quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Dr. March: Entre Dois Planos- Um livro de Alexandre Rocha

Jáder Sampaio (1)

O professor Eugène Enriquez, em conferência na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG provocou a todos o que o assistiam, quando afirmou que o
brasileiro não conhece a sua história. Passada uma década indignada, após ler a mais recente biografia sobre o Dr. March, escrita pelo editor da Lachâtre, começo a dar-lhe razão, ainda que a contragosto.
Fosse um filme, seria difícil de ser classificado. Aparentemente parece-se com um documentário, mas flui de forma tão natural e desperta tantos sentimentos no leitor, que talvez fosse um drama ou, quem sabe, um filme de aventuras.
Discreto, Rocha aparece pouco na sua narrativa, comenta pouco. Quem pensa que o estilo biográfico é um texto chato, onde se enaltecem os feitos e se descreve a obra de uma pessoa importante, pode ir mudando os conceitos.
Alexandre obteve e utilizou um número razoável de documentos, livros, teses, entrevistas, produções mediúnicas e material obtido em periódicos científicos e jornalísticos. Não é uma tarefa fácil, reunir informações de um brasileiro do século XIX. O livro é um passeio pelo Brasil Império, ambienta-se inicialmente na região de fazendas que se tornaria Terezópolis. George March, pai do biografado, é de uma personalidade ímpar. Português, descendente de ingleses, casado com Dona Inácia, afro-brasileira, decide construir uma confortável sede de fazenda em uma região até então erma. Tão notória é a sua fazenda, que a nobreza e a elite da capital do império viaja até lá para hospedar-se e usufruir da companhia do anfitrião e das delícias que pode proporcionar uma propriedade luxuosa em região serrana. Há um sonoro silêncio em torno da pessoa de Dona Inácia, cuja influência não pode ter se reduzido à cor da pele do biografado. Como se deu a união? Como as elites fluminenses e as autoridades estrangeiras reagiram a este relacionamento? Inácia faleceu antes de George March? Nada disto parece ter chegado às mãos do autor, que diante da falta de informações, nada pode escrever.
Ao redor da fazenda, o tempo passa e com ele segue a história. A mansão, que tem vida breve no pequeno livro, vai da glória às ruínas. Do pedido de visita do próprio imperador (1830) à morte do proprietário (1845) o biógrafo encontra sutilezas da relação entre Brasil e Inglaterra e traz à luz os problemas de herança. Vendida a fazenda, nasce Terezópolis, toma cena a questão Christie, um litígio entre imperadores e o pequeno Guilherme de seis anos fica aos cuidados de tutores no Rio de Janeiro.
Aos quinze anos, o jovem Guilherme estuda medicina e aos vinte e um anos defende tese doutoral, como era exigido à época, graduando-se em medicina. Alexandre compara o jovem Dr. March a Francisco de Assis. Tivesse ele nascido na Úmbria no século XIX, já teria sido objeto de filmes, livros e talvez da devoção popular italiana. Como Francisco, ele adota um estilo de vida devasso na juventude, que só teve fim após uma enfermidade progressiva, possível seqüela da sífilis, doença que vai fazendo perder a mobilidade corporal aos poucos. A dor e o fim da herança paterna fizeram-no mudar o estilo de vida, o que Rocha encontra em correspondência a Dias da Cruz.
De formação tradicional, o Dr. March abandonaria a medicina chamada alopática pelos homeopatas para direcionar sua clínica por esta última. Como se deu esta mudança? Silêncio. Nosso biógrafo, contudo, conseguiu levantar toda a publicação clínica nos Anais de Medicina Homeopática do Instituto Hahnemanniano do Brasil, sua atuação nesta instituição, suas descobertas e lutas. Confesso que fiquei assombrado com a comunicação do Dr. March, já sexagenário, na qual ele apresenta melhoras oftalmológicas significativas de presbiopia e vista cansada com o uso de uma certa substância dinamizada, antecedida por uma irritação do globo ocular semelhante a uma conjuntivite, bem aos moldes da teoria homeopática.
As emoções se multiplicariam nos capítulos seguintes. Residindo em Niterói,
o médico e cientista, com anuência de toda a sua família, inicia seu apostolado na medicina. Médico de todos, do povo e das elites desiludidas com a medicina tradicional, o Dr. March não apenas atende sem perceber remuneração, como monta uma farmácia homeopática em casa, para distribuir medicamentos ao povo e alberga aos que vêm de longe, incapazes de voltar a casa. Diagnosticando a fome, ele tira dos seus para tratar aos desconhecidos que o procuram. Quando questionado pelos filhos, ele lhes ensina o Evangelho. Eleito vereador, continua pobre. Eleito juiz, continua justo. Continua médico. Continua filantropo. Deixa de ser vereador e juiz. Não abandona a caridade. Continua espírita. E os casos vão ganhando vida com a pena do autor, sucintos, rápidos, mas cheios de emoção. A comunidade se incomoda com o estado da
residência do Dr. March e faz um movimento para adquirir-lhe uma nova casa. Falecem-lhe os filhos e a companheira, mas não lhe faltam forças para acolher, tratar e curar. E os casos impressionam.
Neste ínterim, o Brasil se torna república. A armada se revolta e uma de suas naves de guerra dispara tiros contra o Rio de Janeiro e Niterói. Os March se refugiam, mas a caridade continua, uma caridade tão comovente quanto a saúde popular no Brasil que finda o século XIX e inicia o século XX. Quando finalmente a doença o impede de locomover-se e fica no leito, não
se sabe em que estado de consciência, diferentes médiuns fluminenses começam a emitir receituário homeopático assinando G. March. Evidências de comunicação mediúnica entre vivos?
O médico deu seu último suspiro em 1922. A prefeitura de Niterói assume as custas do enterro e fica em luto por 48 horas. Uma multidão acompanhou o féretro até o cemitério do Maruí. O governador do Estado do Rio de Janeiro se faz representar.
Catulo da Paixão Cearense lhe escreve uma poesia. Gilberto Freire faria constar seu nome em um de seus livros. A segunda parte é uma coletânea de mensagens dadas pelo Dr. March a três médiuns: Telma Pereira, Raul Teixeira e Solange Pessa. Nesta parte o biógrafo se cala totalmente, apenas transcreve.
Alexandre Rocha escreveu um texto limpo, que emociona. Eu fico frustrado, porque minha resenha não tem brilho, não lhe faz justiça.

