terça-feira, abril 29, 2008

NOVO CÉU E NOVA TERRA

Fiquei muito feliz com o comewntário de meu ilustrado colega Jáder Sampaio publicado em seu blog: http://espiritismocomentado.blogspot.com/.

Quem desejar visitar e comentar o blog do Jáder, terá uma grata surpresa:


A primeira vez que conversei sobre Nina Arueira, foi com a Dra. Ângela, da Fundação Getúlio Vargas. Eu havia apresentado um trabalho sobre construção de arquivos históricos espíritas, com a colega Míriam Hermeto, em um evento de História Oral. O nome não me era estranho, vinha à mente a psicografia do Chico e alguma obra social que levava o nome da "pequenina".
Depois, em conversa com o Alexandre Rocha, fiquei conhecendo rapidamente a vida, os amores e o pós-vida de Nina e Clóvis Tavares.
A história de Nina virou dissertação de mestrado, e como todo trabalho acadêmico é seminal, incentivou o Flávio Mussa Tavares, alma amiga a quem conheço apenas pela internet, a escrever mais do mesmo, talvez com uma outra visão.
O estilo do Flávio é delicioso. Uma vez iniciada a história que ele conta, não se tem vontade de parar.
É a história de uma jovem brilhante, que na flor da adolescência conhece o amor, a teosofia e a militância socialista. Longe de ser ambígua, ela constrói uma síntese pessoal, humanista, e se lança ainda na flor da idade a reconstruir a terra, através da escrita, das incursões no campo, da organização dos pobres. Como a maioria dos jovens honestos, ela é puro ideal, quase inconsequente, ovelha enviada em meio aos lobos.
Flávio enfatiza este lado das muitas Ninas, o lado que sua família e seus amigos de Campos conheceram, a jovem admirada por sua inteligência, por seu verbo, por seu coração, estas coisas que os advogados da "realidade" teimam em condenar, não importa sua orientação político-econômica.
Após o resumo biográfico que corre célere aos olhos do leitor, vêm os textos escritos por Nina encarnada. Ela realmente merece ser admirada pela sua ilustração, seu tirocínio, sua habilidade com as letras, sua tenacidade e seu destemor adolescente. Temas como a pobreza, o conformismo, a reforma da educação, Deus, o amor, o dinheiro, o utilitarismo e os céus preenchem sua poesia e sua prosa.
Na penúltima parte do livro, Flávio selecionou psicografias de Chico Xavier atribuídas a Nina. Certamente, o conteúdo mudou. Nina está mais cristã, mais evangélica, menos militante socialista, mas ainda militante humanista.
Penso que a militância socialista não deve perdoar esta mudança e considerá-la mito. Ameaça muito aceitar que uma de suas pérolas tenha revisto suas idéias ao se colocar de pé, ao lado do corpo frio e visualizar um novo céu, uma nova realidade. Será possível ser exatamente o mesmo após a experiência da morte? Penso que não. O lado humanista-cristão de Nina cresceu e floresceu.
Chamou-me a atenção as poesias ditadas por Nina a Chico. Nelas encontro mais proximidade do estilo que a pequenina utilizava quando encarnada.
A última parte do livro são poesias dedicadas a Nina Arueira, de espíritos, ora encarnados, ora desencarnados.
Cabe ainda uma palavra sobre a apresentação de Virgílio de Paula, seu instrutor em assuntos teosóficos em vida e seu protetor nas horas de perseguição. Não se pode ler o livro sem ler as palavras do amigo que ficou. Elas nos confirmam ainda mais a Nina sedenta dos conhecimentos do espírito e dos céus, inconformada com a versão vigente da religião oficial do Brasil do início do século passado e ansiosa por novas luzes para o problema da existência.
Belo trabalho o do Flávio. Ao colecionar e apresentar novas fontes, a História ainda há de reconhecer o seu valor.
Postado por Jáder Sampaio às 2:54 AM

segunda-feira, abril 21, 2008

I ENCONTRO DOS AMIGOS DE CHICO XAVIER

I ENCONTRO NACIONAL DOS AMIGOS DE CHICO XAVIER E SUA OBRA

"Para a caridade basta uma pessoa, mas para a amizade, são necessárias, pelo menos duas"

Chico Xavier




Aconteceu em Uberaba, Minas Gerais, dos últimos 19 e 20 de abril um evento memorável on de reuniram-se espíritas de todo o Brasil recordaram aspectos relevantes da personalidade do inolvidável homem cristão e médium incomparável da espiritualidade: Chico Xavier.


