sexta-feira, fevereiro 24, 2006

O RETRATO ESPIRITUAL DE KARDEC, breve lançamento da Lachatre

Narra Clóvis Tavares, em "Vida de Allan Kardec para a infância", uma historia ambientada em lar espírita, numa cidade brasileira, onde um grupo de crianças se reúne semanalmente em um culto doméstico para escutar dos pais a história de Allan Kardec. O texto compõe-se de diálogos ocorridos nestas reuniões onde se pode entrever uma sinopse da história do Espiritismo nascente e seus primeiros anos até a morte do Codificador em 1869, contada de maneira fácil e descontraída.

Didaticamente preparada para oferecer à criança uma biografia do codificador, encontrou também meu Pai uma forma humanizada de retratá-lo. Do texto, pode-se sentir um Kardec amável e compreensivo, bondoso e tolerante. Um dos aspectos mais notáveis de sua bondade é a forma com que exercitou o perdão das ofensas e, em se tratando do público infantil, a didática do exercício é extremamente eficaz. A criança, por viver sua fase escolar, sabe intuitivamente que só aprende praticando exercícios e nada como aprender a técnica de ser bom.

Sobre a bondade de Kardec, escreveu:
"Sabem vocês como procedia ele, quando era golpeado pela injúria ou pela intriga, quando era vítima da inveja ou da ingratidão? Ele mesmo nos conta que nessas horas dolorosas da vida, ele se elevava pelo pensamento acima da humanidade e se colocava mentalmente, no mundo invisível. Imaginando-se assim na pátria espiritual por antecipação, as maldades humanas não o atingiam. Conta que de tal maneira se habituou a esse exercício espiritual que as maldades dos homens nunca mais o perturbaram..."

Essa é uma forma de se treinar o perdão.Portanto, o Espiritismo fala ao coração.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

SIMÃO, SIMÃO...

Simão, Simão, eis que Satanás vos
reclamou para vos peneirar como o trigo;
mas eu roguei por ti, para que a tua
confiança não desfaleça. Lc 22:31-32

Após dez ou mais encarnações escutando o Evangelho de Jesus, ainda estamos atados a automatismos psíquicos que nos atrasam o processo evolutivo. Nossa evolução é arrastada por que somos indolentes espirituais. Disse o nosso irmão Rogério Coelho:
"Mas, não é fácil lutar contra os atavismos da acomodação. São muitos os séculos de sombras para tão pouco tempo de luz, daí verificarmos inúmeras vacilações e variegado número de tergiversações quanto ao novo rumo a tomar."
Isso nos remete ao caso do apóstolo Pedro, que segundo o discurso de Jesus na última ceia, recebeu esta advertência do seu mestre:
"Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça."

Segundo o mesmo autor acima cirandar o trigo "é submetê-lo àquelas pesadas rodas de pedra que o esmagavam em movimentos circulares. " O que significa que após um período de estudo e convivência pacífica com os nosso mestres da vida, também poderemos ser testados como Pedro.

Poderíamos adaptar para cada um de nós a advertência de Jesus da seguinte maneira:

Cuidado! Um espírito arraigado ao mal está dirigindo as suas atenções contra você. Ele quer triturar o seu espírito, como se tritura o trigo na moenda. Isto significa que ele pode te trazer dissabores e angústias, aflições e momentos de desesperança. Você terá vazios na alma, provações, abandono de amigos, traições, sofrerá decepções e ingratidão. Em alguns momentos você sentirá que está num deserto, que nem os seus companheiros de ideal te entendem. Confundirão o que você diz, você será acusado injustamente. Suas palavras e seus atos serão mal interpretados, pois este espírito fará com que as mentes de seus companheiros vejam coisas a mais e em certos casos não veja nada. Em outro momentos você vai orar e não vai sentir a presença espiritual como já sentiu antes. Sua oração vai parecer sem eco espiritual. Quando o desespero estiver quase batendo à sua porta e suas forças estiverem se esgotando, recorde que você só não sucumbiu por que durante todo este tempo eu orava por você. E oro por sua fé, para que e4la não desfaleça, para que não se esfrie, para que não se acomode, para que não se converta em dúvida e agnosticismo. Lembre-se! Eu estou orando por você! Todas estas coisas irão acontecer para que a sua Fé se confirme na provação! O seu plante é de Provas e de Expiação! É nele que você será testado em suas pulsões e finalmente vencerá. Aqui se aprende. Aí se vive. Aqui se abastece, aí se renova. Tenha confiança em minhas palavras. Estarei contigo para sempre.

