No Evangelho temos a presença de um centurião romano que intercede por seu criado junto a Jesus. Homem culto, conhecedor de Filosofia Grega, do Direito Romano, de História e até mesmo da Lei Mosaica, pois disseram os judeus a Jesus:
" Ele bem merece que lhe faças este favor, pois é amigo da nossa nação e foi ele mesmo quem nos edificou uma sinagoga." (Lc 7:5)
Era um democrata, construiu a sinagoga para o povo com recursos próprios. Sabia intimamente que para ser bem reconhecido pelo povo era necessário ser sensível e bondoso, conhecedor de sua cultura e seus costumes.
Era fluente no latim e no grego e até mesmo no hebraico e aramaico, pois entendia-se bem com o povo daquela região. Mente analítica, racional, de um homem disciplinado, detentor de autoridade política e até mesmo autoridade moral, pois era querido entre os judeus.
Seu funcionário estava doente e sem esperança de cura pela medicina romana. Procurou a ajuda de Jesus, mas reconheceu-se indigno de que o Mestre fosse à sua residência.
E usou a Lógica Formal:
Se ele, soldado de alta patente tinha superiores e subordinados. Cumpria e fazia cumprir ordens à distância, sem nenhuma dúvida de que eram cumpridas. Perguntei a um aluno de nossa classe na Escola Jesus Cristo chamado Edmar, que trabalha na Petrobrás em regime Off Shore, em alto mar se algum engenheiro em terra tem dúvida do cumprimento de suas ordens nas dezenas de plataformas espalhadas em quilômetros de mar aberto. Ele me respondeu que se houver alguma dúvida, o funcionário já é transferido antes de a ordem ser emitida. Ordens são ordens! Nem nas Forças Armadas e nem na produção de petróleo existe espaço para insubordinação.
O Centurião conhecia estes princípios!
Pensou: Jesus era também um militar da alta patente divina. Deus possuía exércitos que estavam sob às ordens daquele homem simples. O Centurião sabia. As suas ordens seriam cumpridas à distância, como as suas próprias eram cumpridas em qualquer parte da Palestina imediatamente.
E admirou-se Jesus em Mt 8:10, que não conhecia em Israel aquela espécie de Fé. Em outras palavras, aquela categoria de fé racional não existia na mente judaica.
Somos herdeiros da cultura judaica que nos legou o Cristianismo. Mas também somos herdeiros da cultura helenizada dos romanos. Perguntamos, comparamos, medimos, pesamos.
Esse foi o trabalho de Kardec: ensinar o povo a burilar a sua Fé. Uma Fé que não vacila, capaz de argumentar. Uma Fé Inabalável, capaz de encarar frente a frente a razão em qualquer época da humanidade.
Os discípulos pediram uma vez a Jesus: "Senhor, aumenta-nos a Fé" (Lc 17:5).
E isso é possível graças à racionalização. Se estudamos, se acreditamos, se temos provas que a doutrina é válida para nossa mentalidade, então é necessário agir como quem realmente acredita! A Doutrina Espírita é um imenso manancial oferecido por Deus a nós outros para acrescentar fé a nossa vida. É uma resposta ao pedido dos discípulos: - Acrescenta-nos Fé! E nos deu uma Doutrina que ensina a exercitara a Fé pela Razão! Que aumente a nossa carga de Fé, pelo exercício e que evolua a categoria de nossa Fé, abalizada pela Razão.
Esta Fé segura, confortável, renovadora, permite saibamos nos defender das artimanhas dos obsessores que tentam nos intimidar. Responder ao mal com as doutrinas da razão é sempre um ponto inquebrantável da fé.
Todo espírita sabe quando é testado na fé. Pode ser testado por companheiros encarnados e desencarnados. Há uma grande organização espiritual interessada em desestabilizar os arcabouços da nossa fé raciocinada. Somos também cobrados pela sociedade: Diante de qualquer vacilação, escutamos os hipócritas de todos os tempos: "Como pode, era espírita!"