(1) Jáder Sampaio é o autor deste site explicatico da doutrina espírita. Mineiro, é estudioso da Doutrina e autor de inúmeras obras espíritas, algumas à disposição para download no seu site.

TAXA DE GRATIDÃO

Depois da morte do João Hélio somos defrontados agora com o brutal assassinato de um casal francês que organizou um ONG para tratar de garotos de rua. O mentor do crime, era um desses acolhidos pelo casal . Fazia dez anos que convivia com eles. Trabalhava na ONG, cursava uma faculdade, paga pela organização. Entretanto, ele envolveu-se em negócios escusos e desviou 80 mil reais. O medo levou-o a cometer esse ato bárbaro.

Como atribuir isso às condições sociais desfavoraveis, uma vez que ele havia sido resgatado do abandono rua? Uma vez que ele tinha acesso a informações? Será teremos que desacreditar no poder transformador do amor? Que mesmo ajudando a quem se encontra marginalizado, permanece a mágoa social e os motivos para se retornar à margem da sociedade?
E a questão da gratidão? E o amor devido a quem nos ajuda? Existe débito de gratidão? Pode-se amortizar uma dívida de gratidão? Ou somos todos insolventes diante de Deus?

Lembrei-me então dos 10 leprosos curados por Jesus.
A cura das lesões foi progressiva e lenta , de modo que ao verem-se completamente limpos eles já não estavam mais na presença de Jesus. Um deles teve vontade de retornar, para procurar Jesus e agradecer. Os outros, mesmo que sentissem uma gratidão verbal, não queriam dividir o tempo que naturalmente era pouco para fazer tudo que eles queriam, para "correr atrás do prejuízo" e do tempo "perdido". Um deles, apenas um, procura e encontra Jesus. E lhe agradece. Jesus então, faz o que nós muitas vezes temos até vergonha de fazer, isto é questionar o erro:

"Só veio você? Não foram dez os curados?"

Lembro-me também de que Jesus quando foi preso, já com as mãos e os pés atados, recebe o bofetão de soldado. Aquele então que ensinou aoferecer a outra face vai fundo na consciência do torturador e pergunta:

" Se eu fiz mal, dá testemunho do mal. Se porém, fiz o bem, por que me feres?"

Por isso, acredito muito na mensagem consoladora do Evangelho e do Espiritismo, mas entendo que consolação, como está na promessa de Jesus no Evangelho de João, é também colocar a justa medida das coisas, dar-nos sensação exata da justiça e do julgamento de nossas ações.

Aquele tem reconhecimento e é agradecido, é representado pelo hanseniano que retornou para a gradecer. Isso é da ordem de 10%.

Apenas dez por cento é a taxa de gratidão do planeta!

Lembro-me também, de uma palestra do Humberto Vasconcelos, que disse que não há como se resgatar uma dívida de gratidão. O Bem que se faz é impagável ! E que se alguém se tornou ingrato, é por que está doente da alma.

