sábado, agosto 25, 2007

VIDA DE DR. BEZERRA NO CINEMA, com Carlos Vereza

Bezerra no telão
Filme sobre o "Médico dos Pobres" estréia em agosto
ROSANA SOUZA
Estrelado por Carlos Vereza, o filme "Bezerra de Menezes - o médico dos pobres", estréia em agosto nos cinemas de todo o Brasil. A vida do doutor Bezerra de Menezes, uma das mais destacadas personalidades médicas e espíritas do Brasil, vira filme, interpretado por Carlos Vereza. O filme, conta ainda com a participação especial dos atores Lúcio Mauro, Paulo Goulart Filho, Nanda Costa e Caio Blat. Com direção de Glauber Filho e Joe Pimentel, o filme nos remete ao século 19, já que a história narra a vida do médico desde o seu nascimento, no ano de 1831. Para isso foi realizada uma fiel reconstituição da época no figurino, maquiagem e cenário.

A vida do homem, do médico, do espírita Bezerra de Menezes, será contada através de fatos ficcionais e relatos de pesquisadores de sua obra. A produção do filme contou com cuidadosa pesquisa histórica de Luciano Klein, biógrafo de Bezerra de Menezes, e também roteirista do filme ao lado de Glauber Filho. Foram gravados também depoimentos de pesquisadores e estudiosos da vida de Bezerra de Menezes, como Luiz Bassuma, Nazareno Feitosa e Nestor Massoti, entre outros. Seja como político devotado às causas humanitárias ou como médico conhecido por jamais negar socorro a quem batesse à sua porta, Bezerra de Menezes tornou-se um exemplo de homem e escreveu sua história de vida marcada pelo amor e pela caridade.

Quem foi Dr. Bezerra de Menezes?
Nascido na antiga Freguesia do Riacho do Sangue, no Ceará, aos 29 dias do mês de agosto de 1831, e desencarnando no rio de Janeiro, a 11 de Abril de 1900. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, no ano de 1838, entrou para a escola pública da Vila do Frade, onde em dez meses apenas, preparou-se suficientemente até onde dava o saber do mestre que lhe dirigia a primeira fase de educação. Bem cedo revelou sua fulgurante inteligência, pois, aos onze anos de idade, iniciava o curso de humanidades e, aos treze anos, conhecia tão bem o latim que ministrava, a seus companheiros, aulas dessa matéria, substituindo o professor da classe em seus impedimentos.

Seu pai, o capitão das antigas milícias e tenente-coronel da Guarda Nacional, Antônio Bezerra de Menezes, homem severo, de honestidade a toda prova e de ilibado caráter, tinha bens de fortuna em fazendas de criação. Com a política, e por efeito do seu bom coração, que o levou a dar abonos de favor a parentes e amigos, que o procuravam para explorar-lhe os sentimentos de caridade, comprometeu aquela fortuna. Percebendo, porém, que seus débitos igualavam seus haveres, procurou os credores e lhes propôs entregar tudo o que possuía, o que era suficiente para integralizar a dívida. Os credores, todos seus amigos, recusaram a proposta, dizendo-lhe que pagasse como e quando quisesse. O velho honrado insistiu; porém, não conseguiu demover os credores sobre essa resolução, por isso deliberou tornar-se mero administrador do que fora sua fortuna, não retirando dela senão o que fosse estritamente necessário para a manutenção da sua família, que assim passou da abastança às privações.

Animado do firme propósito de orientar-se pelo caráter íntegro de seu pai, Bezerra de Menezes, com minguada quantia que seus parentes lhe deram, e animado do propósito de sobrepujar todos os óbices, partiu para o Rio de Janeiro a fim de seguir a carreira que sua vocação lhe inspirava: a medicina. Em novembro de 1852, ingressou como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Doutorou-se em 1856 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

Quando político, levantou-se contra ele, a exemplo do que ocorre com todos os políticos honestos, uma torrente de injúrias que cobriu o seu nome de impropérios. Entretanto, a prova da pureza da sua alma deu-se quando, abandonando a vida pública, foi viver para os pobres, repartindo com os necessitados o pouco que possuía. Corria sempre ao tugúrio do pobre, onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da ciência de médico e o auxílio da sua bolsa minguada e generosa. O doutor Carlos Travassos havia empreendido a primeira tradução das obras de Allan Kardec e levara a bom termo a versão portuguesa de "O Livro dos Espíritos". Logo que esse livro saiu do prelo levou um exemplar ao deputado Bezerra de Menezes, entregando-o com dedicatória. O episódio foi descrito do seguinte modo pelo futuro médico dos pobres: "Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto... Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no "O Livro dos Espíritos". Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença".