Por isso Espíritas! Cuidado! Armemo-nos de coragem e preparemo-nos para os ataques. A hora da Prova é a hora em que estamos preparados. Deus nos envia os testes desde que nos sintamos prontos para eles. Mesmo que na hora a taquicardia venha, o desconforto digestivo, a hiperidrose palmar, a palidez e todos os sintomas físicos de uma reação neurovegetativa, respiremos fundo e sigamos em frente. Um professor ajuda o aluno quando, ao perceber, que ele sendo um aluno aplicado, é vítima destas reações, lhe chama a atenção, com voz alta, pede que respire e domine-se. Quando o aluno volta a si, pode recomeçar a prova com a autoconfiança recuperada. Se o professor ficar com aquela piedade vazia e chamar a mãe do seu aluno, ele dificilmente recuperará a autoconfiança. Assim, diante desta armadilha orgânica, dessa cilada de nosso subconsciente, lutemos, respiremos a longos haustos, centralizemos e focalizemos o nosso pensamento no problema em questão.
Os nossos amigos espirituais querem nos ajudar a lutar e vencer. Os nossos falsos amigos querem, com a malícia da falsa piedade, fazer-nos desistir. É uma artimanha! Não aceitemos a derrota facilmente! Lutemos até o fim, sempre!
Essa é a lição da Fé Raciocinada! Essa é a lição que Kardec nos legou! Essa é a nossa Doutrina progressista e evolucionista! Não percamos o ponto de referência. Ele nos fará sempre recobrar o centro da consciência nos momentos difíceis de provação e nos fará manter o domínio racional da Fé!
Esta terceira categoria de Fé é a mais fácil de ser controlada e apreendida pelo espírita sincero. Ela depende do Estudo, pois somente na posse de um conhecimento razoável é que poderemos centralizar o nosso pensamento nas horas de dificuldade. Esta é a nossa referência! Este é o nosso farol no mar agitado durante a noite dos tempos.
A Lei é justa e generosa!
A sua generosidade consiste no fato de que os nossos erros são perdoados na forma de renovação de nossas oportunidades. Não é um Indulto, pois a nossa ficha não está apagada. Emmanuel nos fala no livro Justiça Divina: "Em nossas faltas, somos na maioria das vezes, perdoados, mas não limpos."
A Fé Raciocinada é uma excelente ferramenta para a nossa evolução dirigida e controlada. Revisemos o nosso estado emocional. Avaliemos as nossas possibilidades e tracemos os nossos propósitos espirituais. Estamos diante de uma evolução possível. Busquemos orientação espiritual em nossas orações, no nossa instituição espírita, em nosso culto do lar, de modo a recebermos a ajuda de nossos abonadores da espiritualidade, dos fiadores de nossa encarnação, de nossos espíritos guardiães. Eles certamente indicarão o ponto certo a alcançar. A nossa missão é atingir o ponto possível. A Fé Raciocinada é o maior legado do Consolador. Projetar os nossos destinos nesta e na próxima vida, que é encadeada a esta, é a nossa conquista de liberdade espiritual.
"Entrou Jesus em Cafarnaum. Um centurião veio a ele e lhe fez esta súplica: Senhor, meu servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre muito. Disse-lhe Jesus: Eu irei e o curarei. Respondeu o centurião: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado. Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: Vai, e ele vai; a outro: Vem, e ele vem; e a meu servo: Faze isto, e ele o faz... Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: Em verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel. (Mt 8:5-10)
Este é o terceiro grau da Fé!
É importante ressaltar que aquele que não possui fé alguma pode dispensar as fases da fé vacilante e da fé física e partir de uma vez para a racionalização desta grandeza espiritual quase desconhecida que é a Fé. É desse modo que o Espiritismo, doutrina racional codificada na França por Allan Kardec, tem alcançado milhares de corações sedentos do verdadeiro sentido da fé, abraçando a sua modalidade racional e razoável, que salta das páginas dos livros da Codificação e dos livros acessórios, entre os quais destacamos os psicografados pelo nosso querido Chico Xavier.