A espantosa taxa de 90 % é de ingratos, mal-agradecidos!

E pior do que isso, podem cair na situação extrema do assassino do casal francês e do soldado diante de Jesus: da ingratidão tão extrema que chega à crueldade.

Portanto, no meu entender, quero tomar por base o questionamento de Jesus ao hanseniano agradecido e curado no corpo e no espírito, e ao questionamento ao soldado violento. É necessário que o processo punitivo seja de uma constante rememoração da pessoa do que se fez de mal.
È ruim? Incômodo? Mas penso que é a única possibilidade psicoterapêutica neste momento atual.

Aos assassinos do João Hélio, do casal francês e outros da mesma natureza, preconizo aulas, programas de psicoterapia, em que se repetirá para eles, até a exaustão mental, tudo o que eles fizeram, analisando todas as consequências minuciosamente.

Acredito que o homem barbarizado e frio de sentimentos, precisa da forma antiga de se punir crianças em escola como escrever 1000 vezes: "Não devo bater no meu amigo".

Algo como a terapia de "Laranja Mecânica", obrigando o psicopata, sociopata a ver, ouvir e tornar a ver e escutar as cenas de barbaridade, violência e crueldade refinada, com as vozes e a visão das imagens das vítimas. Isso com acompanhamento psicológico, produzindo um estado mental de esgotamento e quase que um enjôo.

Acho que essa dispepsia, produzida pela exaustão dos órgãos digestivo sensíveis às cruedades praticadas, lhe causarão enjoo, náusea do mal, da violência, da covardia.

Entendo que desse modo, pode-se esperar alguma coisa das prisões, pois do contrário, de tanto se multiplicar todas as formas de delinquência, a psiquiatria em breve lançará mão de recursos químicos e cirúrgicos, numa concepção futurísitca sofisticada da Pena de Talião, o que significará um retrocesso para a humanidade que se diz cristã.

Acho, portanto, que a educação na forma de uma psicologia compertamental reeducativa a melhor solução no momento.

domingo, fevereiro 25, 2007

A prova dos transtornos compulsivos

Todos os espíritos tendem à perfeição, e Deus lhes proporcionaos meios de ocnseguí-la com as provas da vida corpórea. (Kardec, Livro dos Espíritos, comentário à resposta da questão 171.)

Uma excelente trilogia de mensagens psicografadas por Chico Xavier e comentários judiciosos de Herculano Pires, “o metro que melhor mediu Kardec”, no dizer de Emmanuel é : “Chico Xavier Pede Licença”,Na Era do Espírito” e “Astronautas do Além”. Ali se encontram questões diversas de temas palpitantes no meio espírita, encaminhadas ao médium para apreciação de seus mentores, renovando os esforços de Kardec na aquisição de respostas para o seu “Livro dos Espíritos”, cujo sesquicentenário celebramos este ano.

No primeiro volume citado, no capítulo 37, Emmanuel responde as dúvidas sobre as quedas morais dos espíritas. Os comentários na reunião em Uberaba, dos diversos confrades eram sobre o por quê do fracasso moral do médium, do divulgador espírita, do presidente de centro e após uma prece foi aberto o nosso livro básico na questão 171 que indaga sobre a reencarnação. A resposta dos espíritos foi: “Um pai sempre deixa aberta aos seus filhos a porta do arrependimento”.

Assinala então o nobre espírito Emmanuel uma série de situações em que somos abordados por nosso próprio conteúdo inconsciente que nos arrasta aos mesmos erros de outrora sob a tênue roupagem terrena. Diz o mentor de Chico Xavier: “...de novo ao plano físico a fim de operar a própria desvinculação de hábitos infelizes...”, empregando o termo desvincular para assinalar o quanto estamos ainda acrisolados em nossas próprias ciladas do pretérito. Retornamos à arena terrestre para nos desapegarmos de nossos hábitos viciosos. Esses hábitos figuram em nossa estrutura física e irrompem, via de regra, na adolescência, na forma de impulsos incontroláveis, sempre na busca de algo que para nós significa o máximo prazer. Gula, sensualidade, indolência e poder estão entre os tópicos de erros crassos de outras eras que foram catalogados por Tomás de Aquino como capitais, pois que, como erros básicos, induzem a outros tantos erros e vícios de caráter.

Continua Emmanuel: “...depois de algum trabalho em auto-educação, admite-se portador de imaginário cansaço e retorna aos costumes lastimáveis de outros tempos...”

Está bem clara a questão. Trata-se de auto-educação! Uma grande parte dos espíritos que fracassam na encarnação presente está em condições de lutar com alguma autonomia na própria regeneração. Esses espíritos, que somos nós mesmos, conscientes de nossa situação no planeta, espíritas que somos, estão carregando o fardo da maioridade espiritual. É a ocasião de demonstrarmos o que temos aprendido.