No dia 16 de agosto de 1886, um auditório de cerca de duas mil pessoas da melhor sociedade enchia a sala de honra da Guarda Velha, na rua da Guarda Velha, atual Avenida 13 de Maio, no Rio de Janeiro, para ouvir em silêncio, emocionado, atônito, a palavra sábia do eminente político, do eminente médico, do eminente cidadão, do eminente católico, doutor Bezerra de Menezes, que proclamava a sua decidida conversão ao Espiritismo. Bezerra de Menezes tinha a função de médico no mais elevado conceito, por isso, dizia ele: "Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate à porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar- se fatigado, ou por ser alta hora da noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro, o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro - esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos de formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perderá nos vaivéns da vida."

Em 1883, reinava um ambiente francamente dispersivo no seio do Espiritismo brasileiro. Os centros, onde se ministrava a Doutrina, trabalhavam de forma autônoma. Cada um deles exercia a sua atividade em um determinado setor, sem conhecimento das atividades dos demais. Esse sentimento levou-os à fundação da Federação Espírita Brasileira. Em 1893, a convulsão provocada no Brasil pela Revolta da Armada, ocasionou o fechamento de todas as sociedades espíritas ou não. Em 1894, o ambiente mostrou tendências para melhora e o nome de Bezerra de Menezes foi lembrado como o único capaz de unificar o movimento espírita. O infatigável batalhador, com 63 anos de idade, assumiu a presidência da Federação Espírita Brasileira, cargo que ocupou até a sua desencarnação.

Iniciava- se o ano de 1900, e Bezerra de Menezes foi acometido de violento ataque de congestão cerebral, que o prostrou no leito, de onde não mais se levantaria. Verdadeira romaria de visitantes acorria à sua casa. Ora o rico, ora o pobre, ora o opulento, ora o que nada possuía. Ninguém desconhecia a luta tremenda em que se debatia a família do grande apóstolo do Espiritismo. Todos conheciam suas dificuldades financeiras, mas ninguém teria a coragem de oferecer fosse o que fosse, de forma direta. Por isso, os visitantes depositavam suas espórtulas, delicadamente, debaixo do seu travesseiro. No dia seguinte, a pessoa que lhe foi mudar as fronhas, surpreendeu-se por ver ali desde o tostão do pobre até a nota de duzentos mil reis do abastado!...

Ocorrida a sua desencarnação verdadeira peregrinação demandou sua residência a fim de prestar-lhe a última visita. Digno de registro foi um caso sucedido com o Dr. Bezerra de Menezes, quando ainda era estudante de medicina. Ele estava em sérias dificuldades financeiras, precisando da quantia de cinqüenta mil réis (antiga moeda brasileira), para pagamento das taxas da Faculdade e para outros gastos indispensáveis em sua habitação, pois o senhorio, sem qualquer contemplação, ameaçava despejá-lo.

Desesperado - uma das raras vezes em que Bezerra se desesperou na vida - e como não fosse incrédulo, ergueu os olhos ao Alto e apelou a Deus. Poucos dias após bateram-lhe à porta. Era um moço simpático e de atitudes polidas que pretendia tratar algumas aulas de matemática. Bezerra recusou, a princípio, alegando ser essa matéria a que mais detestava, entretanto, o visitante insistiu e por fim, lembrando-se de sua situação desesperadora, resolveu aceitar. O moço pretextou então que poderia esbanjar a mesada recebida do pai, pediu licença para efetuar o pagamento de todas as aulas adiantadamente. Após alguma relutância, convencido, acedeu. O moço entregou-lhe então a quantia de cinqüenta mil réis. Combinado o dia e a hora para o início das aulas, o visitante despediu-se, deixando Bezerra muito feliz, pois conseguiu assim pagar o aluguel e as taxas da Faculdade. Procurou livros na biblioteca pública para se preparar na matéria, mas o rapaz nunca mais apareceu.

quinta-feira, agosto 23, 2007

LA MEDIANITA' DEI SANTI

ARTIGO NUM SITE ITALIANO SOBRE O "MEDIUNIDADE DOS SANTOS" DE CLOVIS TAVARES

Sarà bene ricordare subito che i fenomeni psichici, o medianici, sono vecchi come il mondo.