Quem também está no grua de Fé vacilante é muito facilmente ajudado pelo exercício da Fé Racionalizada.
Lamentavelmente a Fé Física é um pouco mais endurecida em sua evolução pois é muito funcional e tem elementos materiais que nos aprisionam. Quem se aferra aos seus efeitos parcialmente benéficos acomoda-se. Libertar-se dos elementos físicos da fé é como voltar a caminhar sobre as águas. Os ventos podem converter uma Fé Física vigorosa e intensa numa Fé Vacilante. Por este motivo, nem todas as pessoas estão amadurecidas para abraçar a racionalidade da Fé Espírita. A Fé Física é um estágio mais seguro que o da Fé Vacilante, embora seja mais acomodada. E é necessário Ter muito cuidado ao recomendar que pessoas abandonem os elementos materiais de sua Fé. Alguns podem perder a própria Fé.
Como Espíritas, podem também ter o passado religioso presente e se já professaram alguma denominação que se baseia na Fé Física das imagens e de outros elementos materiais, passam a apegar-se a água, ao passe ( magnético) à relíquias e continuam paralisados emocionalmente no nível da fé física em pleno aprendizado da fé racional.
No Evangelho temos a presença de um centurião romano que intercede por seu criado junto a Jesus. Homem culto, conhecedor de Filosofia Grega, do Direito Romano, de História e até mesmo da Lei Mosaica, pois disseram os judeus a Jesus:
" Ele bem merece que lhe faças este favor, pois é amigo da nossa nação e foi ele mesmo quem nos edificou uma sinagoga." (Lc 7:5)
Era um democrata, construiu a sinagoga para o povo com recursos próprios. Sabia intimamente que para ser bem reconhecido pelo povo era necessário ser sensível e bondoso, conhecedor de sua cultura e seus costumes.
Era fluente no latim e no grego e até mesmo no hebraico e aramaico, pois entendia-se bem com o povo daquela região. Mente analítica, racional, de um homem disciplinado, detentor de autoridade política e até mesmo autoridade moral, pois era querido entre os judeus.
Seu funcionário estava doente e sem esperança de cura pela medicina romana. Procurou a ajuda de Jesus, mas reconheceu-se indigno de que o Mestre fosse à sua residência.
E usou a Lógica Formal:
Se ele, soldado de alta patente tinha superiores e subordinados. Cumpria e fazia cumprir ordens à distância, sem nenhuma dúvida de que eram cumpridas. Perguntei a um aluno de nossa classe na Escola Jesus Cristo chamado Edmar, que trabalha na Petrobrás em regime Off Shore, em alto mar se algum engenheiro em terra tem dúvida do cumprimento de suas ordens nas dezenas de plataformas espalhadas em quilômetros de mar aberto. Ele me respondeu que se houver alguma dúvida, o funcionário já é transferido antes de a ordem ser emitida. Ordens são ordens! Nem nas Forças Armadas e nem na produção de petróleo existe espaço para insubordinação.
O Centurião conhecia estes princípios!
Pensou: Jesus era também um militar da alta patente divina. Deus possuía exércitos que estavam sob às ordens daquele homem simples. O Centurião sabia. As suas ordens seriam cumpridas à distância, como as suas próprias eram cumpridas em qualquer parte da Palestina imediatamente.
E admirou-se Jesus em Mt 8:10, que não conhecia em Israel aquela espécie de Fé. Em outras palavras, aquela categoria de fé racional não existia na mente judaica.
Somos herdeiros da cultura judaica que nos legou o Cristianismo. Mas também somos herdeiros da cultura helenizada dos romanos. Perguntamos, comparamos, medimos, pesamos.
Esse foi o trabalho de Kardec: ensinar o povo a burilar a sua Fé. Uma Fé que não vacila, capaz de argumentar. Uma Fé Inabalável, capaz de encarar frente a frente a razão em qualquer época da humanidade.
Os discípulos pediram uma vez a Jesus: "Senhor, aumenta-nos a Fé" (Lc 17:5).