Vale também esclarecer a diferença entre expiação e prova, pois, no primeiro caso, apenas estamos mutilados física ou mentalmente, em repressão de nossas más tendências. Na Prova, libertos da algema cármica, somos reportados à própria consciência que, por vezes, funciona como uma panela de pressão. Essa analogia é-nos apresentada por Herculano Pires que compara essas tendências reprimidas de nossa alma encarnada à caldeira que necessita de uma válvula de humildade para suportar a pressão de nossos pensamentos viciosos.

Os manuais de classificação das doenças estão hoje repletos de Transtornos da Personalidade, desde as crianças com os seus déficits de atenção com hiperatividade ou impulsividade, até os adultos com os seus transtornos obsessivos compulsivos. O que há 30 anos era considerado peraltice de criança e mania de adulto, é hoje classificado internacionalmente como transtorno de humor e conduta, que deve ser abordado pelos especialistas com psicoterapia ou medicamento. Diz o sábio Herculano : “Se acrescentássemos às escolas de Psicoterapia de nossos dias a dimensão espírita(...) a causa dos desequilíbrios mentais e passionais tornar-se-ia mais acessível aos métodos de cura.”

Sim, por que uma psicoterapia baseada na evidência da reencarnação buscará para o paciente a solução de seu dilema existencial justamente no ponto em que precisa se transmutar espiritualmente. Ajudar um alcoólico, um jogador compulsivo, uma criança com rasgos de impulsividade destrutiva, uma mulher com hábitos sexuais impróprios para sua condição de mãe de família, uma senhora inclinada a comprar de modo incontrolável em ânsia consumista, um jovem aficionado no sexo de forma perturbadora, todos estarão seguramente melhor assistidos sob a esclarecedora visão da reencarnação.

Não me refiro aqui ás técnicas de revivescência de vidas passadas, conhecidas como TVP, uma vez que as mais notáveis autoridades espíritas têm-se reportado ao cuidado com técnicas invasivas aos nossos arquivos do passado. As indicações que temos, autorizadas pela égide da Universalidade do Ensino dos Espíritos, sugerem que nossas tendências indicam o nosso pretérito delituoso e nada mais é digno de investigação, que não seja o necessário para que vençamos as resistências de nossas provações.

Desse modo, a provação dos distúrbios do humor e da conduta, referidos na atualidade entre as mais complexas epidemias, é sensível a um tratamento espírita. Tratamento esse, que tem na Desobsessão um poderoso auxiliar, uma vez que vivemos em condomínio espiritual, como nos recorda Hermínio Miranda. Neste condomínio, nossos pensamentos estão em sintonia ora com espíritos sofredores, ora com esclarecidos. A simbiose psíquica que estabelecemos com os sofredores faz com que eles estejam, tanto quanto nós mesmos, necessitados de esclarecimento. Não é demasiado afirmar, porém, que o socorro espírita deve ser secundado pela ação esclarecedora do estudo espírita. Isso significa a freqüência a uma casa espírita com estudo sistematizado e palestras. Escutar o Evangelho e a Doutrina é também uma forma de assepsia psíquica. Por fim, necessitamos sempre da ação libertadora da caridade espírita, conscientes que somos da verdade límpida que transborda das inesquecíveis palavras do Espírito de Verdade: "Fora da Caridade Não Há Salvação!” E entendemos por "salvação" não um estado paradisíaco, mas uma oportunidade de reabilitação.

Flávio Mussa Tavares, médico

publicado na Revista Espírita de Campos, nº 81 - ano 23

fevereiro de 2007

flaviotav@gmail.com

sábado, fevereiro 24, 2007

A Cura do Câncer

Uma cliente muito sincera curou-se de um câncer e escreveu para mim. Disse que estava cura e que foram os próprios médicos do IMCA que lhe deram a alta. ela ficou feliz e distribuiu a sua felicidade com todos.
Eu lhe respondi nos termos abaixo:
Querida cliente,
Eu sempre tive certeza de que você alcançaria esse momento.
é um momento glorioso. O que é "cura" para um ser humano?
É libertar-se de um fardo!
Você abraçou um ideal e desvencilhou-se de 'coisas velhas' que insistiam por uma circunstância genética a permanecer no seio de sua organização física.
Mas você rejeitou essa natureza.

Você não quis a herança atávica da enfermidade, assim como rejeitou herança atávica da ira, da impiedade, do ressentimento. Vencer as barreiras mórbidas de nossa genética é ao mesmo tempo curar-se!