Desse modo, se escutarmos um dia a reverberação destas palavras eternas de Jesus em nossos tímpanos espirituais, saibamos que chegou a hora de nosso testemunho. Sejamos fortes mesmo quando cairmos. Pois que se um mau espírito vem nos tentar em nossas fraquezas, é possível que desanimemos. É possível que esmoreçamos, que duvidemos, que suspiremos de cansaço, que pensemos em desistir, que choremos pela ingratidão e pela incompreensão. Mas respiremos fundo e busquemos lá naquele escaninho de nosso coração, a Esperança. Esperança é Esperar! É confiar" É alcançar a Fé! É saber que sempre a tempestade passa e que é possível renovar a vida em nós e em torno de nós.

domingo, fevereiro 19, 2006

HIPPOLYTÈ LÈON DENIZARD RIVAIL- ALLAN KARDEC

Artigo Espírita : concedida utilização livre ,a bem da Causa Espírita. 17 de fevereiro de 2006-

Hippolytè Lèon Denizard Rivail
-Allan Kardec-

Pelos caracteres gráficos percebe-se o carinho especial que na atualidade dedicamos ao sábio lionês, filho da senhora Duhamel e do magistrado Antoinne Rivail.

“ O Espiritismo estava no ar ” Nuvens borrascosas haviam se insinuado na consciência coletiva no velho continente durante o século 19 e com isso acirrava-se o gládio entre a igreja romana que estertorava em sua faina absolutista e as inteligências fantásticas dos filósofos e cientistas que na condição de opositores cruentos ao domínio apocalíptico da “ grande dama da Babilônia ”, desenvolviam as malditas teses materialistas que estimulavam a sensualidade, o suicídio e a desesperança...

A missão de Napoleão Bonaparte Antecedendo o período Kardeciano, Napoleão , o corso, cumpria sua missão de conter a influência do catolicismo e seu santo oficio em terras francesas e com isso , possibilitou um momento menos intolerante para o retorno do inigualável defensor da liberdade cristã do século 15, o “pato” Jan Huss. Jan Huss ,outrora nascido em Hussinec , Tchecoslováquia agora reencarnava como Allan Kardec , o celebre professor Rivail discípulo do magnífico PESTALOZZI.

Rivail, um polemista cristão Muito infeliz é vermos estudantes antigos do Espiritismo criarem anticorpos contra a palavra polêmica . Por deficiência no vernáculo ou falta de boa-vontade, assemelham a POLÊMICA a celeuma. No entanto, JESUS foi o maior de todos os polêmicos e polemistas, pois ninguém que adentrasse o SINEDRIN há dois mil anos e dissertasse sobre a TORATH e o TALMUD, em arameu e hebraico dando à letra uma configuração menos tradicional , poderia ser entendido como não sendo uma criatura polêmica, ademais disse o raboni: “ não vim trazer a paz, mas a espada”. A espada para o kabalismo judeu , não é apenas instrumento cortante, mas a própria oratória que divide e se impõe. A espada também representa o falo (pênis) simbolizando a masculinidade e a liderança daqueles que se fazem na Terra representantes do Deus imanifesto, EHIEH.

Primeiros contatos com o além Após desenvolver parcial cegueira no ano de 1852 ,Rivail recebe de uma médium sonambúlica, o parecer de que seu problema era passageiro e no ano seguinte “abre os olhos” ,para os fenômenos das mesas que giravam no ar.

Almas Afins Poucos sabem ,e isso se encontra em muitas anotações do próprio Rivail, que toda sua conduta de escritor e observador era, antes de qualquer editoração , passada pelo crivo da sensibilidade e inteligência superior de sua esposa AMÈLIE GABRIELE BOUDET a quem ele se referia como “Gabi”.