Parola di Rozana Masiero



Nelle testimonianze storiche più antiche, nelle più remote tradizioni religiose, nelle antichissime scritture degli indù, nei canti degli aedi celtici, nelle manifestazioni dei maghi iraniani, dei profeti ebraici, nella letteratura greca e latina, ovunque e in tutti i tempi, si incontrano testimonianze delle relazioni fra Cielo e Terra, un consenso universale a conferma di questa realtà.

L’espressione medianità applicata ai Santi della Chiesa può, a prima vista, apparire non consona al pensiero religioso. Testimonianze inconfutabili dimostrano però che la medianità è di tutti gli esseri umani, sia pure con caratteristiche di ordine vari dovute all’arretramento, allo sviluppo e alla sublimazione del livello morale raggiunto da ogni singolo individuo.

Nella vita dei grandi eroi della fede, che la Chiesa definisce genericamente Santi, incontriamo le più notevoli e meravigliose testimonianze spirituali dell’interagire intelligente del Mondo Invisibile con gli esseri umani. E i Santi sono sempre serviti da intermediari fra le forze della sfera ultraterrestre e le necessità umane. I santi cristiani, coscienti della loro missione spirituale, hanno sempre agito fra il grande Aldilà e la Terra, quali devoti e sinceri missionari nella grande assemblea dello Spirito Evangelico.

Come si può vedere da alcuni esempi tratti da opere con l’imprimatur e il nihil obstat della Chiesa, l’espressione medianità è una conseguenza logica dei fatti stessi, come dice Dante nella Vita Nuova "nomina sunt consequentia rerum". Pertanto non è giusto rinunciare al termine solo per un’avversione preconcetta. Né la parola medianità dev’essere rifiutata per i molti, troppi abusi che ne sono stati fatti da parte di falsi medium o di mistificatori. Se dipendesse solo da questo, a quante parole dovremmo rinunciare per l’abuso che ne è stato fatto, a cominciare dal sacro nome di Dio e dal rispettabilissimo nome di Cristo. Stando così le cose, la parola medianità può essere applicata ai Santi, coscientemente e liberamente, come d’altronde alcuni già fanno.


Ci limiteremo solo ad alcuni esempi. Sono incontestabili i casi di chiaroveggenza. Con gli occhi e l’udito fisici oppure no? Non sappiamo. "Deus scit".


Nella biografia di Santa Gemma Galgani si dice: "Gemma conduceva una intensa vita spirituale. Gesù le appariva, ma mai ai suoi occhi fisici". Uguale testimonianza si ha nell’autobiografia di Santa Margherita Maria Alacoque, la veggente di Paray-le-Monial: "Lo vedevo e sentivo vicino a me, lo udivo molto meglio che con l’udito fisico, che avrebbe potuto distrarmi e portarmi a fare altro".


Padre Thieman, biografo di Santa Margherita da Cortona, testimonia quanto segue: "Non possiamo esimerci, scrivendo la vita di Santa Margherita, dal parlare di visioni, colloqui con Dio, rivelazioni…

La visione si manifesta in due modi: la visione fisica, quando Dio impressiona i nostri sensi ossia assume una forma visibile o parla in modo perfettamente percepibile all’udito; la visione immaginaria quando Dio, senza l’intervento dei sensi, crea un’immagine nell’immaginazione dell’essere umano. Le visioni di Santa Margherita furono soprattutto di questo ultimo tipo".

A volte i Santi devono combattere contro le forze negative dell’Invisibile. Come testimonia Padre A. Auffray nel suo Saint Jean Bosco dove descrive dettagliatamente la dura lotta sostenuta dal Santo nel periodo 1862-1864 "ces persécutions furent vraiment infernales".