Isso é verdadeiramente uma delicadeza de Deus! Ele nos oferece o braço amigo no momento de queda e nós não devemos recusar a sua mão.

Você segurou a mão divina e a luz que dela emana, distribuiu-se por cada célula de seu corpo.

Todas as células que estavam harmônicas com Ele e Sua luz, permeneceram.

As células que estavam dissonantes com o laser divino, dispersaram-se como sombras.

Essa é a cura! Essa é a Graça!

Multiplique, amiga, essa alegria!

Espalhe essa felicidade por todos os lugares, assim como a pobre dona da dracma saiu de sua casa para contar a todos que encontrou a sua moedinha, saia, e grite que você está curada!
Um terno beijo de

É possível ser Bom?

Seria uma utopia o sermão da Montanha?
Segundo a maioria dos leitores do site globo.com, seria!
Eu votei na seguinte pergunta do site:
"O socialismo do século XXI proposto por Hugo Chávez vai funcionar?"

Então eu pensei: acredito que sim. O presidente foi eleito pelo voto popular.
Foi deposto por um golpe militar que não atingindo a massa, não ganhou apoio e o mesmo retornou ao poder.
Foi reeleito.
Tem excelente popularidade.
Melhorou a vida do pobre do país inteiro, mas desagradou um bairro de Caracas (o mais rico) e uma grande parte da cidade turística de Maracaibo ( que tem também uma população de alto poder aquisitivo).
Tem petróleo por mais de 150 anos.
Vende para os Estados Unidos!
Então, é bem provável que o seu sistema de redistribuição da renda seja bem sucedido.
E sem questionamentos, pois tem o apoio popular e do congresso.

Mas a minha resposta, o "Sim" , apesar de bem analisada, não foi a da maioria.
Vejam as respostas:

  • Sim. Acredito que é possível uma alternativa ao capitalismo. 33%
  • Não. Essa teoria baseada no amor ao próximo não se sustenta na vida real. 67%
Total de votos: 499

E não foi a vencedora por que os que votaram aceitaram a forma do organizador do site argumentar: "Essa teoria baseada no amor ao próximo não se sustenta na vida real."

Para estas pessoas, o "Sermão da Montanha" é utopia!
A crítica não poderia ser mais àquela feita ao socialismo cubano, que precisou ser instalado à força. Nem ao chileno, de Allende, que não conseguiu se manter no poder.

Seria uma utopia por que a "teoria do amor ao próximo", segundo os votantes, não se sustentaria na prática cotidiana!!!!

O nosso mundo é o Reino de Mamon!

Mas Jesus disse que não se pode adorar, render culto à dois senhores. Pois das duas uma, ou se amará a Deus e odiará a ganância ou vice versa.

E eu acredito no que disse Jesus!

Acredito que o presidente da Venezuela, com todo o seu jeito exagerado, é portador de uma nova visão do socialismo. Ele vai, provavelmente obter o que o saudoso Salvador Allende não obteve: o sucesso com a via democrática do socialismo.

Não houve revolução! Não houve morte! Não houve paredon! Não houve prisões políticas, perseguições, deportações, exílios, fugas em massa. Não houve nenhum sinal negativo, só a reação indignada dos poderosos contra a perda de seus privilégios.

Por isso, acredito que o Sermão da Montanha não é utópico! Acredito que uma nova era será proclamada e que nesse novo tempo, aquele tem "dois" cederá a quem tem "nenhum" e que será um crime ter "três ou mais".

E o mundo começará, assim, a sua regeneração!
Vi novos Céus e nova Terra!
Vi um mundo renovado, sob um novo mapa celeste!
E o leão e o cordeiro passearão juntos!


sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Coincidências não existem!

Na quarta feira última, no Culto do Lar, um filho me fez uma pergunta: se as emoções eram inferiores aos sentimentos.

A resposta veio num átimo, sem que desse tempo para o raciocínio se elaborar. Não! eu disse. Muitas vezes estamos num momento de emoção equilibrada, mas com o sentimento contaminado. De outras vezes manchamos nossa emoção, mas nem por isso, vamos deixar de ser quem somos em nosso sentimento profundo.

A emoção, em seus melhores momentos não chega a nos santificar e nem tampouco nos seus piores, pode nos condenar totalmente.

É por isso, concluí, que é preciso educar nossas emoções e desenvolver os nossos sentimentos.

Hoje, Glenda falou na Escola Jesus Cristo, sobre a Parábola das Dez Virgens, principalmente sobre a necessidade de vigiar, estar alerta, para não correr o risco de sermos levados por uma onda mental negativa.

Confesso, que eu estava me deixando contaminar por emoções descoordenadas com a divina mensagem.

Quando escutei Glenda a falar sobre a responsabilidade do Espírita, veio-me a mente o que eu mesmo explicara aos meus filhos na quarta fiera anterior.