E isso é possível graças à racionalização. Se estudamos, se acreditamos, se temos provas que a doutrina é válida para nossa mentalidade, então é necessário agir como quem realmente acredita! A Doutrina Espírita é um imenso manancial oferecido por Deus a nós outros para acrescentar fé a nossa vida. É uma resposta ao pedido dos discípulos: - Acrescenta-nos Fé! E nos deu uma Doutrina que ensina a exercitara a Fé pela Razão! Que aumente a nossa carga de Fé, pelo exercício e que evolua a categoria de nossa Fé, abalizada pela Razão.
Esta Fé segura, confortável, renovadora, permite saibamos nos defender das artimanhas dos obsessores que tentam nos intimidar. Responder ao mal com as doutrinas da razão é sempre um ponto inquebrantável da fé.
Todo espírita sabe quando é testado na fé. Pode ser testado por companheiros encarnados e desencarnados. Há uma grande organização espiritual interessada em desestabilizar os arcabouços da nossa fé raciocinada. Somos também cobrados pela sociedade: Diante de qualquer vacilação, escutamos os hipócritas de todos os tempos: "Como pode, era espírita!"
Por isso Espíritas! Cuidado! Armemo-nos de coragem e preparemo-nos para os ataques. A hora da Prova é a hora em que estamos preparados. Deus nos envia os testes desde que nos sintamos prontos para eles. Mesmo que na hora a taquicardia venha, o desconforto digestivo, a hiperidrose palmar, a palidez e todos os sintomas físicos de uma reação neurovegetativa, respiremos fundo e sigamos em frente. Um professor ajuda o aluno quando, ao perceber, que ele sendo um aluno aplicado, é vítima destas reações, lhe chama a atenção, com voz alta, pede que respire e domine-se. Quando o aluno volta a si, pode recomeçar a prova com a autoconfiança recuperada. Se o professor ficar com aquela piedade vazia e chamar a mãe do seu aluno, ele dificilmente recuperará a autoconfiança. Assim, diante desta armadilha orgânica, dessa cilada de nosso subconsciente, lutemos, respiremos a longos haustos, centralizemos e focalizemos o nosso pensamento no problema em questão.
Os nossos amigos espirituais querem nos ajudar a lutar e vencer. Os nossos falsos amigos querem, com a malícia da falsa piedade, fazer-nos desistir. É uma artimanha! Não aceitemos a derrota facilmente! Lutemos até o fim, sempre!
Essa é a lição da Fé Raciocinada! Essa é a lição que Kardec nos legou! Essa é a nossa Doutrina progressista e evolucionista! Não percamos o ponto de referência. Ele nos fará sempre recobrar o centro da consciência nos momentos difíceis de provação e nos fará manter o domínio racional da Fé!
Esta terceira categoria de Fé é a mais fácil de ser controlada e apreendida pelo espírita sincero. Ela depende do Estudo, pois somente na posse de um conhecimento razoável é que poderemos centralizar o nosso pensamento nas horas de dificuldade. Esta é a nossa referência! Este é o nosso farol no mar agitado durante a noite dos tempos.
A Lei é justa e generosa!
A sua generosidade consiste no fato de que os nossos erros são perdoados na forma de renovação de nossas oportunidades. Não é um Indulto, pois a nossa ficha não está apagada. Emmanuel nos fala no livro Justiça Divina: "Em nossas faltas, somos na maioria das vezes, perdoados, mas não limpos."
A Fé Raciocinada é uma excelente ferramenta para a nossa evolução dirigida e controlada. Revisemos o nosso estado emocional. Avaliemos as nossas possibilidades e tracemos os nossos propósitos espirituais. Estamos diante de uma evolução possível. Busquemos orientação espiritual em nossas orações, no nossa instituição espírita, em nosso culto do lar, de modo a recebermos a ajuda de nossos abonadores da espiritualidade, dos fiadores de nossa encarnação, de nossos espíritos guardiães. Eles certamente indicarão o ponto certo a alcançar. A nossa missão é atingir o ponto possível. A Fé Raciocinada é o maior legado do Consolador. Projetar os nossos destinos nesta e na próxima vida, que é encadeada a esta, é a nossa conquista de liberdade espiritual.