Don Bosco vedeva, udiva, percepiva e soffriva, forte della convinzione che il suo spirito era nelle mani di Dio. Nella sua vita, pure notevoli furono i fenomeni di premonizione che si manifestarono fin dall’infanzia. Varie furono le sue predizioni che si compirono con esattezza.

Cosa non dire di Santa Giovanna D’Arco. Affrontando l’incredulità di tutti, dall’età di 13 anni sentiva le voci di San Michele, l’arcangelo guerriero, di Santa Caterina e di Santa Margherita. Queste stesse voci la guidarono all’assedio di Orleans, l’avvisarono che sarebbe caduta prigioniera e l’hanno sostenuta fino agli ultimi istanti sul rogo.

Tanti altri esempi potrebbero venire citati considerando ancora i fenomeni della medianità guaritrice, bilocazione, levitazione ecc. Rimandiamo per ulteriore approfondimento alla fonte segnalata in calce, di prossima pubblicazione.

(fonte: Clovis Tavares, La medianità dei Santi – Casa del Nazareno Edizioni, San Paulo)

sábado, agosto 18, 2007

UM POUCO SOBRE A FAMÍLIA


Tive a oportunidade de falar ao público da Escola Jesus Cristo, na noite de sexta feira, 17 de agosto último, quando ainda sentindo os ecos do Dia dos Pais, comemorado em nossa terra no segundo domingo de agosto, recordei algumas quadras de espíritos diversos inclusas em "Praça da Amizade", psicografado pelo nosso Chico Xavier e publicado pela Cultura Espírita União, de nossos amigos Galves e Nena. O livro é uma interlocução de trovas de poetas da espiritualidade e pensamentos de espíritos que viveram na seara espírita em terra brasileira, já desencarnados , que reuniram-se neste colóquio espiritual através de nosso Chico querido a nos brindar com uma torva e um pensamento sempre articulados no sentido e integrados na sabedoria.

O capítulo 8, é justamente sobre a Família e começamos com Pedro Nunes que nos transmite a quadra:


O lar é um pouso que exige

Lições, encontros e esperas,

Onde a vida nos corrige

Os desmandos de outras eras.



E completa-se com o pensamento de Eugênio Silveira:

O lar é uma escola, em que somos, na Terra, aprendizes e professores uns dos outros.

A simbologia da reencarnação como matrícula em uma escola é belíssima. Essa escola é primeiramente o lar. Meu Pai, Clóvis Tavares, sempre nos ensinou que a primeira mensagem de Deus ao homem foram "Os Dez Mandamentos" que em seu quinto artigo reserva espacial atenção a paternidade: "Honrar Pai e Mãe", diz a mensagem divina. Este artigo encontra-se no centro do decálogo, entre os quatro primeiros que nos falam de nossos deveres para com o nosso Criador e os quatro últimos, que nos recordam de nossos deveres éticos para com a nossa sociedade. No centro, a família. E honrar Pai e Mãe é muito mais que respeitá-los, é viver para manter a sua memória íntegra. Viver para dignificá-los diante de Deus e dos homens.

Assim, a escola do lar é um reencontro, onde seremos constrangidos, levemente, a reparar antigos desmandos. Ali, no ninho doméstico, receberemos aqueles a quem humilhamos, aqueles que nos desprezaram, grandes e pequenos desafetos que reclamam reconciliação, reparação, cuidado e entendimento. Quem poderá dizer-se um professor em tempo integral. Somos instrutores e aprendizes simultaneamente e a todo instante precisamos de novos estímulos a fim de renovarmos nossas técnicas de ensino e nossa capacidade de aprendizagem.

Milton da Cruz nos presenteia:


Tribulação do passado

Da qual não me desvencilho:

Inimigo reencarnado

No menosprezo de um filho.


Que se completa com o pensamento de João Augusto Chaves:


Agradece à família em que nasceste; ela é valiosa seção do grande educandário da Terra, em que a Providência Divina te matriculou para estágio transitório no serviço de teu próprio aperfeiçoamento.