Contamos com a primorosa apresentação da Dra. Marlene Rossi Severino Nobre que apresentou-nos com farta documentação da obra de André Luiz, que as suas descrições anteciparam em cerca de até 40 anos as modernas pesquisas científicas no campo da genética, da bioética, das neurociências e da medicina de um modo geral.
O confrade Manoel Tibúrcio recordou os poetas do "Parnaso de além Túmulo" e suas produções através de Chico. Ofereceu-nos assim, brilhante viagem ao tempo da Comunhão Espírita Cristã , fazendo a analogia de algumas das produções mediúnicas de então, nas suas reuniões públicas e as obras de Allan Kardec, o que mais tarde viria a se constituir no livro "Religião dos Espíritos."


A seguir, escutamos emocionados as recordações do Weimar Muniz de Oliveira, autor da memorável obra: “A Volta de Allan Kardec”, quando expôs de modo simples e elucidativo a relevância da personalidade de Chico Xavier como o mais eminente representante da face religiosa da Doutrina Espírita.


O depoimento de Caio Ramacciotti foi um mergulho de saudade, respigando as memórias do saudoso Rolando Ramacciotti e do nosso querido Chico, enfeixando seus comentários com a emocionante estória de Inês de Castro, cujos originais psicografados pelo nosso Chico foram a ele entregues em 1977 e esperaram três lustros para a sua publicação, constituindo o memorável "Mensagens de Inês de Castro", lançado em 2006 pela GEEM, com um minuciosíssimo estudo histórico feito pelo querido Caio.


A surpresa da noite ficou por conta do emocionante relato de Adelino da Silveira, autor dos livros: "Momentos com Chico Xavier" e "Chico, de Francisco”, que encantou a platéia com a sua simplicidade e com a autenticidade da força da amizade que entre ele e o nosso Chico existe. Revelou-nos aspectos da simplicidade e da humanidade de nosso médium maior, que muitas vezes escutava atento aas anedotas dos presentes, fazendo pequenos adendos, quando estas anedotas tinham como protagonistas Jesus e seus discípulos: "Gente, Nosso Senhor não faria isso, hein?"


O Dr. Elias Barbosa, médico uberabense, amigo íntimo de Chico o co-autor de vários de seus livros, contou-nos casos curiosos da vida particular do médium inclusive de suas enfermidades e da singeleza de sua personalidade, de sua obediência e de sua modéstia que em certos momentos parece-nos inaceitável.


Finalmente fechou-se a celebração do 19 de abril com a apresentação de um vídeo inédito de Chico, pelo cineasta e pesquisador Oceano Vieira de Melo, que além de tudo brindou o público com a apresentação das gravações das vozes de Emmanuel em comunicação psicofônica por Chico Xavier na década de 50 no Grupo Meimei.São precisamente as autênticas gravações das mensagens contidas em “Instruções Psicofônicas” e “Vozes do Grande Além”, em meticulosa recuperação feita por uma equipe de técnicos, empregando tecnologia de última geração para oferecer-nos a emoção de escutar na voz do próprio Chico, o momento da incorporação em quem memoráveis baluartes da ciência, da filosofia e da fé, falaram por seu aparelho fonador para o público seleto do pequeno reduto de Pedro Leopoldo chamado Grupo Meimei.


De minha parte, entreguei pessoalmente para o Oceano, as fitas magnéticas de rolo, da década de 50 com palestras de meu Pai, Clóvis Tavares, gravadas pelo Sr. Otávio Chrisóstmo e por ele doadas ao querido Rubens Fernandes. Rubinho pediu-me que fosse o portador para entregar em mãos ao Oceano para que este as recuperasse para DVD como fez com as fitas das reuniões do Grupo Meimei. Esperamos para breve esta produção.


No dia 20, iniciou a apresentação o Jhon Harley, de Pedro Leopoldo que vem fazendo meticulosa pesquisa biobibliográfica e fotográfica , contando com todas as biografias até o momento escritas sobre o nosso Chico, e com o maior acervo fotográfico de que temos notícia, além de contribuição de história oral, que são os depoimentos tomados e arquivados na Fundação Chico Xavier.