NUNCA VI TAL FÉ - I I ( A Fé Física)
A FÉ FÍSICA
A Fé com referência pontual pode4-se denominar fé física e representada no Evangelho pela mulher hemorroíssa, provável climatérica portadora de um mioma que lhe causava metrorragia que lhe exauria lentamente.
Ora, uma mulher atormentada por um fluxo de sangue, havia doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla do manto.Dizia consigo: Se eu somente tocar na sua vestimenta, serei curada. Jesus virou-se, viu-a e disse-lhe: Tem confiança, minha filha, tua fé te salvou. E a mulher ficou curada instantaneamente ( Mt 9: 20-22)
Os facultativos de então desconheciam o que era o fenômeno da disfunção hormonal e não podiam lhe aliviar os sintomas da hiperplasia do endométrio. Ela já não tinha como gastar na obtenção de sua cura e a doença lhe oprimia e humilhava. Assim, despossuída de qualquer orgulho, buscou tocar a túnica de Jesus. Sentia que o poder de Jesus perpassava por seu corpo e até mesmo por seus objetos pessoais. Jesus era para ela a única e a última esperança e sua Fé estava focalizada no manto de Jesus. Somos nós querendo água fluidificada, relíquias, objetos pessoais de pessoas santificadas, de médiuns espíritas, fotos, imagens, amuletos, pulseiras, camafeus...
Para sairmos de casa, dependemos de pendurar algo no pescoço, no berço de nosso filho penduramos objetos considerados símbolos sagrados.
Paganizamos a nossa Fé! Materializamos a nossa Fé! Tornou-se física!
Todavia a Fé da hemorroíssa é mais funcional que a Fé do Pai aflito. A Fé Física funciona? Sim! É real? Sim! Existe energia curativa nos objetos pertencentes a um espírito superior quando encarnado? Sim e a Psicometria prova isso! Em nossa casa, quando de duas visitas de nosso querido Chico Xavier, em 1967 e em 1972, pudemos testemunhar fenômenos físicos produzidos espontaneamente pelo médium mineiro que perduraram por muitos meses como a olorização de lençóis e fronhas. Muitas pessoas, depois que o Chico foi embora, pediram a minha mãe um pouco do perfume que se impregnava nos lençóis e que foram recolhidos por ela em muitos frascos. Estava esse perfume impregnado de magnetismo espiritual curativo? Sim e muitos foram os testemunhos!
Entretanto não é essa a Fé que almejamos! Não obstante ser superior a Fé vacilante, pois que é constante e vigorosa e muitas vezes intensa, é necessário que burilemos a sua qualidade.
É necessários desmistificá-la!
É necessário racionalizá-la!
A Fé com referência pontual pode4-se denominar fé física e representada no Evangelho pela mulher hemorroíssa, provável climatérica portadora de um mioma que lhe causava metrorragia que lhe exauria lentamente.
Ora, uma mulher atormentada por um fluxo de sangue, havia doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla do manto.Dizia consigo: Se eu somente tocar na sua vestimenta, serei curada. Jesus virou-se, viu-a e disse-lhe: Tem confiança, minha filha, tua fé te salvou. E a mulher ficou curada instantaneamente ( Mt 9: 20-22)
Os facultativos de então desconheciam o que era o fenômeno da disfunção hormonal e não podiam lhe aliviar os sintomas da hiperplasia do endométrio. Ela já não tinha como gastar na obtenção de sua cura e a doença lhe oprimia e humilhava. Assim, despossuída de qualquer orgulho, buscou tocar a túnica de Jesus. Sentia que o poder de Jesus perpassava por seu corpo e até mesmo por seus objetos pessoais. Jesus era para ela a única e a última esperança e sua Fé estava focalizada no manto de Jesus. Somos nós querendo água fluidificada, relíquias, objetos pessoais de pessoas santificadas, de médiuns espíritas, fotos, imagens, amuletos, pulseiras, camafeus...