Vede que complementação perfeita: a trova nos fala de um filho que atribula o seu pai com o menosprezo, rememorando a inimizade de outrora. E a prosa nos remete à necessidade de aproveitar esse reencontro de dores antigas para reconstruí-lo. Se o filho tem um temperamento difícil, se é obstinado, temperamental, indócil, certamente estará fazendo suscitar no ânimo do pai, a paciência que não teve em outras eras. O espírito, agora num corpo infantil, reclama a atenção, mas ao mesmo tempo a despreza, como que desconfiando do sentimento. É justo que os pais procurem ajuda especializada para entender o temperamento complexo de seus filhos, mas que não descuidem de ensiná-los a orar diariamente, a fazer o culto do Evangelho no Lar e a conduzi-los a uma evangelização espírita para despertá-los para a reconciliação na escola do lar.

Ainda comentando sobre os encontros e desencontros familiares, recordei a certo momento que meu Pai, ensinava-nos nas aulas da Mocidade Espírita Maria Zenith Pessanha, que "todo casamento é feliz", pois é dirigido pela espiritualidade, para promover retificações em nossa vida emocional.


E terminando, lembrei dos Pais que são afastados do convívio com seus filhos como o Quinto Varro de "Ave, Cristo!" de Emmanuel, psicografado pelo nosso Chico. Ele obteve a conversão de seu filho Taciano, na hora da desencarnação, mesmo tendo vivido pouco tempo com ele em família. E numa mensagem do espírito de Jair Presente, um dos "jovens no além" que converteu-se em benfeitor de nossos espíritos através da psicografia de Chico Xavier, contida no livro "Revelação", publicada pela GEEM há uma belíssima estória contada em verso a respeito de um espírito sofredor que é resgatado da sede de vingança:




REGENERAÇÃO


Pelo médium possuído,

Disse o rude obsessor,

Por favor, ninguém me fale

Em perdão, bondade, amor.


Se roubaram minhas terras

Quebrando normas da lei,

Conheço meus inimigos,

Bem os conheço, bem sei...


Toda terra desta vila

É minha propriedade,

Pela força do progresso

Ei-la virando cidade...


Vários ladrões se reuniram,

Tudo de caso pensado,

E usando papéis de fraude

Puseram-me derrotado.


Firmina, minha mulher,

Morreu de tanto desgosto.

Ela deve estar no Céu

E eu estou firme no meu posto.


Deixei nossos dois pequeninos,

Com nossa tia Constança,

E aqui continuo agindo

Em meus planos de vingança.


Falou o doutrinador:

Meu irmão, perdoa e esquece;

No caminho do perdão,

O ódio desaparece.


O obsessor prosseguiu

Dizendo frases insanas,

Dando incômodos ao grupo

Por quatro longas semanas.


Mas noutra rua existia

Um espírita nobre e genuíno,

Pedreiro de vida simples

Chamado irmão Bernardino.


Ele foi solicitado

A ajudar o vingador;

Sob tensão veio ao grupo,

E orou com grande fervor.


Diante do obsessor,

Exclamou: meu caro irmão,

Soube aqui que a sua paz

Depende do seu perdão.


Ante a pequena assembléia

Da sessão de amor e luz,

Pediu ao pobre rebelde,

Que recordasse Jesus!...


O obsessor em gestos rudes,

Parecia sem lugar,

E com o assombro de todos,

O pobre pôs-se a chorar.


Bernardino compungido

Dava-lhe paz e esperança,

Entretanto o vingador,

Chorava sem confiança.


Depois gritou: Deus me livre

Deste ódio que não sai.

Bernardino, meu amigo,

Vem a mim! Eu sou seu pai!...


Eis um caso em que a relação familiar funcionou entre as duas dimensões da vida. O filho encarnado, era um humilde pedreiro, o pai, expropriado em seus bens, desencarnou na miséria, deixando os filhos com parentes. Na erraticidade, ajuntou-se às sombras por causa do ódio e somente diante da oração de deu filho, que ele se vê constrangido ao arrependimento.