Um homem acima de sua própria missão A altivez do polimático Allan Kardec é, realmente, aspecto marcante nas almas que já cresceram em outras vidas, no entanto, ele mesmo teve apreensão de fracassar e através da médium Aline , questiona aos seus amigos espirituais se, caso o fracasso viesse a ocorrer seria por causa da insuficiência de suas aptidões . A resposta foi sucinta: NÃO. Não seria sua
“ incompetência ” intelectual ou moral, ou sua falta de coragem ,ou seu psiquismo frágil ,mas se a missão não fosse a efeito, alertam os do além, seria por causa do peso da própria missão que levantaria e levantou terríveis inimigos dos dois lados da vida. Apesar de tudo, intimorato em sua proposta de educar os Homens através dos princípios científicos,filosóficos e religiosos, não por intermédio de uma doutrina paternalista e personalista, mas de um verdadeiro monolito de razão e emoção , muito diferente do que vemos por aí,Kardec prosseguiu.

“ Tende bom animo ” Contra Rivail insurgiram-se inimigos esfaimados, dentro das religiões tradicionalistas e da dialética cientificista. A Sociedade Espírita de Paris por ele edificada, tornou-se um ninho de víboras . As traições e dissensões eram constantes e até Amèlie Boudet, após a morte do esposo, foi alvo de acusações de ladroagem . Foi em meio a este mar de pusilanimidades é que o paracleto veio a falecer em conseqüência de um ANEURISMA DISSECANTE DE AORTA,em 31 de março de 1869.
E se não bastasse todas as dificuldades que passou em vida física , surge em Paris um certo gaiato que se intitulava Maurice Kardec, filho bastardo de Kardec. De maneira sui generis, alguns opositores coerentes de Kardec, foram aos jornais defender que “ o professor falecido, apesar de ser um pseudo cientista, “ um poltrão que nunca se defendia ”, ” um simplório” que não entendia a teoria dos “cascões mentais” e por isso acreditava nelas como sendo manifestações mediúnicas, era um Homem de Bem. O “ pobre e tolo Rivail ” era um homem de conduta ilibada, que nunca se soube “ter sido dado aos desvarios da moral “ ,portanto, este embusteiro ,chamado Maurice, deveria ser preso e condenado. “
O tal sujeito da mesma maneira como “apareceu”, “sumiu” nunca mais sendo visto em Paris.

Conclusão Ainda teríamos muito a falar sobre Kardec e seus colaboradores e também a refletir em quantos daqueles que estiveram na Europa daqueles dias, já se encontram reencarnados e atuantes no movimento espírita, exaltando a figura daquele que um dia perseguiram e zombaram.

TEXTO: Luiz Cláudio de Pinho
Médico, Teodiceu, Parapsicólogo, Estudioso da Física Quântica, Expositor e médium Espírita, com mensagens disponibilizadas a :
Luz do Evangelho , Grupo Fraternal de Espiritismo, Jornal Espírita a Palavra,Mocidade Floripa e Boletim Europa (CEI),
EsperantusKiev, Revista Universo Espírita,CVDEE, Spiritist Group of New York