Para sairmos de casa, dependemos de pendurar algo no pescoço, no berço de nosso filho penduramos objetos considerados símbolos sagrados.
Paganizamos a nossa Fé! Materializamos a nossa Fé! Tornou-se física!
Todavia a Fé da hemorroíssa é mais funcional que a Fé do Pai aflito. A Fé Física funciona? Sim! É real? Sim! Existe energia curativa nos objetos pertencentes a um espírito superior quando encarnado? Sim e a Psicometria prova isso! Em nossa casa, quando de duas visitas de nosso querido Chico Xavier, em 1967 e em 1972, pudemos testemunhar fenômenos físicos produzidos espontaneamente pelo médium mineiro que perduraram por muitos meses como a olorização de lençóis e fronhas. Muitas pessoas, depois que o Chico foi embora, pediram a minha mãe um pouco do perfume que se impregnava nos lençóis e que foram recolhidos por ela em muitos frascos. Estava esse perfume impregnado de magnetismo espiritual curativo? Sim e muitos foram os testemunhos!
Entretanto não é essa a Fé que almejamos! Não obstante ser superior a Fé vacilante, pois que é constante e vigorosa e muitas vezes intensa, é necessário que burilemos a sua qualidade.
É necessários desmistificá-la!
É necessário racionalizá-la!
NUNCA VI TAL FÉ - I ( A Fé Vacilante)
NUNCA VI TAL FÉ...
Conceituar "Fé" tem sido objeto de muitos estudiosos do Evangelho de Jesus. Pode-se considerá-la uma certeza íntima de algo que ainda não é real, ou seja, que ainda não existe. Assim, a criança pula do alto de um armário onde subiu, mas não sabe descer, nos braços de seu Pai, pois tem confiança antecipada na capacidade deste de segurá-la. Esta confiança da criança é natural, não é racionalizada, uma vez que ela não questionou a capacidade de sue Pai.
Partindo desse pressuposto, de que a Fé é um depósito de confiança na Providência de Deus, pode-se considerar algumas categorias de Fé. Jesus Cristo, algumas vezes referia-se a fé de alguém assim: "..nunca vi tamanha fé..." e de outras vezes : "...nuca vi Tal fé..." Esta Segunda exclamação de Jesus diz respeito à qualidade da fé observada.
É verdade que a Fé pode ser considerada quanto a sua intensidade, pois o próprio Cristo afirmou que se ela fosse comparada a uma semente faria prodígios. Todavia o que se vai considerar aqui é a categoria de fé nos exemplos de O Novo
Testamento.
A FÉ VACILANTE
O protagonista da Fé Vacilante será o Pai aflito na narrativa de Marcos, capítulo 9, versos 17 e seguintes:
"Respondeu um homem dentre a multidão: Mestre, eu te trouxe meu filho, que tem um espírito mudo. Este, onde quer que o apanhe, lança-o por terra e ele espuma, range os dentes e fica endurecido. Roguei a eus discípulos que o expelissem, mas não o puderam. Respondeu-lhes Jesus: Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos hei de aturar? Trazei-mo cá! Eles lho trouxeram. Assim que o menino avistou Jesus, o espírito o agitou fortemente. Caiu por terra e revolvia-se espumando. Jesus perguntou ao pai: Há quanto tempo lhe acontece isto? Desde a infância, respondeu-lhe. E o tem lançado muitas vezes ao fogo e à água, para o matar. Se tu, porém, podes alguma coisa, ajuda-nos, compadece-te de nós! Disse-lhe Jesus: Se podes alguma coisa!... Tudo é possível ao que crê. Imediatamente exclamou o pai do menino: Creio! Vem em socorro à minha falta de fé! Vendo Jesus que o povo afluía, intimou o espírito imundo e disse-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: sai deste menino e não tornes a entrar nele. E, gritando e maltratando-o extremamente, saiu. O menino ficou como morto, de modo que muitos diziam: Morreu... Jesus, porém, tomando-o pela mão, ergueu-o e ele levantou-se. Depois de entrar em casa, os seus discípulos perguntaram-lhe em particular: Por que não pudemos nós expeli-lo? Ele disse-lhes: Esta espécie de demônios não se pode expulsar senão pela oração.