Coincidências não exitem! Deus é que me sustentou com duas mensagens de Fé e de Esperança, que materializam-se pela Caridade.

A Paz de Deus para todos, principalmente nos dias de Momo, quando estranhos portais abrem-se em nossa já tão conturbada humanidade.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

QUASE SUICIDA - Emmanuel

QUASE SUICIDA
Emmanuel

Quase suicida.
Sentimos-te o passo, à beira do precipício.
Caindo quase.
Entretanto, estamos aqui buscando-te o coração para o reequilíbrio.
Ninguém te pode medir a dor, mas urge reconhecer que por mais que soframos, há sempre alguém na travessia de obstáculos maiores. Abandona a idéia que te induz à própria destruição e medita. Ainda há sol bastante para ser esperado amanhã, tanto quanto surgiu hoje. Nem todas as estradas se fecham de vez no trânsito da vida. E por mais anseies pelo fim, a morte é ilusão. No trabalho e no repouso, na luz e na sombra, dentro do dia ou da noite, achamo-nos naquilo mesmo que fizemos de nós. Não alargues, por isso, as feridas mentais que porventura carregues, acumulando cargas inúteis de aflição, porque além da cela corpórea de que pretendes afastar-te, reconhecer-te-ias simplesmente com tudo aquilo que fizeres de ti.
Recorda: a sabedoria da vida que regenera a erva mutilada tem remédio igualmente para qualquer de nossas dores. Ergue-te do vale conturbado das próprias emoções e larga para trás o nevoeiro da negação e da dúvida.
Segue adiante.
O trabalho salvador te espera o pensamento e as mãos. Escuta. O gemido de um enfermo relegado ao desamparo ou o choro de uma criança sozinha te apontam aqueles que te aguardam a presença amiga como sendo a de um anjo com o divino poder de auxiliar.
Avança mais um tanto. A natureza materna conversará contigo pelo inarticulado da observação no silêncio. As árvores te falarão do prazer de ofertar os próprios frutos e a semente a renascer do claustro da terra te dirá que não há morte.
E quando a noite se te descobre, ante a jornada, os astros refletidos em teu olhar proclamarão por dentro de ti mesmo que força alguma te poderá despojar da condição luminosa de criatura de Deus.

" Caminhos de Volta" psicografado por Francisco Cândido Xavier

sábado, fevereiro 10, 2007

LULA deu opinião que é um mote para o Espiritismo

No Folha on-line, Lula deu uma entrevista, sobre a morte brutal do menor João Hélio

Fernandes, 6 anos, que morreu no Rio, após ter sido arrastado por sete quilômetros no assalto na zona norte do Rio de Janeiro. O Presidente questionou entre outras coisas, a idéia de que a violência tenha por causa, unicamente, a questão social.


"Os Estados Unidos, onde o problema da distribuição de renda não é problema, jovens matam dezenas de jovens em uma escola. Na Rússia, onde o problema da educação não é problema, jovens invadem escolas, seqüestram alunos, matam alunos. No Brasil, gente de classe média entra em cinema, atira e mata pessoas.", disse o Presidente.

Observamos dados estatísticos de criminalidade infanto-juvenil nos Estados Unidos, que são alarmantes. Lá, os menores são julgados e presos, mesmo sendo de classe social privilegiada. Na Rússia, onde o nível cultural é invejado por muitas culturas ocidentais, paralelamente, há a criminalidade entre jovens.Sendo assim, não seria razoável admitir somente uma causa social ou psicológica para o problema da criminalidade crescente nas faixas etárias baixas.


"Esse conjunto de barbaridades que envolve o comportamento humano hoje, nós não resolveremos aumentando a punição" , disse Lula reconhecendo que a simples redução da maioridade penal não seria a solução do problema. Seria antes uma solução apressada, emocional e gerada a partir de análises equivocadas. Um país que não oferece oportunidades ao jovem não pode puni-lo.

Entretanto, se não bastam as proposições educacionais e nem a melhoria do nível do Índice de Desenvolvimento Humano, quais seria as melhores propostas para o problema real?

Parte superior do formulário

A questão não é solucionada de modo simplista. Não pode ser reduzida à pauta socio-econômico-política. Não pode contrapartida ter uma explicação puramente com bases freudianas. Abre espaço para um novo tema: a Reencarnação!

Com a a visão da Complexidade , a introdução do paradigma reencarnacionista, observando o fenômeno por outro prisma, simultaneamente, enriquecerá a análise, que será mais respeitada, isto é, pode-se abordar o tema com mais prudência e equidade.