dr. luiz .claudio@bol.com.br

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

TORMENTOSA AFLIÇÃO


TORMENTOSA AFLIÇÃO

Uma classe de indivíduos existe com sua tormentosa aflição à qual não se dirige a palavra de Jesus nas bem-aventuranças celestiais.
São aqueles que padecem do tormento mental de dedicarem suas preocupações com a vida alheia.
Gastam inadvertidamente grande parte de sua energia mental ocupando-se com os males dos semelhantes.
Malbaratam o manancial das energias vitais que os envolve a existência desperdiçando-as no julgamento apressado e inconsequente das atitudes de quem quer que se lhes aproxima da experiência.
Sua vida mental mais se assemelha a um braseiro vivo de idéias desencontradas alimentadas pelo fogo da discórdia e da condenação.
Nada constroem com este procedimento infeliz senão um monte de cinzas em torno dos próprios passos.
Quem abriga no íntimo semelhante braseiro mental não alcança a necessária paz de espírito que todos nós precisamos para avançar com segurança.
São esses os que carregam no espírito uma tormentosa aflição criada por sua própria incúria.
Homens e mulheres infelizes não encontram repouso apropriado para as exigências descabidas de suas mentes enfermiças.
Fácil identificar-lhes a presença junto de nós.
São pais que desejam impor aos filhos determinado roteiro profissional que os mesmos deveriam escolher por si.
São mães que não se conformam com as escolhas amorosas que livremente os seus rebentos fizeram.
São casais que se devotam a ciúmes injustificados com que atormentam os companheiros em seu sentimento de posse.
São famílias inteiras que baseiam a própria felicidade nas conquistas materiais dos vizinhos, invejando-lhes os passos.
São irmãos e irmãs que se ocupam em perquirir e conhecer a vida sexual e sentimental dos semelhantes.
São companheiros que se dedicam ao anedotário infeliz com que pretendem desconsiderar as minorias.
São confrades que maliciam os menores gestos de nobreza dos que se lhes avizinham da senda.
São aqueles que estão sempre prontos a enxergar o desequilíbrio e o crime no círculo da vida alheia, ou mesmo nos ambientes da vida social a que se vinculam.
Para esta classe de indivíduos infelizes, realmente, as bem-aventuranças celestes a que o Mestre fez referência para nada servirá.
Com muita propriedade o apóstolo João, o Evangelista, lembrou-se deles em trecho que está inserido no versículo 18 do capítulo 4 de sua 1ª epístola.
João Evangelista afirmou com segurança:
"O medo produz o tormento, e aquele que teme não é aperfeiçoado no amor".
De fato, pedindo licença para interpretar o pensamento joanino à luz dos nossos conhecimentos atuais, todo aquele que tem medo de encarar a si mesmo, frente a frente com suas próprias necessidades, preferindo devotar-se à crítica ou ao domínio da vida alheia, de ordinário, ainda não sabe o que é amar.
Irmão Victor
Estudo da noite: E.S.E. cap. V - ítem 23.
MENSAGEM PSICOGRAFADA EM REUNIÃO PÚBLICA NO CENTRO ESPÍRITA LUZ, AMOR E CARIDADE NA NOITE DE 06 DE FEVEREIRO DE 2006, POR GERALDO LEMOS NETO.

I D E A I S T R A N S F O R M A D O R E S

IDEAIS TRANSFORMADORES

Transcrevemos aqui um momento muito bonito da última edição no Fórum Social Mundial, recém ocorrido em Caracas, capital da Venezuela.

Trata-se da "Saudação à Revolução Bolivariana" feita por Marcelo Barros, monge beneditino e escritor.
Suas palavras foram pronunciadas de improviso, no Ato Popular contra o Imperialismo, em 25/01/2006, no Ginásio de Esportes Poliedro, diante de 15 mil pessoas, principalmente jovens de diversos movimentos sociais, vindos de vários países. Leia na íntegra:

"Boa Noite. Há pouco eu estava ali fora e fui procurado por um jovem militante daqui da Venezuela. Ele me perguntou: - Você é sacerdote? Confirmei que sim e ele quis saber: - Então, você é o padre que vai abençoar a nossa revolução? E eu respondi: - A tua revolução, a nossa revolução, se for uma verdadeira revolução, não precisa ser abençoada. Ela é que nos abençoa... Toda verdadeira e profunda revolução é, em si mesma, sagrada, porque é uma obra de amor. O amor como ação de transformar o mundo e a vida é o que há de mais sagrado. Conforme a maioria das tradições espirituais, é o próprio nome divino. Vocês sabem que os grandes iniciadores de caminhos espirituais foram todos grandes revolucionários e inspiradores de ideais transformadores. Na Índia antiga, Sidartha Guatama, o Buda, por solidariedade aos mais pobres, rompeu com sua vida de príncipe e iniciou o caminho que depois se chamou Budismo. Na terra da Bíblia, Moisés e Jesus de Nazaré se consagraram a libertar os excluídos. Séculos depois, na Arábia, o profeta Maomé... E assim poderíamos citar todos os grandes mestres da espiritualidade. A religião é outra coisa. Espiritualidade é deixar-se guiar por esta energia divina da solidariedade e do cuidado com a vida. Ora, é isso que estamos querendo buscar aqui na Venezuela. Na América Latina e no mundo, a partir do processo do Fórum Social Mundial e de uma nova conjuntura política em vários países, estamos vivendo um momento totalmente novo. Temos uma responsabilidade imensa de saber aproveitar bem este momento de graça. Quando olho vocês aqui reunidos neste ambiente de tanta festa, lembro-me de uma palavra de Jesus Cristo. Ele disse aos companheiros que havia chamado para transformar este mundo: "Felizes os olhos que vêem o que vocês estão vendo e os ouvidos que ouvem o que estão ouvindo... porque eu lhes digo, muitos desejaram ver o que vocês vêem e não o viram, ouvir o que vocês ouvem e não o ouviram " ( Lucas 10,23-24). Isso é bem verdade hoje. Imaginem quantas pessoas, companheiros e companheiras que consagraram toda a sua vida para ver se consolidar este processo de transformação revolucionária no continente, que morreram antes. Quantos deram suas vidas para que nós possamos estar aqui hoje. Quantos mártires e militantes cada um de nós aqui representa? Vejam, ali perto de onde eu estava sentado, está Aleida Guevara. Como o teu papai gostaria de estar aqui conosco agora, não, Aleida? E como todos nós gostaríamos de ter aqui conosco o nosso companheiro, o comandante Che Guevara! (todo o ginásio de esportes aplaude e se põe de pé. Pausa de emoção...) Estamos de pé. Então eu lhes convidaria a continuar de pé e, em um momento de silêncio, assumir interiormente esta responsabilidade de representar, hoje, todos estes companheiros e companheiras que deram sua vida para que pudéssemos chegar até aqui (silêncio quase total no estádio). Que cada um, cada uma aqui se encha do amor revolucionário que fez estes mártires darem sua vidas. Isso é a nossa espiritualidade. E com este amor, nos comprometamos a ser mais radicais na generosidade, mais corajosos no servir aos irmãos. E a viver no dia a dia, por nosso modo de ser, este processo revolucionário e espiritual que queremos intensificar Isto significa:
1. Uma revolução que restaure a dignidade dos oprimidos e excluídos do mundo. Sem esta prioridade do cuidado dos pobres, não haveria verdadeiramente a revolução.
2. Uma revolução que, ao restaurar a dignidade dos oprimidos, empenhe-se cada dia em restaurar a dignidade da Terra, da Água e de todo o ambiente no qual vivemos: uma revolução ecológica.
3. Uma revolução que só será verdadeiramente ecológica se conseguir ser totalmente anti-racista (aberta a todas as raças e etnias) e anti-patriarcal, inauguradora de novas relações entre homens e mulheres.
4. Uma revolução que considere a educação como fundamento a se espalhar por todo o povo, e a palavra como sua arma mais eficiente. Nenhuma mudança profunda se fará sem passar pela cultura. É preciso valorizar as culturas ameaçados pelo entretenimento de massa vinda dos Estados Unidos, assim como por outros fatores.
A obra espiritual que podemos todos fazer, independentemente de qualquer instituição religiosa, é difundir e enraizar nossa cultura de acolhida, de convivialidade, de abertura, de solidariedade, de reconciliação e perdão nos conflitos, de cuidado das pessoas e da natureza."

Senhor Presidente, agradeço a atenção de todos. E deixo o endereço eletrônico de Marcelo, esta figura mística que combina tão bem ação e oração: mosteirodegoias@cultura.com.br. Sua belíssima prédica está sendo divulgada pela Adital, Agência de Informação Frei Tito para a América Latina