Deus é Pai! Jesus ensinou-nos a chamá-lo assim e é Nosso, é de todos! Nosso Pai, Pai de todos os seres da criação, somos teus filhos, ainda impenitentes, ainda viciosos, ainda desgarrados de Teu aprisco. Aceite-nos Pai, recebe-nos por misericórdia em Teu coração.

sábado, agosto 11, 2007

GESTAÇÃO: ENCONTRO DE ALMAS


Acabei de receber pelo correio o livro "Gestação: Encontro entre Almas - Um Guia de Saúde e Espiritualidade para os pais", escrito pela Dra. Cristiane Assis, lançado em junho, durante o Congresso Internacional Médico Espírita - Medinesp 2007, a Livraria Cícero Pereira, da Escola Jesus Cristo poderá pedir sob encomenda.

Neste livro a Dra. Cristiane Assis, médica ginecologista e obstetra, especialista em Medicina Fetal, analiza o processo reencarnatório a partir da embriogênese.

Além das evidências científcas que apresenta sobre a força vital que já reside desde a concepção , demonstra o por que de nós espíritas sermos convocados a lutar pelo direito à vida.

"Não há dúvidas de que a violência e o desrespeito à vida humana aumentaram consideravelmente nas últimas décadas. Para que essa situação seja diferente, é preciso que cada um faça a sua parte. São os pais que possuem a chave para curar nosso planeta ferido. Quando cada mãe e cada pai entrar em sintonia com seu bebê, o mundo inteiro se transformará. Gestação: Encontro entre Almas busca apresentar aos pais um guia de saúde e espiritualidade para auxiliá-los nas ilustre tarefa de gestar e educar cidadãos." Cristiane Assis

A edição é primorosa, mais uma excelente contribuição da editora FE que edita a Folha Espírita.

Parabéns à Dra. Cristiane e a Editora FE.

sábado, agosto 04, 2007

As Lições do Amor

Tivemos a visita em nossa cidade de um grupo de Teatro genuinamente espírita que nos apresentou para um público pequeno no Teatro Casimiro Cunha, da Escola Jesus Cristo, nos dias 28 e 29 de julho passado, a peça "Lições de Amor".

O grupo é dirigido por Luciano Pereira que há 14 anos vem reapresentando a peça em diversas salas do Brasil.

A peça é um recorte de quadros comuns possíveis em nossa próxima erraticidade. São situações corriqueiras do espírito mediano após o seu desencarne, vivenciadas no palco de modo rigorosamente doutrinário.

Observamos a situação do suicida e do espírito que vive uma tentativa frustrada de reencarnar-se, interrompida pelo aborto e nesses dois casos a performance de Luciano Pereira e de Fábio Rocha são impecáveis. Transmitem com viva alma a emoção que acompanha os espíritos nessas duras experiências-limite da alma humana. As cenas dos obsessores tentando cativar as vítimas do suicídio para o desespero em contrapartida com a ação benéfica dos protetores ficaram bem claras. São dramáticos e impressionantes os momentos da dança macabra em que o obsessor tortura mentalmente o suicida, escutando-se ao fundo gargalhadas entremeadas com gemidos de angústia. Ambos são socorridos, demonstrando que não há abandono e que o desespero deve ser sempre substituído pela fé e pela oração.

A magistral direção de Luciano Pereira intercala estes momentos graves com a doçura do reencontro de mãe e filho na dimensão espiritual. Ela, em desdobramento, ele em estágio de aprendizado. Sem grandes adereços técnicos, quase que tão somente com a delicadeza do momento, somos levados às lágrimas ao ver a ternura com que a Carolina Arêas, representando a mãe, afaga ternamente o seu filho, representado pelo Luciano, deitado ao seu colo, renovando as esperanças, prometendo-se mutuamente o fervor no estudo e o ânimo para o trabalho restaurador das emoções partidas.

Temos também as representações do pai arrependido (Fábio Rocha) diante da filha (Adriana Pinheiro) que desencarnou prematuramente vítima da drogadição. Através da sua persistente permanência ao lado do espírito perturbado de sua filha, com oração e amor, obtém a sua libertação.

As ações da tortura mental produzida por um espírito vingativo, vivido pelo Luciano sobre o cérebro de uma mulher subjugada, vivida magistralmente por Adriana Pinheiro, que também obtém a libertação pela interseção de espíritos amigos, é apresentada em cena que transmite grande comoção.