A Fé que vacila é depositada mas é tomada de volta pela inconstância. Diante do sofrimento do filho o pai parece buscar a confiança que precisa Ter para obter a cura do filho e diz a Jesus: "Se podes...", súplica essa que diante da reticência de Jesus, ele completa:
"Eu creio Senhor! Vem em socorro de minha falta de fé!"
Eu quero confiar antecipadamente, mas ajuda a minha insegurança, a minha dúvida, o meu medo...
Jesus então faz a anamnese médica:
Há quanto tempo isso lhe sucede? Esta é a pergunta certa que todo médico deve fazer ao se examinar um sintoma: o seu tempo de duração. Os detalhes são oferecidos pelo pai e Jesus lhe afirma que tudo é possível àquele que crê.
Até hoje, os que não vacilam diante das mais diversas situações na vida sabem: é possível lutar! É possível buscar meios, acreditar na cura, não desanimar, não desisitir. Qual é a saída? Remédios? Fisioterapia? Psicólogo? Quimioterapia? Vamos em frente!
como é o tratamento? Doloroso? Demorado? Por tentativas de erros? Existe esperança? Vamos lá! Essa é a resposta que Jesus continua dando e a nossa fé continua vacilando.
"Tudo é possível ao que crê!"
Cremos Senhor!Mas vem socorrer a nossa pouca Fé! Vem ajudar a nossa incredulidade! Vem fortalecer a nossa esperança, o nosso ânimo, a nossa coragem, a nossa constância...
É o estágio primitivo da Fé Humana.
Quer crer, quer confiar mas oscila entre o medo, a pusilanimidade e a coragem.
A necessidade de se crer nasce das provas aflitivas. Elas surgem providencialmente constrangendo-nos à Fé. São as mesmas aflições que podem nos fazer cair na dúvida, no desespero e no negativismo. São as aflições que podem tornar-se a armadilha que nos faz desistir. Como Pedro sobre as águas. Ele creu e andou sobre a superfície das águas em direção à Jesus, mas o vento forte lhe amedrontou e sua fé vacilou.
A Fé vacilante é uma forma de distimia bipolar. Quando está no polo positivo é forte e quer com todas as forças de sua alma, entretanto é tão frágil como entusiasmada e bruscamente cai no polo negativo do desencanto e da desolação.
Como não é possível viver nesta condição ciclotímica da fé, nessa angústia do existir, uma das possibilidades é encontrar um ponto de apoio. Este ponto de apoio é, via de regra, uma referência material ou pessoal.
Conceituar "Fé" tem sido objeto de muitos estudiosos do Evangelho de Jesus. Pode-se considerá-la uma certeza íntima de algo que ainda não é real, ou seja, que ainda não existe. Assim, a criança pula do alto de um armário onde subiu, mas não sabe descer, nos braços de seu Pai, pois tem confiança antecipada na capacidade deste de segurá-la. Esta confiança da criança é natural, não é racionalizada, uma vez que ela não questionou a capacidade de sue Pai.
Partindo desse pressuposto, de que a Fé é um depósito de confiança na Providência de Deus, pode-se considerar algumas categorias de Fé. Jesus Cristo, algumas vezes referia-se a fé de alguém assim: "..nunca vi tamanha fé..." e de outras vezes : "...nuca vi Tal fé..." Esta Segunda exclamação de Jesus diz respeito à qualidade da fé observada.
É verdade que a Fé pode ser considerada quanto a sua intensidade, pois o próprio Cristo afirmou que se ela fosse comparada a uma semente faria prodígios. Todavia o que se vai considerar aqui é a categoria de fé nos exemplos de O Novo
Testamento.