sábado, fevereiro 11, 2006

Santo Agostinho

Santo Agostinho
Agostinho nasceu a 13 de novembro de 354, em Tagaste, pequena cidade da atual Argélia.
Na cidade natal transcorreram sua infância e juventude, um ambiente limitado de um povoado perdido entre montanhas. Talhado para a oratória, ele lê e decora trechos de poetas e prosadores latinos.
Aprende elementos de música, física e matemática. Em Cartago fez seus estudos superiores e ali também entrou em contato com a alegria e esplendor das cerimônias em honras aos deuses protetores do Império.
Embora seja descrito como um jovem ponderado, dedicado aos livros, ele confessa que “amar e ser amado era uma coisa deliciosa”.
Ele passou a viver com uma mulher a quem foi fiel, tendo se tornado pai em 373, com apenas 19 anos.
Seu filho, de nome Adeodato, morreria aos 17 anos.
Desejava se destacar na eloqüência, confessa, por orgulho. Desejava ser o melhor.
Um livro de Cícero o alerta que “a verdadeira felicidade reside na busca da sabedoria.”
Retorna à sua cidade natal e se dedica ao ensino, por treze anos, depois ensina em Cartago e Roma. Dedicou-se ao estudo das Escrituras, contudo, achou seu estilo tão simples que se desiludiu e o abandonou.
Em Milão parecia ser um homem feliz: pago pelo Estado, personagem quase oficial (ocupava a cátedra da eloqüência), respeitado como professor. No entanto, ele se mostra inquieto. Busca a verdadeira alegria e não a encontra. Afeiçoou-se ao maniqueísmo, doutrina do profeta persa Mani.
Após 12 anos, insatisfeito com as respostas que a doutrina não lhe dava, recomeça a ler os Evangelhos e assistir os sermões do bispo Ambrósio, que o recebeu como um pai. Uma canção infantil, na voz cristalina de uma criança que insiste “Toma, lê”, faz com que ele procure o livro a respeito de São Paulo e retorne em definitivo ao cristianismo.
Sua vida daquele momento em diante seria meditar, escrever livros, discursar.
Em 391, é chamado a Hipona, um grande centro comercial de cerca de 30.000 habitantes. Cinco anos depois seria sagrado bispo auxiliar de Hipona.
Grande era a luta, à época contra as chamadas heresias. Agostinho, sempre orador oficial, nos sínodos e concílios em Cartago nunca esquece que “mais valioso que a palavra é o amor fraterno...
Os olhos dos doentes queimam, por isso são tratados com delicadeza... Os médicos são delicados até com os doentes mais intolerantes: suportam o insulto, dão o remédio, não revidam as ofensas.”
As palavras que mais aparecem em seus escritos são amor e caridade. Por vezes, desenvolvendo uma idéia interrompe seu raciocínio para deixar escapar gritos de amor a Deus:

“Ó Senhor, amo-Te. Tu estremeceste meu coração com a palavra e fizeste nascer o amor por Ti. Tarde Te amei, ó Beleza tão amiga e tão nova, tarde Te amei... Tocaste-me, e ardo de desejo de alcançar a Tua paz.”

Duas vezes por semana falava na Igreja da Paz. Certa vez, discorrendo a respeito de São João se entusiasmou de tal forma que pregou durante cinco dias consecutivos, sempre aplaudido. Mas, dizia:
“Vossos louvores são folhas de árvores; gostaria de ver os frutos.”
Tal era a admiração que tinham por Agostinho, que chegaram a acreditar que ele fosse capaz de produzir curas e lhe levavam doentes. “Se eu tivesse poder para curar”, dizia, “curaria a mim mesmo”.

A doença que o tomou durou poucos dias. Percebendo que se avizinhava a morte, pediu que o deixassem a sós, para orar. Morreu na noite de 28 para 29 de agosto de 430, aos 76 anos. Não deixou testamento, mesmo porque não tinha bens.
Os pintores medievais o retratam com o livro na mão e o coração em chamas. O livro simboliza a ciência, o coração inflamado, o amor. Sabedoria e amor foram os seus dons inseparáveis. Interessante anotar que embora seja sempre retratado com muita pompa e luxo, mesmo como bispo ele se recusava a usar o anel e a mitra.
Esse espírito foi convidado a participar da equipe do Espírito da Verdade e suas ponderações podem ser encontradas em vários momentos da Obra Kardeciana, entre eles em O livro dos espíritos (prolegômenos, resposta às questões 495, 919 e 1009), O evangelho segundo o espiritismo (cap. III, itens 13 e 19; cap. V, item 19; cap. XII, itens 12 e 15; cap. XIV, item 9; cap. XXVII, item 23), O livro dos médius (cap. XXXI, dissertações de número 1 e XVI - Acerca do espiritismo / Sobre as sociedades espíritas).
Fonte: Grandes personagens da História Universal, vol. 1 (Abril Cultural); O livro dos espíritos; O evangelho segundo o espiritismo; O livro dos médiuns.