Depois, foi a nossa vez de contribuir falando sobre a amizade de Chico Xavier e Clóvis Tavares, amparada espiritualmente pelas presenças espirituais de Nina Arueira e Lill/ Santos Dumont que mais tarde renasceria como meu irmão Carlos Vítor. Disse eu a todos que os interessados nesta epopéia espiritual poderiam encontrar um bom material no livro “A Morte é Simples Mudança”, editado pelo saudoso Eduardo Carvalho Monteiro. Disse sobre a originalidade da obra: de um espírito comunicar-se antes de reencarnar-se (Lill) e após a sua curta romagem terrena (Carlinhos) pelo mesmo médium: o Chico.
E falei um pouco também sobre o fenômeno Chico Xavier, maravilhoso aparelho de hipermídia que captou maravilhas por constituir-se um protótipo biológico do homem do terceiro milênio, livre das armadilhas da ira e do medo, gigantes da alma, no dizer de Mira y Lopez, que atrasam ainda nossas almas nas tramas do estresse de luta e fuga.
Chico superou esse imobilismo biológico e constituiu-se ele mesmo no padrão do homem novo, no homem Era Nova prevista por Kardec em o último capítulo de “A Gênese”. Homem esse previsto também pelo profeta Joel em “O Antigo Testamento”:

"E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões." (Joel 2 : 28)

Chico não precisava de esforço para perdoar, para ser humilde, para ser caridoso. A indulgência natural, a modéstia natural e o amor natural já eram integrantes de sua estrutura corporal. A carne para ele “não era fraca” e estamos nós outros a atravessar vidas sucessivas e solidárias para um dia termos a bondade natural como ele.

Por fim falei da sua insuperável psicografia do “50 Anos Depois”, quando captou a vida do anjo Célia Lúcius o que alguns anos depois foi confirmado, como previra Emmanuel no seu prefácio, por meu Pai, Clóvis Tavares, que encontrou pequena brochura em espanhol com a vida de Santa Marina, em tudo coincidente com a narrativa do “50 Anos...”.
Este ano, se Deus permitir, ofereceremos ao público espírita brasileiro a pesquisa bibliográfica e fotográfica da Célia Lúcius histórica, um tributo a mediunidade de Chico Xavier, de quem repetimos com os discípulos de Jesus: “Quem é este, pois?”

Geraldo Lemos Neto, fez brilhante exposição sobre a personalidade de nosso Chico e apresentou-nos, representando a querida Wanda Joviano, o mais novo livro da lavra mediúnica de Chico Xavier: “Militares no Além”, com mensagens de militares brasileiros do século XIX, demonstrando que existem outras patentes espirituais que prevalecem sobre as patentes humanas. Fez no encerramento, um comovedor pedido aos dirigentes da respeitável União Espírita Mineira que republiquem os livros de nosso Chico, por ele doados à UEM e há tempo esgotados, com demanda do grande público sedento de espiritualidade. São os livros:

Bastão de Arrimo”, “Apelos Cristãos”, do Dr. Bezerra, “Presença de Chico Xavier em Araxá”,Roseiral de Luz”,Aceitação e Vida”,Pétalas de Primavera”,Fulgor do Entardecer” e “Migalha”.



Encerrou a celebração de saudade o médium Carlos Baccelli, de Uberaba, companheiro de nosso Chico e seu parceiro em inúmeros livros, falando sobre a originalidade de Chico Xavier, como o caso único de mediunidade no mundo. Disse ele mesmo ter dotes mediúnicos , mas que apenas Chico era um inter-existente, no dizer de Herculano Pires, apenas Chico era um homem novo, “O Mineiro do Século”. E foi por diversas vezes interrompido pela platéia que aplaudiu de pé as homenagens sinceras feitas ao Chico. Baccelli é autor de mais de uma dezena de livros biográficos de Chico Xavier, constituindo-se no seu maior biógrafo até o momento. Baccelli disse várias vezes interrompidos pelos aplausos, que Chico foi não apenas o maior médium do Brasil, mas o maior brasileiro de todos os tempos e o maior médium da humanidade em toda a história.


O Encontro contou com a participação de cerca de 2000 pessoas que lotaram as instalações do Clube Sírio Libanês de Uberaba.

Este é apenas o primeiro encontro que pretende ser anual e alternar Uberaba e Pedro Leopoldo, as duas cidades de Chico Xavier.

Flávio Mussa Tavares

domingo, abril 13, 2008

13 de abril

Mais um dia de Saudade



Criou meu Pai, Clóvis Tavares esta antológica sentença: “A Saudade é o Metro do

Amor.”


E Papai mais que ninguém pode atestar essa verdade. A saudade de Nina converteu-o

em um Cristão.


A Saudade de Lill, converteu-o no Pai de muitas crianças do Lar dos Meninos e da
Casa da Criança.


Durante a sua existência, muitas saudades alimentaram o seu amor que não tinha
fim.


E Papai reaproveitou a aparente tristeza da saudade, convertendo-as em fontes de


sabedoria, inspiração e consolo para todos que o conheceram.


Que ele receba a nossa mínima homenagem, pedindo a Deus que nos conceda a
bênção de converte-la em dádivas aos carentes de luz espiritual, para que honremos a
Sua memória aplicando o excelso princípio de medir a saudade pelo sentimento de
compaixão , de piedade e caridade.