Na visão reencarnacionista, o escândalo foi necessário. A barbaridade aconteceu para restabelecer o equilíbrio de conta corrente espiritual do ser que a sofreu. Sem adentrarmos em possibilidades, aceita-se que não há injustiça na Lei de Deus.

E quanto aos autores, acredita-se que , respeitando o livre arbítrio, não eram a cometer o ato louco. Não foram por ninguém constrangidos à tal perversidade. Ao tomarem, todavia tal decisão, a Lei de Deus comprime o seu mal constrangendo-o a agir em favor da Lei. Isso nos é explicado de modo bem sucinto e didático por Pietro Ubaldi em A Lei de Deus.
Por isso o mal é limitado, pois os seus efeitos sempre são subordinados a uma necessidade da lei de causa e efeito universal.

Parte superior do formulário

"Mas, ai daquele por quem venha o escândalo", disse o Mestre. No entanto, isso de forma alguma livra os criminosos da culpabilidade do seu ato bárbaro.

O pequeno João é um herói! Resgatou seus débitos de modo corajoso, valoroso, honroso.

Os pobres seres que praticaram a infâmia, iniciam para si um drama cósmico que não se sabe até onde e quando durará. Mais do que em qualquer outra época da humanidade a oração faz-se necessária e imprescindível.

domingo, fevereiro 04, 2007

LEI DE ADORAÇÃO

LEI DE ADORAÇÃO

Pregação do domingo 04 de fevereiro de 2007

Flávio Mussa Tavares

"Em que consiste a adoração?

Na elevação do pensamento a Deus. Deste, pela adoração,

aproxima o homem a sua alma."

Livro dos Espíritos, questão 649

A Prece

O Senhor da Verdade e da Clemência

Concedeu-nos a fonte cristalina

Da prece, água do amor, pura e divina,

Que suaviza rigores da existência

Toda oração é a doce quinta-essência

Da esperança ditosa e peregrina,

Filha da crença que nos ilumina

Os mais tristes refolhos da consciência.

Feliz o coração que espera e ora,

Sabendo contemplar a eterna aurora

Do além, pela oração profunda e imensa.

Enquanto o mundo anseia estranho e aflito,

A prece alcança as Bênçãos do infinito,

Nos caminhos translúcidos da crença.

João de Deus, Parnaso de Além Túmulo, psic.F. C.Xavier

Meus irmãos antes de iniciar o estudo do tema da Oração é preciso que eu explique o por quê deste estudo. Estamos no ano do sesquicentenário da Codificação Kardequiana e do lançamento de O Livro dos Espíritos. Quando do seu centenário, em 1957, meu Pai, Clóvis Tavares, mandou erigir esta pedra que se encontra na frente de nossa Escola, que é um dólmen, um monumento celta, em homenagem ao druida Allan Kardec. Precisamos , nesta celebração dos 150 anos, se não temos condição de homenageá-lo como meu Pai o fez, com a pedra e com a publicação de belo artigo no jornal A Cidade, inserido no livro póstumo Sal da Terra, é possível que passemos este ano comentando os pensamentos de Clovis Tavares sobre o Livro dos Espíritos. E valemo-nos de um presente da filha de D. Leda Diniz Nogueira que nos ofereceu uma cópia das anotações de aula de sua saudosa Mãe, palestrante de nossa Escola Jesus Cristo e aluna constante das aulas de Clóvis.

É preciso confessar também que escutei de uma pessoa de outra denominação, certa vez que haveria em sua igreja uma semana de adoração. Quando ela me falou isso, despertou-me um certo incômodo, pois há uma capítulo das Leis Morais em O Livro dos Espíritos, chamado Lei de Adoração! E por que nós espíritas não somos adeptos da Adoração?

A resposta da questão 649 é clara, elevamo-nos a Deus e aproximamos nossa alma da Dele.

Elevamo-nos pela razão e aproximamo-nos pelo coração.

É preciso concentração de nosso pensamento para podermos orar a Deus. É preciso focalizar a nossa mente em um ponto único. Somos vítimas do déficit de atenção, hoje propalado abertamente como distúrbio que acomete tanto a crianças como jovens e até mesmo adultos. vivemos dispersos, desconectados de nossa fonte. Vivemos fazendo muitas coisas e não completando nenhuma. Corremos, num nervosismo, numa pressa, numa hiperatividade de nossos sentidos e de nossos pensamentos de tal forma avassaladora, que mal temos tempo para orar...

Para orar é preciso silêncio. Um obstinado silêncio, como nos disse Jean Guitton, biólogo e filósofo católico francês, preocupado com os rumos do artificialismo e do hedonismo do final do século XX, quando ele desencarnou.