O Fariseu e o Publicano

Subiram dois homens ao templo para orar. Um era fariseu; o outro, publicano.
O fariseu, em pé, orava no seu interior desta forma:
Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali.
Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros.
O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo:
Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!
Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro.
Pois todo o que se exaltar será humilhado,
e quem se humilhar será exaltado.
Lucas 18: 10-14

Jesus nos propõe esta história num momento em que alguns fariseus, gabavam-se de ser superiores aos demais homens.
Ao subirem para orar, foram os dois, dois tipos psicológicos diferentes palestrar com Deus.
O primeiro fez um relatório de suas vantagens. Comparou-se, considerou-se mais piedoso e fervoroso. Acusou a todos, inclusive o que estava ao seu lado de ser ladrão e desonesto.
Jactanciou-se aos olhos de Deus. Justificou-se a si mesmo! O que Deus poderia fazer por ele? Ele já estava tão bem! Tão rico, tão farto...

O segundo, desceu os olhos de vergonha de si mesmo diante de Deus.
Estava arrependido de ser um fiscal corrupto. Queria mudar de vida, mas não ousava olhar para o céu. Abaixou-se, fechou os olhos e corado de vergonha, realizou um ato de contrição.
Após este primeiro momento, entrou no segundo ato da oração de um "pobre de Deus": Confessou!

Freud dizia que era através da verbalização da angústia que nos libertávamos de suas garras neurotizantes e paralizantes. Jesus disse isto também:
"É por tuas palavras que serás justificado ou condenado." Mt 12:37.

Assim, o publicano confessou para o seu Deus que era um corrupto , que invadia as casas dos pobres e das viúvas para lhes tirar o sustento, a título de pagar o imposto a Roma. Mas sabia que a maior parte do que cobrava era para si mesmo. Resolveu ali mesmo, diante do Deus em Quem cria, mudar o padrão de sua vida.

Não se justificou! Fez a auto-crítica! Fez o mea culpa! E iniciou a processo de reparação!
Contrição! Confissão! Reparação! Esta a nossa parte!
Justificação! A parte que cabe ao Deus!

Pois todo que se exaltar diante de Deus, será humilhado pela própria vida, pois tudo o que considera em sua altíssima auto-estima são palhas ao vento, se dispersaão facilmente!

E todo que se humilhar , no projeto de reestruturação psíquica e na oração diária de compromentimento diante de Deus, de reformar o seu caráter: será Justificado!

domingo, fevereiro 05, 2006

Escola Jesus Cristo ganha o TOP OF MIND 2005/2006

Escola Jesus Cristo em primeiro lugar!

Recebemos um envelope tamanho grande,A3, com um diploma da Inbrap, Instituto Brasileiro de Pesquisa de Opinião Pública, concendendo-nos o TOP OF MIND na categoria : "Associações beneficentes".

A Pesquisa foi feita através de Telemarketing ativo no estado do Rio de Janeiro, com 18110 pessoas, 43% do sexo feminiuno e 57% do sexo masculino.
22%, com mais de 50 anos. 16% entre 35 e 49; 24% entre 25 e 34 e 10% de 16 a 24 anos.

A Escola Jesus Cristo teve a seguinte pontuação:
1- Lembrança da Marca ou Empresa: 81%
2- Reconhecimento da Marca ou Emporesa: 53%
3- Atendimento:84%
4- Estrutura: 68%
5- Qualidade : 85%
6- Top of Mind: 74,2%

Pesquisa QuantitativaMétodo de SELLITIZ
Universo de Pesqui9sa: Pessoas Físicas e Jurídicas Residentes no Município de Campos dos Goytacazes.
Amostragem: Pessoas de idade igaul ou superior a 16 anos, de ambos os sexos, cujas residências ou empresas possuem telefone fixo, escolhidos de forma aleatória.
Desvio-padrão e margem de erro insignificante.