A FÉ VACILANTE
O protagonista da Fé Vacilante será o Pai aflito na narrativa de Marcos, capítulo 9, versos 17 e seguintes:
"Respondeu um homem dentre a multidão: Mestre, eu te trouxe meu filho, que tem um espírito mudo. Este, onde quer que o apanhe, lança-o por terra e ele espuma, range os dentes e fica endurecido. Roguei a eus discípulos que o expelissem, mas não o puderam. Respondeu-lhes Jesus: Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos hei de aturar? Trazei-mo cá! Eles lho trouxeram. Assim que o menino avistou Jesus, o espírito o agitou fortemente. Caiu por terra e revolvia-se espumando. Jesus perguntou ao pai: Há quanto tempo lhe acontece isto? Desde a infância, respondeu-lhe. E o tem lançado muitas vezes ao fogo e à água, para o matar. Se tu, porém, podes alguma coisa, ajuda-nos, compadece-te de nós! Disse-lhe Jesus: Se podes alguma coisa!... Tudo é possível ao que crê. Imediatamente exclamou o pai do menino: Creio! Vem em socorro à minha falta de fé! Vendo Jesus que o povo afluía, intimou o espírito imundo e disse-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: sai deste menino e não tornes a entrar nele. E, gritando e maltratando-o extremamente, saiu. O menino ficou como morto, de modo que muitos diziam: Morreu... Jesus, porém, tomando-o pela mão, ergueu-o e ele levantou-se. Depois de entrar em casa, os seus discípulos perguntaram-lhe em particular: Por que não pudemos nós expeli-lo? Ele disse-lhes: Esta espécie de demônios não se pode expulsar senão pela oração.
A Fé que vacila é depositada mas é tomada de volta pela inconstância. Diante do sofrimento do filho o pai parece buscar a confiança que precisa Ter para obter a cura do filho e diz a Jesus: "Se podes...", súplica essa que diante da reticência de Jesus, ele completa:
"Eu creio Senhor! Vem em socorro de minha falta de fé!"
Eu quero confiar antecipadamente, mas ajuda a minha insegurança, a minha dúvida, o meu medo...
Jesus então faz a anamnese médica:
Há quanto tempo isso lhe sucede? Esta é a pergunta certa que todo médico deve fazer ao se examinar um sintoma: o seu tempo de duração. Os detalhes são oferecidos pelo pai e Jesus lhe afirma que tudo é possível àquele que crê.
Até hoje, os que não vacilam diante das mais diversas situações na vida sabem: é possível lutar! É possível buscar meios, acreditar na cura, não desanimar, não desisitir. Qual é a saída? Remédios? Fisioterapia? Psicólogo? Quimioterapia? Vamos em frente!
como é o tratamento? Doloroso? Demorado? Por tentativas de erros? Existe esperança? Vamos lá! Essa é a resposta que Jesus continua dando e a nossa fé continua vacilando.
"Tudo é possível ao que crê!"
Cremos Senhor!Mas vem socorrer a nossa pouca Fé! Vem ajudar a nossa incredulidade! Vem fortalecer a nossa esperança, o nosso ânimo, a nossa coragem, a nossa constância...
É o estágio primitivo da Fé Humana.
Quer crer, quer confiar mas oscila entre o medo, a pusilanimidade e a coragem.
A necessidade de se crer nasce das provas aflitivas. Elas surgem providencialmente constrangendo-nos à Fé. São as mesmas aflições que podem nos fazer cair na dúvida, no desespero e no negativismo. São as aflições que podem tornar-se a armadilha que nos faz desistir. Como Pedro sobre as águas. Ele creu e andou sobre a superfície das águas em direção à Jesus, mas o vento forte lhe amedrontou e sua fé vacilou.
A Fé vacilante é uma forma de distimia bipolar. Quando está no polo positivo é forte e quer com todas as forças de sua alma, entretanto é tão frágil como entusiasmada e bruscamente cai no polo negativo do desencanto e da desolação.
Como não é possível viver nesta condição ciclotímica da fé, nessa angústia do existir, uma das possibilidades é encontrar um ponto de apoio. Este ponto de apoio é, via de regra, uma referência material ou pessoal.
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