Deus é o centro. Nós somos a periferia. Orar é não apenas elevar o pensamento, mas concentrar-se Nele. Nossos erros afastam-nos no centro gravitacional da vida, direcionando-nos para a periferia e aumentando a nossa angústia existencial, tornando-nos dispersos e despreocupados.

Concentrar nossa mente, é exercício constante que exige força, coragem e determinação.

A oração é a respiração do espírito e como tal consiste na inspiração, que é a assimilação de Deus adentro de nós e da expiração que é a desintoxicação de nossa alma do dióxido de carbono psíquico que nos envenena na degradação de nosso materialismo.

As preces, sejam de louvor, rogativa ou agradecimento, é preciso que sejam concentradas e humildes. Segundo Santo Agostinho, se nós pedimos coisas más (petimus mala) nós não somos atendidos. Coisas que nos degradam mais, que aumentam nosso egoísmo. O rico da parábola se angustiava com a sua falta de celeiros para guardar sua supersafra. A burguesia se angustia com a falta de espaço em casa, nos armários, pra guardar sapatos e roupas. Outras vezes onde investir o dinheiro. E queremos que Deus nos ajude a resolver a nossa angústia paganizada e egoística. Essas preces não são ouvidas.

Se pedimos de modo errôneo (petimus male) , isto é com gritaria, com erudição, com orgulho, com falsidade, também não somos justificados, como o Fariseu da Parábola.

Se pedimos e não corrigimos nossas atitudes de vida, isto é continuamos maus, invejosos, cobiçosos, maliciosos, duros de coração, impiedosos, ( petimus mali) não recebemos também a justificação, que é a resposta de Deus às nossas preces.

E sabemos, por intermédio de André Luiz, que os espíritos inferiores que nos rodeiam, nos espreitam, de modo insidioso e oportunista, esperando nosso momento de invigilância, atuam numa área específica de nosso cérebro que é a córtex cerebral. A córtex é a área que refreia o nosso comportamento repetitivo e incoerente, de modo que uma vez reprimido por ação de obsessores, somos vítimas das obsessões compulsivas, repetitivas, fazendo de nós autômatos de seres poderosos que passam a governar nosso sentimento.

Clóvis Tavares, ensinava aqui nesta Escola um método de nós nos livrarmos dessas obsessões simples. São simples, por que é essa a denominação de Allan Kardec no Livro dos Médiuns.São simples por que é possível que percebamos em nós os sinais. Desde a impaciência, a pressa, o nervosismo, a irritação, como nos lembra o espírito de Scheila, já estamos começando a nos tornarmos vítimas de outras mentes.

E a obsessão é simples, por que é fácil de começar. Jesus advertiu a Pedro que o espírito perverso estava querendo dominá-lo, mas só não o fazia por causa Dele, Jesus ao seu lado. E nós? Estamos orando para nos livrarmos das tentações? Vigiar e Orar, temos agido assim?

Mas esta obsessão simples é simples tanto para nos atingir, como para também sermos curados. É simples. Sentimos sua aproximação. E temos que ouvir os nossos próximos, os maridos escutar as críticas e conselhos de suas esposas e vice-versa. Também os namorados, os irmãos, os amigos, os colegas de escola e trabalho. Os próximos mais próximos nos avisam de que estamos irritadiços e impacientes.

E tão simples é a auto-desobsessão, que como diz o nome, podemos exercitá-la diariamente. Consiste na leitura à noite, em voz alta, de uma página aleatória de O Evangelho Segundo o Espiritismo e depois fazer a oração que Jesus nos ensinou O Pai Nosso. Fazer lentamente, concentradamente. Refletindo nas palavras que se diz. Respirando profundamente a cada frase dita. Inspirando o oxigênio e expirando o dióxido de carbono. Inspirando a palavra de Deus, e expirando o paganismo, o egoísmo, as vaidades, as nulidades da vida mundana. Repetir algumas frases como: Não nos deixe cair em tentação e livra-nos de todo o mal!

Não nos deixe cair em tentação e livra-nos de todo o mal!

Não nos deixe cair em tentação e livra-nos de todo o mal!

Não esquecermos também da oração coletiva que segundo Clóvis Tavares é uma força de vibração do grupo, é um pensamento congregado, como em Nosso Lar às 18 horas.

Segundo Gandhi, a oração deve ser a chave do dia e o ferrolho da noite. Somos cercados por uma nuvem de testemunhas segundo o apóstolo Paulo e nesse terreno espiritual infecto em que vivemos é essencial que busquemos a higiene, a assepsia do espírito.

Que Deus nos ampare, nos sustente, protegendo-nos das obsessões, e que nós, com fé, esperança e através da caridade, busquemos com sinceridade o Reino de Deus e Sua Justiça, para que sejamos ajudados por Ele.