sábado, fevereiro 04, 2006

PETIÇÃO DE SERVO, Des Touches

Senhor! Em verdade, não posso ser a lâmpada que clareia o caminho,
mas, se me amparas, consigo ser a candeia singela capaz de orientar o rumo de algum viajante transviado na floresta da vida.
Não posso ser a fonte que dessedenta quantos atravessem as estradas do mundo, no entanto, se me auxilias, consigo ser a concha de água limpa, suscetível de socorrer um doente relegado ao abandono.
Não posso ser a árvore benfeitora que se entrega ao faminto em plenitude de bondade, entretanto, se me ajudas, posso ser a migalha de amor que suprima a penúria de um companheiro desfalecente de angústia.
Não posso ser a casa acolhedora que albergue todos os deserdados da Terra, entregues às surpresas amargas da noite, mas, se me apóias, consigo ser a mão que se estende ao amigo menos feliz para doar-lhe o calor de Tua bênção e dizer-lhe ao coração abatido - "Deus te abençoe!" Senhor, reconheço-me pequenino servo de Tua causa, no entanto, Contigo, a esperança brilhará em minha alma e, com semelhante amparo, seguirei à frente, trabalhando e servindo, no bendito anonimato de minha pequenez, a fim de louvar-Te sempre e esperar, agindo e abençoando, a construção da Terra Mais Feliz.
Des Touches

1 - Mensagem recebida em reunião pública na manhã de 26 de novembro de 1972 na Escola Jesus Cristo, em Campos, RJ.

2 - Des Touches nasceu na França, de família nobre e rica. Ordenou-se sacerdote da Igreja Católica e, no desempenho de seu múnus eclesiástico, foi um cristão exemplar. Missionou em várias cidades e aldeias do Estado do Rio de Janeiro.
Tão digno e virtuoso, tão profundamente amigo de Jesus, que, pela sua genuína renúncia evangélica, foi muitas vezes incompreendido pelos seus próprios companheiros da Igreja, que não puderam compreender sua alma verdadeiramente abnegada.
Abandonando os bens e as glórias do mundo, deixou para sempre seu palácio e suas riquezas na França, onde era o aristocrata Émile Hertoux Des Touches de Calignie des Fenets, para ser o humilde apóstolo de Jesus, vivendo como pobre entre os pobres, em renúncia franciscana, um símbolo vivo do Evangelho.
Revelou sempre grande cultura e super-humana humildade e aceitou, ainda em vida terrena, as verdades da Revelação Espírita. Considerava Allan Kardec, a quem muito admirou, - "um grande homem de Deus". O santo velhinho, carinhoso amigo dos pobres e das crianças, desencarnou na Santa Casa de Misericórdia de Campos, aos 14 de novembro de 1930 e é hoje um dos dedicados Benfeitores Espirituais da Escola Jesus Cristo.

(De "Tempo e Amor", de Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos - Clóvis Tavares)

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

NA GLEBA DO MUNDO

"FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO"
Caridade: benevolência para com todos, indulgência
para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas. (LE, 886)





"Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a
compreende. Este frutifica e produz a cem,
a sessenta e a trinta por um." – JESUS. (Mateus, 13:23.)

Efetivamente, a vida é comparável ao trato de solo que nos é concedido cultivar.
Ergue-te, cada dia, e ampara o teu campo de serviço, a fim de que esse mesmo campo de serviço te possa auxiliar.
A sementeira é a empreitada, o dever a cumprir, o compromisso de que te incumbes. O terreno é o próximo que te propicia colheita.
Lavrar o talhão é dar de nós sem pensar em nós.
Basta plantes o bem para que o bem te responda. Para isso, no entanto, é imperioso agir e perseverar no trabalho.
Nunca esmorecer.
Qual ocorre na lavoura comum, é preciso contar com aguaceiro e canícula, granizo e vento, praga e detrito.
Não valem reclamações. Remove a dificuldade e prossegue firme.
Acima de tudo, importa o rendimento da produção para o benefício de todos.
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Se alguém te despreza, menoscabando a suposta singeleza do encargo que te coube, esquece a incompreensão alheia e continua plantando para a abastança geral.
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Muita gente não se recorda de que o pão alvo sobe à mesa à custa do suor de quantos mergulham as mãos no barro da gleba, a fim de que a semente possa frutificar.
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Quando essa ou aquela pessoa te requisite a descanso, sem que a tua consciência acuse fadiga, não acredites nessa ilusão.
A ferrugem do ócio consome o arado muito mais que a movimentação no serviço.
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Trabalha e confia, na certeza de que o Senhor da Obra te observa e segue vigilante.
Não duvides, nem temas.
Dá o melhor de ti mesmo à Seara da Vida, e o Divino Lavrador, sem que percebas, pendurará nas frondes do teu ideal a floração da esperança e a messe do triunfo.

In CEIFA DE LUZ (Francisco Cândido Xavier/Emmanuel)