A cena romântica do casal que se reencontra na erraticidade é meiga e enternecedora. Renovam os votos de amor eterno, compreendem que devem permanecer por enquanto separados, para estudo e trabalho, visando uma futura próxima reencarnação novamente juntos. O clímax da cena ocorre quando Luciano Pereira canta um poema de amor e é respondido por Adriana Pinheiro que nos emociona com o cristal límpido de sua voz doce e encantadora.

A peça termina deixando em cada espectador uma leve sensação de leveza espiritual, de ânimo renovado, de entusiasmo para perdoar alguém, para reconciliar-se rápido, para mudar padrões de pensamento e conduta diante de nossa tão efêmera passagem pela terra.

Não podemos deixar de mencionar que a iluminação e a sonoplastia a cargo dos jovens Gustavo e Talita deram ao espetáculo os efeitos especiais próprios do momento específico, seja de angústia, de medo ou de ternura, com os efeitos luminosos oportuníssimos e as introduções de clássicos espíritas instrumentais além da dramática execução da cantata Carmina Burana, no momento da perseguição ao suicida, entremeado com o efeito estroboscópico.

Luciano Pereira, ao final, fala de seu amor pelo teatro, pela vontade de levar a mensagem espírita através da arte e encanta-nos a todos agradecendo-nos a presença num gesto humilde e simpático.

Esperamos rever em breve em nossa cidade e em muitas outras de nosso país, a apresentação deste monumento da arte espírita, uma arte que eleva, uma arte que conscientiza, uma arte que liberta.

Deus continue iluminando Luciano e seu elenco magistral.

EXERCÍCIO DE PERDÃO

"Tiveste hoje motivo de reclamar.

No entanto, perdoa e serve sempre"

Meimei.

(O Espírito da Verdade, psic. Chico Xavier)



Aconteceu num dia de segunda feira, estudando em grupo o capítulo "Perdoa e Serve" de autoria de Meimei, psicografado pelo Chico e inserido em "O Espírito da Verdade". Discorria eu sobre as circunstâncias enumeradas pela nossa benfeitora mineira a saber: a agressão verbal, o desprezo, qualquer espécie de furto, a calúnia, o logro, a intolerância e muitas outras situações decorrentes da inveja, do rancor, do orgulho...Ocorreu-me ao observar o conselho de Meimei para com o nosso dever de compreender o nosso ofensor, que não temos condições de perdoar inicialmente com o nosso coração.

Perdoar com o coração é uma arte dos Heróis da Fé. De acordo com a doutrina da razão, a nós legada pela mente aguda e lógica de Allan Kardec, precisamos exercitar o perdão com o cérebro. É na repetição dos exercícios de perdão cerebral que um dia teremos a possibilidade de perdoar espontaneamente com o coração, isto é, perdão natural, de alma inteira, sem nenhum esforço.

Por enquanto, somos necessariamente convidados pela Doutrina Espírita, através de um repertório consubstanciado na racionalidade , a exercitar dia a dia o perdão mesmo que não nos seja natural. Nós não estamos reencarnados para seguir o instinto. Estamos recorporificados para educar o nosso instinto. Se nosso instinto é de revidar, eduquemo-lo reprimindo a ânsia do revide. Se nossa índole, auto-reconhecida, é de exprimir verbalmente a nossa mágoa, eduquemos o nosso instinto e suprimamos de nossa personalidade a vontade de reagir, de "colocar em pratos limpos", de "lavar a roupa suja", reconhecendo que a repressão destes movimentos em nossa alma, significará um grande progresso moral, para que um dia sejamos indulgentes por natureza.

O cérebro deve ser o nosso guia, mas o coração o nosso objetivo. Perdoemos através de práticas diárias, em exercícios fáceis, com os nossos parentas, colegas e amigos, tolerando-nos, sendo indulgentes mutuamente, como se estivéssemos num grande ensaio teatral. O exercício com o parente difícil, com o colega intolerante, com o cônjuge ciumento, com os filhos ingratos, com as situações decepcionantes, serão um excelente exercício de perdão, através do qual estaremos preparados para conquistarmos essa virtude ao nosso caráter espiritual.